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1. mSTõRICO
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provas: sua ,padronização e escalonagem deixam muitas vezes a de- tido original da p,~ayra ."teste" - em que as associações cl~ sujeito
sejar,'sua sensibilidade, fidedignidade ,~v.~dade s~odificilmente ~_ sã~-lílterpret:ldas como reveladoras de suas, tendêiiClas'-e-de~,seus-cõn-
.!,!láveis.Sinegável, no entanto, o fato destas provas terem em comum flitos profundos,
Um método' próprio, diferente daquele que fundamenta os testes psi- ) :' Quinze anos depois, outro suíço de língua germânica,. também
cométricos, .E!ºporcionando, n!LPL<iticl:l,~~~,tivado conheciment~de f~rmado' como Jung na mesma escola psiquiátrica de 'BléüTe-r;~~'iü-
uma p~_S.SOl!-,_lim.Lagudeza" clínica. ',qu~,ç-()g1p~_~.aseu menor rigor rique, e também empenhado na prática da psicanálise, consuma pela
~tico.-
segunda' vez a mesma revolução. Os testes de manchas de-tiritá já
Essencialmente, ~s técnicas pro,i-etiyas se distinguem dos test~s erãill'connecidos há alguns ailõ's,porém nada haviam proporcionado,
i~J2tidão pela ambigiiidade do materiaLapL:~~ nas mãos de experimentalistas que esperavam, em função de seu viés,
pela liberdade qye lhe é dadJLp~ponder. gstas duas carac~ numa época marcada pela preocupação com a psicologia do gênio,
iística~_,~!_tua_~,_9.,P.;l,~~929_P:~·g~!!VOdengQqas, tez:1.qê}.!<::Üls~espectjyas abordar o estudo da imaginação e suas leis gerais.
'~--E~icol()gt~ qª,J,Qr:w;L ..~,_dª_p~j.Ç~!!,@§ç. Rorschach teve a idéia de que a interpretação de, manchas de
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Os testes projetivos seguiram de perto o progresso da Gestal- tinta constituía uma prova de personalidade, e não de imaginação.
theorie: Jung é um pouco posterior a von Ehrenfels, Rorschach a De fato, (a organização individual ~-'personalidade gue estrutura a
Wertheimer, Murray a Kurt Lewín. apesar disso, não parecem. ter ,.P~fE~pção ,de tais manch~.
sofrido sua influência direta. A análise, por parte do psicplogo, .de A eXI'eri_~gciado desenho reI'resenta uma terceira.JQDte históri-
figuras ambíguas e ilusões 6tico-geométricas representa, um terreno ca dosteste-s- proJeÜvos. 'Enfre--f92Õ- e "i§jõ',' os-psic~alistas esten-
fértil para a descoberta das "formas" perceptivas e intelectuais .e de dem o atendúí1entõ-às crianças esubstliiiema expressão verbal, ainda
suas leis. A análise,' por parte do testando, de um material ambíguo'
e a exploração ao mesmo tempo livre e sistemática das, possibilidades
de inte!1'retaçãq,
~-;-~--- -~--_.~,.. -:-õfereaêlaspor êStemateriaI, constituíram um modo
afinal preciso de abordagem aos processos da personalidade. ~
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pouco madura nesse tipo de clientela, pelo desenho livre como ins-
trumental para associações livres. Na mesma época, os métodos ativos
conquistam a pedagogia; pregam o desenho e o' relato livres como
meio de expandir a personalidade da criança. Desenhos e relatos livres
rença reside no fato da ambi8_üidade ser utiliza~ no primeiro caso, .~~~
~~~~a~' e~pouco tempo revelam possuir um significado simbºlico1. análogo
Cõmõnreio-aeibordar-as condições externas dapercep'ção e, no se-
,~j~ ;0 'sôiiE:§.s;ou
dos ao do~iº..!Q.~_a~_~euróticos:-O-uso projetivo do
gundo, como meioae aborda_g,~r!tàL~!.1diç~ter.r!as. A psicologia -desenho e do relato se desenvolvem em oposição a uma pedagogia
p~ ampltl!_jLP_~IcQIõgia d~)orma. Interessl:l-~epelas r~IaçÕes do
homem com os outros, ao mesmo tempo que pelas relações do ho-
mem com o seu mundo vivenciado. '
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voltada para a reprodução exata de modelos, em oposição aos testes
, em que os desenhos e relatos são analisados no que tem de impes-
soal, como critério de desenvolvimento intelectual. IQ!.na-se possível
A influência da psicanálise é mais nítida. Esta inaugura a re- um conhecimento do indivíduo, a partir do estilo de suas_Q..l?!'~:Mur-
, volução copernícana definida por Politzer como a passagem da psi- ray, em 1935, nõ's-Estados-uriIdàs;"cfíã'oprimeiro teste inspirado
"' j cologia conjugada na terceira pessoa, à psicologiafonDulada na pri- na técnica do relato livre: o teste de apercepção temática ou T.A.T.
t~ Jp
li, meir~ ~essoa. É sig~ificativo o exem?lo_ de JU?g;. Par~ apsícologia Os testes projetivos que empregam o desenho são mais recentes. Em
~;'JTV, .acadêmíca ou experimentar, a associação de idéias e uma funçao 1949, na Suíça, Koch publica o teste da árvore e Machover, nos
},- mental geral, cujas leis de funcionamento impessoal são procuradas. Estados Unidos, o teste do desenho de uma pessoa.
Em contraste, as associações pedidas pelo psicanalista ao seu cliente,
2. ETIMOLOGIA
entendidas corno livres, são de fato rigorosamente determinadas pela
história do cliente e seus conflitos. Ao ter conhecimento do método
Se o termo projeção, aplicado por Frank a um certo tipo de
!c psica[J~Iítico, Jll,ngelaboIq, em )9041'UIT.IilP~ova 'p~i~oIÓgi~'~-'='s~n-
teste, ganhou terreno em psicologia, isto se deve ao fato dos diversos
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sentidos desta palavra, tais como se encontram no dicionário Robert, sujeito sentindo-as ao nível do aparelho receptor; são "projetadas"
serem todos cabíveis no caso em questão e evocarem suamultidi- sobre o nariz)' e na psicologia (Q_::t._I!!_rp~JAº1_-º_PlitºL
a superStiçã~
mensionalidade, especificídade-e fecundidade. consistem em perceber, no mundo exterior, estados afetivos gue,
O primeiro sentido denota uma ação física, o jato: por exemplo, sendo de fato interiores, são I1IQjeta<19.!..~-º2JJkH_º-;.Freud emprega
o lançamento de projéteis. Lançando mão de uma analogia metafóri- ..•.:,.~ ,
tamoém esteoutro sentido do termo projeção), Um teste projetivo
ca, Freud designou neste sentido, como veremos a seguir, uma ação é como um raio X. Atravessando o interior da personalidade, fixa a
~quica característica da paranóia, a qual con~iste em expulsar da imagem do seu núcleo secreto sobre um revelador (aplicação do
consciência os sentimentos re reensíveis, atribuindo-os a outra pessoa teste), permitindo depois sua leitura fácil, por meio- da ampliação ou
(ver o artigo "Projeção" no Vocabulário da Psicanálise; c. aplan- projeção ampliadora em uma tela (interpretação do protocolo). O
che e Pontalis, 1963 e 1967). Nesse sentido, os testes projetivos fa- que está escondido fica, assim, iluminado; o latente se torna mani-
':9J~çeJ!L~carga, sobre o material apresentadO ao sujeito, de tudo festo; o interior é trazido à superfície; o que há em nós de estável
~'l.I!..~.9_'lll.tis.te~çus~~, __qQ.~_ viyencia em si mesmo como mau, oü e também emaranhado se desvenda,
,ÇO}:.x!º_PQntos vulnerá'(eis. -
O segundo sentidà-'é matemático. Aparece no século XVII, ao O primeiro sentido - de descarga de impulsos e emoções
se organizar a geometria pi:ôjétiva. A projeção estabelece a corres- delimita o nível onde opera o teste projetivo: trata-se, de qualquer
pondência entre um ponto (ou conjunto de pontos) do espaço e u~ modo, de uma psicanálise condensada; a aplicação de um teste desta
ponto (ou conjunto de pontos) de uma reta ou de uma superfície.
Segundo o procedimento consagrado, a projeção pode ser ortogonal,
... natureza significa, em um sentido pleno, pôr à prova o sujeito, ou
seja, fazer o jogo da verdade. O segundo sentido estabelece uma cor-
'·4J-' ,
oblíqua, cônica, cilíndrica, estereográfica. O estudo da perspectiva, a. respondência estrutural entre a personalidade, concebida como o sis-
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confecção pelos arquitetos dos planos e fachadas, ou dos mapas pe- :j-"-~~ ~ tema de condutas próprias. a cada um, e as produções individuais em
los geógrafos, são teoricamente baseados nesse processo. A noção de '.,~~~; uma situação definidapor duas variáveis: uma superfície quase vazia
propriedade projetiva é aqui essencial: as propriedades geométricas (material de teste), que o sujeito deve preencher com suas respostas,
de uma figura são conservadas em qualquer projeção plana da mes- e uma regra de projeção '~obIíqua" (instruções de liberdade orientada
ma figura. A neurologia utilizou desde 10 o esta noção de projeção, do teste); este segundo sentido fundamenta o rigor científico das
P.~~ sinalizar a correspondência ponto':a-ponto ou estrutur .e~re técnicas projetivasJ Quanto ao terceiro sentido, é o veículo das repre-
uma área cerebral e um aparato sensorial ou m~. ~ testes pro-
sentações arcaicas da imagem do corpo, onde o lado de dentro se
Wivos, analogamente, levam o sujeito a produzir um protocolo de.
opõe ao lado de fora, o 'escondido à superfície, o cheio ao perfurado,
respostas de tal modo q.u.ea estrutura do mesmo corresponde à estru-
representações que matcam uma etapa importante na organiza~ão
tura A~..s_g-ª_:-P_~!]-º.nªIidade,_es.tando CQll..s.~ae.ª~sno prittleiroasTa-
racterísticas:....fundam.e.ntID_LQ.€t_.2i.&,unda;· --_.:"------------- precoce da personalidade, representações cujo despertar, no entanto,
Tem origem na º-~, ao final do século XIX, o terceiro sen- devido à situação de teste projetivo, mobiliza medos profundos e
antigos - daí o furor dos detratores desse tipo. de teste, daí a angús-
tido. Partindo de um foco, a projeção luminosa envia raios ou ra-
diações sobre uma superfície. São bem conhecidas as aplicações prá- tia dos virtuais testandosquanto a uma "violação" da personalidade;
ticas do fenômeno: o teatro de sombras (inspirador da KIecksographie daí a obsessão equívoca de certos estudantes de psicologia por apro-
de Kerner, a qual inspirará por sua vez Rorschach em seu teste de priar-se de uma técnica que crêem eles; inconscientemente, lhes per-
manchas de tinta), a projeção fixa de uma imagem sobre uma tela mitiria assenhorear-se da vida interior e secreta de outrem. São
e por fim o cinema. Os escritores do início do século :xx adotaram '~ representações enraizadas na ambivalência do lactante para com sua
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e popularizaram este terceiro sentido. Sua transposição foi rápida na i
I mãe, corno obi~1º bom e mau e em sua ligação simbi6tica com - ela,
psicofisiologia (por exemplo, as sensações olfa1iYas_s_ãº--loç~iz_ªgas "p_~o vivida em té'm10S de uma interpenetração de pensamentos e desejos.
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3. A PROJEÇÃO SEGUNDO FREUD ção: o ódio não é meu; ora, ele existe; portanto, ele pertence
a meus inimigos. Assim, um sentimento de "origem interna é
Freud falou de projeção em dois momentos distintos de sua obra v.iyi9o pelo sujeito como se fosse-ª, consciência de uma per-
e dentro de duas perspectivas bastante diferentes, mas continuando-se cepção externa: "~ão o amo - eu o odeio - porque ele
uma na outra. :ne persegue". ~~sse caso, a expulsão de um
Situa-se a primeira em 1896. Freud acaba de descobrir a psica- ~t~2.ÜQj!!tolerávele·sua rejeição para fora da pessoa. Há. pro-
nálise, embora esteja longe de dominá-Ia e de. apreender seu alcance. jeç~o d.aquilo que não se quer ser.
Sabe que o mecanismo puramente psicológico da repressão explica
Em um segundo estágio, Freud procede a uma ampliação que
05 sintomas histéricos, que a manipulação da resistência e da' trans-
contém o germe das té~nicas projetivas. A projecão e;ntende-sej a'gora,
ferê~cia permitem o tratamento_de, tais. sintomas (cf. os,,<~tu:e;~~
5~mo o ~imples desconhecimento (e não mais a expulsão) por parte
a.,:~~~~~, 1895, em colaboração com Breuer). Este primeiro tipo de
éxpIlcação, fQ.ncernente apenas à ÍQrma dos sintomas, é estendido _do_.sulei.~?de desejos e emoções não aceitos por ele como seus, dos
quais é parcialn,l.~_~~~_ inC:2!!§_çi~!lJ~_Lcujaexistência atribuL.à....r.ealh_
p..QLek iLcada psiconeurose: r:~pressão do CQ.nflitQ..~CQJlversão na his-
teria; ,deslocamento da....clllp-abilidade na obsessão; oegacãoda reali- ~..9.:_externa. Este sentido aparece no último capítulo da Psicopa-
tologia da Vida Quotidiana (1901-1904), intitulado "Crença no Acaso
~, Eor ocasião de um sofrimento profundo; na alucinação;proie- e Superstição": ' -
Ç!to do ódio sobre outra pessoa no caso de um indivíduo humilhado.
Dois artigos sobre as psiconeuroses de .defesa, em 1894 e 1896, e o a) Quando se pede a alguém para dizer arbitrariamente um nome
manuscrito K enviado a Fliess em janeiro de 1896 representam etapas ou um número, constata-se que sua escolha é rigorosamente
nesta busca dos mecanismos de defesa, retomada por Freud em determinada por uma preocupação pessoal. Isto confirma a
1920. "Na paranóia, o repreender-se a si mesmo é reprimido de uma existência de um determínismo-psíquíco. A crença no livre
~eira que se pode descrever como sendO uma projeção: suscitando arbítrio decorre do desconhecimento de motivações incons-
lLm sintoma de defesa o qual consisteern desconfiança em relação a .«-ientes,y..erdadeiras·causas de nossos pen&amentos e atos. Tal
,Q!!!ra pessoa" (1896): ~ __pasil!g~I!! contéin o primeiro emprego explicação, outrora formulada pelo filósofo Spinoza, serviu
SliPic9_do termo projeção •. a Jung como fio condutor e à sua descoberta do primeiro
Freud esclarece e aprofunda tal mecanismo ao comentar um caso teste projetivo - o de associação de palavras.
de paranóia, a autobiografia do presidente ~fgr;;RtS (1911). A pro- b) A superstição também provém de uma projeção. "Eu creio
jeção é assim definida; ''J1ma perceps,ão.t intema~L.repr:imida e, - escreveu Freud - no acaso exterior (real), mas não no
u
~ub~i!:tº<:>::ª,.s~!!...conteúdo,após sofrer ge'ftaddeformaç;.ão, chega à acaso interior (psíquico). O contrário ocorre com o' supersti-
consciê!1cia,sob~ ..Jor.!l1a de ,uma percepção(I" vinda
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do e:(Cterior". A
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cioso... Em primeiro lugar, ele projeta para o lado de fora
paranóia é explicada por um desejo homossexual repnmido e proje- uma motivação que eu procuro do lado de dentro; em segundo
tado. A gênese do delírio de perseguição se processa em três tempos, lugar, interpreta com um acontecimento o acaso que eu re-
segundo Freud: duzo a uma idéia. O que ele considera como oculto corres-
a) "Eu (um homem) o amo (ele, um homem)". Mas o caráter ponde, para mim, ao que é Ínconsciente... É exatamente
homossexual deste amor torna-o intolerável à consciência. .porque o supersticioso nada sabe da motivação de suas pró-
b) O sentimento de amor é, então, transformado em seu con- prias ações acidentais e porque tal motivação procura ser
trário: "Eu não o amo, eu o odeia". A consciência do sujeito, _recon@cida por ele, que o mesmo é, obrigado a deslocá-Ia
porém, não suporta mais experimentar um sentimento hostil. _situando-a no mundo exterior. Q.e fato, penso que, em, gra~
c) "Eu o odeio" torna-se "Ele me odeia (Ou me persegue), o 'parte,a.c.QQç,~PÇ?o mitol_~~a do mundQ .. , lião Ras_~Lde
que justifica o ódio que sinto por ele". Trata-se de uma proje- uma psicolog!~.J)~.~.~!1!~~~obre~o mu!!.t!~~eri.2r· .. "
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Este texto indica a filiação dos dois sentidos da palavra projeção se apresentam à sua consciência. Por outro lado, dispõe de um tempo
e coloca a essência da projeção no deslocamento. O mecanismo de indefinido à sua frente: se a duração das sessões é a mesma, o nú-
deslocamento tinha sido descoberto porFreü"dcriirante a análise de mero de sessões não é fixado de antemão.
seus próprios sonhos: um personagem, indiferente na vida real, apa- O indivíduo submetido a um teste projetivo se encontra em situa-
rece em sonho como o substituto de outro personagem, semelhante ção análoga de liberdade, mas não de duração, e isto acarreta duas
ao primeiro quanto a um ponto (nome, estatura, profissão, etc.), mas
Qiferencas suplementares: a' introdução de um material prévio e a
em relação ao qual existem sentimentos muito vivos cuja natureza é
de um inquérito posterior,
inadmissível para a consciência. A projeção conserva o conteúdo do
sentimento inconsciente, deslocando o ,objeto de tal sentimento. O O testando está, de fato, livrepara responder. Sobretudo quando
fundamento último da projeção se encontra na tendência ao antro- o sujeito acaba de realizar, testes de aptidão, as instruções do teste
pomorfismo, natural ao ser humano, e na característica própria ao projetivo muitas ~ezes insiste"in na diferença quanto aos primeiros,
inconsciente de se expressar para fora sobre os seres humanos e as cyjo material tem uma estrutura latente de natureza cognitiva a 'ser
coisas. A projeção é um processo psíquico "primário", da mesma ",,,i ~scoberta' pelo sujeito, havendo uma boa resposta - .~..geralmente
forma que a realização alucinatória do desejo no sonho, ou a trans- a.eenas uma.
ferência psicanalítica. Os processos psíquicos primários obedecem ao '\ No teste projetivo, ao contrário, o indivíduo fica livre para dizer
princípio do prazer; visam a instaurar a identidade das percepções: ou fazer o gue quiser, a partir do material apresentado e, do tipo
de tal modo, 'o aparelho psíquico busca reencontrar o mesmo objeto ~dades que lhe é proposto. Não há '-':' segundo ,lhe é dito -
ao qual sua satisfação se associara uma primeira vez (princípio do
~.?~.~
__
.~ más respostas predetermin~as: boa, § a primeira idéia que
prazer). Por outro lado, os processos psíquicos ditos secundários
.1Jl~_QçQD:e.Como na psicanálise, vale aquilo que espontaneamente
tendem à identidade de pensamentos e palavras (princípios de iden- .... "
vem à consciência. Durante muito tempo, afirmou-se um tanto apres-
tidade e realidade) e fundam o pensamento e a conduta racionais: "'I
O cliente, ao empreender uma cura psicanalítica, é convidado a de todo o seu tempo. Liberdade de expressão e liberdade de tempo
falar livremente. Não há tema desencadeante, nenhuma diretriz lhe .Ç.onstituem,_p..o.rtanto,os dois princípios' éomuns ao tratamento, psíca-
é dada; comunica idéias, impressões, sentimentos, à medida que' estes .naF.t~<?~_~_~Iili.caçãode testes projet!~os. Os dois princípios, no en-
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tanto, particularizam-se diferentemente. No caso do teste projetívo; tomar conta dele. O examinador adota, a atitude de neutralidadeín-
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tudoacontece em uma sessão (ou em um número muito pequeno de i dulgente, característica do psicanalista; estabelece-se entre o exami-
sessões). As "associações livres" do sujeito devem, assim, ser, provo- nador e o examinando uma relação transferencial mais ou menos ma-
cadas. Do-;de decorre a necessida9.~_.4e lhe apresentar ~ mate~al nifesta* e mais ou menos breve que, conformeseja positiva ou negati-
d~cadeador de tais associações. O material é o mais possível infor- va, estimula a produção do sujeito ou seus bloqueios e subentende o
me ou alliliígUõ:- mãiiCliãSde tinta, gravuras vagas, desenhos esbo- conteúdo de certas respostas. Em relação ao tratamento psicanalítico,
çados, palavras multívocas. As instruções subordinam o sujeito à sua a diferença reside no fato do material proposto ao sujeito constituir
própria vontade: desenhar uma árvore, um personagem, como quiser; um anteparo entre o testando e o aplicador.
organizar cartões coloridos ou peças de um' jogo de construção, como
O sujeito revela, apenas indiretamente, seu desejo ao psicólogo;
quiser; escolher, entre fotografias, as que lhe agradam e as que lhe
fala-lhe por meio da sua elaboração do material apresentado. O tes-
desagradam.
tando está mais livre, no referente à transferência, do que o cliente em
Há igualmente a necessidade de proceder a um inquérito uma
análise: envolve-se rápido, intensamente, mas por pouco tempo; sen-
vez terminado o teste, a fim de apreender, ao vivo, a dinâmica psí-
te-se mais seguro por poder se desligar, logo que a prova termine.
quica pessoal que levou o indivíduo a fornecer as respostas tais como
Aliás, é melhor que assim seja. Uma transferência estabelecida em
acabou de apresentar.
termos maciços e duradouros, sem um trabalho consecutivo capaz de
A semelhança da situação psicanalítica as instruções,proporcio-
elucidá-Ia, seria inutilizável, embaraçosa, talvez mesmo prejudicial para
nando a maior liberdade à pessoa, ao mesmo tempo representam para o interessado. A não ser em casos excepcionais, quando o próprio
ela uma restrição. É condenada a ser livre, isto é, a revelar-se. Que psicoterapeuta aplica um teste projetivo antes de iniciar a psicoterapia,
significa ser livre, senão ser externamente livre para realizar seus de- o examinador deixa -implícito para o sujeito que não cuidará dele
sejos? No sujeito, porém, esta perspectiva mobiliza simultaneamente seguidamente, e isto introduz a: frustração de desejos despertados no
a angústia diante da emergência de desejos internamente' proibidos, ã indivíduo, por outro lado, pela liberdade da situação.
vertigem frente ao" campo' dos possíve'is,o medo da liberdade. O
Deve-se observar outra diferença entre os' métodos psicanalítico
caráter restritivo da situação é expresso na psicanálise por duas regras
e projetivo. O cliente em geral fica deitado, enquanto o testando em
j~S( a regra da não-omissão (o'sujeito se engaja na ten-
geral fica sentado", A regressão psíquica ligada à posição do corpo
t.aíLUe não triar voluntariamente o material psíquico que lhe vem
no espaço é, assim, mais profunda na psicanálise. Esta diferença rela-
.à--mente); e a regra da abstinênchr (engaJa.:.se na Ú~ntativa dedeClarTI
ªº- psicanali;aseus desejps,' sem procurar realizá-Ias' comele); As tiva ao espaço
duração; convida-se
coloca uma situação
o testando
análoga
para um rápido
à diferença
mergulho
relativa
no incons-
à
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• • 1,(
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ç~!p'!.Ee~l2..ç9,ª-çadQ.antes de, enconJmr.:JiJJ,a...llllidadeJlar-
,~l9.:1.t~J;!.l.~,~<",gç, ção do mundo como equivalente do ego o:u. .de uma parte do ego.
9sica., quando ...do.. eSJªgw-Aº_~§p.~lho, cQIQ.o reconhecimento nela Situa ~ P!ºj~~º-como um retorno do reQ.~imidoao exterior: .decor-
Sr1~~1l da imagem ,especulªL_~.QPJ..º_._senq.QJ.!.l.ª, cqincidentecom~
,,--,---
J~nc:kLJie.ss3_.COlQlclÇão
-"- ----------
uma [esolução do conflit~psiqwco a serviço
m:.ig~lr-ª_l--ª-~L@.....J!.qg!§i.ç_ão
de palavras. ~deseios emergentes_na do príacípio.do.prazer, .C.Qmd,esinvestimento Rarcial da realidade pelo
~ç.l! __ são.por ela 10caUzados (i.s.t.9_f,~:'Fr.ojetados?,~)._em~1'~~.~~ __~0 s~ª-perceP.Ǫ-9.:cog§s:iência e inYestimento._daJn.e..~a-p_elo incons~ ~~
~~~JI!Q,.J;(ªJlsJºI.JP.llçL~§..~.~~_!:~~giÕ~_s_,_cl~~J?!E~,b-..+~9.I,llls
er6genas. çj~I!t.e.~Dessaforma, _ª--PI-o.j.e.çã..Q
seria 1illLRI9..c~.Q..JlQmiª-1
•....
~s..wnind,~
o espaço do sol1ho, o da alucinacão ou do delírio são, aliás, repre- uma função P-timitiva do aparelho psí~:,resolvero conflito entre ~
~eI!tações do corpo disreificado,' ou seja,formas, arcaicas da imagem .o~...a .reaJj?ade-produzind<LUma_ide.n.tidaded~:.pe:cep'~,>e.m l~gar ~
,!kLcotpo,-anteriores ao doniínio da linguagem sintática. fup. testes do d~.J!.J.lliL~dade de pensamentQ...,Nos Estados, Unidos, as.pesquisas
tipo em questão, a regressão é profunJ.ill., faz' com que o testando de Fisher e...:peyeJand (1.958, 1970) puseram em evidência, no teste
~os problemas de diferenciação do exterior' e do interior •..da de Rorscha~h, ~s variáveis essenciais sob esse ponto de vista, a
,mãe e do filho, do objeto e do sujeito. Desse modo, as manchasAe '~netração" e a "barreira,", isto' é, a caRacidadeda superfície do
tirita do Rorschach evocam, para o'testando, ora objetos externos, ora: ~orpo - tal como sentida pelo sujeito de reter o que ela contém
~ interior do corpo. Donde ,a importância, do reconhecimento do' per- no interior e de resistir às intrusões vindas dc.extedor. As duas va-
9 ,~Qnªgem,J!.umtlDO de corpo inteiro, na prancha III pelo testan~; riáveis foram integradas ao, teste de Holtzman*. As.pesquísas sohr.e a.
1~\.0\ ~ as representações do corpo despedaçado; favoreci das pelas iggg.em corporal DOS-testes..pruj.etivQS....c.ons.tituem.atllalmeme-um-setoI:--
íj'l ~chas VII,. IX e Xi donde a importâ~c~ado eixo central de sime- m.teressante e promissor (cf. pp. 279 e 283).
~,. :.j0~tgano obsessIvo, ~ das respostas de poslçao e de "boca", ou "roche-
'rc.)~Qj' dos" (substitutos do seio do es uizofrênico.' A dupla dimensão, cor- 5. OS DIVERSOS, TIPOS DE PROJEÇAO -
~'~rrf:.) por undamental - verticalidade e lateralidade-:- está também em
, jogo nos testes em que se pede ao sujeito-para preencher uma folha E; necessário esclarecer como se diferenciam expressão e proje-
~ Q desenho livre. o relato livre. o jogo dramático improvisado
de papel vazia com o desenho de uma figura humana, ou de' um
;~~: "expressam" evidentemente a personalidade daquele que os pratica. A
substituto simb6lico da m,esma árvore, casa - ou corri simples ra-
~,
"::, biscos. Encontra-se igualmente tal dimensão característica da imagem exteriorização desencadeada por esses processos pode teruma virtude
corporal no teste da aldeia, na construção desta, na repartição das terapêutica (como 'as associações livres do sujeito em psicanálise),
i'. peças em meio ao espaço livre, na posição da aldeia em relação aos ou pedagógica (como os métodos ativos deensino),~u estética (esboço
i. de uma obra de arte) . .Não se poderia. porém, classificá-lés como,
eixos de, simetria da mesa quadrada" sobre a .qual ela é edificada' pelo
~' sujeito.' , , ",,' ' "', '" ,,',,'," teste, pois este sURõe uma sitllação...pacl1:onizadapara o sujeito e uma
~. ':",.' ,,--
~'
rl'
ç,~:~~
'"~.''; ';~'-~'~~~!,;:S~:'~~i:')j~:'~~<~,
~~;,~ ;~;.:~~;:j/~L~{},~:~~l'''~·:j~c.,o",
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29
~o avaliativa, P9~arte do psicÓlogo. Bellak e Syp:ton~s (in dramáticos, os desenhos ou relatos livres, a .serem completados, as
I~\ Abt e Bellak, 1950) ~~nLa distinção de: interpretações dequadros, de fotografias ou de, documentos diversos.
ã Cj ~ - técnicas expressivas, nas quais o sujeito fica inteiramente livre, De acordo com as distinções de Ombredane, _QJ11jeitQ pode neles
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!.s~J<i5 tanto do ponto de vista das instruções, quanto do material proposto;
técnicas projetívas, em que as respostas são livres, mas sendo
o material definido e padronizado;
prºi.~ill:.-º_que ª-c.r~º,li~L~er,,o~qy.e-z-ostari<!:.
O.q1l(LºLQutros...sfuLQtLd~v.e.Iliml __
de ser, ~que recusa ser,
ser.em reíacão a ele, Por essa via,
somos essencialmente informados sobre as redes de motivações do-
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:2,;1, ..,.- finalmente, testes pslcométricos, onde uma sé .resposta é cor-
.BL' reta ..e o material requer uma precisão ri~9rosa.' formando à categoria
~ (,r das técnicas de adaptação. ,,' .
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minantes, presenteLno indivíduo, sobre. seus mecanismos de defesa,
sobre os processos..,.p,OLCaltell denominados ""~9..ig!~!êã-:,~=ego:1:t\
mar em e lDcert zae de -erro refere--se ·dessas..:mQ·v - e_
r~- - Ombredane (1952) distinguiu diversas formas de projeção atuan- ~~vetSil.~::_§,&g$it.§.Jô~ij.<!mas_habi.tvais';OM.·.·raras':7kijJt:;.§~i0~ _.
tes nos testes projetivos, o c
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,~~ defesa, mO~entos-çbaye§.(ia_m~tótiª,_ºe--,::-~~a., Tais são os jogos _ "',Yisãodo lP1.mc,l~_(N.T.). ~~' o..pu0-"";'_.-j"". ~)
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6. ~BUSCADE,UMA INTERPRETAÇÃO do "juramento"), conduta original frente à situação do teste. A cí-
PSICOLING-otSTICA DOS TESTES PROJETIVOS nestesía, no Rorschach, operaria a substituição de um paradigma por
um sintagma, preenchendo a função poética da linguagem, como de-
Os lingüistas (Saussure, Jakobson): distinguem dois eixos. da lin- ( nominada por Jakobson'!M'';''
guagem: ~ão-.p.aradigmática (o código) e a função sintagmática Um paradigma é banal se for evocado muito freqUentemente
(a mensage.m).~ppmeira é uma função de seleção e de substituição;;:{ tanto no Rorschach*, quanto no vocabulário usual de uma língua.
~aDçã'; p'ermite escolher um ten:!lQ-1!Q:..
estoqt!e lexical, ÇQJl::....__..>,rr rP .: F é F + se simbolizar "corretamente"o referente.
~cto--ºs termos com sentidos.opostos ~_P!"Q~OS:-A ~ , \ .' O material do T.AT. é mais estruturado do que o do Rorschach.
l!!Dà ~ãQ de ;fombinaçM.JLoJ:gaJl.l7dli~2..)a_~ensa.gem;·~gesenvol,;e ~~rI""-, As imagens contém elementos, em geral personagens, imediatamente
Q...,.-cc.ontinuum"falado_"em,_~_l}.a
dimensão temporal; estabelece acontp:o I.' perceptíveis pela quase totalidade dos sujeitos. .Assim, na prancha I,
_~~~d_çUIQs..t!:!m-º.L~mm!tQ..as.r,egras_q~_ç.9m1?~bilidadeslingüísticas. ~' todos vêem um menino e um violino. Apenas os psicóticos constituem
Devem-se a R. .Gori (cf, Gori e Beauvais, 1969-1971; Gari e ~o 00 .' .' exceção. Suas percepções falsas r,evelam uma alteração da função
., Poinso, 1970-1971) as observações seguint~s:.., .. ~<P-1'6-l»-<- '. Ot-~~oparadigmática - confundem osp~gmase, desse modo, chegam a
" No test}L9,e Rorschach, a tarefa do sujeito e essencialmente pa- ~ ':J}Jót
..• ver ~a prancha I, em ~e.z de um VIOlinO,um revólver com o qual o
J ;'.i.-'1"adigmátic~~dve descodificar .um material ~~trutU~ado, faie~surgir ~~" memno ~caba ~e se sUICIdar.. . ..
.•:::.\ um paradigma do estoque lexícal. Se o sujeito diz "Eu vejo uma f'- '. As lDstru~o T A T insístem.na.tareía slDtagmáqça: ~ os
~Ifo. borboleta",não se trata propriamente de uma mensagem combinando elementOs lexicais dados em cada imagem, o sujeito é convidildõa
termos diferentes. "Eu vejo" é somente uma modalidade de apresen- compor uma história, ou seja, a estrururar uma mensag~m.. A ibter-:.
.",.~,'tação. Apenas "borboleta" constitui a resposta, sendo aproveitada e ~ãÇãº-_çlº_ T.h.!J'=aa:::-êmas.e_~bQ, enquanto enuncia a ação· do
J:':~tn classificada como tal. À exceção dos comentários .;.;...;..modalidades' de .@rói.., Contraria.nJ.ente aos do Rorschach, aliás, os corpus do T,A. T.
~1.iP'1- enunciação estranhas à natureza da prova -' , as respostas ao teste são, compreendem não-ªpenas palavras lexicaiS-(.sub~~a.n:ti-~---.adiefu.o.s.,
..:'~~'_ geralmente, termos do léxico (substantivos, adjetivos). Encontra-se,~os abundantes), como também cQ!IlPonentes gramaticais. ~~ns
p.,t no teste,a dístínção dos termos animados e inanimados, costumeira ~~!LCOSdo T.AT. chegam mesmQ a ba~ear nestes últimos seq. sistema
na análise semântica. Uma exceção 'Se refere às respostas Gou'. K ~nterpretação. (fi, ",,'" AT -;:3
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secundárias. Observe-se a resposta: "Um homem e uma mulher que .. As personalidades neuróticas são reconhecidas principalmente
jur~ perante um altar" .. E uma resposta sintagmáticf~mb~~, ~~~c.Or pela alteração da f~nção .s~ntagmática: ~!P1tsJlúltiQ!Qs, ausência de
naçao de elementos, relacionamento entre personagens. Mas a, di- ,. 'i"-tl.( L desfeçho, estruturaçao deficiente do relato.
~ens~o s!J.l2:~~~;a.:stá, ,eOl~~guIÍdoplano, 9a.Er~~~.ess.e~ ·r ~ Ü;;:'estudo-sistemático dos ..test~sprojetivos, posicionad~ na
cial .e ..a~~~~(),~ifIca9a9,<:JQS, d.Iversos element6s.r·~1~ó~"'var decIdITperspectiva da psicolingüística; prenuncia-se como interessante, .con-
sobre a, natureza (determinante) e a qualidade (mais ou menos) da forme testemunha o Simpósio sobre Psicolíngdísdca e Téenícas Pro-
resposta. O' valor da' resposta. é função do paradigma encon jetivas, realizado em Estrasburgo em 1968 e publicado em 1969. A
trado; a localização é um ~eferente, uma ,coisa que constitui ta- questão é completada por dois artigos posteriores de A Bolzínger
refa do sujeito denominá As r~spostas G ou K s~lln~árias denotam (1972-1973).
muito justamente, por 'parte" do sujeito, uma energia intelectual -e
afetiva de nível "superior": apesar da astruturação do material, COIl-
• .No Brasil a linguagem técnica do Rorschachemprega ora o termo "banal",
segue não só descodificar elementos (um homemv.uma mulher, um ora o termo "vulgar" para designar as respostas que são vistas com freqüên-
altar) - tarefa ordinária requerida pelas instruções de realização do cia máxima por determinada população. Nesta tradução, adotou-se "vulgar" ou
teste - mas também produzir uma mensagem (organizada em tomo "V", como termo corrente (N.T,).
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o leitor encontrará. em seguida outras indicações nesse sentido
sobre o teste de Jung (p. 42), sobre o Rorschach (pp. 54 e 119-122),
sobreo T.A.T. (pp. 152-153) e sobre o teste da aldeia (p. 202).
CÂPITULO 2 o TESTE
BIBLIOGRAFIA DE JUNG
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