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Psicologia B – Relações Precoces

Tipos de vinculação
Teoria da vinculação – a vinculaçã o é a necessidade de criar e manter
relaçõ es de proximidade e afetividade com os outros, de o bebé se apegar a
outros seres humanos (figuras de vinculaçã o) para assegurar proteçã o e
segurança.

- manifesta-se pela necessidade de criar laços ; apego (attachment – Bowlby)


e de contatos físicos (Harlow)

- a proximidade física do cuidador/figura maternante é uma necessidade


inata, primá ria, essencial ao desenvolvimento mental do ser humano e ao
desenvolvimento da sociabilidade.

1. Vinculação segura (a única com carácter adaptativo)


(articular com o conceito de mãe-continente/Bion)

Comportamentos do bebé / criança face ao cuidador


 Reage positivamente à sua aproximação;
 Procura a proximidade e mantém o contacto com ele;
 Envolve-se em interações à distância;
 Acalma-se na sua presença;
 Sossega facilmente após encontro com ele;
 Usa-o como uma base segura para a exploração;
 Prefere a sua companhia à de um estranho.

Comportamentos do cuidador
 Responde às necessidades da criança de modo caloroso, sensível e fiável;
 Reage de forma continente às manifestações da criança;
 Está disponível física e emocionalmente;
 Tem prazer na interação com o bebé.

Expectativas que o bebé desenvolve:


 Posso acreditar e confiar nos outros;
 Sou digno de ser amado, sou capaz e tenho valor;
 O meu mundo é seguro.

2. Vinculação evitante (ausente)


(articular com o conceito de “mãe que não se liga ao bebé”)

Comportamentos do bebé / criança face ao cuidador


 Quase não reage à separação do cuidador; revela indiferença à separação e ao
regresso da “mãe”;
 Não festeja o regresso do cuidador após o encontro, ignora-o ou evita-o;
 Não procura a proximidade ou manutenção do contacto com o cuidador.

Comportamentos do cuidador
 Tende a ser indisponível, não recetivo ou rejeitante.

Expectativas que o bebé desenvolve:


 Os outros não estão disponíveis e rejeitam-me;
 Tenho de me proteger;
 Se ocultar as minhas necessidades, não serei rejeitado;
 Se fizer o que esperam de mim, não serei rejeitado;
 Se cuidar dos outros e negar as minhas necessidades, serei amado.

3. Vinculação insegura (vinculação


ambivalente/resistente)
(articular com o conceito de “mãe ansiosa e angustiada” – superproteção – falta de

autonomia)

Comportamentos do bebé / criança face ao cuidador


 Fica perturbado ou inquieto, se é separado do cuidador;
 Difícil de acalmar após o encontro, pode ficar zangado;
 Tem dificuldade em explorar o meio circundante;
 Mostra desequilíbrio nos comportamentos (hesita entre
afastamento/aproximação)

Comportamentos do cuidador
 Tende a responder às necessidades do bebé de modo inconsistente ou
imprevisível.

Expectativas que o bebé desenvolve:


 Os outros são imprevisíveis: ora amorosos e protetores, ora hostis e rejeitantes;
 Não sei o que esperar – fico ansioso e zangado;
 Não posso explorar – posso perder uma oportunidade de receber afeto;
 Se conseguir perceber os outros e levá-los a responder-me, terei as minhas
necessidades satisfeitas.

Há ainda um 4º tipo de vinculação, a vinculação desorganizada defendida pela


psicóloga americana Mary Main.
Esta vinculação consiste na manifestação de comportamentos patológicos, por
exemplo, as crianças rejeitam o contacto físico e quando estão perto da mãe não
olham para ela. Ocorre principalmente em crianças abusadas ou filhas de pais
abusados.

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