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Praticamente todas as indústrias possuem profissionais ou uma área inteira dedicada a aplicar
o Lean – ou produção enxuta – no chão de fábrica. A produção enxuta é baseada no
pressuposto de que os processos de fabricação são operados de forma capaz e previsível. O
contrário de produção enxuta é a produção tradicional em massa – onde primeiro o item é
produzido, para em seguida ser inspecionado para remoção de produtos não conformes.
Em função da busca pela produção enxuta por grande parte das indústrias, é comum
escutarmos bastante sobre capacidade e performance de processo, bem como seus principais
índices: Cp, Cpk, Pp e Ppk. Afinal, se não estamos medindo tudo o que produzimos, como
podemos garantir que estamos trabalhando dentro das especificações?
Muito mais que calcular esses índices para apresentá-los em relatórios para os seus clientes, é
importante entender o significado de cada um e a relação entre eles. Vamos lá?
Índices de capacidade
Índices de performance
Por que não usar o desvio padrão global para o cálculos dos Limites de
Controle?, o desvio padrão de curto prazo σ tende a ser menor que o
desvio padrão de longo prazo (ou global) s. Pois o segundo irá detectar
variações globais que podem estar relacionadas a lotes de matéria prima,
variação entre turnos, mudanças em equipamentos, etc.
Exemplos práticos
Caso 1
No caso 1 temos os quatro índices com valores bem semelhantes,
podemos dizer que o processo é previsível e centralizado. Porém, todos
eles são menores do que 1, assim sabemos que esse processo entrega
muitos produtos fora de especificação.
Caso 2
Caso 3
Ppk e Pp
O que é qualidade?
A qualidade é relativa. O que é qualidade para uma pessoa pode ser falta de qualidade para
outra.
"G. Weinberg"
Imagine que se deseja adquirir uma camisa para uma ocasião importante. Se o preço do
produto é muito além das expectativas, este se torna um impedimento para a compra. Então
o preço inconveniente passa a ser encarado como um defeito!
Nesse caso, se a decisão pela compra é feita quando não se encontra defeitos, logo se pode
admitir que a camisa possui QUALIDADE! O conceito de qualidade pode então ser definido
como “Ausência de defeitos”.
Supondo que se esteja diante de produtos alternativos, como escolher o melhor? Esse
problema de julgamento acontece com qualquer pessoa cotidianamente, quando se
consomem itens como roupas, música, comida ou filmes. Mas curiosamente, apesar da
freqüência com que avaliamos os objetos à nossa volta, é muito difícil obter consenso a
respeito da qualidade de um produto. Isso se traduz, por exemplo, no fato de existir uma
profusão de marcas de eletrodomésticos e haver clientes felizes adquirindo aparelhos de
marcas diferentes.
Uma escolha torna-se mais clara quando se estabelecem critérios que sirvam para julgar um
produto. Em algumas situações, tais critérios são relativamente simples de identificar e
estabelecer. Por exemplo: em domínios como engenharia elétrica ou mecânica, as
informações necessárias são obtidas em função da finalidade a que se destina um
determinado produto. Para dispositivos simples, como um fusível ou uma engrenagem, não é
difícil enumerar algumas características que provavelmente são relevantes: ponto de fusão,
condutância térmica, resistência a cisalhamento ou dimensões físicas.
Isto nos leva à famosa definição de Crosby [1992]: "A qualidade é conformidade aos
requisitos". Essa definição é interessante, pois deixa explícito o fato de que é preciso um
ponto de referência para julgar um produto. Traz embutida a idéia de como efetuar esse
julgamento e, por fim, mostra como o processo todo pode ser documentado, analisado e os
resultados transmitidos a outras pessoas.
Fonte:
doutorcep@datalyzer.com.br
Finalizando nossa série sobre os índices estatísticos, falaremos neste mês sobre os Índices
de Performance Pp e Ppk.
Até 1991, essa pergunta não tinha uma resposta exata. Para eliminar essa confusão, a ASQC
- American Society for Quality Control (Sociedade Americana de Controle da Qualidade)
publicou naquele ano "o manual fundamental de referência do Controle Estatístico de
Processo".
O que está definido no manual publicado pela ASQC é que os índices de capacidade do
processo utilizam o desvio-padrão estimado e os índices de performance utilizam o desvio-
padrão calculado sobre os valores individuais do processo.
Pp
Desempenho: Intervalo de tolerância dividido pelo desempenho do processo;
Desconsidera a centralização do processo;
Não é sensível aos deslocamentos (causas especiais) dos dados;
Quanto maior o índice, menos provável que o processo esteja fora das
especificações;
Um processo com uma curva estreita (um Pp elevado) pode não estar de acordo com
as necessidades do cliente se não for centrado dentro das especificações.
Cálculo do índice
Ppk
Indica quão próxima a média está do valor alvo do processo;
É o ajuste do índice Pp para uma distribuição não-centrada entre os limites de
especificação;
É sensível aos deslocamentos (causas especiais) dos dados;
Cálculo do índice
Os índices de Performance do processo utilizam o Desvio-padrão calculado (clique aqui
para aprender a calculá-lo).
Considerando os dados utilizados no informativo do mês de agosto de 2006 (clique aqui para
acessá-lo), temos:
Agora que já vimos como calcular os índices, vamos ver em gráficos quais os seus
significados.
Sabemos que quanto mais estreita a curva da distribuição, menor a variação e maiores os
valores dos índices Pp e Ppk. Sabemos ainda que quanto maior o valor de Pp e Ppk, melhor é
o status do processo.
Considerando essa afirmação, vamos entender em quais ocasiões temos valores altos e
baixos para esses dois índices.
Pp baixo
Causa: variação maior que a faixa dos limites de especificação
Ppk baixo
Causa: a distribuição está centrada, mas há uma variação maior que a faixa dos limites de
especificação
Processo: incapaz
Pp bom
Causa: variação menor que a faixa dos limites de especificação
Ppk bom
Causa a distribuição está centrada e há uma variação menor que a faixa dos limites de
especificação
Processo: satisfatório
Pp alto
Causa: baixa variação em relação à faixa dos limites de especificação
Ppk alto
Causa a distribuição está centrada e há uma baixa variação em relação à faixa dos limites
de especificação
Processo: capaz
Nos três exemplos anteriores, os índices Pp e Ppk receberam os mesmos conceitos, mas nem
sempre isso ocorre.
Veja no próximo exemplo em que há um processo com uma variação bem pequena, que
gera um Pp ótimo e também geraria um Ppk com valor alto, mas a distribuição não está
centrada entre os limites de especificação.
Pp alto
Causa: baixa variação em relação à faixa dos limites de especificação
Ppk baixo
Causa há uma baixa variação em relação à faixa dos limites de especificação, mas a
distribuição não está centrada
Processo: incapaz
Como já vimos no mês passado, um processo, para ser capaz, necessita de centralização
entre os limites de especificação e baixa variação.
Taxa de
tolerância (a
largura dos
limites de
Cp, Pp O processo está centrado entre os limites de especificação especificação)
à variação
atual
(tolerância do
processo)
Cpk, Ppk O processo não está centrado entre os limites de especificação, mas cai sobre Taxa de
ou entre eles tolerância (a
largura dos
limites de
especificação)
à variação
atual,
considerando a
média do
processo
relativa ao
ponto médio
das
especificações.
Fonte: