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As casas térreas e assobradadas são todas de “gosto antigo e muito
danificadas”. Ao percorrer a Rua da Matriz, “a principal da cidade, larga e
arborizada”, descreve a cidade como sendo “feia, triste e decadente”. Sem a
presença da fábrica de tecidos “ela seria um amontoado de ruínas”,
justificando seu estado “pelas perdas e torturas por que passou com a
entrada das forças legais e dos revoltosos. Importantes casas comerciais
ficaram completamente destruídas, existindo apenas hoje, os seus vastos
armazéns vazios, com a carcaça das armações deterioradas por incríveis
danificações. Contaram-me fatos horrorosos, cenas canibais, que por
patriotismo não menciono”.
Comenta a ausência de teatros, mercados, esgoto e água canalizada.
“A população é abastecida pela água conduzida em pipas de duas fontes:
do Emiliano e do Manoel da Costa, pagando-se por barril 60 réis”. Em
relação aos habitantes que “flutuavam” em torno das ruas, descreve a
população masculina como sendo “dividida em três categorias: operários e
comerciantes pescadores e vagabundos. Estes últimos são compostos de
indivíduos casados ou amasiados, cujas mulheres ou amantes trabalham na
fábrica, enquanto eles vivem a “flanar” pelas ruas e aglomeram-se nas
vendas a provocar distúrbios, que são freqüentes”.
Ainda traumatizados pelos atos de vandalismo que varreu a cidade
pelos revoltosos, e em seguida pelas forças legalistas que justificaram sua
violência acreditando que com aqueles, teriam sido coniventes; seus
habitantes estavam naquele momento entregues a própria sorte, tornando-se
uma cidade segregada. Mostrando-se intolerante com esse estado de
declínio emocional e econômico, Moreira Pinto registra: “em geral, pode-se
dizer que a população não só da cidade como do município, é
excessivamente indolente”.
A MATRIZ
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FÁBRICA DE TECIDOS