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FACULDADE DE DIREITO DA

UNIVERSIDADE DE LISBOA
DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

Regente: Prof. Doutora Maria Luísa Duarte


Colaboradores: Mestre Cecília Anacoreta Correia; Dr. Tiago Antunes
2.º Ano – Turma B (2012/2013 – 2.º Semestre)
Época específica (16 de setembro de 2013)

I
A. Que tipo de relacionamento institucional se estabelece entre o Parlamento
Europeu e a Comissão? Exemplifique.

B. Pode um cidadão português reagir junto do TJUE contra o Estado português com
fundamento na não transposição atempada de uma diretiva, facto que lhe está a
provocar avultados prejuízos económicos? E junto dos tribunais nacionais? Em
que termos?

II
Desenvolva o seguinte tema:
“Cláusulas para o futuro” e aggiornamento [atualização] do método comunitário.

__________
Observações:
1. Duração: 2 horas. 2. Só é permitida a consulta de textos normativos e
jurisprudenciais não anotados. 3. Cotação: Grupo I, 10 valores, cinco valores
por cada resposta; Grupo II, 9 valores; Correção linguística e clareza de
exposição das ideias: 1 valor.
FACULDADE DE DIREITO DA
UNIVERSIDADE DE LISBOA

DIREITO DA UNIÃO EUROPEIA

Regente: Prof. Doutora Maria Luísa Duarte


Colaboradores: Mestre Cecília Anacoreta Correia; Dr. Tiago Antunes
2.º Ano – Turma B (2012/2013 – 2.º Semestre)
Época específica (16 de setembro de 2013)

Tópicos de correção

I
A. A Comissão é politicamente responsável perante o Parlamento Europeu [17.º, n.º
8 TUE]. No essencial, trata-se de uma relação de controlo. Isso espelha-se em
vários momentos / aspetos: no processo de designação dos titulares da Comissão
(do Presidente da Comissão, primeiro [14.º, n.º 1 e 17.º, n.º 7, 1.º § TUE]; e dos
Comissários, depois [17.º, n.º 7, 2.º e 3.º §§ TUE]); na colocação de perguntas
[230.º, n.º 2 TFUE]; na realização de debates [sobre o estado da União, por ex.];
na apreciação de relatórios [233.º e 249.º, n.º 2 TFUE]; na realização de
comissões parlamentares de inquérito [226.º TFUE]; na possibilidade de
aprovação de uma moção de censura à Comissão, provocando a sua queda [17.º,
n.º 8 TUE + 234.º TFUE] (referir episódio ocorrido com a Comissão Jacques
Santer).

B. No TJUE: não (o recurso por omissão apenas diz respeito a omissões das
instituições europeias [265.º TFUE] / os cidadãos não têm acesso direto ao
processo por incumprimento [258.º a 260.º TFUE] / a responsabilidade civil dos
Estados-Membros por violação do DUE afere-se nos tribunais nacionais);
alternativa: queixa à Comissão, solicitando o desencadear de um processo por
incumprimento [258.º TFUE]. Nos tribunais nacionais: sim (eventualmente, se
existirem dúvidas quanto à interpretação ou validade da diretiva, com a
possibilidade de questões prejudiciais [267.º TFUE]), designadamente através de
um pedido ressarcitório, ao abrigo da responsabilidade civil dos Estados-
Membros por violação do DUE (jurisprudência Francovich).

II

“Cláusulas para o futuro”:

 Processo de revisão simplificada dos Tratados

48.º, n.º 6 TUE. Discutir sentido e utilidade deste mecanismo.

 Cláusulas-passarela

48.º, n.º 7 TUE (cláusula-passarela geral) + cláusulas passarela especiais, ao


longo dos Tratados (ex.: 31.º, n.º 3 TUE)
A cláusula-passarela geral permite transitar da unanimidade para a maioria
qualificada ou de um processo legislativo especial (em que o legislador seja o
Conselho) para um processo legislativo ordinário. Discutir sentido e utilidade
deste mecanismo.

 Cooperação reforçada

20.º TUE + 326.º ss. TFUE. Discutir sentido e utilidade deste mecanismo.

 Cooperação estruturada permanente

42.º, n.º 6 + 46.º TUE. Discutir sentido e utilidade deste mecanismo.


Elementos de valorização especial da resposta:
 Razões plausíveis que justifiquem a necessidade de um aggiornamento do
método comunitário.
 Domínios em que a necessidade de aggiornamento mais se faz sentir.
 Qual o sentido desse aggiornamento (mais integracionista? mais
intergovernamental? / maior destaque e preponderância para quais
instituições?) e respetivas implicações quanto à discussão sobre a natureza da
União Europeia.

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