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ÍNDICE
Pag.

1. Introdução................................................................................. 2
1.1. Objectivo Geral ...................................................................... 2
1.2. Objectivo Específico ............................................................. 2
1.3. Metodologia ........................................................................... 2
2. Conceitos .................................................................................. 2
3. O materialismo sob ponto de vista do Pensamento ............. 3
3.1 Surgimento do Materialismo .................................................. 4
3.2. Materialismo no Processo do Conhecimento...................... 5
3.3 Materialismo Pré-Marxista ..................................................... 7
3.4. Diferença de Materialismo e Idealismo ................................ 7
3.5. Relação de Materialismo com a Educação.......................... 8
4. Conclusão ................................................................................. 9
5. Bibliografia ............................................................................... 10
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1. INTRODUÇÃO
No presente trabalho iremos abordar a filosofia materialista no contexto educacional,
conceitos, as principais linhas de pensamento materialista: histórico, seus principais
pensadores nomeadamente, Karl Marx, Frederich Engels, científico, dialéctico, no ramo
artístico, sob ponto de vista do pensamento, a teoria de conhecimento, o pré-marxista,
a diferença entre o materialismo e o idealismo, e a relação do materialismo com a
educação. Usamos como método, a consulta bibliográfica e pesquisa na internet.

Este estudo apresenta o materialismo como uma das abordagens possíveis de


interpretação da realidade educacional, e tem como fundamento o pensamento
marxista e uma possibilidade teórica de interpretação caracterizada pelo movimento do
pensamento através da materialidade histórica da vida dos homens em sociedade.

1.1 OBJECTIVO GERAL


Compreensão da filosofia materialista no contesto da educação.
Explicar os conceitos do materialismo.

1.2. OBJECTIVO ESPECÍFICO


Identificar os conceitos do materialismo
Definir os tipos de conceitos
Relacionar o Materialismo com a Educação.

1.3. METODOLOGIA
Consulta bibliográfica
Consultas na Internet

2. CONCEITOS:
 Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa
da qual se pode afirmar a existência é a matéria, todas as coisas são compostas
de matéria e todos os fenómenos são o resultado de interacções materiais e que
a matéria é a única substância.
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 O materialismo é também utilizado para designar a atitude ou o comportamento


de indivíduos que se apegam aos bens, valores e prazeres materiais.
 Segundo Karl Marx (na sua obra, O 18 do Brumário de Luís Bonaparte, O
Capital), Friedrich Engels (Socialismo Utópico e Socialismo Científico), Rosa
Luxemburgo e Lênin, o materialismo histórico é uma tese do marxismo, segundo
a qual o modo de produção da vida material condiciona o conjunto da vida social,
política e espiritual. É um método de compreensão e análise da história, das
lutas e das evoluções económicas e políticas.
 O materialismo Marxista, opunha-se à interpretação religiosa da História,
demonstrando que na vida de uma sociedade não actuavam forças
sobrenaturais, mas sim naturais, apesar de admitirem que a origem do
movimento da sociedade era com base em factores espirituais.
 E No ramo Artístico, o materialismo constitui uma tendência a dar às coisas uma
representação realista e sensual.

 E no materialismo científico, o pensamento se relaciona a fatos puramente


materiais (essencialmente mecânicos) ou constituem epifenómenos.

3. O MATERIALISMO SOB PONTO DE VISTA DO PENSAMENTO:

O termos materialismo foi inventado por Leibniz em 1702 e reivindicado pela primeira
vez por La Mettrie em 1748. Em termos de ideias pode-se considerar que os primeiros
filósofos materialistas são alguns pré-socráticos: Demócratico, Leucipo, Epicuro,
Lucrécio, os estóicos, que se opunham na questão da continuidade da matéria.

Para o materialismo científico o pensamento se relaciona a factos puramente materiais


ou constituem epifenómeno.

Na filosofia marxista, o materialismo dialéctico admite, ao fim dos processos


quantitativos, mudanças qualitativas ou de natureza e daí a existência de uma
consciência, que é produto da matéria, mas realmente distinta dos fenómenos de
ordem material.
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3.1 SURGIMENTO DO MATERIALISMO


O materialismo é encontrado em todas as épocas sob forma e matrizes diferentes: na
filosofia grega apresentava-se como atomismo e epicurismo, na medieval como
averroísmo, na moderna como mecanicismo. No sec. XIX afirma-se com especial vigor
e já no sec. XX transforma-se de simples movimento filosófico em movimento cultural.

Com a ciência a reivindicar para si o direito de apresentar com exclusividade a


explicação verdadeira das coisas favorece o materialismo na medida em que elimina o
mistério, o sobrenatural e o espírito. O princípio de autonomia e liberdade que se impôs
na Renascença leva a um progressivo desinteresse pelo factor religioso, por Deus e
pela igreja, favorecendo também o materialismo. O agravamento dos problemas
económicos e sociais com o avanço da civilização industrial também concorreu para a
predominância da concepção materialista onde se destacam dois pensadores: Karl
Marx e Friedrich Engels. Estes pensadores elaboraram uma nova concepção filosófica
do mundo, o “materialismo histórico dialéctico”, e ao fazerem a crítica da sociedade em
que viviam apresentaram propostas para a sua transformação: o socialismo científico.

O materialismo propõe uma disputa baseada não na colectividade mas sim nos
indivíduos e nos interesses que têm, assim como a relação que faz gerar de forma
dialéctica a destruição de novos modelos de sociedade de produção, de pensamento e
de poder económico e político. Faz pensar em como estas relações fazem com que
pequenos homens podem ser considerados grandes objectos da história e da luta entre
pessoas. (MONDIN, Baptista, pág. 98-102:1977)

Os limites do materialismo provêm essencialmente dos conceitos que são forjados


inicialmente e que provocam bloqueios quando se cristalizam por uma razão ou outra
(crenças diversas). Mas para avançar no conhecimento, é necessário imaginar noções
que vão necessariamente preceder a busca, dirigi-la até fazer com que sejam
abandonadas as demais hipóteses.
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Para evitar esses bloqueios é necessário raciocinar ponderando as hipóteses, cujo


valor é sempre inferior a 100%, enquanto o valor de uma crença é sempre de 100%
sem demonstração.

O pensamento funciona seguindo o princípio do dicionário, isto é, todas as definições


necessitam ser expressas em palavras que, por sua vez, possuem outras definições
que são expressas por meio de outras palavras, e assim por diante.

Se o usuário não tivesse uma referência externa, ele não poderia compreender
nenhuma definição do dicionário. Deste modo, cada ser humano utiliza seu sistema
nervoso para definir o mundo, que, por sua vez, deve ser percebido anteriormente por
aquele mesmo ser humano, o que lhe possibilitará definir os outros elementos que ele
percebe. A única maneira que o ser humano tem de acreditar que ele pode sair desse
círculo vicioso é o consenso que ele tem com os outros seres humanos.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo).

3.2 MATERIALISMO NO PROCESSO DO CONHECIMENTO

O conhecimento não existe sob forma de um estado qualquer como algo de estático,
mas sim como um processo de movimento para a verdade objectiva, completa e
multilateral.

O conhecimento começa pela contemplação viva, sensorial da realidade. A experiência


sensorial do homem (sensações, percepções e representações), são as fontes do
conhecimento que ligam o homem com o mundo exterior. Os conhecimentos não se
herdam no sentido biológico, mas transmitem-se de uma geração para outra.

Na filosofia marxista, o materialismo dialéctico (ou materialismo marxista) é uma forma


desta doutrina estabelecida por Karl Marx e Friedrich Engels que, introduzindo o
processo dialéctico na matéria, admite, ao fim dos processos quantitativos, mudanças
qualitativas ou de natureza, e daí a existência de uma consciência, que é produto da
matéria, mas realmente distinta dos fenómenos de ordem material. (KONSTANTINOV,
F.V., E OUTROS, pag. 58:1974)
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O reconhecimento do mundo objectivo, dos seus fenómenos e objectos, como única


fonte dos nossos conhecimentos, é a premissa básica da teoria marxista, dialéctico
materialista do conhecimento.

Enquanto a filosofia idealista, afirma que o objecto do conhecimento, é a consciência,


sensação de determinada pessoa (sujeito) ou uma consciência mística, que existiria
para além do homem (a chamada “ideia absoluta”, o “espírito mundial”, etc.)
AFANÁSSIEV, V. G., pag.157- 8: 1982

A diferença da teoria marxista do conhecimento em relação a idealista, consiste em que


na base do processo do conhecimento, foi colocada a prática, a actividade material,
produtiva dos homens. No decorrer destas actividades, os homens conhecem os
objectos e fenómenos. “O ponto de vista da vida, da prática deve ser o primeiro, e o
essencial ponto de vista da teoria do conhecimento. E ele conduz inevitavelmente ao
materialismo...” Indicava Vladimir Lenine. AFANÁSSIEV, V. G., pag. 158:1982

Assim, embora representando contribuição de importância capital, a dialéctica, presa


pelo idealismo, não consegue deixar de sucumbir àquela ambivalência própria do
espírito burguês. Somente sob o materialismo, ela irá encontrar o dinamismo que lhe
permite superar a contradição entre dogmatismo e relativismo.

Sob o ponto de vista do materialismo, a dialéctica é sempre inconclusiva, não há um


termo final a partir do qual o pensamento não pode mais movimentar-se. Desta forma,
qualquer situação vigente é sempre transitória, não podendo jamais ser absolutizada.
Entretanto, tal enfoque não significa que cada situação, cada posição, enfim, cada juízo
histórico com pretensão de verdade possa ser relativizada. Ao contrário, sabendo-se
transitória, a verdade sabe-se também objectivamente válida.

Diferentemente do idealismo que considera o conceito e o existir como idênticos, para o


materialismo, realidade e pensamento não coincidem, nem aquela se dissolve neste.
Assim, a realização do homem em uma sociedade adequada a ele e a própria
construção dessas condições não são apenas um exercício teórico-especulativo. Se é
verdade que a teoria representa um momento importante – e mesmo indispensável –
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desse processo, não é menos certo que ela não substitui a luta histórica e sem ela
torna-se mera abstracção.

3.3 MATERIALISMO PRÉ-MARXISTA

Segundo Marx o materialismo pré-marxista tinha um carácter mecanicista, isto é,


explicava os múltiplos fenómenos da natureza e da sociedade, unicamente pelas leis do
movimento mecânico e Metafísico, este considerava a natureza e a sociedade
essencialmente imutáveis. Porém reconheciam alguns factos da transformação e do
movimento da natureza inorgânica e sobre o aparecimento de certos tipos de seres
vivos a partir de outros.

Este pecou em alguns aspectos:

 O facto de não ter compreendido de uma forma geral a universalidade do


desenvolvimento, interpretando-o como simples aumento ou diminuição do que
já existe. Este foi um erro também cometido pela maioria dos idealistas daquela
época.
 Também no facto de não estar em condições de dar uma explicação materialista
da vida social, isto é não viam a origem material destas ideias, sentimentos e
paixões, não tinham em conta a base material da vida social. (KONSTANTINOV,
F.V., E OUTROS, pag. 58: 1974)

3.4 DIFERENÇA DE MATERIALISMO E IDEALISMO

A questão fundamental da filosofia tem dois aspectos: o primeiro é o problema da


essência, da natureza do mundo; o segundo é o problema da possibilidade do seu
conhecimento.
Considerando o primeiro aspecto da questão fundamental da filosofia surgem duas
correntes filosóficas antagónicas: O idealismo e o materialismo.
O idealismo parte do princípio que o material é um produto do espiritual, afirma que os
objectos que vemos, tocamos e conhecemos não existem, independentemente das
nossas percepções sensoriais que são combinações das nossas sensações e ideias.
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O materialismo, ao contrário do idealismo diz que o espiritual é o produto do material,


defende que os objectos que vemos, sentimos e conhecemos existem
independentemente dos nossos órgãos dos sentidos. (KONSTANTINOV, F.V., E
OUTROS, pag. 33: 1974)

Teoricamente o materialismo pertence à classe da ontologia, e em termo de explicação


da realidade dos fenómenos está em franca oposição ao idealismo.

3.5 RELAÇÃO DE MATERIALISMO COM A EDUCAÇÃO

A pedagogia marxista é profundamente dogmática e não tem conhecido grandes


evoluções desde que Karl Marx criou os seus fundamentos filosóficos, na segunda
metade do sec. XIX.
De acordo com a concepção dialéctica e materialista, a educação e a cultura são
superstruturas derivadas da infra-estrutura económica e social, defende o valor
supremo e a antropogénica de trabalho, a teoria da praxis como modelo da actuação
humana a explicação dualista e conflitual das classes sociais.

Quintana Cabanas, resume alguns fundamentos filosóficos de Karl Max ” educação no


seio do grupo e por meio do grupo (o colectivo infantil e juvenil), prioridade da formação
prática do aluno sobre a sua formação teórica; sistema educativo baseado na escola de
trabalho, segunda ideia de que o trabalho não é só meio, mas também finalidade da
educação”. A educação não tem uma finalidade individualista mas sim social.

A escola está sempre ao serviço do regime económico e social e dos detentores dos
meios de produção, legitimando e ajudando a perpetuá-lo. MARQUES, R., (177:2001)
Enquanto a educação usa os processos cognitivos perceptíveis, cognição, sensoriais
para adquirir os conhecimentos ou seja o saber ser, estar e fazer. (AFANÁSSIEV, V.
G., pag. 158:1982)
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4. CONCLUSÃO

O materialismo é uma filosofia que usa como método a contemplação viva e sensorial
da realidade como fontes do conhecimento que ligam o homem ao meio exterior, ou
seja, o homem adquire conhecimento através da realidade objectiva que o rodeia. A
sua importância para educação é a aquisição de conhecimentos através da prática do
dia-a-dia do homem.
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Bibliografia:

- KONSTANTINOV, F.V., E OUTROS, OS Fundamentos da Filosofia Marxista-Leninista,


1º Vol, 3ª Edição, Portugal, 1974)

- AFANÁSSIEV, V.G, Fundamentos da Filosofia, Edições Progresso, Moscovo, 1982.

- MONDIN, BAPTISTA, Curso de Filosofia, Os filósofos do Ocidente, Vol, 3, 3ª Edição,


Edições Paulinas, Brasil, 1977.

- MARQUES, R., História Concisa da Pedagogia, 1ª Edição, Plátano edições técnica,


Lisboa, 2001

- Pesquisa Internet:

- Http://pt.wikipedia.org/wiki/Materialismo
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Vocabulário:
Ontologia - ciência que estuda o ser
Monista - sistema filosófico que admite que tudo no universo é redutível a uma única
realidade
Praxis -conjunto de práticas que permitem ao homem, pelo seu trabalho, transformar a
natureza, a si mesmo, numa relação dialéctica
Antropogénico – estudo da geração humana
Averroísmo – Doutrina filosófica de averóis (uma corrente filosófica)

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