Laudo técnico sobre incêndio em shopping

FABIO
FERNANDES
Avaliações e Perícias de Engenharia
EXMO. SR. DR. JUÍZO DE DIREITO DA 4ª VARA CIVEL DO FORO DE

JUNDIAÍ – SÃO PAULO – SP.
Ref. : Processo nº 1000428-18.2017.8.26.0309
FÁBIO COSTA FERNANDES, Engenheiro Civil, devidamente

registrado no CREA sob nº 060134.5895, Perito Judicial, louvado e compromissado nos
autos da AÇÃO PROCEDIMENTO COMUM requerida por AURA-LU COMÉRCIO
DE ROUPAS E ACESSÓRIOS LTDA ME E OUTROS em face de MAXISHOP
ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A, tendo procedido às diligências necessárias
ao cumprimento de sua missão, vêm apresentar à V.Exa. o resultado de seu trabalho,
fundamentado no presente
LAUDO TÉCNICO
São Paulo, 15 de abril de 2.019.
_____________________________
FÁBIO COSTA FERNANDES
Engenheiro Civil – CREA 060134.5895
Membro do IBAPE – N° 793
Rua José Senno, 160 – casa 71 – Cep. 11630-000 – Ilhabela – São Paulo – Fone: (12) 3896.6188; Cel. (11) 9 8556 8579
E-mail – fcfernan@uol.com.br
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FERNANDES
ÍNDICE
Preliminares ........................................................................................................................................ 4
I.1. DO SINISTRO OBSERVADO NO IMÓVEL DA RÉ SHOPPING: ...................................... 13
I.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS: ..................................................................................................... 13
I.3. DO OBJETIVO DA PERÍCIA: .................................................................................................. 13
CONCLUSÕES ................................................................................................................................. 14
I.4. QUESITOS FORMULADO PELO AUTOR (FLS. 1161/1163 dos autos): ............................ 46
I.5. QUESITOS FORMULADO PELA CORRÉ SURA (FLS. 1166/1163 dos autos): ................. 59
I.6. QUESITOS FORMULADO PELA RÉ MAXISHOP (FLS. 1171/1172 dos autos):............... 65
Encerramento .................................................................................................................................... 74
FABIO
FERNANDES
LISTA DE FOTOS
FOTO 1, 2 – As fotos mostram a localização da loja do sinistro de incêndio, denominada anteriormente “Loja
Centauro”, hoje Loja “Preçolandia”............................................................................................................ 10
FOTO 3, 4 – Local e disposição da loja “Ri Happy Brinquedos”, vizinho da loja que ocorreu o sinistro de incêndio
Loja “Centauro”..................................................................................................................................... 11
FOTO 5 – Existência de Corredor entre as lojas citadas. Totalmente reformada no dia da vistoria. ...................... 12
FABIO
FERNANDES
PRELIMINARES
Trata-se o presente Laudo Oficial da AÇÃO PROCEDIMENTO

COMUM que AURA-LU COMÉRCIO DE ROUPAS E ACESSÓRIOS LTDA ME em face de
MAXISHOP ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A, autos do processo ora em
epígrafe.
Conforme vem na peça preambular de fls. 01/191, o autor alega, em

sinopse, que a primeira Autora, em 31/10/2012, celebrou com a Ré contrato de locação
do salão de uso comercial (SUC) nº 2458 situada no segundo piso do prédio e
empreendimento de propriedade da Ré denominado Maxi shopping situado na
Av. Antonio Frederico Ozanan, 6000 – Vila Rio Branco – Jundiaí SP, pelo período de 60
(sessenta meses), iniciando-se em 01/11/2012 e término em 31/10/2017, conforme
comprova o incluso instrumento de contrato de locação.
Entretanto, para consumar a locação a Ré exigiu da Primeira Autora
que adquirisse também os direitos de uso do referido salão comercial, cujo uso se
vinculou ao mesmo período previsto no contrato de locação. Para a referida aquisição,
foi celebrado instrumento particular de cessão de direitos de uso em 31/10/2012, e por
esta cessão de direitos de uso, as primeiras Autoras pagaram à Ré a importância de R$
70.000,00 (setenta mil reais) em parcelas conforme previsto no dito contrato. Em
07/12/2012, o referido contrato foi aditado para diminuir o número de parcelas,
mantendo-se o valor total da avença, cujo instrumento instrui a presente ação, sendo a
última parcela vencida e paga em 30/05/2014, de forma que o valor total deste contrato
foi integralmente quitado.
A primeira Autora administrada pela segunda e terceira Autoras,
estabeleceu a partir de 01/11/2012, uma filial no referido salão de nº 2458, com
atividade de comércio de roupas femininas e acessórios em geral.
FABIO
FERNANDES
Em 21 de maio de 2014, por volta das 02:00hs. o prédio e

empreendimento foi acometido de incêndio de grandes proporções nas dependências
internas do imóvel da Ré, de forma que os efeitos do incêndio, tais como calor, fumaça e
fuligem, bem como os produtos utilizados no combate ao incêndio atingiram
potencialmente a loja das Autoras, causando danos de grande monta. Em razão desta
ocorrência, as autoras ficaram impedidas de continuarem as atividades comerciais,
primeiro porque, o espaço físico do salão ficou totalmente danificado impossibilitando
o seu uso, e segundo porque as instalações, móveis e mercadorias da loja sofreram
avarias irrecuperáveis. As informações obtidas e constatadas pelo Corpo de Bombeiros e
pelo laudo do Polícia Técnica, o incêndio teve início no salão da Loja Centauro,
propagando-se para as lojas do entorno causando danos materiais de grande monta,
incluindo-se a loja das Autoras. Alega a autora que os efeitos do incêndio e combate
danificaram todas as mercadorias da loja, consistente em 33.336 (trinta e três mil
trezentos e trinta e seis) peças de roupas novas, contabilizada em vistoria do Regulador
de Sinistros da Advalora Brasil, que por sua vez recomendou que a Autoras
providenciassem a lavagem das roupas (mercadorias) e as vendessem em bazar, e assim o
fizeram.
As Autoras alegam que procuraram por todas as formas obter junto
à Ré a justa reparação de seus prejuízos, todavia, sem sucesso, razão pela qual invoca a
tutela jurisdicional do Estado através de r. Juízo, para que condene a Ré a indenizar as
Autoras pelos danos experimentados e protesta provar por todos os meios de prova
admitido. Encerra o tópico.
A ré Maxishop se pronunciou as fls. 217/246, e nega todo o alegado,

demonstrando que a responsabilidade é da empresa SBF, loja onde iniciou o incêndio
conforme apontado no laudo e certidão de sinistro. Denunciação à lide a seguradora
Royal & Sunalliance. Pede a improcedência da ação e protesta provar o alegado por
todos os meios de prova admitidos.
FABIO
FERNANDES
A denunciada SEGUROS SURA S.A. (atual razão social ROYAL &

SUNALLIANCE SEGUROS) se pronunciou as fls. 461/477, alega que visando
esclarecer algumas questões relevantes, faz-se necessário discorrer sobre alguns pontos
controversos da presente demanda, posto que, conforme se verifica nos documentos
carreados aos autos, resta evidenciado que o incêndio teve início na loja da SBF
(Centauro), remanescendo clara a sua responsabilidade pelo evento narrado nos autos,
posto que, além de ter dado causa ao evento, agravou substancialmente o risco de causar
um incidente de grandes proporções ao não realizar a manutenção nas instalações
elétricas e sistema hidráulico de prevenção a incêndios, restando caracterizada sua culpa
pela demora no acionamento do sistema de chuveiros automáticos da loja. Assim, pelo
conjunto probatório formado nos autos, alega que resta clara a culpa exclusiva da SBF
Comércio de Produtos Esportivos Ltda. pelo evento narrado nos autos, com efeito, a
caracterização do FATO DE TERCEIRO, inexistindo qualquer relação de causalidade
entre a conduta do condomínio/Maxishop e o evento em questão, razão pela qual não
há que se falar em condenação do Segurado, devendo ser julgada improcedente a
demanda em face de MAXISHOP ADMINISTRAÇÃO E PARTICIPAÇÕES S/A
e, por consequência, prejudicada a lide secundária. Pede a improcedência da ação e
protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos.
Saneado o feito e cadente a prova pericial, foi o signatário nomeado

jurisperito as fls. 1155 assumindo o compromisso de, bem e fielmente, sem dolo nem
malícia, apresentar seu parecer sobre a lide ora focalizada, o que o faz por meio do
presente LAUDO TÉCNICO.
FABIO
FERNANDES
VISTORIA
Após o estudo acurado da matéria, procedeu o signatário à vistoria do

imóvel objeto da lide, quando então buscou observar seu dimensionamento,
características aparentes e demais detalhes de interesse à mais completa e perfeita
elucidação da matéria.
Ressalta o técnico que o exame pericial se aterá aos documentos existentes

nos autos bem como aqueles colhidos por ocasião da vistoria empreendida.
Para bem caracterizar a situação fática local, o jurisperito empreendeu a

diligência oficial. Na diligência oficial do dia 27/02/2019 estiveram presentes, além do
signatário, o assistente técnico da ré Maxishop e as patronas, cabe informar que os
assistentes técnicos do autor e corréu Seguros Sura, bem como os patronos das
respectivas partes não compareceram no evento da perícia.
Os convites para comparecimento na vistoria foram realizados atendendo o

art. 431-A do CPC. Os anexos ao laudo são:
Anexo 01 – Planta do site do shopping;

Anexos de “A” a “I” – Diversos documentos fornecidos pelo A.T. do shopping;
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LOCALIZAÇÃO
O imóvel objetivado situa-se na Avenida Antônio Frederico

Ozanan, nº 6000 - Vila Rio Branco – Município e Comarca de Jundiaí - SP.
Tudo conforme reprodução do mapa da cidade a seguir apresentado:
FABIO
FERNANDES
DO IMÓVEL VISTORIADO (DA RÉ SHOPPING)
O imóvel objetivado na presente perícia técnica vem constituído por

shopping center contendo várias lojas variadas, estacionamento e setor administrativo. O
terreno possui topografia plana.
No que concerne às construções, neste caso da requerente, segundo o
conhecido e consagrado estudo “VALORES DE EDIFICAÇÕES DE IMÓVEIS
URBANOS – IBAPE/2002”, a mesma pode ser classificada como galpão térreo,
“GALPÃO PADRÃO SUPERIOR”, com idade estimada de 10 anos, com excelente
estado de conservação. Mais detalhes das construções objetivadas poderão ser melhor
apreciados pelas fotos dos “Relatório Fotográfico” a seguir. As disposições fotográficas
mostram relação direta com a planta do imóvel do autor:
Legenda:
Sentido de leitura das fotos
Ou 01
01 02
02
03
FABIO
FERNANDES
RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
FOTO 1, 2 – As fotos mostram a localização da loja do sinistro de incêndio,

denominada anteriormente “Loja Centauro”, hoje Loja “Preçolandia”.
FABIO
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FOTO 3, 4 – Local e disposição da loja “Ri Happy Brinquedos”, vizinho da loja que
ocorreu o sinistro de incêndio Loja “Centauro”.
FABIO
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FOTO 5 – Existência de Corredor entre as lojas citadas. Totalmente reformada no dia

da vistoria.
FABIO
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I.1. DO SINISTRO OBSERVADO NO IMÓVEL DA RÉ SHOPPING:
Em vistoria empreendida no imóvel do requerido Shopping, pode o

jurisperito bem constatar os danos que acometiam o imóvel objeto da lide existente no
mesmo, conforme relatório fotográfico, daremos ênfase ao item “Conclusão” do laudo
técnico e resposta aos quesitos formulados pelas partes. O item conclusão do trabalho
técnico por entender que a leitura dos mesmos dará total compreensão da lide guerreada,
os quais seguem identificados e descritos a seguir.
I.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Em vistoria empreendida ao imóvel do requerido Shopping, pode o

jurisperito coletar os elementos necessários para o deslinde técnico do feito de forma
indireta, pois a situação do imóvel NÃO se perpetuou até a data da vistoria e a parte
requerida Shopping realizou obras necessárias para continuidade do uso do Shopping
que pudesse comprometer a vistoria técnica, razão pela qual seja impossível identificar
o nexo causal dos danos narrados de forma DIRETA. Aplicando com base a boa
técnica da engenharia, tudo conforme os itens que se seguem.
I.3. DO OBJETIVO DA PERÍCIA:
O Objetivo da Perícia é em suma: Analisar as declarações das partes e

documentos anexados ao processo, bem como vistoria do imóvel de forma “indireta”.
Analisar o nexo causal e determinar a origem do sinistro de incêndio observada no
imóvel da requerida shopping, utilizando a égide da Engenharia Legal, determinando a
responsabilidade técnica.
FABIO
FERNANDES
CONCLUSÕES
O presente trabalho estuda o incêndio que destruiu a Loja CENTAURO no

MAXISHOPPING JUNDIAÍ no dia 21 de maio de 2014, provocando danos em áreas
comuns, praça de alimentação e outras lojas.
Este laudo técnico teve como base o Laudo Pericial no 246.393 do Instituto de
Criminalística (Laudo do IC), na Certidão de Sinistro dos Bombeiros, nas Fichas de
Vistoria de Segurança do Trabalho/Combate a Incêndio da Loja CENTAURO, nos
projetos de proteção e combate ao fogo aprovados pelo Corpo de Bombeiros da
PMESP, e também considerando outros pareceres técnicos emitidos pelas partes. Segue
como anexo do presente Laudo Técnico os seguintes documentos fornecidos pelo
Assistente Técnico do Shopping:
• ANEXO A – FICHAS DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DO

TRABALHO / COMBATE A INCÊNDIO – Fichas de inspeções feitas pelo
MAXISHOPPING na Loja Centauro do período 2006-2013, comprovando falha
grave e reiterada da SBF/CENTAURO no armazenamento e na manutenção das
condições de segurança na sua área interna, apesar das advertências do
MAXISHOPPING.
• ANEXO B – Relatórios de Vistorias do Corpo de Bombeiros da PMESP –
Polícia Militar do Estado de São Paulo – São relatórios de vistorias após o
incêndio, ocorridas em 23/maio/2014 e 25/maio/2014.
• ANEXO C – Respostas do MAXISHOPPING às vistorias dos Bombeiros –
São respostas datadas de 24/06/2014 em atendimento às Vistorias dos
Bombeiros (ANEXO B), para restabelecimento dos sistemas de combate a
incêndio da edificação.
FABIO
FERNANDES
• ANEXO D – Certidão de Sinistro no 26/110/216 do Corpo de Bombeiros

datada de 06/junho/2014.
• ANEXO E – AUTO DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS –
AVCB – 085695 Processo 1911-1300/2012 – No Vistoria 0171/2013 datado de
26/março/2013 e válido por três anos, com ATESTADO DE BRIGADA DE
INCÊNDIO de datado de 21/dezembro/2012.
• ANEXO F - Laudo SBF-Centauro – “Laudo Pericial” elaborado por Marco
Antônio Campos da SBF/CENTAURO por solicitação de SBF/CENTAURO
(autos, fls. 460/532 do processo no 1008559-79.2017.8.26.0309 na 3ª Vara Cível -
Jundiaí; Requerente: Maxishop Administração e Participações S.A.; Requerido:
SBF/CENTAURO; denunciado à lide: AIG Seguros Brasil).
• ANEXO G - Laudo SZPIZ Sul América – “Laudo Perícia” de Regulação do
Sinistro elaborado pela SZPIZ Engenharia de Avaliações LTDA por solicitação
de SUL AMÉRICA (autos, fls. 128/139 do Processo no 1017170-
89.2015.8.26.0309 na 5ª Vara Cível - Jundiaí; Requerente: SUL AMERICA
COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS; Requeridos: MAXISHOP;
SBF/CENTAURO; Royal & Sun Alliance Seguros Brasil; AIG Seguros Brasil).
• ANEXO H - Memória Cálculo HIDRANTES - BOMBEIROS 2012.
• ANEXO I - Laudo Pericial no 246.393 do Instituto de Criminalística (Laudo
do IC) folhas 167/178 dos autos.
FABIO
FERNANDES
A. AS FICHAS DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DO

MAXISHOPPING EM RELAÇÃO A LOJA CENTAURO
Conforme informações cedidas pelo A.T. do shopping, os lojistas instalados no

MAXI SHOPPING têm ciência das rotinas de vistorias de segurança, estabelecidas pela
convenção do uso e locação de lojas, e da sua obrigação de realizar obras de manutenção
e de segurança contra incêndio no interior das lojas.
A seguir se demonstra através de diversas Fichas de Inspeção de Segurança do

Trabalho/Combate a Incêndio (ANEXO A), a SBF/CENTAURO apesar de
advertida e orientada pelo Shopping descumpria suas obrigações, criando situações de
risco físico-químico (fogo) e elétrico, e não implementando as medidas de segurança
contra incêndio determinadas pelo MAXI SHOPPING.
A Ficha de Inspeção do dia 05 de junho de 2006 efetuada pelo MAXISHOPING da

loja 2023 ocupada pela CENTAURO registrou “material colocado na central de ar
condicionado” situada no mezanino. O estoque de material em área de equipamento
elétrico energizado e operando possibilita aquecimento e geração com transmissão de
calor para o início da combustão de mercadorias que estavam no mezanino.
FABIO
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Ficha de Inspeção / Combate a Incêndio da Loja CENTAURO – 05/06/2006.
A Ficha de Inspeção de 19 de fevereiro de 2008 efetuada pelo MAXISHOPPING

constatou aparelhos extintores de incêndio descarregados e/ou obstruídos, na
loja e no mezanino. Também foram constatados “materiais colocados na sala do
No Break e Painel de Energia. Central de Ar condicionado com vários
expositores e caixas depositados no meio das máquinas; fio do aparelho de
encher bola passando pela escada de acesso ao mezanino”. A vistoria de
19/02/2008 comprovou estoque irregular de material combustível em área de
risco elétrico no mezanino, e obstrução parcial da escada para o mezanino.
FABIO
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As Fichas de Inspeção efetuadas pelo MAXISHOPPING em 24 de abril de 2013

e em 28 de abril de 2014 mostram a reincidência da CENTAURO em causar problemas
de segurança no estoque irregular de mercadorias: “MEZANINO => Acúmulo de
muitas mercadorias” ... “acúmulo de mercadorias dentro da sala do ar
condicionado. Hidrante obstruído com várias cx e mercadorias”... “MEZANINO
=> desobstruir Hidrante do estoque”... “Hidrantes obstruídos e extintores”...
“Casa de Máquina do Ar condicionado com muita mercadoria”. O acúmulo de
mercadorias no mezanino da loja CENTAURO, em tese obstruía extintores de
incêndio e hidrantes, e invadiu até as áreas com elevado risco elétrico (fiação
energizada e maquinaria em operação) onde a natural geração de calor
propiciava o início da combustão da mercadoria combustível (papelão, plásticos
e tecidos). O estoque de mercadorias no mezanino também aproximava o
material combustível do calor gerado pelas luminárias, propiciando também a
combustão da mercadoria.
FABIO
FERNANDES
FABIO
FERNANDES
O excesso de mercardoria armazenada até a altura das luminárias e dos sprinklers

prejudicava a circulação do ar no mezanino e impedia que o elemento termosensível do
sprinkler mais proximo de um eventual foco inicial de incêndio recebesse calor irradiado
(irradiação) e fluxo de ar quente (conveção), retardando seu disparo, e comprometendo
sua eficiência quando afinal acionado, em razão do equipamento ter como função o
combate e controle do foco inicial do incêndio. Os sprinklers são abastecidos por
tubulação de pequeno diâmetro, servindo para apagar o pequeno foco inicial do
incêndio, ou para conter o alastramento do fogo em seu local de origem, até que a ação
de bombeiros execute o combate e a extinção do incêndio.
Ao mesmo tempo esse estoque servia de anteparo para a “núvem d’água” dos
chuveiros automáticos (sprinklers), prejudicando o combate ao fogo, enquanto não
rompesse o primeiro elemento termosensível de um sprinkler, provocando variação de
pressão na rede, o alarme sonoro de incêndio da central de alarme não dispararia.
B. FOCO INICIAL E CAUSA DO INCÊNDIO NA LOJA

CENTAURO
No entendimento do signatário, o incêndio começou no mezanino da loja

CENTAURO, conforme constou do Laudo Pericial no 246.393 do Instituto de
Criminalística (Laudo do IC), em trecho a seguir reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Foco do incêndio no mezanino da CENTAURO (Laudo Pericial n o 246.393 do Instituto de

Criminalística – Laudo do IC).
O Laudo do IC afirmou que “não se pode descartar a ocorrência de fenômeno termo-elétrico”

como causa do incêndio nos fundos da loja, mesmo sem a informação de que na parte
dos fundos da loja o mezanino estava com estoque irregular de material combustível
(posicionado junto aos quadros, junto a equipamento de ar condicionado, e junto das
luminárias) com grande probabilidade destas situações, e também sem a informação de
que a energia na loja CENTAURO estava ligada (a Loja CENTAURO foi fechada pelos
seus funcionários deixando a energia elétrica ligada e iluminação acesa, conforme
comprovam os filmes do sistema de segurança – CFTV – do Shopping).
Esses dois fatores reforçam a conclusão do Laudo do IC quanto à origem do

incêndio – no mezanino da Loja Centauro, e de sua causa – fenômeno termoelétrico –
aquecimento de material estocado irregularmente até sua combustão.
O “laudo” da SBF/CENTAURO afirmou que na loja CENTAURO estava

o “foco principal do incêndio... na parte superior da loja onde se localizava um
mezanino”, conforme trechos a seguir transcritos:
FABIO
FERNANDES
(...)
Foco do incêndio no mezanino da CENTAURO (“Laudo” SBF/CENTAURO, autos, fls. 460/532

do processo no 1008559-79.2017.8.26.0309 na 3ª Vara Cível – Jundiaí).
O A.T. do shopping forneceu o seguinte material: O “laudo” SBF/CENTAURO

registrou como “aspecto muito importante” que “o telhado caiu logo após o
incêndio ter sido detectado”, indicando que “a origem do incêndio seria a região
onde ocorreu o colapso”, e que esse fato “proporcionou aeração abundante,
contribuindo para incrementar a velocidade de propagação”, ao mesmo tempo em
que “o dano na estrutura do telhado também proporcionou a queda da malha da
sustentação dos chuveiros automáticos instalados naquela área”, tal como segue
reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Descrição do importante aspecto da queda rápida do telhado sobre o mezanino da

SBF/CENTAURO (“Laudo” SBF/CENTAURO, autos, fls. 460/532 do processo n o 1008559-
79.2017.8.26.0309 na 3ª Vara Cível – Jundiaí).
O “laudo” da SBF/CENTAURO afirmou que “o incêndio atingiu

temperaturas superiores a 1200 oC” e que “as temperaturas não foram uniformes
em toda a sua extensão, sendo possível constatar diferentes tipos de danos em
materiais, revestimentos e peças estruturais.”
Temperatura de 1200o C, não uniforme, no interior da Loja CENTAURO durante o incêndio

(“Laudo” SBF/CENTAURO, fls. 460/532 processo no 1008559-79.2017.8.26.0309 na 3ª Vara Civel –
Jundiaí).
A “Foto no 05” e a “Foto no 06” do Laudo do IC mostram estruturas metálicas

pesadas retorcidas na região do mezanino, e descascamento na estrutura de concreto
armado, tal como seguem reproduzidas.
FABIO
FERNANDES
Fotografia do Laudo do IC mostrando o mezanino da Loja CENTAURO e estruturas metálicas

retorcidas pelo efeito da temperatura do incêndio.
FABIO
FERNANDES
Fotografia do Laudo do IC mostrando estrutura de concreto armado com descascamento devido à

elevada temperatura do incêndio.
A temperatura de 1200o graus centígrados atingida no local do incêndio é superior

ao ponto de fusão do cobre, que é de 1083° graus centígrados. Assim, restos de fios e de
cabos de cobre encontrados entre os escombros do incêndio dentro da Loja
CENTAURO foram submetidos a temperaturas variáveis de até 1200o graus, superiores
ao seu ponto de fusão, sendo esperada a fusão total ou parcial dos restos de fiação
(dependendo de sua exposição às difertentes temperaturas). Os pedaços derretidos de
fios de cobre encontrados não constituem prova de ocorrência de curto circuito como
causa do incêndio.
O incêndio foi provocado por ignição de material combustível no mezanino,

estocado junto de maquinário energizado e quente da central de Ar condicionado, e
também estocado junto de luminárias energizadas, acesas e quentes.
FABIO
FERNANDES
C. CARGA EXECESSIVA DE MATERIAL COMBUSTÍVEL

ESTOCADO NO MEZANINO DA LOJA CENTAURO
A análise da propagação do incêndio constante do “laudo” da SBF/CENTAURO

também confirmou que no mezanino da Loja CENTAURO foi identificada “a maior
carga incêndio do local concentrada no mezanino”, conforme a seguir reproduzido:
Carga elevada de incêndio concentrada no mezanino da Loja CENTAURO (“Laudo”

SBF/CENTAURO, autos, fls. 460/532 do processo no 1008559-79.2017.8.26.0309 na 3ª Vara Cível –
Jundiaí).
O “laudo” da SBF/CENTAURO apontou que, no que tange à “carga incêndio” o

MAXISHOPPING estava sujeito às exigências do atual Decreto Estadual nº 56.819, de
10 de março de 2011 que trata do regulamento de segurança contra incêndio das
edificações e áreas de risco do Estado de São Paulo, tal como segue reproduzido:
Carga máxima de incêndio de Shopping Center de 800 MJ/m2 conforme Decreto Estadual
56.819/2011 (“Laudo” SBF/CENTAURO, autos, fls. 460/532 do processo no 1008559-
79.2017.8.26.0309 na 3ª Vara Cível – Jundiaí).
FABIO
FERNANDES
A legislação citada associa as “áreas de risco” à respectiva “Carga Incêndio”. O

aumento do estoque no mezanino aumentou significativamente a “carga incêndio”,
aumentando o risco no local. Era necessário que a CENTAURO, atendendo as
recomendações do MAXISHOPPING, retirasse o material armazenado irregularmente e
também reduzisse a quantidade de material armazenado para diminuir a carga incêndio e
manter o nível de risco do mezanino.
Como tese deste signatário, demonstram as Fichas de Inspeção / Combate a

Incêndio da Centauro do período 2006-2013 (ANEXO A), a SBF/CENTAURO, ainda
que advertida pelo MAXISHOPPING, reincidia em manter estoque irregular de
mercadorias no mezanino.
O excesso de estoque, além de tornar insuficiente a quantidade de sprinklers,

prejudicou a atuação preventiva desses chuveiros, pois o armazenamento de mercadorias
até o teto impedia a circulação do ar quente (conveção) e a propagação do calor
irradiado, que deveriam aquecer o elemento fusível de abertura dos sprinklers (chuveiros
automáticos), liberando sua “nuvem d’água” antecipadamente, além de prejudicar o
espalhamento da água que deveria controlar o foco inicial do incêndio.
FABIO
FERNANDES
D. O PROCEDIMENTO PADRÃO DOS VIGILANTES-

BRIGADISTAS DO SHOPPING EM FACE DO INCÊNDIO
O Material fornecido pelo A.T. do shopping mostra que o “laudo”

SBF/CENTAURO registrou também que no MAXI SHOPPING “as atividades se
encerram as 22:00hs e os funcionários retiram-se até as 23:00hs”.
A Instrução Técnica – IT 17 anexa ao atual Decreto Estadual nº 56819/2011 prevê a

formação e a composição da Brigada de Incêndio, com a participação de funcionários de
todos os setores. Seus integrantes devem permanecer na edificação durante seu turno de
trabalho.
Isso permite que a Brigada de Incêndio do Shopping operasse normalmente, com 3

turnos diários nos 7 dias da semana, com os vigilantes atuando como brigadistas no
período da madrugada (informação do A.T. do shopping).
Quando o incêndio foi detectado na madrugada do dia21/maio/2014, os vigilantes-

brigadistas iniciaram o combate ao fogo, abrindo a porta da loja CENTAURO e
utilizando mangueiras de hidrantes próximos, adentrando a área de risco, e enfrentando
densa fumaça negra que saia da loja, conforme comprovam as filmagens das câmaras de
segurança do sistema interno de vigilância do MAXI SHOPPING.
Ocorre que era complexo e de elevado risco de morte o combate ao incêndio, que
ocorria no mezanino, a 36 metros de distância da porta da loja CENTAURO, já tomada
por densa fumaça negra.
FABIO
FERNANDES
Em tese, o foco de incêndio no mezanino, confinado na parte traseira e

superior da loja Centauro, teve progresso contínuo. Primeiramente a disposição
irregular/alta do estoque prejudicou a atuação dos sprinklers. E o calor gerado
pelo incêndio em seu início seguia a tendência ascendente natural em direção ao
telhado, e não provocava inicialmente nem calor nem fumaça na loja
CENTAURO. Quando houve a percepção de fumaça pelo vigia do shopping, a
chamda de outros profissionais, levando-os ao combate do incêndio pela porta
da loja. Para isso era necessário abrir a loja Centauro e cortar a energia
indevidamente ligada.
Os vigilantes-brigadistas posicionaram as mangueiras a partir do hidrante H-38

situado na parte frontal da loja para início do combate ao incêndio, cujo foco e
proporções eram indistinguíveis. O jato sólido dos hidrantes alcança a distância de
8,00m por norma, e no shopping o jato alcançava 11,00 m (conforme Anexo H –
Memória de Cálculo dos Hidrantes). Essa distância era menor que um terço da
distância da porta da loja CENTAURO até a escada de acesso ao mezanino
(dados fornecidos pelo A.T. do shopping.
Foi acionado o Corpo de Bombeiros, e os vigilantes-brigadistas concentraram seus

esforços em evacuar o Shopping. Os filmes do circuito interno de segurança (CFTV) do
Shopping comprovam essa ação em todos os seus detalhes.
A propagação veloz e descontrolada do fogo, demonstra a elevada carga de incêndio

acumulada no mezanino e rapidamente tomou conta de toda a loja CENTAURO.
Conforme a chegada do Corpo de Bombeiros, foi declarado “o fogo já havia
consumido todo o estoque”, como constou da Certidão do Corpo de Bombeiros a
seguir parcialmente reproduzida:
FABIO
FERNANDES
Propagação rápida do incêndio consumiu todo o estoque da Loja Centauro (Excerto da Certidão de
Sinistro no 26/110/216 do Corpo de Bombeiros datada de 06/junho/2014).
O próprio Corpo de Bombeiros da PMESP não efetuou o combate pela entrada

da loja, tendo utilizado auto escada com canhão d’água posicionado no pátio de
estacionamento externo, utilizando-se d’água da reserva de incêndio do Shopping, para
combate ao incêndio pelo telhado, conforme mostram os filmes e imagens do combate
ao incêndio feito pelo Corpo de Bombeiros.
E. DO FUNCIONAMENTO NORMAL DOS SPRINKLERS /

CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
O Laudo do Instituto de Criminalística – Laudo do IC no 246.393/2014 – registrou

que durante o incêndio “houve acionamento dos sprinklers (chuveiros automáticos
de combate ao fogo)”.
FABIO
FERNANDES
Acionamento dos sprinklers – chuveiros automáticos durante o incêndio no Shopping (Laudo do

Instituto de Criminalística – Laudo do IC no 246.393/2014)
A rede de sprinklers da Loja CENTAURO ficou totalmente destruída com a

queda do telhado da loja. Os sprinklers encontrados após o incêndio estavam com os
bicos termofusíveis abertos, e alguns estavam com elementos metálicos parcialmente
fundidos devido à elevada temperatura ancançada durante o incêndio. Tubulação
rompida no interior da loja CENTAURO ainda jorrava água.
Fotografia de rede de sprinklers derrubada no interior na loja CENTAURO. Em destaque

bico de sprinkler próximo do piso (Fonte: MAXISHOP, foto DSC02812).
FABIO
FERNANDES
Fotografia com destaque para a rede de sprinklers no interior da loja CENTAURO,

derrubada pela queda do forro e pelo calor do incêndio (Fonte: MAXISHOP, foto
DSC02811).
Fotografia de bico de sprinkler no interior da loja CENTAURO, aberto (sem o elemento

termo-fusível) e com o difusor circular intacto (Fonte: MAXISHOP, foto DSC02796).
FABIO
FERNANDES
Fotografia de bico de sprinkler severamente atingido pelo incêndio no interior da loja

CENTAURO, com o difusor derretido (Fonte: MAXISHOP, foto DSC02805).
Fotografia de tubulação calcinada, rompida e ainda jorrando água na área destruída pelo
fogo no interior da loja CENTAURO (Fonte: MAXISHOP, Imagem 146).
FABIO
FERNANDES
Comprovando o funcionamento dos sprinklers constatado no local pelos peritos

subscritores do Laudo do IC, alguns sprinklers do shopping situados nas imediações da
Loja CENTAURO deixaram indeléveis marcas no forro de gesso ao seu redor,
mostrando que estavam funcionando durante o incêndio.
Fotografia mostrando as marcas circulares concêntricas deixadas pela água do dispersor do

sprinkler, provando seu funcionamento normal durante o incêndio. (Fonte: MAXISHOP foto
DSC02895).
FABIO
FERNANDES
Detalhe ampliado da Fotografia DSC02895 anterior, mostrando as marcas circulares

concêntricas deixadas pela água do dispersor do sprinkler, provando seu funcionamento
normal durante o incêndio (Fonte: MAXISHOP foto DSC02895).
Fotografia mostrando vestígios de marcas circulares concêntricas deixadas pelo dispersor

do sprinkler, provando seu funcionamento normal durante o incêndio (Fonte: MAXISHOP,
foto DSC02883).
FABIO
FERNANDES
Detalhe ampliado da Fotografia DSC02883 anterior, mostrando vestígios de marcas

circulares concêntricas deixadas pela água do dispersor do sprinkler. Era normal seu
funcionamento durante o incêndio. (Fonte: MAXISHOP foto DSC02883).
Fotografia do “Laudo” SZPIZ / Seguradora SUL AMÉRICA mostrando sprinkler aberto e mercadorias
danificadas por água em loja próxima da loja CENTAURO (fls. 128/1m39 dos autos do processo no
1017170-89.2015.8.26.0309 na 5ª Vara Cível – Jundiaí.
FABIO
FERNANDES
Detalhe da fotografia anterior do “Laudo” SZPIZ / Seguradora SUL AMÉRICA, mostrando marcas
d’água do sprinkler deixadas no forro de loja próxima da loja CENTAURO (fls. 128/139 dos autos do
processo no 1017170-89.2015.8.26.0309 na 5ª Vara Cível – Jundiaí. Material fornecido pelo A.T. do
shopping.
Ainda quanto ao funcionamento do sistema de sprinklers, os bombeiros da

PMESP determinaram durante a vistoria do dia 23/maio/2014 (efetuada dois dias após
o incêndio) que a chave do sistema de sprinklers fosse colocada na posição manual de
comando.
É o que se observa do relatório da vistoria do Corpo de Bombeiros efetuada no

dia 23 de maio de 2014 (dois dias após o incêndio), o qual orientava “ligar bomba
jóquei (sic) manualmente e verificar se há vazamento ou rompimento de bico em algum ponto da
edificação” (Grifamos, ANEXO B) conforme segue parcialmente
reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Trecho da Vistoria efetuada no Shopping efetuada pelo Corpo de Bombeiros no dia 23 de maio de
2014 (dois dias após o incêndio) determinando “ligar bomba jóquei (sic) manualmente” (ANEXO
B).
Portanto, a VGA – Válvula de Governo e Alarme do sistema de sprinklers na

região atingida pelo incêndio deveria ser mantida em operação manual, para verificar
vazamentos. As demais VGAs deveriam operar normalmente abertas no modo
automático.
Se durante a vistoria do dia 23 a chave estivesse na posição automática o sistema

de sprinklers automaticamente ligaria as bombas “jockey” para manter a pressão na
tubulação, promovendo danos patrimoniais nas áreas do shopping.
A Certidão do Corpo de Bombeiros no 26/110/2014 do Corpo de Bombeiros de

Jundiaí datada de 06-06-2014 registrou essa situação prevista, necessária e mandatória:
“em vistoria posterior realizada em 23 de maio de 2014... constatou-se que o sistema estava configurado
em operação manual, permanecendo inoperante para operação automática.”.
As orientações e recomendações apresentadas pelo Corpo de Bombeiros na

vistoira de 23 de maio de 2014 foram realizadas e atendidas pelo setor de segurança do
Shopping, conforme carta do MAXISHOPPING (ANEXO B) datada e protocolada em
24 de junho de 2014 no 19º Grupamento de Bombeiros.
FABIO
FERNANDES
Vistoria do Corpo de Bombeiros no MAXISHOPPING em 23 de maio de 2014 (ANEXO B).
Nova vistoria efetuada pelo Corpo de Bombeiros no MAXISHOPPING no dia

25 de maio de 2014 manteve a orientação de isolar a VGA da área sinistrada, e
confirmou que em todas as demais áreas do Shopping os sistemas foram testados e as
bombas de sprinklers e de hidrantes estavam em “funcionamento automático” e em
FABIO
FERNANDES
“pleno funcionamento” conforme regue reproduzido:
Vistoria do Corpo de Bombeiros no Maxishopping em 25 de maio de 2014 (ANEXO B).
FABIO
FERNANDES
F. FUNCIONAMENTO DOS HIDRANTES EM CASO DE EVENTUAL

PARADA DA BOMBA DE INCÊNDIO
O material fornecido pelo shopping revela que o reservatório está em cota elevada
em relação ao piso térreo do Shopping, com volume de 120 m³ d`água (superior à
reserva de 90 m3 do projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros que garantia 90
minutos de abastecimento), reserva essa que “supre o sistema por 2 (duas) horas”
com vazão mínima garantida pela elevada pressão hidrostática de 41 mca (metros de
coluna d’água), conforme projeto aprovado do Corpo de bombeiros a seguir
parcialmente reproduzido:
Reserva de Incêndio do shopping – Memória de Cálculo – Projeto de proteção e combate contra

incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme decreto estadual n o
46.076/2001.
FABIO
FERNANDES
Detalhe do Projeto de proteção e combate contra incêndio – isométrico – hidrantes,

analisado e aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme decreto estadual no
46.076/2001.
A pressão mínima necessária para abastecer um hidrante era de 17 mca

(considerada a perda de carga na mangueira), conforme segue reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Pressão mínima requerida no hidrante mais desfavorável – Memória de Cálculo – Projeto de

proteção e combate contra incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme
decreto estadual no 46.076/2001.
O cálculo aprovado pelo Corpo de Bombeiros do sistema de hidrantes do

shopping indicava a pressão disponível de 40,24 mca na rede de hidrantes (já descontada
a perda de carga na tubulação), conforme a seguir reproduzido:
Pressão disponível – Memória de Cálculo – Projeto de proteção e combate contra incêndio

aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme decreto estadual no 46.076/2001.
Para o hidrante H-38 existente defronte à loja CENTAURO (situada no piso

superior com altura estimada de 5m), a pressão disponível seria de 40,24 mca – 5 mca =
35,24 mca, que é superior a 17 mca, que garante o alcance de jato de sólido superior a
11,00 m, superior ao mínimo de 8,00 m exigido pelo Corpo de Bombeiros, conforme
segue reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Alcance do jato do hidrante com a pressão disponível – Memória de Cálculo – Projeto de proteção
e combate contra incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme decreto
estadual no 46.076/2001.
Portanto, a altura do reservatório de incêndio (instalado no alto de um morro ao

lado do shopping) demonstra a garantia do abastecimento do hidrante situado junto à
porta da Loja CENTAURO com pressão manométrica suficiente ao exigido pela
legislação estadual aplicável, mesmo sem o emprego da bomba principal para o
funcionamento dos hidrantes da edificação.
Essa elevada altura manométrica garantia também a operação dos sprinklers (que
consomem pequena quantidade d’água pela pequena dimensão de sua tubulação e
aspersor) e dos hidrantes próximos do local do incêndio, com pressão mesmo na
eventualidade de não funcionamento da bomba.
O projeto de proteção e combate a incêndio do Shopping foi convalidado por

periódicos AVCB’s – AUTOS DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS da
PMESP. O AVCB de no 085695 datado de 26/março/2013 e com vigência de 3 (três)
anos atestava a regularidade das instalações à época do incêndio.
FABIO
FERNANDES
CONCLUSÕES
O presente Laudo Técnico demonstrou “em tese”, em resumo, que:
A. O incêndio, provocado provavelmente por “fenômeno termoelétrico” relacionado aos

quadros de distribuição de energia existentes nos fundos da loja CENTAURO
(Item “4. DO EXAME DO LOCAL”do Laudo do IC), teve propagação rápida
devido ao acúmulo de mercadorias no mezanino da loja SBF/CENTAURO junto
a quadros elétricos e equipamentos de ar condicionado. O acúmulo inadequado
de mercadoria em local inseguro do mezanino propiciou a ocorrência do sinistro,
determinou sua velocidade de alastramento.
B. Considerando o funcionamento inicial prejucado do sistema de sprinklers pelas
razões acima citadas, as rondas e inspeções da vigilância foram fundamentais para
identificar o foco de incêndio, emitir avisos de alarme e iniciar o combate por
meio do sistema de hidrantes.
C. O sistema de sprinklers (chuveiros automáticos), apesar de prejudicado
inicialmente, no entendimento do signatário funcionou a contento para
circunscrever a área do incêndio, restrita praticamente às instalações da
SBF/CENTAURO. Outras áreas da edificação foram atingidas pelo calor
irradiado e pelo rescaldo do corpo de bombeiros.
D. O Corpo de Bombeiros da PMESP, contando com o auxílio do sistema de
segurança (sprinklers e do sistema de hidrantes) do MAXISHOPPING, conseguiu
com eficiência o trabalho de contenção e extinção do incêndio, conseguindo
preservar a quase totalidade da área do MAXISHOPPING de 93.495,38 m2, e
restringindo a destruição do incêndio ao total de 947 m2 (Laudo Pericial IC no
246.393/2014), correspondente a 01 (um) centésimo da área total do
empreendimento.
Finaliza o Laudo Técnico.
FABIO
FERNANDES
I.4. QUESITOS FORMULADO PELO AUTOR (FLS. 1161/1163 dos

autos):
1) – Informe o ilustre perito em nome de quem encontra-se registrado o imóvel do qual
as Autoras eram locatárias, onde houve o incêndio noticiado na presente ação, bem
como a área edificada, área não edificada, informando ainda se o projeto construtivo e
suas divisões e compartimentos correspondem como a edificação de fato existente no
imóvel, e se na matricula do RI consta a destinação e licenciamento de uso da
construção.
Resposta do Perito: Conforme Registro no 1º. Oficial de Registro de Imóveis de

Jundiaí de 09/outubro/2008, o imóvel do qual as Autoras eram Locatárias – Loja 2458
do CONDOMÍNIO MAXI SHOPPING JUNDIAÍ – está registrado em nome de
MAXISHOP Administração e participações S.A, com área útil de 31,6000m2, área
comum de 48,7302m2 e área total de 80,4202m2.
FABIO
FERNANDES
2) – Informe o ilustre perito se a empresa Ré possuía vistoria e ALVARÁ atualizado do

Corpo de Bombeiros de Jundiaí, nada data do sinistro, e se consta certificação de
instalação de todos os equipamentos e condições seguras contra incêndios.
Resposta do Perito: O projeto de proteção e combate a incêndio do Shopping foi

convalidado por periódicos AVCB’s – AUTOS DE VISTORIA DO CORPO DE
BOMBEIROS da PMESP. O AVCB de no 085695 datado de 26/março/2013 e com
vigência de 3 (três) anos atestava a regularidade das instalações à época do incêndio.
3) – O prédio, por ser utilizado por vários locatários possui uma convenção ou
regulamento interno contendo normas de segurança contra incêndios? Neste
regulamento, há previsão de quem são os responsáveis pela fiscalização do cumprimento
das normas de segurança e contra incêndio?
Resposta do Perito: As normas de segurança contra incêndio constam do documento

“NORMAS GERAIS COMPLEMENTARES REGEDORAS DAS LOCAÇÕES E
OUTRAS AVENÇAS DO MAXI SHOPPING JUNDIAÍ”. Esse documento estabelece
que cada LOCATÁRIA é responsável pela instalação e manutenção dos dispositivos de
combate e prevenção a incêndio no interior dos salões de uso comercial.
Foi informado pelo A.T. do shopping que as vistorias são feitas rotineiramente por
amostragem, “anualmente”, quando das vistorias do Corpo de Bombeiros para emissão
do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros – AVCB e, de modo mais direto, sempre
que há algum tipo de necessidade. Essas vistorias feitas pelo Shopping são
obrigatoriamente acompanhadas pela Locatária, resultando em Fichas de Inspeção e
Segurança assinadas pelas partes, e que contém as irregularidades a serem sanadas pela
Locatária. Declarado pelo A.T. do shopping que não é obrigação do shopping.
FABIO
FERNANDES
4) - A Administração da Ré mantinha um corpo técnico de engenheiros, bombeiros

civis, equipe de segurança, brigada de incêndios, que zele e fiscalize o cumprimento das
normas legais e convencionais.
Resposta do Perito: Sim. Anualmente essa equipe efetuava inspeção de segurança nas
lojas, conforme explanado anteriormente. Essas vistorias eram realizadas pelo técnico
em segurança juntamente com o bombeiro e tinham a anuência da gerente da loja,
conforme Fichas de Inspeção e Segurança anexas ao Laudo Judicial, conforme
declaração do A.T. do shopping.
5) – Informe o ilustre perito se na data do incêndio, havia no prédio sistema de

pressurização; se positivo, descreva o referido sistema, informando ainda se havia,
bombas principais e reservas, quantidades, e volumes, fontes alimentadoras elétricas ou
de explosões ou se havia ambas, e se todas funcionavam a contento na data do sinistro.
Resposta do Perito: Entendendo-se sistema de pressurização como o sistema de

sprinklers e suas bombas jockey, a resposta é afirmativa, funcionando com
eletrobombas, conforme projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros anexo ao Laudo
Judicial. A existência do AVCB válido atesta o funcionamento a contento desses
sistemas (ver Quesito 2 anterior).
6) – A certidão do Corpo de Bombeiro, afirma que as válvulas de governo alarme

(VGA) ou chave detectora, estavam na posição manual (quando deveriam estar na
posição “automático” para o eficaz funcionamento do sistema). Quais os elementos ou
evidências que apontam de forma segura, em qual a posição estas válvulas estavam
FABIO
FERNANDES
antes do incêndio? O fato delas estarem na posição manual, antes do incêndio, é

hipótese de negligência ou imprudência? Se as tais válvulas estavam na posição manual
antes do incêndio, pode ter contribuído para o mal e irregular funcionamento do sistema
de combate a incêndios?
Resposta do Perito: A documentação e as fotografias anexadas aos autos atestam o

funcionamento do sistema de sprinklers durante o incêndio, conforme demonstrado no
corpo do Laudo Judicial. Conforme constou do Laudo do Instituto de Criminalística –
Laudo do IC no 246.393/2014 – durante o incêndio “houve acionamento dos
sprinklers (chuveiros automáticos de combate ao fogo)”.
Comprovando o funcionamento dos sprinklers constatado no local pelos peritos
subscritores do Laudo do IC, alguns sprinklers do shopping situados nas imediações da
Loja CENTAURO deixaram indeléveis marcas no forro de gesso ao seu redor,
mostrando que estavam funcionando durante o incêndio, conforme também consta do
corpo do Laudo Judicial.
O fato dos sprinklers terem funcionado durante o incêndio atesta que a chave estava na
posição “automático” antes do incêndio.
Ainda quanto à posição “manual” ou “automático” do sistema de sprinklers, os
documentos constantes dos autos permitem afirmar que a posição “manual” foi
determinada pelo Corpo de Bombeiros da PMESP após o término do incêndio, durante
a vistoria do dia 23/maio/2014 (efetuada dois dias após o incêndio). Naquela
oportunidade o Corpo de Bombeiros determinou que a chave do sistema de sprinklers
fosse colocada na posição manual de comando.
FABIO
FERNANDES
Trecho da Vistoria efetuada no Shopping efetuada pelo Corpo de Bombeiros no dia 23

de maio de 2014 (dois dias após o incêndio) determinando “ligar a bomba jóquei (sic)
manualmente”.
Portanto, a VGA – Válvula de Governo e Alarme do sistema de sprinklers na região

atingida pelo incêndio deveria ser mantida em operação manual, para evitar
vazamentos. As demais VGAs deveriam operar normalmente abertas no modo
automático.
Se durante a vistoria do dia 23 a chave estivesse na posição automática o sistema de
sprinklers automaticamente ligaria as bombas “jockey” para manter a pressão na tubulação,
promovendo danos patrimoniais nas áreas do shopping.
A Certidão do Corpo de Bombeiros no 26/110/2014 do Corpo de Bombeiros de
Jundiaí datada de 06-06-2014 registrou essa situação prevista, necessária e mandatória:
“em vistoria posterior realizada em 23 de maio de 2014... constatou-se que o sistema estava configurado
em operação manual, permanecendo inoperante para operação automática.”.
As orientações e recomendações apresentadas pelo Corpo de Bombeiros na vistoria de
23 de maio de 2014 foram realizadas e atendidas pelo setor de segurança do Shopping,
conforme carta do MAXISHOPPING datada e protocolada em 24 de junho de 2014 no
19º Grupamento de Bombeiros.
Nova vistoria efetuada pelo Corpo de Bombeiros no MAXISHOPPING no dia 25 de
maio de 2014 manteve a orientação de isolar a VGA da área sinistrada, e confirmou que
FABIO
FERNANDES
em todas as demais áreas do Shopping os sistemas foram testados e as bombas de

sprinklers e de hidrantes estavam em “funcionamento automático” e em “pleno
funcionamento”.
Portanto, concluindo a resposta ao presente quesito, o sistema de sprinkler estava na
posição “automático” antes do incêndio, afastando a hipótese de negligência ou
imprudência no entendimento do signatário, e esse fato garantiu o funcionamento
normal do sistema de combate a incêndio.
7) – Conforme a mesma certidão do Corpo de Bombeiro a bomba fonte dos hidrantes

ficou inoperante por cerca de 40 minutos; Tal fato foi em decorrência de deficiência do
mecanismo, falta de manutenção do sistema, negligência ou imprudência. Tal fato
retardou ou dificultou o combate mais rápido, isto contribuiu para o aumento das
proporções do incêndio? Quem eram as pessoas responsáveis pela manutenção de tais
equipamentos?
Resposta do Perito: Entende o signatário que o presente quesito parte da premissa que
precisa ser corrigida, pois a Certidão de Incêndio do Corpo de Bombeiros registra “no
momento da extinção, enquanto se era utilizado o sistema de hidrantes da
edificação, a bomba de incêndio parou de funcionar com aproximadamente 40
minutos de operação” conforme explicitado no trecho da Certidão de Incêndio do
Corpo de Bombeiros a seguir reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Trecho da Certidão de Incêndio do Corpo de Bombeiros da PMESP - incêndio

26.110.2014.
Corrigida a premissa equivocada do presente quesito, pode-se responder aos seus demais
questionamentos:
Tal fato foi em decorrência de deficiência do mecanismo, falta de manutenção do sistema, negligência ou
imprudência?
Não, a falha da bomba ocorreu após 40 minutos de efetivo combate ao incêndio pelos
bombeiros, e após mais de uma hora de detecção do incêndio, quando essa falha era até
esperada, por efeito do intenso incêndio na edificação.
Tal fato retardou ou dificultou o combate mais rápido, isto contribuiu para o aumento das proporções do
incêndio?
Conforme explicitado no corpo do Laudo Pericial, a falha da bomba teria ocorrido
quando nada mais havia para ser salvo nos locais incendiados, com o trabalho dos
Bombeiros se restringindo à contenção do incêndio, para que não se alastrasse pelo
Shopping (trabalho executado com eficácia pelos bombeiros, também em decorrência
do reservatório d’água do Shopping que abasteceu seus carros-pipa). Não faltou água.
Quem eram as pessoas responsáveis pela manutenção de tais equipamentos?
FABIO
FERNANDES
Segundo consta das “NORMAS GERAIS COMPLEMENTARES REGEDORAS DAS

LOCAÇÕES E OUTRAS AVENÇAS DO MAXI SHOPPING JUNDIAÍ” o
MAXISHOPP era responsável pela manutenção das bombas de hidrantes e dos
sprinklers, bem como dos demais dispositivos de proteção e combate a incêndio
localizados nas áreas comuns do shopping.
As Locatárias das lojas (salões de uso comercial – SUC) eram responsáveis pela
instalação e manutenção dos dispositivos de proteção e combate a incêndio localizados
na sua área privativa.
Esse serviço de manutenção corretiva era de responsabilidade da LOJA, conforme
consta das citadas NORMAS GERAIS:
CAPÍTULO SEXTO - DAS OBRAS DOS SALÕES COMERCIAIS.
(...)
6.2. O LOCATÁRIO deverá executar, às suas expensas, todas as obras concernentes à implantação
ou reforma do SALÃO COMERCIAL, tais como decoração, elementos de vedação, instalações
elétricas, hidráulicas, instalações complementares de ar condicionado que não estejam a cargo do
LOCADOR, exaustão mecânica, sistema de extintores, deteção e alarmes de incêndio e quaisquer
outras úteis e necessárias ao seu funcionamento, que serão executadas às expensas do LOCATÁRIO e
sob inteira responsabilidade deste, de acordo com os projetos próprios (item 5.2.) de forma a ser
inaugurado na data determinada.
8) – A Ré relata em sua contestação que a loja Centauro (SBF Comercio de Produtos

Esportivos Ltda) mantinha grande quantidade de mercadorias estocadas bem próximos
aos “sprinkers” e muito próximos aos equipamentos de combate à incêndios, e até por
isso por várias vezes advertiu a referida empresa. Pergunta-se: De acordo com a
convenção do empreendimento da Ré, regimento interno, contrato de locação firmado
com as Autoras, e demais documentos acostados com a petição inicial, poderia a Ré ter
FABIO
FERNANDES
adotado alguma providência coercitiva contra a referida empresa (SBF), para evitar os
riscos e o incêndio?
Resposta do Perito: Não há mecanismo legal para tal correção. As Fichas de Inspeção
e Segurança atestam recorrentes inspeções feitas pelo MAXISHOP com a finalidade de
verificar condições de segurança e de instar a SBF-CENTAURO a corrigir as falhas
constatadas.
9) – Em resumo geral, o conjunto de documentos trazidos pelas partes aos autos, as

instalações e mercadorias da loja das Autoras sofreram danos em consequências do
incêndio? Descreva o ilustre perito qual a distância da loja das Autoras em relação ao
sitio principal do incêndio, bem como esclareça se os danos foram ocasionados pelo
calor ou pelas águas utilizada no combate ao incêndio, ou ainda pela fuligem, fumaça ou
outros elementos decorrentes do incêndio?
Resposta do Perito: Conforme se observa nas 15 fotografias do interior da Loja AURA

LU tomadas após o incêndio, enviadas para o MAXISHOP através de E-MAIL da
LOJA AURA LU datado de 23-05-2014 (informações cedidas pelo A.T. do requerido),
os danos no interior da loja foram provocados por fumaça e por empoçamento d’água
de rescaldo no piso da loja. A temperatura alcançada no interior da loja foi de pequena
magnitude, pois os sprinklers situados no interior da loja não chegaram a abrir,
conforme se percebe observando nas fotos DSC06584 e DSC06625 seus elementos
fusíveis intactos (seta de cor vermelha), tal como se destaca a seguir.
FABIO
FERNANDES
FABIO
FERNANDES
Foto – AURA LU – 23-05-2014 mostrando estoque da loja e teto de gesso esfumaçado,

onde se nota um sprinkler com elemento fusível intacto.
FABIO
FERNANDES
Detalhe da Foto – AURA LU – 23-05-2014 mostrando o sprinkler com elemento fusível

intacto.
FABIO
FERNANDES
Foto – AURA LU – 23-05-2014 mostrando o forro de gesso esfumaçado, com sprinkler

na borda superior da imagem.
Detalhe da Foto – AURA LU – 23-05-2014 mostrando o sprinkler com elemento fusível

intacto.
FABIO
FERNANDES
10) - As Autoras, desde logo, reservam-se e requerem oportunidade para a prestação de

quesitos complementares, nos termos do artigo 469 do CPC.
I.5. QUESITOS FORMULADO PELA CORRÉ SURA (FLS. 1166/1163 dos

autos):
1. Queira o Sr. Perito confirmar se o incêndio foi deflagrado na unidade 2023, 2º andar,
piso G3 do Maxxi Shopping Jundiaí, onde funcionava a loja da corré,
SBF/CENTAURO?
Resposta do Perito: Sim.
2. Descrever a unidade 2023, 2º andar, piso G3 do Maxxi Shopping Jundiaí locada pela
SBF/CENTAURO com a maior exatidão e detalhamento possível.
Resposta do Perito: Vide documentação farta no corpo do processo.
3. Queira o Sr. Perito informar se o incêndio iniciado no interior da referida loja se deu
no mezanino onde funcionava seu estoque de mercadorias.
Resposta do Perito: Sim. Conforme “tese” levantada pelo signatário. Vide corpo do
laudo técnico para melhor entendimento dos fatos considerados.
FABIO
FERNANDES
4. Queira o Sr. Perito informar se o material ali estocado poderia propagar as chamas do
incêndio.
5. Quais as medidas para prevenção e combate ao incêndio que existiam na loja locada
pela SBF/CENTAURO e no Maxxi Shopping Jundiaí na data do incêndio?
Resposta do Perito: Vide corpo do laudo técnico.
6. As medidas e equipamentos de prevenção e combate à incêndio, se instaladas, eram

coerentes e adequadas com o tamanho, distribuição e carga combustível da loja locada?
7. No interior da loja existiam chuveiros automáticos para o combate de eventual

incêndio? Existiam outros equipamentos para debelar incêndios? Caso positivo, em que
estado se encontravam?
Resposta do Perito: Sim. Sim. Em perfeito estado para uso, conforme AVCB e
declarações do próprio corpo de bombeiros inseridos nos autos.
8. O local de início do incêndio no interior da loja locada pela SBF/CENTAURO,

estava no raio de ação do chuveiro automático de combate a incêndio?
FABIO
FERNANDES
9. O estoque de materiais no mezanino da loja locada pela SBF/CENTAURO, local de

início do incêndio, estava obstruindo de alguma forma que prejudicasse o pleno
funcionamento dos chuveiros automáticos de combate ao incêndio?
Resposta do Perito: Sim, conforme “tese” elaborada pelo signatário e lançada no corpo
do laudo técnico.
10. Os chuveiros de combate ao incêndio foram acionados automaticamente no

momento em que as chamas eclodiram na referida loja, local de início do incêndio?
11. Conforme indicação do laudo pericial juntado às fls. 526/540, entende o Sr. Perito
que os problemas elétricos encontrados no sítio após o incêndio poderiam ter causado o
incêndio? Em caso negativo, qual seria a causa do incêndio iniciado nas dependências da
loja da SBF, locada pelo Maxxi Shopping?
Resposta do Perito: Sim, também.
12. Pode o Sr. Perito dizer sobre a instalação de um estabelecimento de cinema anterior
à Centauro no local dos fatos?
FABIO
FERNANDES
Resposta do Perito: Somente informações e declarações de que anteriormente havia

um cinema no local da Centauro.
13. Pode o Sr. Perito dizer sobre a Centauro ter utilizado total ou parcialmente a
instalação elétrica do cinema anteriormente instalado, sem as devidas adaptações?
Resposta do Perito: Não há essa possibilidade de informação.
14. Onde se localizavam os quadros de força de energia elétrica da loja locada pela
SBF/CENTAURO? São totalmente coerentes com a distribuição de carga da loja
instalada à época do incêndio ou são mais adequadas à salas de projeção?
Resposta do Perito: Cabe informar que existe divergência nos projetos sobre a exata
localização dos quadros de distribuição de energia existentes “nos fundos da loja” SBF-
CENTAURO. Segundo o PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA da loja
elaborado pela SBF-CENTAURO o quadro de distribuição de luz e força “QLF-LOJA”
estava posicionado junto à parede dos fundos da loja.
FABIO
FERNANDES
Segundo o PROJETO ARQUITETÔNICO EXECUTIVO da LOJA CENTAURO

(anteriormente mostrado), a sala que abrigava os quadros de energia ficava sob a escada
de acesso ao mezanino, e estava desencostada da parede dos fundos da loja, conforme
mostra o detalhe ampliado a seguir:
15. Da leitura do contrato de locação, pode o Sr. Perito afirmar que a responsabilidade
sobre qualquer instalação realizada à sala locada é de responsabilidade única e exclusiva
do locatário, ou seja, da SBF/CENTAURO, uma vez que a sala é entregue “shell”, isto
é, somente paredes, teto e piso?
16. É possível infirmar, pelas evidências registradas nos relatórios juntados pela
Seguradora aos autos e as declarações dos registros oficiais, que o incêndio foi causado
por curto-circuito?
FABIO
FERNANDES
17. As instalações elétricas da Unidade locada, segundo o contrato de locação e as

normas gerais do Condomínio do Shopping, são de responsabilidade do Locatário?
18. Há evidências que a SBF/CENTAURO, locatária da loja onde se iniciou o incêndio,

tenha negligenciado as instalações elétricas do referido espaço, dando azo ao incêndio?
Caso positivo, especificar as evidências.
Resposta do Perito: Sim. Vide corpo do laudo técnico.
19. Seria possível à SBF/CENTAURO ter mitigado a possibilidade de ocorrência do

incêndio? Quais seriam as medidas para tal?
Resposta do Perito: Prejudicado.
20. Alguma providência poderia ter sido adotada para minimizar os efeitos do incêndio
e/ou sua propagação e alcance?
Resposta do Perito: Prejudicado.
FABIO
FERNANDES
21. Havia alguma providência ao alcance econômico e técnico da SBF/CENTAURO

para prevenção do incêndio que não tenha sido adotada?
Resposta do Perito: Não.
22. Há comprovação dos gastos alegados pela Autora para a reforma da loja locada? Se
positivo, especificar.
Resposta do Perito: Sim. Vide corpo do processo.
23. Queira o Sr. Perito descrever quais foram as medidas de reparo adotadas pela
Autora, verificando ainda, se tais medidas foram compatíveis com os danos reclamados.
I.6. QUESITOS FORMULADO PELA RÉ MAXISHOP (FLS. 1171/1172

dos autos):
1. Pede-se ao i. Perito que, com base nos documentos oficiais, relatórios técnicos,
imagens de vídeo e fotografias, indique o local de início do incêndio ocorrido em 21- 05-
2014 no MAXI SHOPPING JUNDIAÍ, e a cronologia da propagação do fogo até
atingir seu apogeu, antes do início do combate prestado pelo Corpo de Bombeiros.
Pede-se ao i. Perito que identifique os estabelecimentos atingidos diretamente pelo fogo,
FABIO
FERNANDES
os estabelecimentos atingidos pela água utilizada no combate ao fogo e pela água do

sistema de chuveiros automáticos.
2. A CERTIDÃO nº 26/110/2014 do 19º Grupamento do Corpo de Bombeiros de

Jundiaí datada de 06-06-2014 referente ao incêndio ocorrido em 21-05-2014, sobre a
vistoria do sistema de chuveiros automáticos (sprinklers), relata que ‘em vistoria posterior
realizada em 23 de maio de 2014... constatou-se que o sistema estava configurado em operação manual,
permanecendo inoperante para operação automática’. A configuração de acionamento manual
constatada após a extinção do incêndio era natural e previsível, devido ao
comprometimento das instalações de combate a incêndio (sprinklers e hidrantes?) Esse
sistema de chuveiros foi colocado no modo automático após o isolamento da área
comprometida através de fechamento das respectivas VGAs (Válvulas de Governo e
Alarme)? Quando isso foi efetuado pelo MAXISHOPPING?
Resposta do Perito: Sim. Sim. Em 25 de maio de 2.014.
3. O sistema de hidrantes do MAXISHOPPING era alimentado por reservatório situado

em cota elevada com relação ao shopping? Essa cota elevada propiciava a pressão
manométrica para funcionamento de hidrantes independentemente do acionamento da
bomba principal? Quais foram os hidrantes situados nas proximidades da loja
CENTAURO que foram utilizados pelo Corpo de Bombeiros para combater o incêndio
ocorrido em 21-05-2014. A pressão manométrica nesses hidrantes mantinha o fluxo sem
necessidade do acionamento da bomba principal?
FABIO
FERNANDES
Resposta do Perito: Sim. Sim. Vide corpo do laudo técnico. Conforme informações
cedidas pela ré, o hidrante 38 existente defronte à loja Centauro e hidrantes externos no
fundo do shopping. Sim. Sim, analisando o projeto de incêndio cedido pelo shopping,
observa-se que o reservatório está em cota elevada em relação ao piso térreo (instalado
no alto de um morro ao lado do shopping e com altura de 41 mca - equivalente a de um
prédio com 14 pavimentos). A reserva de incêndio possui volume de 120 m³ d`água com
vazão mínima garantida pela elevada pressão hidrostática, conforme esquema isométrico
do projeto técnico de segurança contra incêndio. Estas características garantem o
funcionamento de hidrantes sem necessidade do emprego da bomba principal.
Reservatório do
MAXISHOPPING
Foto aérea do MAXISHOPPING JUNDIAÍ com destaque para o reservatório d’água

em alto do morro (Fonte: Maxishop).
FABIO
FERNANDES
Tubulação de descida do reservatório d’água, vista do estacionamento no teto do

MAXISHOPPING (Fonte: A.T. do shopping Ejzenberg, 2017).
A altura do reservatório de incêndio e a pressão hidráulica dela decorrente estão

demonstradas a seguir:
O reservatório está em cota elevada em relação ao piso térreo do Shopping, com

volume de 120 m³ d`água (superior à reserva de 90 m3 do projeto aprovado pelo Corpo
de Bombeiros que garantia 90 minutos de abastecimento), reserva essa que “supre o
sistema por 2 (duas) horas” com vazão mínima garantida pela pressão hidrostática de
41 mca (metros de coluna d’água), conforme projeto aprovado do Corpo de bombeiros
a seguir parcialmente reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Reserva de Incêndio do shopping – Memória de Cálculo – Projeto de proteção e

combate contra incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme
decreto estadual no 46.076/2001.
FABIO
FERNANDES
Detalhe do Projeto de proteção e combate contra incêndio – isométrico – hidrantes,

analisado e aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme decreto estadual
no 46.076/2001.
A pressão mínima necessária para abastecer um hidrante era de 17 mca (considerada a

perda de carga na mangueira), conforme segue reproduzido:
Pressão mínima requerida no hidrante mais desfavorável – Memória de Cálculo –

Projeto de proteção e combate contra incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da
PMESP conforme decreto estadual no 46.076/2001.
O cálculo aprovado pelo Corpo de Bombeiros do sistema de hidrantes do

shopping indicava a pressão disponível de 40,24 mca na rede de hidrantes (já descontada
a perda de carga na tubulação), conforme a seguir reproduzido:
FABIO
FERNANDES
Pressão disponível – Memória de Cálculo – Projeto de proteção e combate contra

incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP conforme decreto estadual no
46.076/2001.
Para o hidrante H-38 existente defronte à loja CENTAURO (situada no piso

superior com altura estimada de 5m), a pressão disponível seria de 40,24 mca – 5 mca =
35,24 mca, que é bem superior a 17 mca, que garante o alcance de jato de sólido superior
a 11,00 m, bastante superior ao mínimo de 8,00 m exigido pelo Corpo de Bombeiros,
conforme segue reproduzido:
Alcance do jato do hidrante com a pressão disponível – Memória de Cálculo – Projeto

de proteção e combate contra incêndio aprovado pelo Corpo de bombeiros da PMESP
conforme decreto estadual no 46.076/2001.
Portanto, a altura do reservatório de incêndio (instalado no alto de um morro ao

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FERNANDES
lado do shopping) garantiria o abastecimento do hidrante situado junto à porta da Loja

CENTAURO com pressão manométrica suficiente e superior ao exigido pela legislação
estadual aplicável, mesmo sem o emprego da bomba principal para o funcionamento dos
hidrantes da edificação.
Essa altura manométrica garantiria também a operação dos sprinklers (que

consomem pequena quantidade d’água pela pequena dimensão de sua tubulação e
aspersor) e dos hidrantes próximos do local do incêndio, com pressão mesmo na
eventualidade de não funcionamento da bomba.
O projeto de proteção e combate a incêndio do Shopping foi convalidado por

periódicos AVCB’s – AUTOS DE VISTORIA DO CORPO DE BOMBEIROS da
PMESP. O AVCB de no 085695 datado de 26/março/2013 e com vigência de 3 (três)
anos atestava a regularidade das instalações à época do incêndio.
As vistorias efetuadas pelo Corpo de Bombeiros nos dias 23 e 25/maio/2014, não

apontaram nenhuma anormalidade na funcionabilidade do sistema de proteção e
combate a incêndio do Shopping, e explicitam o processo para restabelecimento do
sistema automático após o incêndio.
4. A vazão do sistema de hidrantes, mesmo com a bomba principal desligada,

apresentou fluxo compatível com a vazão solicitada pela Regulamentação do Corpo de
Bombeiros do Estado de São Paulo para sistema de hidrante classificado como TIPO 3
na Instrução Técnica nº 22/2011 e ocupação TIPO C-3 conforme Decreto Estadual nº
56819/2011?

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5. O sistema de proteção por chuveiros automáticos (sprinklers) tem a finalidade de

extinguir o foco inicial do incêndio? A pressão hidráulica manométrica do sistema de
proteção por chuveiros no mezanino da loja CENTAURO apresentava capacidade para
abastecer esses chuveiros com a vazão e a pressão requeridas para o efetivo combate ao
fogo em seu início? Com a pressão manométrica da rede esses chuveiros abririam
automática e satisfatoriamente em caso de incêndio?
Resposta do Perito: Sim. Sim, conforme projeto apresentado.
6. A Loja CENTAURO foi advertida pela administração do MAXI SHOPPING quanto

ao estoque irregular de mercadoria do mezanino onde o fogo começou? O estoque
irregular e o acúmulo de mercadoria prejudicou o desempenho dos chuveiros
automáticos, não permitindo que a água dos chuveiros alcançasse o foco do incêndio e,
assim, prejudicou e retardou o controle do incêndio?
Resposta do Perito: Sim. Sim.
7. Independentemente da operação das suas bombas, e operando com a pressão

manométrica, o sistema de chuveiros automáticos teria condições de controlar o início
do incêndio no mezanino caso as condições de estocagem de mercadoria fossem
adequadas?
Resposta do Perito: Sim, no entendimento do signatário, levando em consideração o

projeto aprovado pelo CB e o projeto hidráulico apresentado.
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FERNANDES
8. A ação do Corpo de Bombeiros foi adequada e decisiva para evitar o alastramento do

incêndio para o restante do MAXI SHOPPING?
9. Reservamo-nos a prerrogativa de apresentar quesitos suplementares para elucidar

eventuais novas questões que vierem a surgir durante os trabalhos da perícia.
Resposta do Perito: No aguardo, se necessário.
ENCERRAMENTO
Dada por encerrada a missão, apresento o presente Laudo Técnico

Oficial em 74 (setenta e quatro) folhas, todas numeradas e rubricadas no anverso, à
exceção da primeira e desta última que vão assinadas e datadas. Incluso neste vão 10
(dez) anexos.
São Paulo, 15 de abril de 2.019.
_____________________________
FÁBIO COSTA FERNANDES
Engenheiro Civil – CREA 060134.5895
Membro do IBAPE – N° 793
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ANEXO 01
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ANEXO – A
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ANEXO – B
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ANEXO – F
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ANEXO – G
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ANEXO – H
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Laudo técnico sobre incêndio em shopping

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FABIO

EXMO. SR. DR. JUÍZO DE DIREITO DA 4ª VARA CIVEL DO FORO DE

Ref. : Processo nº 1000428-18.2017.8.26.0309

FÁBIO COSTA FERNANDES, Engenheiro Civil, devidamente

São Paulo, 15 de abril de 2.019.

Trata-se o presente Laudo Oficial da AÇÃO PROCEDIMENTO

Conforme vem na peça preambular de fls. 01/191, o autor alega, em

Em 21 de maio de 2014, por volta das 02:00hs. o prédio e

A ré Maxishop se pronunciou as fls. 217/246, e nega todo o alegado,

A denunciada SEGUROS SURA S.A. (atual razão social ROYAL &

Saneado o feito e cadente a prova pericial, foi o signatário nomeado

Após o estudo acurado da matéria, procedeu o signatário à vistoria do

Ressalta o técnico que o exame pericial se aterá aos documentos existentes

Para bem caracterizar a situação fática local, o jurisperito empreendeu a

Os convites para comparecimento na vistoria foram realizados atendendo o

Anexo 01 – Planta do site do shopping;

O imóvel objetivado situa-se na Avenida Antônio Frederico

Tudo conforme reprodução do mapa da cidade a seguir apresentado:

DO IMÓVEL VISTORIADO (DA RÉ SHOPPING)

O imóvel objetivado na presente perícia técnica vem constituído por

FOTO 1, 2 – As fotos mostram a localização da loja do sinistro de incêndio,

FOTO 5 – Existência de Corredor entre as lojas citadas. Totalmente reformada no dia

I.1. DO SINISTRO OBSERVADO NO IMÓVEL DA RÉ SHOPPING:

Em vistoria empreendida no imóvel do requerido Shopping, pode o

I.2. CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Em vistoria empreendida ao imóvel do requerido Shopping, pode o

I.3. DO OBJETIVO DA PERÍCIA:

O Objetivo da Perícia é em suma: Analisar as declarações das partes e

O presente trabalho estuda o incêndio que destruiu a Loja CENTAURO no

• ANEXO A – FICHAS DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DO

• ANEXO D – Certidão de Sinistro no 26/110/216 do Corpo de Bombeiros

A. AS FICHAS DE INSPEÇÃO DE SEGURANÇA DO

Conforme informações cedidas pelo A.T. do shopping, os lojistas instalados no

A seguir se demonstra através de diversas Fichas de Inspeção de Segurança do

A Ficha de Inspeção do dia 05 de junho de 2006 efetuada pelo MAXISHOPING da

Ficha de Inspeção / Combate a Incêndio da Loja CENTAURO – 05/06/2006.

A Ficha de Inspeção de 19 de fevereiro de 2008 efetuada pelo MAXISHOPPING

Ficha de Inspeção / Combate a Incêndio da Loja CENTAURO – 19/02/2008.

As Fichas de Inspeção efetuadas pelo MAXISHOPPING em 24 de abril de 2013

Ficha de Inspeção / Combate a Incêndio da Loja CENTAURO – 24/04/2013.

Ficha de Inspeção / Combate a Incêndio da Loja CENTAURO – 28/04/2014.

O excesso de mercardoria armazenada até a altura das luminárias e dos sprinklers

B. FOCO INICIAL E CAUSA DO INCÊNDIO NA LOJA

No entendimento do signatário, o incêndio começou no mezanino da loja

Foco do incêndio no mezanino da CENTAURO (Laudo Pericial n o 246.393 do Instituto de

O Laudo do IC afirmou que “não se pode descartar a ocorrência de fenômeno termo-elétrico”

Esses dois fatores reforçam a conclusão do Laudo do IC quanto à origem do

O “laudo” da SBF/CENTAURO afirmou que na loja CENTAURO estava

Foco do incêndio no mezanino da CENTAURO (“Laudo” SBF/CENTAURO, autos, fls. 460/532

O A.T. do shopping forneceu o seguinte material: O “laudo” SBF/CENTAURO

Descrição do importante aspecto da queda rápida do telhado sobre o mezanino da

O “laudo” da SBF/CENTAURO afirmou que “o incêndio atingiu

Temperatura de 1200o C, não uniforme, no interior da Loja CENTAURO durante o incêndio

A “Foto no 05” e a “Foto no 06” do Laudo do IC mostram estruturas metálicas

Fotografia do Laudo do IC mostrando o mezanino da Loja CENTAURO e estruturas metálicas

Fotografia do Laudo do IC mostrando estrutura de concreto armado com descascamento devido à

A temperatura de 1200o graus centígrados atingida no local do incêndio é superior

O incêndio foi provocado por ignição de material combustível no mezanino,

C. CARGA EXECESSIVA DE MATERIAL COMBUSTÍVEL

A análise da propagação do incêndio constante do “laudo” da SBF/CENTAURO

Carga elevada de incêndio concentrada no mezanino da Loja CENTAURO (“Laudo”

O “laudo” da SBF/CENTAURO apontou que, no que tange à “carga incêndio” o

A legislação citada associa as “áreas de risco” à respectiva “Carga Incêndio”. O