Você está na página 1de 3

Caso prático 2

Alexandra Neves

Um tratadolé um acordo de vontades concordantes, uma manifestação


de vontades, entre dois ou mais sujeitos de direito internacional.
No caso existem 2 acordos: o acordo que estabelecesse descontos
no petróleo extraído no Omã, a benefício de Portugal, e benefícios
fiscais para o Sultão e seus familiares em Portugal, a benéfico de Omã
e o acordo feito entre Sultão (vendedor) e três países europeus
(compradores): França; Portugal e Espanha, desta sobre gás natural.  

Em relação ao jus internacional:


Para a conclusão de uma convenção internacional é
necessario: negociação; Aprovação e Autenticação
Primeiramente, na negociação, os representantes do estado
designados pelo direito interno para tal tarefa, modulam
reciprocamente as suas vontades, discutindo, redigindo e adotando
assim, o texto da futura convenção., Portugal redige a proposta e
Sultão, representante de Omã, aceita. 
Se a negociação ocorre entre Estados, neste caso, Portugal e Omã,
ela fica em geral, a cargo dos plenipotenciários(7º CVDT), que são
delegados ou representantes governamentais munidos de plenos
poderes para operar técnica e diplomaticamente a negociação. Em
Portugal, cabe ao Governo a negociação das convenções
internacionais, art. 197/2º CRP. 
De seguida, temos a aprovação onde a Convenção tem de ser
aprovada, sendo o ato de aprovação conferente de eficácia à mesma,
ou seja, da efetiva produção de efeitos jurídicos a que tende. 
Posteriormente, a Autenticação é o momento de vinculação ao estado,
a cristalização de o ato, através da assinatura (expressão definitiva do
consentimento do Estado pelo acordo). A assinatura é realizada pelos
plenipotenciários. Nos dois casos, será necessária uma assinatura
posterior por parte do detentor de plenos poderes para tal. 
Desta forma e em suma, nesta primeira parte do caso parte,
concluímos que Portugal tem capacidade para celebrar convenções
internacionais, art. 6º CV. 
Assim e de acordo com o art. 8º da CV, uma pessoa que conclua um
tratado que nos termos do art. 7 da CV, não seja autorizada a
representar um Estado, o ato da conclusão não produz efeitos
jurídicos, salvo quando seja confirmado posteriormente por esse
estado. Uma vez que no enunciado apresentado refere que há a
intenção da convenção não chegar ao conhecimento do governo; o
acordo poderá ficar concluído entre ambos, mas não será eficaz nem
válido, uma vez que temos um vicio de formalidade.

Já em relação ao jus constitucional:


Em relação à vinculação interna do Estado português
(Tricky making power), que há vários processos para ficar se
realmente vinculado: 1ª- Aprovação; 2ª-Ratificação ou assinatura por
parte do PR; 3ª Referenda; 4ª- Publicação
Em relação à aprovação, tratando-se de uma convenção internacional
a sua aprovação compete à AR (artigo 161º, nº 1, al. i), da CRP) por
resolução (artigo 166º, nº 5, da CRP) e deveria ter revestido a forma
solene de tratado, visto que se tratava de matérias reservadas à AR. 
Sendo um tratado, seria necessário também o presidente
da república ratificar e após isso poderíamos por em causa se o caso
desse mais informações a possibilidade de pedir fiscalização
preventiva 278º CRP por parte do presidente da republica. 
 
Quanto ao outro acordo:. 
Apesar de o Presidente da República ter assinado o tratado, a
ratificação é obrigatória no estado português, o artigo 12º da CVDT
não se aplica em Portugal, portanto, há um vício, uma vez que o
presidente assinou e não retificou a resolução de aprovação (135 B
CRP). Contudo, há também falhas no processo dado que não foi
referendado pelo primeiro-ministro, um dos atos que define a
existência ou não do ato (140 n1 e n2) CRP), há assim uma ratificação
imperfeita. 
Temos de ter também em atenção que Portugal deixou escrito no
acordo que podia desvincular-se se arranjasse gás mais
barato, e portanto, estamos perante uma reserva, pode ocorrer que
um Estado esteja globalmente de acordo com o objeto e o conteúdo
essencial de uma convenção internacional do qual está prestes a se
tornar parte, discordando, entretanto, de certa ou certas disposições
desse tratado. Nesses casos, o Estado tem a possibilidade de fazer
parte do tratado declarando, todavia, que exclui as cláusulas que não
lhe convêm ou que pretende modificar tais cláusulas, atribuindo-lhes
um significado diverso, aceitável a si próprio ou por outro lado,
acrescentando cláusulas.
As reservas são caracterizadas pelo principio da liberdsde. O artigo
19o da CVDT prevê que a formulação de reservas por um Estado é
livre, a menos que elas sejam proibidas pelo tratado ou que o tratado
apenas autorize determinadas reservas, entre as quais não estão
aquelas formuladas. Em caso de silêncio do tratado, uma reserva será
permitida contanto que não seja incompatível com o objeto e o fim do
tratado.
Nos termos do artigo 20o/4 da CVDT, a objeção a uma reserva não
ocasiona a não entrada em vigor do tratado entre o Estado objetor e o
Estado formulador da reserva. Através da formulação de uma reserva,
são modificadas somente as relações entre o Estado formulador e o(s)
Estado(s) que a aceitou/aceitaram: para o Estado que apresenta uma
objeção à reserva, esta não produz efeitos.
Em relação à “Grande Arábia” temos de ter em causa um aspeto
importante no DIP, o reconhecimento de Estados. – É um ato jurídico-
internacional pelo qual um sujeito afirma que determinada situação é
conforme com o Direito ou pelo qual afirma que se verificam os
pressupostos exigidos por uma norma internacional para a produção
de certos efeitos.
Quanto à sucessão no que diz respeito a tratados, podemos afirmar
que o Rei da Grande Arábia tem o direito de quebrar negociatas
com Portugal. (art 29;39 CVDT)
Dado que a convenção realizada entre os estados deu origem a uma
ratificação imperfeita, este será um vício relevante e ocasionará a
invalidade (nulidade relativa) da convenção. E, portanto, Portugal não
poderá alegar a violação dos acordos no TIJ.

Você também pode gostar