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Introdução à

Administração
e Economia

O Sistema
Econômico -
O Fluxo Circular
da Renda
APRESENTAÇÃO

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) a nossa aula. Nesse módulo


iremos conhecer o funcionamento de um sistema econômico da
economia, agregando todos os conceitos vistos no módulo intitulado
“Conceitos Fundamentais para o entendimento da economia”, aos
conceitos que serão apresentados agora, o que permitirá avançar
do mundo teórico para o mundo real. Conto com o seu entusiasmo
para continuarmos avançando no aprendizado da economia. Isso será
possível com a assimilação dos conceitos já vistos.

N este módulo você terá a oportunidade de entender o funcionamento de um sistema


econômico, como também conhecer os conceitos “renda, consumo e produto”, que
são as variáveis básicas no entendimento do funcionamento de uma economia, seja ela
simplificada, possibilidade dada pela macroeconomia, seja no mundo real. Tais conceitos se
fazem necessários para o entendimento dos modelos macroeconômicos.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender como funciona um sistema econômico simplificado;
• Compreender o funcionamento de um sistema econômico completo em um mundo Real;
• Descrever como ocorre o surgimento das variáveis: Renda, Consumo e produto;
• Reconhecer o Sistema de Mercado Existente para dar respostas às necessidades da socie-
dade;
• Quantificar o produto de uma economia;
• Definir os tipos de Sistema econômico existentes no mundo real.

FUMEC VIRTUAL - SETOR DE Transposição Pedagógica Infraestrutura e Suporte


FICHA TÉCNICA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Laila Coelho Silva Coordenação


Produção de Anderson Peixoto da Silva
Gestão Pedagógica
Design Multimídia
Assessoria ao Professor, AUTORIA
Coordenação
Assessoria ao Aluno e Tutoria
Rodrigo Tito M. Valadares Prof. Ricardo Brandão Castanheira
Coordenação
Design Multimídia Adaptação: Prof. Cláudio
Gabrielle Nunes Paixão
Alan J. Galego Bernini Roberto M. Pessoa

BELO HORIZONTE - 2018


O SISTEMA ECONÔMICO – O
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
Introdução
No módulo “Conceitos Fundamentais para o entendimento da economia” você viu que os
agentes econômicos são os responsáveis pelas transformações dos fatores de produção
das relações de trocas que se processam na economia.

O entendimento das relações entre os agentes econômicos, que compõe o processo


produtivo de uma economia, pode ser observado por meio de um sistema econômico que
permite simplificar a economia, fundamentado na macroeconomia.

REFLITA
Você se recorda do conceito “Macroeconomia”? Ela se preocupa com o ramo da teoria
econômica que tem sua preocupação voltada para os agregados, o conjunto do comporta-
mento dos agentes econômicos.

Essa simplificação permitirá que você entenda os conceitos fundamentais para a compre-
ensão dos modelos macroeconômicos.

O Sistema Econômico – O Fluxo Circular da Renda 51


O Funcionamento de um Sistema Econômico
Baseado no Fluxo Circular de Renda
O funcionamento de um sistema econômico deve ter como objetivo buscar responder as
demandas sociais, baseado na disponibilidade de seus fatores de produção e as regras
institucionais vigentes em cada sociedade, que norteiam as relações entre os agentes
econômicos e a representação do papel de cada agente no sistema. Mas o que vem a ser
um sistema econômico?

SAIBA MAIS
Sistema econômico é um conjunto de relações, sejam técnicas ou institucionais, que definem
a organização política e econômica de uma sociedade.

Como essas relações visam atender a demanda da sociedade, todo sistema econômico,
independente de sua organização política, tem como objetivo responder a três perguntas
básicas:

a. O que e quanto produzir? Esta resposta decorre da escassez dos fatores de produ-
ção onde prevalece a escolha feita pelo agente econômico, seja público ou privado.
b. Como produzir? A produção dos bens e serviços econômicos decorre da disponi-
bilidade da tecnologia que a sociedade detém para a concretização de suas ativi-
dades econômicas.
c. Para quem produzir? Significa a definição de quem participará do consumo da
produção gerada e como ocorre a distribuição desta produção.

Para responder a estas perguntas, três foram as possibilidades ou mecanismos de respos-


tas, considerados:

a. O Sistema de mercado (economia de livre iniciativa), também chamado de econo-


mia capitalista, cujas características são marcadas pela posse dos fatores de
produção (terra, capital, trabalho). Em uma sociedade que funciona dentro das
regras de mercado, de livre iniciativa, os fatores de produção pertencem à família
e as perguntas “o que produzir, como produzir e para quem produzir” são dadas
pelo mercado.
b. O sistema de economia planificada, ou socialista. Neste sistema os fatores de produ-
ção pertencem ao estado (governo) bem como as respostas às perguntas “o que
produzir, como produzir e para quem produzir” são dadas pelo estado (governo).

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CURIOSIDADE
Somente dois países atualmente funcionam com base nestas regras. São eles: Coréia do
Norte e Cuba - embora esteja passando por algumas modificações em direção a uma econo-
mia de livre iniciativa.

c. O sistema misto. É aquele com o qual prevalecem tanto as regras de livre iniciativa
(economia de mercado), como também as regras de uma economia planificada.
Exemplo de sistema misto: Brasil, França, dentre outros. No Brasil, pode ser notada
com clareza a incidência de tal situação nos seguintes setores:

• Setor Financeiro: Participação do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal


(Instituições Públicas – governo maior acionista), Itaú, Unibanco e Bradesco
(Instituições Privadas – as famílias são os acionistas majoritários).
• Setor Elétrico:
• Cemig – controlador é o estado;
• CPFL – Controle majoritário pertence ao setor privado. CPFL
Companhia Paulista de Força e Luz..
• Setor Educacional: Universidades Federais (UFMG) e Universidades
Privadas (FUMEC).

Essa definição de formas de como responder as perguntas básicas a qualquer sistema,


nos leva ao surgimento de três variáveis fundamentais, que permitem medir o desempe-
nho da economia e facilitar o entendimento dos modelos macroeconômicos.

Observe quais são as variáveis:

a. O conceito de Renda;
b. O conceito de Consumo;
c. O conceito de Produto.

Para tanto, temos dois caminhos a seguir para compreender estes


conceitos.

a. No primeiro caminho, você aprenderá os conceitos almejados


de forma simplificada, também conhecida como Modelo
Simplificado;
b. No segundo caminho, você também aprenderá os
conceitos almejados de uma forma mais trabalho-
sa e lenta.

Por uma questão didática e sendo um recurso


recorrente na maioria das bibliografias dispo-
níveis sobre o assunto, vamos iniciar a
busca das variáveis de nosso interesse
por meio do Modelo Simplificado.
Para tanto vamos precisar recorrer
à macroeconomia que possibili-
ta a simplificação do cenário
do objeto de estudo.

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O Modelo Simplificado

Caro(a) aluno(a), você se recorda do processo de


funcionamento de uma economia e o papel que os
agentes econômicos exercem nesse processo? A partir
de agora iremos recorrer a este conhecimento para
definirmos as hipóteses do Modelo de uma economia.

A princípio, devemos ter em mente a existência dos quatro agentes


econômicos e suas respectivas funções:

• Unidade Familiar – participa do processo produtivo como forne-


cedores de fatores de produção, consumidores e também podem
estar empregados diretamente no processo produtivo.
• Empresas – são os agentes responsáveis pela produção de bens
e serviços econômicos da economia em estudo.
• Governo – entendido como sendo os três entes federativos (municí-
pio, estado e governo central), os quais exercem um papel bastante
relevante na dinâmica de crescimento e desenvolvimento da econo-
mia em análise.
• Resto do Mundo – surge como o agente que vai registrar as tran-
sações econômicas (bens, serviços e fluxos de capital) que ocorre
entre agentes semelhantes de outros países.

A Economia segue as regras de uma economia de livre iniciativa (economia de merca-


do). Nessa opção, os fatores de produção pertencem às famílias e as perguntas “o que
produzir, como produzir e para que produzir” são dadas pelo mercado. Além disso, nesse
modelo de economia as famílias detêm os fatores de produção ou recursos de fatores e
as empresas compram das famílias o uso dos seus fatores de produção.

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O Modelo Simplificado e o Fluxo
Circular Simplificado da Renda

HIPÓTESES DE CONSTRUÇÃO DO MODELO Hipóteses


SIMPLIFICADO
São as condições criadas para
elaborar o cenário almejado.

A ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO:

Neste caso teremos a participação de somente dois agentes econômicos: Família e


Empresa. Os demais agentes neste momento não participam do modelo.

ATENÇÃO
Lembre-se que essa simplificação é um recurso de natureza didática, que nos auxilia na
compreensão de uma determinada economia, por meio de um cenário.

A economia aqui em estudo segue as regras de uma economia de livre iniciativa (econo-
mia de mercado). Isso significa que os agentes econômicos vão estabelecer suas relações
de trocas no mercado. Nessa economia:

• Os indivíduos detêm os fatores de produção.


• As empresas compram das famílias o uso dos fatores de produção (recursos de
fatores).
• As famílias gastam toda a sua renda em bens de consumo.
• As empresas só produzem bens de consumo.

Observe que existem algumas implicações decorrentes das hipóteses.:

Existência de dois mercados:

• O mercado de fatores de produção, que representa um dos papéis da família, forne-


cedora de fatores de produção.
• O mercado de bens de consumo, que retrata o papel da empresa como responsável
pela produção da economia em estudo.

O Sistema Econômico – O Fluxo Circular da Renda 55


Como as famílias permitem o uso dos fatores de produção pelas empresas, as empresas
remuneram as famílias pela utilização destes fatores. Surge assim o conceito de renda.
Vejamos os exemplos abaixo que ilustram esse conceito:

Para o fator de produção “trabalho” a família recebe salário; pelo fator “terra”, ela recebe
aluguel ou arrendamento e pelo fator “capital”, recebe juros ou obtêm lucro.

Portanto, o conceito renda é a remuneração dos fatores de produção que as famílias rece-
bem por parte das empresas pela utilização de seus fatores de produção.

Como a família gasta toda a sua renda em bens de consumo, as empresas, como os
responsáveis pela produção dos bens e serviços da economia, só produzirão aquilo que
será desejado pelas famílias, bens de consumo.

Baseado nessas hipóteses simplificadoras e em suas implicações pode-se construir o


fluxo circular da renda, de modo simplificado, como veremos a seguir:

FLUXO SIMPLIFICADO DE RENDA

Consumo Mercado Consumo


(gasto) de bens de (gasto)
Bens de consumo Bens de
consumo consumo

Empresas Famílias

Fatores de Fatores de
produção Mercado produção
de fatores

Remuneração de fatores de produção (renda, salário, lucro, juros, aluguel)

Observe que as linhas cheias representam o fluxo físico do modelo e as linhas tracejadas
representam o fluxo monetário do modelo.

REFLITA
Qual valor estou agregando para minha empresa? Qual o valor a empresa agrega a minha vida
profissional e pessoal?
Essa reflexão é de extrema importância para que ambos os lados entendam que a relação
deve ser benéfica para ambos. Só assim a produtividade é elevada de forma natural.

Você deve ter notado que


está faltando a definição
do conceito de produto.

56 O Sistema Econômico – O Fluxo Circular da Renda


Como já ressaltado no Módulo “Conceitos Fundamentais para o entendimento da econo-
mia” o produto é resultado da atividade econômica e a composição desse resultado
decorre das trocas existentes entre os três grandes setores (primário, secundário e terciá-
rio) que compõe a produção da economia. Surgem então as seguintes indagações:

• Como somar produtos de natureza diferentes?


• Como tratar os bens econômicos de acordo com sua função?
• Como o produto pode ser usado como medida de desempenho?

A resposta a essas três indagações surge na definição do conceito de produto agregado.


O produto agregado é definido como sendo a soma de todos os valores monetários dos
bens e serviços econômicos finais, produzidos em uma economia em um determinado
período de tempo.

Assim, para somar produtos de natureza diferentes vamos recorrer à Unidade Monetária
que passa a ser referência de comparação entre os diversos produtos. Com isso é possível
somar carro, com laranja, com minério de ferro, com aço ou com quaisquer outros produtos.

A questão dos bens finais é para que a função dos bens econômicos na economia não
permita a sua contagem em duplicidade (dupla contagem), já que os bens intermediários
podem sofrer outras transformações, ou seja, na condição de bens finais, já existentes na
economia, apenas estão entrando novamente na cadeia produtiva. Exemplo:

A Companhia Vale do Rio Doce produz minério de ferro (bem final da Vale), que é adqui-
rido pela Usiminas que vai transformá-lo em aço (agregando valor). A FIAT adquire o aço
(bem final produzido pela Usiminas) da Usiminas e o utiliza na produção do carro ( agre-
gando valor). Ou seja, o produto Interno Bruto, também pode ser definido como a soma
dos valores agregados à economia.

O Sistema Econômico – O Fluxo Circular da Renda 57


Outro fator importante para a compreensão deste processo é que a questão do desem-
penho da economia medida pelo produto, exige que o mesmo seja observado como uma
variável temporal. Esta observação possibilita a comparação entre diversas épocas e
geralmente considera-se na observação da tendência do produto, o ano civil, que corres-
ponde a 365 dias do ano.

Após a explanação dos conceitos “Renda, Consumo e Produto”, os quais são funda-
mentais para o entendimento dos modelos macroeconômicos, vamos retomar de forma
simplificada a definição dos mesmos:

1. Renda: é entendida como a remuneração dos fatores de produção que as empresas


fazem às famílias pelo uso de seus fatores:

Salário Juros Lucro Aluguel Renda


+ + + =
2. Consumo: consiste no gasto de parte da renda gerada no atendimento do desejo ou
necessidade da sociedade.
3. Produto: é a soma dos valores monetários de toda produção gerada em uma econo-
mia em um determinado período de tempo.

ATENÇÃO
Diante da concepção do modelo simplificado, pode-se perceber que o desempenho da econo-
mia pode ser observado em três óticas:

a. Ótica do Produto;
b. Ótica da Renda;
c. Ótica da Despesa (demanda).

Assimilando este conteúdo, podemos a partir deste momento, dar mais um Restrições
passo em direção ao mundo real. Anteriormente vimos um modelo de fluxo são as hipóteses criadas para a
simplificação do fluxo simplificado.
simplificado da renda, criado para facilitar a compreensão dos conceitos de
Ou seja, o Modelo Completo
renda, consumo e produto. Agora, iremos desconsiderar todas as restrições do Fluxo Circular na Renda não
e analisar o Modelo Completo do Fluxo Circular da Renda. apresenta qualquer restrição.

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Modelo Completo do Fluxo Circular da Renda

HIPÓTESES DE CONSTRUÇÃO

ECONOMIA ABERTA COM GOVERNO

Neste modelo ocorre a participação tanto do setor externo (Resto do Mundo), como do
Governo, como agentes econômicos.

Este modelo passa a ter quatro agentes econômicos: Unidade Familiar, Empresa, Governo
e Resto do Mundo. Vamos, aqui, relembrar o papel de cada agente econômico novamente:

Empresas: considera todas as unidades que compõem o aparelho de produção da econo-


mia nacional.

Família (Unidade Familiar): o conceito de unidades familiares engloba os indivíduos que


se encontram diretamente empregados, fornecendo recursos, para o processamento das
atividades primárias, secundárias ou terciárias de produção.

Governo: este se destaca como um dos mais importantes agentes ativos do sistema,
devido às particularidades especiais que envolvem as suas ações econômicas, que ditará
o ritmo de crescimento ou desenvolvimento da economia em observação.

Resto do Mundo: destina-se a registrar as transações econômicas, entre unidades fami-


liares, empresas e governo do país em estudo com semelhantes agentes pertencentes a
outros países.

• Neste modelo uma economia é organizada de forma capitalista, ou seja, os agentes


econômicos estabelecem suas relações de trocas no mercado;
• A Unidade Familiar possui os fatores de produção (Força de Trabalho, Terra, recursos
naturais, máquinas, equipamentos e edificações, capacidade tecnológica, etc.);
• As Empresas compram o uso desses fatores de produção da Unidade Familiar;
• A Produção visa atender não somente ao consumo, mas uma parcela direciona-se
para o investimento (O investimento corresponde à aquisição de bens de produção ou
bens de capital - máquinas e equipamentos - ou bens intermediários (matéria-prima
adquirida para estocar), que visa aumentar a oferta de produto no período seguinte;
• Como a economia é aberta, as famílias podem importar bens e serviços e vender fato-
res de produção para outros agentes que não participam da economia em observação;
• As empresas podem comprar ou vender parte de sua produção para o exterior. Ao
mesmo tempo, elas podem importar produtos para completar a demanda interna da
sociedade;
• O governo tributa a sociedade de forma direta e indireta, faz transferências e fornece
subsídios para o setor produtivo;
• Existe a possibilidade de existência de poupança na economia.

Caro(a) aluno(a), você observou que


existem várias hipóteses neste modelo?
Agora, vamos conhecer as implicações
das hipóteses de sua construção.

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Implicações das hipóteses de construção do modelo

• Em uma economia aberta com governo, o número de transações entre os agentes


econômicos se eleva.
• Em uma economia aberta, surge a possibilidade das trocas do mercado interno
versus o mercado externo, surgindo assim os conceitos de exportação e importação.
As exportações compreendem parte da produção interna que é vendida ao mercado
externo (resto do Mundo). Esse movimento provoca a entrada real de recursos na
economia. Já as importações consistem na compra de produtos que foram produ-
zidos em outra economia e são adquiridos para complementar a demanda interna.
Esse movimento provoca saída real de recursos da economia em estudo.
• O fato das famílias não gastarem toda a sua renda em bens de consumo, implica
na necessidade da mudança no comportamento do agente empresa, que não mais
produzirá somente bens de consumo, mas também bens de produção (bens de capi-
tal ou bens de investimento). Surge também a poupança. Que é entendida como a
renúncia do consumo presente.
• O aparecimento do agente governo traz ao sistema o fator tributação criando uma
relação entre o governo e os demais agentes (empresa e família). Essa tributação
pode ocorrer de forma direta e indireta.

SAIBA MAIS
Os tributos, segundo o Sistema Tributário Nacional (STN), compreendem os impostos, as
taxas e a contribuição de melhoria.

O estado com base em seus pilares “território, população e governo” possui o legítimo
poder da força – o que o faculta a delegar, conceder poderes para que outros agentes
façam o seu papel, agindo em seu nome, permitindo ao estado conceder ao cidadão
determinadas prerrogativas, como dirigir (carteira de motorista), sair do país (passapor-
te), concessão de alvará de funcionamento às empresas, dentre outras concessões. A
Contribuição de Melhoria refere-se a uma obra pública que valoriza o imóvel do potencial
contribuinte.

60 O Sistema Econômico – O Fluxo Circular da Renda


Já os impostos podem ser classificados em “direto” que incidem sobre a renda e o patri-
mônio (exemplo: Imposto de Renda, IPTU, IPVA) e “indireto” que dependem das transa-
ções de bens e serviços (exemplo: ICM, IPI, IOF, outros).

• Surgem novos merca- IPI em baixa


dos além dos merca-
Pai, Éo
dos de fatores de o que é o IPI da indicador de
produção, e de bens geladeira? produto interno!!

de consumo, o mer
cado interno e externo;
o financeiro, o de bens de
produção.
• Por fim, além da poupança,
gerada pelos agentes famí-
lia e empresa, aparece a
possibilidade de haver
uma poupança gerada
por parte do governo.

Essas hipóteses de construção, juntamente com as suas implicações, são representadas


no Modelo Completo do Fluxo Circular da Renda. Observe abaixo a dinâmica do modelo:

FLUXO CIRCULAR DE RENDA

Mercado Externo
Poupança externa
Setor de (saldo do balanço de
Formação transações correntes)
de Capital
Poupança Investimento
Poupança agregado Importações
do Governo Privada

Exportações
Consumo agregado Resto
de bens e serviços
Setor Setor
Renda líquida
do
Famílias
Remuneração a Empresas enviada ao exterior Mundo
fatores de produção (juros, lucros, royalties)
(salário + juros + aluguéis
+ lucros = Renda Nacional)
Transferências (Aposentadorias, bolsas) Compras de Bens e Serviços
Pagamentos ao Funcionalismo Subsídios
Impostos Diretos (Imposto de renda, IPTU) Setor Impostos Indiretos (IPI, ICMS)
Governo

Observe que o esquema de fluxo circular apresentado demonstra as relações que são
estabelecidas entre os agentes econômicos (empresa, governo e família), no sentido de
produzir bens e serviços econômicos. Tais relações são transacionadas em uma economia
de livre iniciativa que podem ocorrer tanto internamente como externamente (exportações
e importações). Proporciona o surgimento da renda (salários + juros = aluguel + lucro),
consumo e poupança.

Como não ocorrem quaisquer restrições do modelo às famílias, governo e ao setor exter-
no, podem existir poupanças (pública, privada (nacional e externa)), que poderão ser utili-
zadas para proporcionar a acumulação da economia (setor de formação de capital). Com
a participação do governo existem relações de tributação (Imposto Direto e Indireto, taxas
e contribuição de melhoria) e de transferências (Subsídios, aposentadoria, bolsa família,
outras), contratação de servidores públicos. Como a economia é aberta podem ocorrer
exportações, importações, renda enviada ou recebida do exterior.

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Síntese
Chegamos ao final de mais um módulo que nos proporcionou uma melhor compreensão
dos conceitos utilizados para o entendimento da economia. Merecem destaque aqui os
conceitos de sistema econômico e tipos de sistemas econômicos vigentes. Vimos os
conceitos de Produto, Renda e Consumo, fundamentais para a compreensão dos mode-
los macroeconômicos e conhecemos as características de uma economia fechada, sem
governo e de uma economia aberta, com governo.

Espero que você tenha compreendido os conceitos até aqui estudados, uma vez que o
entendimento dos mesmos é fundamental para entendermos a importância da relação
simbiótica que deve haver entre empresas e famílias, pois caso seja uma relação de para-
sitismo, um dos lados sairá prejudicado.

Os conceitos aprendidos também serão importantes para compreender os demais conhe-


cimentos que virão ao longo de nosso curso. Sem uma base econômica é difícil entender
mercado. E sem entender mercado, a engenharia se perde pois, serão desenvolvidas solu-
ções e produtos que não atendem às necessidades dos clientes.

Referências
Fontes, Rosa. et. al. Economia: um enfoque básico e simplificado. São Paulo: Atlas, 2010.
Mendes, Judas Tadeu Grassi. Economia: fundamentos e aplicações. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
Moreira, José Octávio de Campos. Economia: notas introdutórias. São Paulo: Atlas, 2009.
Vasconcellos, Marco Antônio Sandoval de. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2002.

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