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ISENÇÕES DO GANHO DE CAPITAL – PESSOA FÍSICA

A legislação prevê as seguintes isenções de ganho de capital para a pessoa física:

ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS DE PEQUENO VALOR

Fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em
que esta se realizar, seja igual ou inferior a:

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão;

II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos.

Os limites são considerados em relação: 

I - ao bem ou direito ou ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo mês;

II - à parte de cada condômino ou co-proprietário, no caso de bens possuídos em condomínio, inclusive na união estável;

III - a cada um dos bens ou direitos possuídos em comunhão e ao valor do conjunto dos bens ou direitos da mesma natureza, alienados em um mesmo
mês, no caso de sociedade conjugal.

Consideram-se bens ou direitos da mesma natureza aqueles que guardam as mesmas características entre si, tais como automóveis e motocicletas; imóvel
urbano e terra nua; quadros e esculturas.

Base: artigo 38 da Lei 11.196/2005.

Exemplo:

Pessoa física vendeu um terreno por R$ 34.000,00. Na sua declaração de renda, o terreno estava com um custo de R$ 20.000,00. Neste caso, o ganho de
capital é isento de imposto de renda.

ALIENAÇÃO DO ÚNICO IMÓVEL

O ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação seja de até R$ 440.000,00, desde que não tenha sido
realizada qualquer outra alienação nos últimos cinco anos (Lei 9.250/1995, art. 23).

Exemplo:

Pessoa física vendeu seu único imóvel por R$ 250.000,00, não tendo efetuado qualquer outra alienação de imóvel nos últimos 5 anos. 

Na sua declaração de renda, o mesmo estava com um custo de R$ 100.000,00. Neste caso, o ganho de capital (R$ 250.000,00 menos R$ 100.000,00) é
isento de imposto de renda.

VENDA DE AÇÕES E OURO, ATIVO FINANCEIRO

São
isentos do imposto sobre a renda os ganhos líquidos auferidos por pessoa física
em operações efetuadas: 

I
- com ações, no mercado à vista de bolsas de valores ou mercado de balcão, se o
total das alienações desse ativo, realizadas no mês, não exceder a R$
20.000,00
(vinte mil reais); 

II
- com ouro, ativo financeiro, se o total das alienações desse ativo, realizadas
no mês, não exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais); 

III
– com ações de pequenas e médias empresas a que se refere o art. 16 da Lei 13.043/2014, até 31 de dezembro de 2023 (veja subtópico específico mais
adiante sobre estas operações).

Ocorrendo
alienação no mesmo mês de ações e de ouro, ativo financeiro, os limites de
isenção dos itens I e II acima aplicam-se separadamente a cada
modalidade de
ativo. 

A
isenção não se aplica, entre outras, às operações de day trade, às
negociações de cotas dos fundos de investimento em índice de ações, aos
resgates de
cotas de fundos ou clubes de investimento em ações e à alienação de
ações efetivada em operações de exercício de opções e no vencimento ou liquidação
antecipada de contratos a termo.

Bases:
art. 3º da Lei
11.033/2004 e art. 16 Lei 13.043/2014.

Exemplo: 

Pessoa
física vende no mês ações no valor de R$ 20.000,00. Na sua declaração de renda,
as respectivas ações constavam com um custo de R$ 15.000,00.
Neste caso, o
ganho de capital (R$ 20.000,00 menos R$ 15.000,00) é isento de imposto de
renda.

VENDA DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS

É isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física residente no País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no prazo de
180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País.

A isenção aplica-se ainda que o produto da venda seja aplicado no mesmo dia da celebração do contrato (Solução de Consulta Cosit 211/2019).   
Considera-se imóvel residencial a unidade construída em zona urbana ou rural para fins residenciais, segundo as normas disciplinadoras das edificações da
localidade em que se situar.

A aplicação parcial do produto da venda implicará tributação do ganho proporcionalmente ao valor da parcela não aplicada.

No caso de aquisição de mais de um imóvel, a isenção aplicar-se-á ao ganho de capital correspondente apenas à parcela empregada na aquisição de
imóveis residenciais.

A inobservância das condições estabelecidas para isenção importará em exigência do imposto com base no ganho de capital, acrescido de:

I - juros de mora, calculados a partir do 2o (segundo) mês subseqüente ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido; e

II - multa, de mora ou de ofício, calculada a partir do 2o (segundo) mês seguinte ao do recebimento do valor ou de parcela do valor do imóvel vendido, se
o imposto não for pago até 30 (trinta) dias após o prazo de 180 dias da celebração do contrato.

O contribuinte somente poderá usufruir do benefício de isenção citado 1 (uma) vez a cada 5 (cinco) anos, contados a partir da data da celebração do
contrato relativo à operação de venda com o referido benefício ou, no caso de venda de mais de um imóvel residencial, à primeira operação de venda com
o referido benefício.

A isenção aplica-se, inclusive: 

I - aos contratos de permuta de imóveis residenciais;

II - à venda ou aquisição de imóvel residencial em construção ou na planta. 

Não Aplicação 

A isenção não se aplica, dentre outros:

I - à hipótese de venda de imóvel residencial com o objetivo de quitar, total ou parcialmente, débito remanescente de aquisição a prazo ou à prestação de
imóvel residencial já possuído pelo alienante*;

*Nota: vide subtópico "Entendimento do STJ" adiante.

II - à venda ou aquisição de terreno;

III - à aquisição somente de vaga de garagem ou de boxe de estacionamento.

Também não se aplica a isenção sobre o ganho de capital, nos termos do artigo 39 da Lei 11.196/2005, quando o valor recebido na alienação do imóvel for
utilizado na construção de uma casa - Solução de Consulta DISIT/SRRF 8031/2014. 

Entendimento do STJ

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou que é isento de  Imposto de Renda  (IR) o  ganho de capital  resultante da venda de
imóvel residencial utilizado para quitar, total ou parcialmente, o financiamento de outro imóvel residencial no Brasil. Veja a notícia. 

Contagem do Prazo de Aplicação

O prazo para aplicação do produto


da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, de forma a
conferir o direito de isenção, começa a
ser contado da celebração do
contrato de alienação.

Base: Solução
de Consulta Cosit 12/2016.

Alienação de mais de um Imóvel

No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido será contado a partir da data de celebração do contrato relativo à 1a (primeira) operação.
Neste caso, estarão isentos somente os ganhos de capital auferidos nas vendas de imóveis residenciais anteriores à primeira aquisição de imóvel
residencial.

Alienação em Operações a Prestação

Relativamente às operações realizadas a prestação, aplica-se a isenção: 

I - nas vendas a prestação e nas aquisições à vista, à soma dos valores recebidos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data da
celebração do primeiro contrato de venda e até a(s) data(s) da(s) aquisição(ões) do(s) imóvel(is) residencial(is);

II - nas vendas à vista e nas aquisições a prestação, aos valores recebidos à vista e utilizados nos pagamentos dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias,
contado da data da celebração do primeiro contrato de venda;

III - nas vendas e aquisições a prestação, à soma dos valores recebidos e utilizados para o pagamento das prestações, ambos dentro do prazo de 180 (cento
e oitenta) dias, contado da data da celebração do primeiro contrato de venda.

Despesas de Corretagem 

Não integram o produto da venda, para efeito do valor a ser utilizado na aquisição de outro imóvel residencial, as despesas de corretagem pagas pelo
alienante.

Bases: artigo 39 da Lei 11.196/2005 e artigos 2 e 5 da IN SRF 599/2005. 


É
ALIENAÇÃO DE AÇÕES EM BOLSAS DE VALORES - PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

A partir de 10.07.2014, conforme artigo 16 da MP 651/2014 (convertida na Lei 13.043/2014), fica isento do IR o ganho de capital auferido por pessoa
física, até 31.12.2023, na alienação, realizada no mercado à vista de bolsas de valores, de ações que tenham sido emitidas por companhias que,
cumulativamente:

1) tenham as suas ações admitidas à negociação em segmento especial, instituído por bolsa de valores, que assegure, através de vínculo contratual entre a
bolsa e o emissor, práticas diferenciadas de governança corporativa, contemplando, no mínimo, a obrigatoriedade de cumprimento das seguintes regras:

a) realização de Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA), a valor econômico estabelecido em laudo de avaliação, em caso de saída da companhia do
segmento especial;

b) resolução de conflitos societários por meio de arbitragem;

c) realização de oferta pública de aquisição para todas as ações em caso de alienação do controle da companhia, pelo mesmo valor e nas mesmas
condições ofertadas ao acionista controlador (tag along); e

d) previsão expressa no estatuto social da companhia de que seu capital social seja dividido exclusivamente em ações ordinárias; 

2) tenham valor de mercado inferior a R$ 700.000.000,00:

a) na data da oferta pública inicial de ações da companhia, para as companhias de capital fechado em 10.07.2014;

b) em 10.07.2014, para as ações das companhias que já tenham efetuado oferta pública inicial de ações na mesma na data; ou

c) na data da oferta pública de ações subsequente, para as companhias já enquadradas nos casos a que se referem os itens “a” e “b" anteriormente citados;

3) tenham receita bruta anual inferior a R$ 500.000.000,00, apurada em balanço consolidado, no exercício social imediatamente anterior ao da:

a) data da oferta pública inicial de ações da companhia, para as companhias de capital fechado em 10.07.2014;

b) data da publicação da norma em fundamento, para as ações das companhias que já tenham efetuado oferta pública inicial de ações na mesma data; ou

c) data da oferta pública de ações subsequente, para as companhias já enquadradas nos casos a que se referem as letras os itens “a” e “b" anteriormente
citados; e

4) verifique-se distribuição primária correspondente a, no mínimo, 67% do volume total de ações de emissão pela companhia:

a) na oferta pública inicial de ações de emissão da companhia, para as companhias de capital fechado a contar de 10.07.2014;

b) na oferta pública inicial de ações de emissão da companhia, para as companhias de capital aberto em 10.07.2014; e

c) caso exista, na oferta pública de ações subsequente, realizada a contar de 10.07.2014.

A Comissão de Valores Mobiliários disponibilizará, em seu sítio na internet, a relação das ofertas cujo objeto sejam ações beneficiadas por isenção,
juntamente com o montante de cada emissão. 

A manutenção da isenção depende da permanência das ações em depositários centrais de ações, nos termos da legislação em vigor. 

O empréstimo das ações isentas não afasta a manutenção do direito à isenção pelo emprestador, pessoa física.

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