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A holding imobiliária pode ser um interessante mecanismo para famílias que recebem
valores de aluguéis, ou, ainda, que desejem comprar e vender imóveis
Em outros termos, constitui-se uma pessoa jurídica e transfere-se a ela os bens imóveis
que são de propriedade das pessoas físicas (que serão as sócias da holding imobiliária).
Essa nova pessoa jurídica criada é que passará a ser dona/proprietária desses imóveis e
fará a administração deles, percebendo os rendimentos daí decorrentes (aluguéis, por
exemplo).
Uma das grandes vantagens na constituição de uma holding (uma pessoa jurídica) é que,
ao integralizar o seu capital social por meio de imóveis, a Constituição Federal concede
imunidade dessa operação, ou seja, não será devido o ITBI (imposto de transmissão de
bens imóveis).
Assim, nos termos de primeira parte do inciso I, do § 2º do art. 156 da CF 88, o ITBI
não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa
jurídica em realização de capital
Mas, por outro lado, é preciso dizer que essa imunidade de ITBI para a conferência de
bens imóveis ao capital social de pessoa jurídica vem sendo mitigada ao longo dos anos.
Ao que parece, tal atitude foi chancelada, recentemente, pelo Supremo Tribunal Federal,
conforme iremos explicar no item abaixo.
O caso concreto dizia respeito a uma integralização de capital cujo valor do imóvel foi
parte destinado capital social, parte para a conta reserva de capital.
Acontece que a tese fixada pelo STF foi ampla e não faz essa diferenciação acima. Isso
deu ensejo para que municípios cobrem ITBI sobre a diferença entre o valor contábil do
bem (aquele constante na declaração de imposto de renda e que, em regra, é o valor pelo
qual o imóvel é integralizado) e o valor de mercado desse bem.
Em muitos casos, isso implica a tributação pelo ITBI de quase a totalidade do valor do
bem, pois não é incomum que o valor dos imóveis constante no imposto de renda
estejam bastante defasados.
Veja que isso independe de a pessoa jurídica ter ou não como atividade preponderante
atividades imobiliárias. Ou seja, mesmo que seja uma consultoria em tecnologia da
informação, por exemplo, e realize o capital social como bens imóveis, poderá ser
exigido o ITBI sobre a diferença entre o valor contábil e o valor de mercado.
Isso quer dizer que, em muitos casos, uma pessoa jurídica que não tenha atividade
imobiliária como preponderante irá pagar ITBI próximo a de uma pessoa jurídica que
tenha tal atividade como preponderante.
Por isso, é preciso verificar se, no caso concreto, não se apresenta mais vantajoso fazer,
desde já, a holding imobiliária, dado que isso poderá representar uma economia
tributária considerável em eventual e futura venda desses bens, bem como no
recebimento de aluguéis.
Desta forma, a holding imobiliária irá apurar e recolher tributos em um dos seguintes
regimes: lucro presumido, lucro real ou, ainda, lucro arbitrado.
No caso do imposto de renda pessoa jurídica, a margem presumida sobre a receita bruta
da venda de imóvel é de 8%.
Holding imobiliária: o que é e quais as suas vantagens
Maruan Tarbine | Postado em 15 de dezembro de 2020
Já no caso de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL), a presunção sobre a
receita bruta da venda de imóvel é de 12%.
No caso do imposto de renda pessoa jurídica, a margem presumida sobre a receita bruta
de aluguéis de imóvel é de 32%.
É preciso dizer que a aplicação das margens de presunção acima levam em conta a
classificação contábil desses bens no balanço patrimonial da holding.
Fonte: https://maruantarbine.com.br/holding-imobiliaria-o-que-e-e-quais-as-suas-vantagens/