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MEMÓRIAS DE APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA

Recordar os ensinos de geografia do ensino fundamental torna-se difícil, pois


não existem muitas memórias práticas sobre os conteúdos passados na época, nem
metodologias que chamassem minha atenção o suficiente para trazer lembranças.
Apesar de serem poucos os métodos repassados através da prática, recordo-me de
duas vezes em que tive essa experiência, e percebo a importância de vivenciar os
conteúdos geográficos através da experiência.
Infelizmente a realidade vivenciada por várias crianças ainda nos dias de hoje
são fadadas ao esquecimento de conteúdos, onde assim como experienciei apenas
métodos de memorização e aulas teóricas sobre assuntos que posteriormente iriam ser
esquecidos. Este problema ocorre desde a formação dos docentes de geografia ainda
na faculdade, onde não existe paridade entre os assuntos que lhe são passados, e a
realidade das escolas,

3. Falta da prática, desconhecimento de


metodologias para aplicar nas aulas, falta de
interação com a escola, pouca carga horária
para questões práticas e disciplinas que tratem
da prática. (CALLAI, 2011, p 15).

Dessa forma, é perceptível que essa dificuldade está presente desde o começo,
e que na maioria das vezes permanece, pois os futuros professores de geografia se
veem perdidos em relação sobre como, ou o que fazer em relação aos conteúdos
práticos que serão passados posteriormente para seus alunos.
Das poucas memórias que tenho, me sinto feliz em lembra – las, pois foram
momentos que ficaram guardados comigo, e ao mesmo tempo, sinto vontade de viver
aquelas experiências novamente. Em certas ocasiões em que tentando lembrar,
percebo que poderia existir muitas outras lembranças caso tivesse presenciado mais
práticas pedagógicas, onde recordo apenas de uma maquete de uma aldeia indígena
que fiz e apresentei. Foi marcante e prazeroso poder “conhecer” uma aldeia fazendo
ela com as próprias mãos, e sempre lembro com carinho dessa tarefa. 1

1
Texto apresentado a disciplina de FTM de Geografia do Curso de Pedagogia da Universidade Federal
do Pará, Campus Castanhal, ministrada pela professora Dra. Ivana de Oliveira Gomes e Silva. Discente:
Porém, ao longo dos anos os assuntos foram se tornando cada vez mais
monótonos, e sendo resumidos na maior parte do tempo apenas a teoria. Mesmo diante
esse contexto, meus aprendizados em geografia foram além da sala de aula, pois fora
da escola, também foi possível criar memórias sobre a geografia, assim como
Conceição Evaristo cita em: “O mundo é vasto. A textualização do mundo, também”:

“Do tempo/espaço, aprendi desde criança a


colher palavras. A nossa casa vazia de móveis,
de coisas e, muitas vezes, de alimento e de
agasalhos, era habitada por palavras. Mamãe
contava, minha tia contava, meu tio velhinho
contava, os vizinhos amigos contavam. Eu,
menina, repetia, inventava. Cresci pela
oralidade, pela palavra. As bonecas de pano e
capim que minha mãe criava para as filhas
nasciam com o nome e história. Tudo era
narrado, tudo era motivo de prosa-poesia".
(Conceição, 2019).

Assim como Conceição, guardo em minha memória momentos onde havia


curiosidade quase que involuntária de entender como funcionavam as coisas que
estavam ao meu redor. Aprendi com meu pai, sobre o horário do dia de acordo com a
posição do sol, através de momentos onde estávamos brincando e aprendendo. Com
minha avó tive a oportunidade de dividir momentos de conversas sobre o universo. Ou
quando descobri que poderia usar o Google Maps e olhar todos os lugares, viajar e
aprender como é o lugar onde eu vivo.

Bárbara Nicole Pessoa de Sousa.

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