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Até que um dia, há nove anos, passei a receber a visita de uma Em educação, quando
pedagoga engraçada, que gesticulava muito. Quando Ana Elisa Siqueira
pensamos que está tudo feito, há
passou no concurso e assumiu a direção da escola, percebi nela um
muito o que fazer
brilho diferente. Era uma mulher muito esperta e logo descobriu o que
estava embaixo do cinza. Viu que os pais das crianças reclamavam das
constantes faltas dos professores e da indisciplina na sala de aula. Estava na hora de partir para as
soluções. Começaram as rodas de conversa. Alguns não entendiam o que tanto a Ana queria mudar. Mas
essa Ana era cheia de querer e foi, aos poucos, seduzindo a todos.
Hoje olho para mim e parece que todo mundo anda sorrindo. Ainda
noto olhares de dúvida. Houve professor que preferiu sair e pai que
optou por uma outra escola. Eu acho ótimo. Porque o importante é ter
a chance de fazer escolhas, coisa rara na rede de ensino público do
Brasil. Esqueci de contar que nem toda a escola entrou no novo
projeto pedagógico de uma vez. Não havia como, era muita novidade
e pouca experiência. Mas, agora já temos 10, 20, 30, 50, 60 e 70
anos no projeto. Foi uma forma de, em 2006, colocarmos todas as
crianças falando a mesma língua.
Dos tijolos derrubados, o pessoal daqui construiu um forno. Daqueles para fazer pão e pizza em dias de
festa. O amigo Pacheco anda apreensivo. Disse que caminhamos em um ano o que a Ponte andou em 30.
Outro dia, poetizou: 'É preciso cuidado, pois o importante não é velocidade, mas direção'. Por isso que,
como ele diz, em educação, quando pensamos que está tudo feito, há muito o que fazer. É essa a vida que
corre entre as minhas paredes: muitos caminhos a serem percorridos, muita coisa para consertar. Mas, se
para a pequena Amanda o melhor lugar do mundo é aqui e agora, é porque já temos uma direção."