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INDIRETOS:
AVALIAÇÃO DO ESTADO
➢ NACIONAL: balanças alimentares
NUTRICIONAL DAS POPULAÇÕES
➢ FAMILIAR: consumo familiar e despesas, inquéritos familiares
➢ Indicadores Sociais/ Saúde; Indicadores com interesse nutricional; Balanças Alimentares; Inquéritos
Familiares
DIRETOS:
➢ RETROSPETIVOS: 24 horas anteriores; questionário de frequência; indicadores de qualidade
nutricional; rastreadores
AVALIAÇÃO DA
➢ TECNOLOGIAS INOVADORAS: assistente pessoal digital; métodos de avaliação imagem
INGESTÃO
assistida; tecnologias baseadas no telemóvel; tecnologias baseadas na web e computadores;
NUTRICIONAL
tecnologias baseadas em sensores e scan;
➢ PROSPETIVOS: diário alimentar; registo alimentar estimado; registo alimentar de peso;
modelo de dieta duplicado
AQUISIÇÃO FAMILIAR
Após a produção alimentar, alguns dos produtos são exportados ou usados para fins não-alimentares. Os restantes,
juntamente com os stocks já existentes e os produtos importados, dão origem à disponibilidade alimentar total,
sendo esta medida pelas Balanças Alimentares. Estando disponíveis e rejeitando-se as perdas de produção e
distribuição, bem como os usos para a restauração, juntamente com a auto-produção e doações, obtêm-se os
valores de aquisição familiar. Estes, juntamente com o stock das despensas e excluindo as perdas e desperdícios,
levam à disponibilidade familiar, avaliada através de inquéritos familiares. Os fatores que afetam a distribuição
alimentar entre os membros do agregado familiar bem como os usos para restauração, constituem o consumo
individual, avaliado por inquéritos individuais.
INDICADORES SOCIAIS
São medidas de bem-estar social que fornecem uma visão das condições sociais e monitorizam a evolução numa
variedade de aspetos sociais.
Estatísticas que refletem condições sociais importantes e que facilitam o processo de análise dessas condições e da
sua evolução. São usados para identificar problemas sociais que requerem intervenção, para definir prioridades e
metas para a ação e gastos, e ainda para avaliar programas e políticas.
Parâmetro ou valor derivado de parâmetros, que fornece informações ou descreve o estado de um fenómeno, com
maior significado que aquele apenas relacionado diretamente ao seu valor quantitativo.
Instrumento de medição sobre um aspeto da realidade social ou sobre as mudanças que nesta ocorrem
INDICADOR DE ESTATÍSTICA AUSTRALIANO (1995): Medidas de bem-estar social que fornecem uma visão das
condições sociais e monitorizam a evolução numa variedade de aspetos sociais.
NAÇÕES UNIDAS (1994): Estatísticas que refletem condições sociais importantes e que facilitam o processo de
análise dessas condições e da sua evolução. São usados para identificar problemas sociais que requerem
intervenção, para definir prioridades e metas para ação e gastos, e ainda para avaliar programas e políticas.
OCDE (2000): Parâmetro ou valor derivado de parâmetros, que indica, fornece informações ou descreve o estado de
um fenómeno, com maior significado que aquele apenas relacionado diretamente ao seu valor
quantitativo...informa algo sobre um aspeto da realidade social ou sobre as mudanças que nesta ocorrem.
CLASSIFICAÇÃO DOS INDICADORES SOCIAS segundo a área temática da realidade a que se referem
→Saúde, educação, emprego, acesso a consumo, segurança pessoal, condições de habitação e do ambiente físico,
lazer, participação social (OCDE)
→População, saúde, educação, atividade económica, rendimento, património, uso do tempo, segurança pública,
mobilidade social, cultura, comunicação, lazer (NAÇÕES UNIDAS)
INDICADOR DE SAÚDE
Variável que mede aspetos relevantes do estado de saúde (ou dos seus fatores determinantes) de uma população
Medida/ variável que ajuda a descrever um acontecimento numa dada população e mede mudanças associadas a
esse acontecimento que se repercutem na saúde, ao longo de um período de tempo
Indicador (aspetos concretos de um sistema, exemplo, esperança média de vida à nascença) é diferente de índice
(medida composta que combina vários indicadores, como o índice de massa corporal)
SAÚDE:
Condições económicas, tratamento, condições de vida, alimentos e nutrição, cuidado, relacionamento, bem- estar e
atividade física
DETERMINANTES DE SAÚDE:
→Fatores individuais (fatores genéticos, características socioeconómicas e outras); Fatores sociais (influências
familiares e dos pares); Fatores Comportamentais e Estilo de Vida (ingestão alimentar e atividade física); Fatores
ambientais (influências económicas- como o acesso-, características da comunidade, educação, posição social e
marketing), tudo isto terá também influência no Índice de Massa Corporal
Através da natalidade/ mortalidade; morbilidade; fatores de risco e proteção; dados do estado nutricional/ consumo
alimentar; dados sobre recursos e serviços prestados (dados administrativos, serviços disponíveis, profissionais…)
ECHI (EUROPEAN CORE HEALTH INDICATORS) é um projeto de investigação europeu cujo objetivo foi propor uma
lista coerente de indicadores de saúde para a comunidade europeia.
ECHI shortlist propõe 88 indicadores em 5 áreas diferentes (definidos em 2008 com uma revisão em
2010)
1. demográficos e socioeconómicos;
2. estado de saúde;
3. determinantes de saúde;
4. serviços de saúde;
5. promoção de saúde
Dos 88 indicadores propostos pela shortlist do ECHI (2010), 64 estão a ser implementados e 24 a ser desenvolvidos.
Para serem implementados tem de existir consenso na definição/fonte a usar e boa/razoável disponibilização
QUAL O INTERESSE/UTILIDADE DO ECHI PROJECT?
• fornecer a base para uma recolha comparável de dados na área da SP em todos os estados da CE
• promover a ligação entre as necessidades de informação e a recolha de dados
• identificar lacunas de informação e ajudar a estabelecer prioridades de recolha e harmonização de dados
• servir de guia para a produção de relatórios internacionais, nacionais ou regionais na área da SP
• servir de guia para o desenvolvimento de bases de dados e sistemas de informação computorizados
• servir de guia para fazer “follow-up”/monitorização de programas de ação na área da saúde
WHO – 2015: definiu 100 indicadores (Global reference list of 100 Core Health Indicators)
! A taxa bruta de natalidade é o número de crianças que nascem anualmente por cada mil habitantes, numa
determinada área
➢ DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DAS MÃES (gravidez em adolescentes e mães com idade avançada)
Número de nascimentos por 1000 mulheres com 15-19
por 1000 mulheres 20-34
por 1000 mulheres 35-49
- Reposição populacional assegurada: taxa não pode ser inferior a 2,1 filhos por mulher
TCN=______saldo natural__________
População média nesse período
TCE=____P(t)- P(0)________
[P(0)+ P(t)/2]
➢ DESIGUALDADE DE RENDIMENTOS:
• Total de rendimentos auferidos pelos 20% com maiores rendimentos/ total de rendimentos auferidos pelos
20% com menores rendimentos
- Habitualmente expressa em nº de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade por 1000 nados vivos
- Habitualmente expressa em nº de óbitos fetais de 28 ou mais semanas e óbitos de nados vivos com menos
de 7 dias de idade por 1000 nados vivos e fetos mortos de 28 ou mais semanas
-Habitualmente expressa em nº de óbitos de nados vivos com menos de 7 dias de idade por 1000 nados
vivos
- habitualmente expressa em nº de óbitos de crianças com menos de 28 dias de idade por 1000 nados vivos
-habitualmente expressa em nº de óbitos de crianças com menos de 5 anos por 1000 nados vivos
!!! Segundo a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a taxa de mortalidade inferior a 5 anos é o
melhor indicador isolado da situação de saúde da infância de um país e mesmo do progresso desse país
RAZÕES:
→ mede um resultado final do processo de desenvolvimento e não um só fator de contribuição
→ representa o resultado de uma grande variedade de fatores de contribuição: a alimentação, os
conhecimentos e cuidados de saúde da mãe, a disponibilidade de cuidados de saúde, o nível de imunização,
a disponibilidade de água potável e saneamento básico e a segurança do meio ambiente de um modo geral
→ menos influenciada pelo erro da média do que por exemplo o PIB
→ até 1 ano de idade muitas crianças morrem por problemas de parto, malformações congénitas, morte
súbita (Taxa Mortalidade Infantil alta) e estão protegidas por amamentação e imunidade inata (Taxa de
Mortalidade Infantil baixa)
→entre 1-5 anos de idade, caso não haja suficiente alimentação e cuidados maternos e de saúde a criança
é mais vulnerável
➢ ALEITAMENTO MATERNO
• Percentagem de crianças amamentadas aos 3 meses de idade;
• Percentagem de crianças amamentadas aos 6 meses de idade.
• Percentagem de crianças que fazem um ano no determinado ano civil em que foram amamentadas, pelo
menos, parcialmente, quando tinham 3 e 6 meses de idade.
➢ TAXA DE ANALFABETISMO
• nº de pessoas sem saber ler nem escrever com 15 ou mais anos de idade, observado durante um
determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população total com 15 ou mais anos
do mesmo período.
➢ ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO
• relação entre população idosa e população jovem, definida habitualmente como quociente entre o número
de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos;
-Habitualmente expressa por 100 pessoas dos 0-14 anos.
IE=____população idosa (65+)_____ x 10n
População jovem (0-14)
➢ ÍNDICE DE LONGEVIDADE
• relação entre a população mais idosa e a população idosa, definida habitualmente como o quociente entre
o número de pessoas com 75 ou mais anos e o número de pessoas com 65 ou mais anos;
EXEMPLO: esperança média de vida à nascença; taxa de mortalidade infantil, taxa de alfabetização…
INDICADOR COMPOSTO/ SINTÉTICO/ ÍNDICE: medida composta que combina vários indicadores (agregação/
associação/ relação de vários indicadores)
INDICADORES QUANTITATIVOS- OBJETIVOS: referem ocorrências concretas da realidade social (exemplo, taxa de
desemprego)
VS
INDICADORES QUALITATIVOS- SUBJETIVOS: medidas construídas a partir da avaliação dos indivíduos sobre a
realidade social (exemplo: índice de confiança nas instituições)
INDICADORES DESCRITIVOS: descrevem características e aspetos da realidade que não são dotados de significados
valorativos (exemplo: taxa de mortalidade infantil)
VS
INDICADORES NORMATIVOS: refletem explicitamente juízos de valor ou critérios normativos (exemplo: número de
pobres)
INDICADORES RECURSO – input indicators: medidas associadas à disponibilidade de recursos humanos, financeiros
ou equipamentos; quantificam os recursos disponibilizados nas diversas áreas políticas
(exemplo: nº de nutricionistas por mil habitantes; gasto per capita por estudante universitário)
(exemplo: nº de consultas de nutrição por mês; fruta escolar distribuída por aluno)
Esforço
→INDICADORES:
Funções/ uso
→ Facilidade de obtenção
→ Simplicidade de cálculo
→ Representatividade (maior ou menor cobertura populacional - da área/região/país)
→ Estabilidade temporal (séries históricas extensas e comparáveis)
→ Universalidade
→ Aceitação geral
→ Relevância social
→ Simplicidade de cálculo / Fácil comunicação
→ Periodicidade
→ Desagregabilidade
→ Fiabilidade/ Reprodutibilidade (garantem concordância, produzem os mesmos resultados, entre medições
repetidas sob as mesmas condições; relacionada com a qualidade da recolha dos dados
→ Validade (grau de proximidade entre o conceito e a medida; ex.: nível de pobreza; % famílias rendimento
abaixo salário mínimo vs. rendimento médio per capita)
→ Sensibilidade (capacidade de refletir mudanças significativas quando se alteram as condições que afetam a
dimensão em estudo; ex.: programa diabetes
– Taxa geral de mortalidade vs. Taxa de mortalidade por diabetes)
→ Especificidade (consegue refletir alterações ligadas somente às mudanças da dimensão em estudo; ex.: pior
em conceitos mais abstratos, IDH)
Limitações:
! “Uma cifra estatística isolada é como poste com luz queimada: pode servir como apoio, mas sozinha não ilumina
nada.”
• bases de dados/motores de busca centrados na recolha de dados básicos sobre a saúde da população e seus
fatores determinantes;
• combinam a possibilidade de análise de dados temporais e de análises comparativas a nível
nacional/europeu/internacional;
• alguns não são apenas sistemas de informação, mas “sistemas integrados de conhecimentos”, combinam
dados, informação analítica e descritiva, e conhecimentos já baseados na evidência.
facilitar/permitir: →diagnosticar
→comparar/monitorizar
→planear/gerir/implementar
→ avaliar
BASES DE DADOS NACIONAIS:
• INE
• DGS
• GEOSAUDE → PNPAS (Plano Nacional Para a Alimentação Saudável)
• PORDATA → base de dados de Portugal Contemporâneo
BASES DE DADOS EUROPEUS:
• EUROSTAT
• ECHIM
• HEIDI
• EUPHIX – base de dados baseada na internet para profissionais de saúde, técnicos decretores de políticas e
outros; apresenta informação sobre saúde pública com especial atenção às semelhanças e diferenças entre
países da EU.
• OMS
• Banco Mundial (World Bank)
• Nações Unidas
• OECD
• UNICEF - publica anualmente o relatório de situação mundial de infância
• GAPMINDER - site recente que junta informação de vários sítios e mostra a evolução ao longo do tempo;
explica a importância das bases de dados estatísiticos (indicadores/ índice) e a sua interpretação
Nacionais:
→ European Food and Nutrition Action Plan (NOPA) 2015-2020 – relatório /plano de ação da OMS criada com a
colaboração União Europeia cujo objetivo é fornecer informação comparável; contém dados e detalhes de
mais de 300 políticas nacionais e subnacionais na Região Europeia.
INQUÉRITOS INDIVIDUAIS
2º INQUÉRITO ALIMENTAR NACIONAL (INSA 2009)
IAN AF
• Está a realizar um estudo de avaliação nutricional que comtempla a avaliação da ingestão alimentar, dos
estilos de vida (atividade física, consumo de bebidas alcoólicos, hábitos tabágicos) e de saúde de uma
amostra representativa da população portuguesa.
• Numa 1ª fase estão a ser inquiridos adultos e numa 2ª fase estão a ser inquiridas crianças e adolescentes. −
• A Nestlé é a entidade mecenas deste projeto, cujos protocolos do estudo foram desenvolvidos pela SPCNA,
Instituição responsável pelo desenho do projeto, pelo treino dos inquiridores, pela verificação da sua
execução e pela análise e divulgação dos dados.
• O principal objetivo do projeto é produzir um relatório compreensivo e atual sobre nutrição e a saúde na
Europa, que se foque na dieta, nível de atividade física, hábitos tabágicos e consumo de bebidas alcoólicas.
• Este relatório contribuirá para a identificação dos principais problemas nutricionais e ao nível da saúde na
EU e para monitorizar e avaliar as políticas alimentares e nutricionais que estão em vigor nos Países
Membros.
• A metodologia implica a recolha e critica de informação disponível nos indicadores mais usados para a
avaliação do estado nutricional e de saúde da população dos 25 países europeus.
• Também irá disponibilizar informação sobre hábitos alimentares, indicadores de saúde relacionados com a
dieta, tal como estabelecer políticas alimentares e nutricionais para os países da Europa.
EFSA
INQUÉRITOS FAMILIARES
→DAFNE-ANEMOS (é um banco de dados de disponibilidade de alimentos europeu com base em pesquisas de
orçamento familiar (IOF))
BALANÇAS ALIMENTARES
→Food balance sheets
MEDIDAS RELATIVAS: quocientes, frequências relativas, expressões de uma medida em função de outra,
habitualmente contam com tamanho populacional e/ ou tempo (RAZÃO, TAXA, PROPORÇÃO)
!! São formas de medir a frequência de determinado acontecimento
➢ RAZÃO:
• mede a relação entre duas quantidades distintas (com características diferentes);
• quociente de duas quantidades cujo numerador não está incluído no denominador;
• razão = a/b;
• Exemplo: razão de masculinidade = número de homens/número de mulheres
➢ PROPORÇÃO:
• quociente de duas quantidades cujo numerador está sempre incluído no denominador;
• exprime-se frequentemente em %;
• proporção = a/a+b
• varia entre 0 e 1 e não tem dimensão
• Exemplo: proporção de população idosa (+ 65) num determinado país; % mortes por tumores malignos.
➢ TAXA
• medida de frequência com que um dado acontecimento ocorre numa população, num determinado
período de tempo;
• quociente calculado por divisão de um numerador respeitante a um acontecimento ocorrido num período
de tempo específico, por um denominador, geralmente a população média existente nesse mesmo período
de tempo.
• componentes: numerador, denominador, tempo específico em que se verificou o acontecimento e,
geralmente um coeficiente de multiplicação sob a forma de uma potência de 10;
• mede a probabilidade ou risco de ocorrência de um determinado fenómeno ou acontecimento, por unidade
de tempo.
• Exemplos: Taxa de Mortalidade Geral (nº óbitos/população total, num período de tempo); Taxa de
Mortalidade Materna (nº óbitos mulheres por complicações gravidez- parto-puerpério /nº nados vivos, num
período de tempo)
• numa “Verdadeira” taxa, tem-se em conta um período de tempo, mas não existe relação entre numerador e
denominador;
• taxa = a/b; varia entre 0 e + e tem dimensão
TIPOS DE TAXAS:
→ BRUTAS OU GERAIS (calculadas para a população total)
→ ESPECÍFICAS (calculadas para partes/subgrupos da população total, exemplo: idade, sexo…)
→ AJUSTADAS OU PADRONIZADAS (brutas ou específicas, calculadas por forma a remover /eliminar o efeito
de diferenças na estrutura da população em causa (ex: ajustada para a idade, para o sexo…)
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA
PREVALÊNICA:
INCIDÊNCIA:
INQUÉRITOS FAMILIARES
Unidade de estudo: família
Estes inquéritos são mais económicos que os inquéritos individuais, não fornecem dados sobre a distribuição
alimentar dos membros da família (resultados expressos em quantidade de alimentos/ pessoa), permitem a
comparação de padrões de consumo alimentar entre grupos socioeconómicos, regiões e países, são mais úteis em
estudos ecológicos (formulação de hipóteses)
• Contabilização de alimentos
• Inventário
• Registo familiar
• Listas
O responsável do agregado familiar mantém um registo detalhado das quantidades (e preços) dos produtos
alimentantes adquiridos para o lar (incluindo ofertas e autoprodução). Estima-se também o consumo extra
domiciliário (através de uma lista das aquisições diárias elaborada por cada um dos membros do agregado familiar).
➢ INVENTÁRIO (INDIRETO)
Idêntico ao método anterior, mas inclui também a realização (pelo entrevistador ou responsável do agregado
alimentar) de um inventário de todos os produtos alimentares existentes no alojamento no início e no fim do
período de observação. Tem como vantagem ser mais preciso em relação à quantidade de alimentos realmente
disponível para consumo em cada uma das famílias, contudo apresenta como desvantagem alertar para alimentos
armazenados.
São pesados ou quantificados por medidas caseiras todos os alimentos a consumir (crus ou cozinhados) tendo em
conta desperdícios de preparação (parte edível). São estimados e subtraídos os gastos com visitas e os desperdícios
finais (prato).
Por vezes também se faz o registo individual (consumo extra domicílio) e do gasto com animais domésticos.
Se necessário podem ser realizadas mais visitas
VISITA DE MANHÃ: o entrevistar recolhe informação sobre as quantidades de alimentos utilizados no
pequeno-almoço, estima os desperdícios finais do jantar do dia anterior e pesa aquilo que vai ser utilizado no
almoço.
VISITA DA TARDE: o entrevistador estima os desperdícios finais do almoço e pesa o que vai ser utilizado no
jantar.
➢ LISTAS (DIRETO)
Com o auxílio de um questionário estruturado (listagem de alimentos adequada aos hábitos alimentares da
população a estudar) é pedido ao representante do agregado familiar informação quantitativa e preço de todos os
alimentos adquiridos (comprados, oferecidos ou produzidos) e consumidos pelo agregado familiar durante um
dado período de tempo, geralmente 1 semana.
Os métodos que dão informação BRUTA são os INDIRETOS (contabilização de alimentos e inventário)
→São mais indicados para populações de maior abastecimento exterior e maior nível educacional
Os métodos que dão informação LÍQUIDA são os DIRETOS (registo familiar e listas)
→são mais indicados para populações com elevada autoprodução, elevado abastecimento exterior e baixo
nível educacional
Escolha do método deve ser baseada: na principal origem do abastecimento, no tipo de avaliação pretendida,
escolaridade dos inquiridos, disponibilidade de inquiridores, duração do estudo…
OBJETIVO: harmonização dos dados europeus relativos aos IOF’s e informação socioeconómica dos vários países da
Europa numa base de dados construída a baixo custo, de base de dados alimentar/ nutricional
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
A disponibilidade de alimentos e bebidas é calculada pela fórmula: Média per capita obtida pela razão da
disponibilidade familiar diária e o número de membros do agregado familiar
❖ DAFNE-ANEMOSSoft
→Disponibilidades familiares médias de alimentos /bebidas divididos em 15 grupos e alguns subgrupos
→A informação pode ser consultada por países, por localidade, educação, ocupação e tipo de agregado familiar.
Pode observar-se:
• Dados metodológicos
• Comparações dentro de um país
• Comparações entre países
• Evolução temporal
→De acesso livre
→O software apresenta a informação em vários formatos (tabelas, gráficos, mapas…) e com vários tipos de detalhe
→Apresenta 3 principais funções de análise:
Tendências dentro de um país
Comparação entre países
Comparação nos países
→ Os resultados são apresentados por localização, educação, ocupação, tipo agregado familiar
EM PORTUGAL:
Os inquéritos aos orçamentos familiares (IOF) são feitos de 5 em 5 anos, são os inquéritos às despesas das famílias
O desenvolvimento destes inquéritos visa:
• A atualização periódica da estrutura das despesas da população residente num país (pilar fundamental
para atualização do cabaz de bens e serviços utilizado no Índice de Preços do Consumidor)
• Recolhe dados sobre o rendimento disponível monetário e não monetário dos agregados familiares
• Recolhe dados sobre alguns indicadores de conforto básico
Amostra: aleatória estratificada e multietápica, representativa dos agregados familiares residentes em alojamentos
não coletivos no território nacional
Tamanho amostral: 1990 – 12 403 af (40 047 indiv.)
1995 – 10 554 af (32 124 indiv.)
2000 – 10 020 af (28 311 indiv.)
2005 – 10 403 af
2010 – 9 489 af
2015 – 11 398 af
Unidade amostral: agregado familiar pessoa/ grupo de pessoas a viverem juntas e a partilharem despesas
alimentares
Taxa de resposta: 1990 – n.d.; 1995 – 77,3 %; 2000 – 73,2 % ; 2010 – 68 %; 2015 - 64,1%
Per capita
Disponibilidade diária do agregado familiar / número de dias x tamanho do agregado familiar
VANTAGENS:
• Aplicados com regularidade em muitos países
• Utilização de amostras com representatividade nacional
• Conduzidos com metodologias semelhantes
• Dados acessíveis a baixo custo
• Permitem a ligação da informação alimentar com dados demográficos e socioeconómicos (agregado e
membros do agregado)
LIMITAÇÕES:
• Não idealizadas para fins alimentares/ nutricionais
• Não consideram diferenças de idade/ género dos membros do agregado familiar
• Períodos de recolha diferentes por país
• Falta de informação sobre consumo alimentar fora de casa
BALANÇAS ALIMENTARES
Métodos de avaliação da disponibilidade alimentar de um país num determinado período de tempo, habitualmente
um ano civil
É um método de avaliação do consumo de alimentos de forma INDIRETA, a nível NACIONAL; representa o “consumo
alimentar aparente” a nível nacional
É um balanço que resulta de entradas e saídas, à escala nacional, da quantidade de alimentos que se encontra
disponível para consumo humano, durante um determinado período de tempo
SAÍDAS= exportação + utilização para fins não alimentares (sementes, alimentação animal, produtos
processados) + perdas no armazenamento e transporte
BALANÇA ALIMENTAR PORTUGUESA
Definida pelo INE (Instituto Nacional de Estatística)
➢ METODOLOGIA
Ambiente geográfico: país
Período de referência: ano civil
Campo de observação: integra todos os produtos da agricultura, pesca e indústria alimentar, cuja
principal função seja a alimentação humana
- Grau de desagregação da informação alimentar: 14 grupos e 50 sub-grupos
EXEMPLO:
• Arroz
• Trigo
• Cevada
• Milho
• Centeio
• Aveia
• Painço
• Sorgo
• Cereais…
UTILIDADE
Portugal é referido como país mediterrânico! Não só pela sua história, pelas suas práticas sociais e culturais, mas
também pelos seus hábitos alimentares.
Desde 1961 até 2003, o MAI (índice de adequação mediterrânica), calculado pela FAO através da Balança Alimentar
tem vindo a diminuir. Em 1961 era de 4,2, em 1969 era de 4 e em 2003 era aproximadamente 1,75. Conclui-se então
que Portugal se está a afastar do padrão alimentar mediterrânico, assim como a França, Grécia, Itália e Espanha.
Notavelmente, as tendências da transição da dieta estão a decorrer de forma mais rápida em Portugal do que nos
outros 4 países mediterrânicos.” O índice de Portugal era 0,82 enquanto que o da Grécia, por exemplo, era 2,04.
Verificou-se uma diminuição da disponibilidade (em % de energia) dos grupos mediterrânicos de cerais (excluindo a
cerveja), leguminosas, vinho, frutos gordos, peixe, hortícolas e um aumento da disponibilidade (em % de energia)
dos grupos não mediterrânicos em carne, laticínios, gorduras animais (excluindo a gordura de peixes) e ovos.
TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
Fenómeno no qual ocorrem mudanças nos padrões nutricionais e de atividade física numa dada população, ao
longo do tempo, sendo em geral uma passagem da desnutrição para a obesidade.
→TRANSIÇÃO NUTRICIONAL: passagem de um padrão caracterizado pela alta prevalência de desnutrição para um
outro caracterizado pela prevalência de doenças crónicas não transmissíveis relacionadas com a alimentação e
atividade física Desnutrição → Doenças crónicas não transmissíveis (devido ao estilo de vida)
❖ RECOLETOR DE ALIMENTOS
ALIMENTAÇÃO: grande variedade de alimentos; predominância de alimentos de origem vegetal e animais
selvagens; rica em hidratos de carbono e fibra; pobre em gorduras (saturada)
ATIVIDADE FÍSICA: elevada atividade física
ESTADO NUTRICIONAL: pouca massa gorda (população robusta); algumas deficiências nutricionais; baixa incidência
de obesidade
DEMOGRAFIA: população jovem; elevada mortalidade; baixa natalidade; baixa esperança média de vida à nascença
TECNOLOGIA: processo tecnológico inexistente
População caçador- coletor
❖ FOME
ALIMENTAÇÃO: menor variedade de alimentos; predominância de alimentos de cereais; pobre em gorduras
ATIVIDADE FÍSICA: moderada atividade física
ESTADO NUTRICIONAL: diminuição da estatura; aumento das doenças relacionadas com deficiências nutricionais
(especialmente crianças e mulheres)
DEMOGRAFIA: população jovem; elevada mortalidade materna e infantil; elevada natalidade; baixa esperança
média de vida à nascença
❖ RECESSÃO DE FOME
ALIMENTAÇÃO: pouca variedade de alimentos; rica em produtos hortofrutícolas e alimentos de origem animal;
pobre em cereais integrais; pobre em hidratos de carbono complexos (amido) e gorduras
DEMOGRAFIA: aumento da população idosa; baixa natalidade; aumento da esperança média de vida à nascença
TECNOLOGIA: enumeras tecnologias de processamento alimentar
Países industrializados- sociedades abastadas
❖ MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS
ALIMENTAÇÃO: rica em produtos hortofrutícolas, leguminosas e cerais integrais; pobre em alimentos processados
e açúcar; rica em hidratos de carbono complexos, gordura insaturada e micronutrientes
DIAGNÓSTICO CLÍNICO
DIAGNÓSTICO COMUNITÁRIO:
INFORMAÇÃO NECESSÁRIA: dados sobre a população, doenças existentes, causas de morte, serviços de saúde…