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ALUNA: Claudilene Abreu

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA


CRIMINAL DA CAPITAL

Processo nº xxxxxxxxxxxx

PAULO, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, neste


ato, representado por seu advogado que esta subscreve, vem, à presença de Vossa
Excelência, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fulcro no art. 396 e 396-A
do Código de Processo Penal, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:

I- DA SÍNTESE DOS FATOS:


O acusado fora denunciado por incorrer nas sanções do art. 234 do Código
Penal, pois, segundo à denúncia foram encontrados em posse do réu inúmeras revistas
de conteúdo pornográfico.

II- DA PRELIMINAR:
A) DA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO:
O crime imputado ao acusado trata-se de conduta de menor potencial ofensivo,
pois, tal crime previsto no art. 234, possui pena máxima de 2 (dois) anos. Logo, a
competência para o trâmite da ação penal deve ser do juizado especial, em razão do
disposto no art 98, I, da CF/1988 e o art. 60 da Lei 9099/1995. Senão, vejamos:
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados
criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos,
competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas
cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos,
nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos
por turmas de juízes de primeiro grau;
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou
togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e
a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo,
respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela
Lei nº 11.313, de 2006).

Desta forma, nos termos do art. 564, I do CPP, deverá incorrer a nulidade da
ação penal.

III- DO DIREITO:
Da leitura da peça vestibular acusatória, em confronto do conjunto probatório
produzido em fase investigativa, constata-se que o decreto absolutório é medida que se
impõe, conforme se demonstrará.

A) DA ATIPICIDADE DA CONDUTA:
Segundo a denúncia ofertada pelo Ministério Público, o acusado cometeu uma
das condutas proibidas pelo art. 234 do Código Penal, o qual estabelece que:
Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição
pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
obsceno: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Vejamos, para caracterização da conduta imputada pelo referido artigo deve-se


ter o objetivo de comercializar, distribuir ou expor publicamente o conteúdo
pornográfico. Ocorre que, essa prática não se aplica ao caso concreto, pois, as revistas
encontradas com o acusado são exclusivamente para uma recreação pessoal, sem a
finalidade de trazer isso a público, ou mesmo comercializar, sequer distribuir.
Desta maneira, considerando que, o acusado não cometeu crime algum, requer-
se a absolvição pela atipicidade da conduta, por ausência de elemento subjetivo especial
do tipo, previsto no art. 234 do Código Penal.

IV- DOS PEDIDOS:


Ante o exposto, requer-se:
a) Anulação do processo "ab initio", com fulcro no art. 564, I, do
CPP, e remessa dos autos ao juizado especial criminal;
b) Absolvição sumária com fulcro no art. 397, IV, do CPP;
c) Absolvição sumária com fulcro no art. 397 III, do CPP;
d) Intimação das testemunhas.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local, data
Advogado/OAB

Rol de testemunhas:
Fulano de tal, residente no endereço x.
Fulano de tal, residente no endereço x.
Fulano de tal, residente no endereço x.

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