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APRESENTAÇÃO

-Introdução

De acordo com a constituição a principal função do judiciário é a de garantir os


direitos individuais, sociais e coletivos, resolvendo conflitos entre cidadãos e
entidades do Estado. Os artigos da seção I (92 ao 95) descrevem os órgãos do
Poder Judiciário e estabelece sua estrutura e hierarquia. Também estabelece o
Estatuto da Magistratura que delimita os direitos e deveres da carreira jurídica.
Já a segunda seção (101 ao 103) trata especificamente sobre o Supremo
Tribunal Federal a mais alta instancia do poder judiciário e aquele responsável
por proteger a constituição.

-Artigos

O artigo 92 aponta como órgãos do poder judiciário o: Supremo tribunal


Federal, o Conselho Nacional de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça, o
Tribunal Superior do Trabalho, O Tribunal Superior Eleitoral e o Superior
Tribunal Militar e seus respectivos órgãos em outras instancias. Além disso
estabelece que o STF, o CNJ e os Tribunais Superiores têm sede na Capital e
o STF e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo território.

O artigo 93 é bem extenso, mas de modo geral ele Estabelece o Estatuto da


Magistratura que vai estabelecer os princípios que norteiam a carreira jurídica e
trata da organização e estrutura dos órgãos do Judiciário

O artigo 94 determina que um quinto dos Tribunais Regionais Federais seja


composto por membros no Ministério Público. Esses funcionários precisam ter
mais de dez anos de carreira, não podem ter manchas na reputação e terem
grande conhecimento jurídico.

O Ministério Público é uma instituição independente dos três poderes e tem


como principal função defender a sociedade e a democracia fiscalizando
atividades administrativas variadas. Por isso o artigo 94 também garante a
ação do ministério público na extensão do poder judiciário

O artigo 95 garante aos juízes vitalidade do cargo, a impossibilidade de ser


transferido e a não possibilidade de redução de seus subsídios. Ao mesmo
tempo o artigo proíbe que os juízes exerçam outros cargos fora do magistério,
receber contribuições de qualquer um seja pessoa física, jurídica ou órgão
público, participar de partidos e advogar no local do qual foi exonerado.

Esses direitos e deveres existem para combater conflitos de interesse,


corrupção e ameaças no poder judiciário, mas também para blindar os juízes
de interesses políticos e privados.

O artigo 101 diz que o Supremo Tribunal Federal é composto por 11 ministros,
dos quais devem ter mais de trinta e cinco anos e menos de 70, devem ter um
notável saber jurídico e reputação ilibada.

Eles são escolhidos pelo presidente e aprovados por maioria absoluta pelo
Senado Federal.

O artigo 102 lista as funções que cabem ao STF como: processar e julgar o
presidente, vice presidente, membros do congresso, seus próprios ministros e
o Procurador-Geral da República, conflitos entre os Estados, comandantes
militares, entre outros.

O artigo também vai abordar o Habeas Corpus, definindo-o como: Um


instrumento processual usado para garantir a liberdade de alguém caso esta
seja presa ilegalmente ou tenha sua liberdade ameaçada ou restringida por uso
indevido do poder sobre si.

Só pra ter uma noção esses são os 11 ministros do STF e

-Gilmar Mendes foi indicado pelo FHC

-O Ricardo Lewandowsi, Cármen Lúcia, Dias Toffoli foram indicados pelo


Lula

-Luiz Fux, Rosa Weber, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin foram
indicados por Dilma

-Alexandre de Moraes foi indicado pelo Temer

-Nunes Marques e André Mendonça Bolsonaro

O artigo 103 é dividido em 3 partes. A primeira lista os atores que podem pedir
ao STF que qualifique inconstitucionalidade de uma lei. Alguns dos atores são:
Presidente, Câmara, OAB, Partido com representação na câmara, sindicato,
entre outros.

A parte A do artigo 103 dá o poder ao STF de elaborar ou a pedido de outros


uma súmula vinculante: Uma interpretação dada a um caso passa a valer para
outros casos parecidos. Um exemplo interessante que diz respeito a essa parte
do artigo é o reconhecimento da União homoafetiva.

A parte B do artigo 103 estipula os objetivos e a atuação do Congresso


Nacional de Justiça, que é composto por 15 membros com mandatos de 2
anos, sendo um deles o presidente do STF

-Emendas

São 10 as emendas que tratam do nosso tema e de novo existem mais


emendas do que artigo. As emendas são a 3, 19, 20, 22, 23, 45, 61, 92, 103 e
122. Elas foram colocadas nessa disposição, porque cada emenda muda
diversos artigos. E destaque para a emenda 45 que traz mudanças nos artigos
92, 93 e 102.

A emenda 3 muda diversos artigos de diversos temas, mas uma das principais
mudanças que traz é a criação da ação declaratória de Constitucionalidade que
é uma forma de controle constitucional concentrado para tornar certo
judicialmente que uma dada norma é compatível com a Constituição, e
estabelecendo por quem ela pode ser proposta

A emenda 19 foi uma reforma administrativa que causou mudança na


estabilidade dos servidores públicos, no regime de remuneração dos agentes
públicos e da gestão gerencial administrativa. Além disso existe uma troca dos
termos relacionados a forma de pagamento dos magistrados, deixando de ser
remuneração e vencimento para ser subsidio.

A emenda 20 foi uma reforma da previdência que alterou o modo de se


aposentar passando a ser por tempo de contribuição ao invés de tempo de
serviço, além de aumentar a idade mínima para a aposentadoria dos servidores
públicos. A mudança faz com que os magistrados obedeçam ao mesmo regime
previdenciário que os demais servidores públicos.
A emenda 22 possibilitou a instituição do juizado especial no âmbito da justiça
federal e muda parte do artigo 102, que estabelece, quais Habeas Corpus o
STF deve julgar

A emenda 23 cria o ministério da defesa, unificando os antigos ministérios da


marinha, aeronáutica e exército

A emenda 45 foi uma reforma do judiciário e por isso ela engloba tantos
artigos. Tem como objetivo aumentar a eficiência do judiciário, garantir prazo
razoável de duração do processo, a possibilidade de súmulas vinculantes pelo
STF, introdução do instituto de repercussão geral como requisito de
admissibilidade dos recursos extraordinários, criação do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público e a exigência de diploma
de bacharel em direito para ingressar na magistratura.

A emenda 61 modifica a composição do Conselho Nacional de Justiça e o


chefe do Supremo deixa de ser chamado de Ministro para ser chamado de
Presidente do STF

A emenda 92 explicita que o Tribunal Superior do Trabalho é um órgão do


Poder Judiciário e cria o artigo 111-A que discorre sobre sua composição. Isso
faz com que suas competências aumentem, assim como os requisitos para a
nomeação de seu ministro.

A emenda 103 altera o sistema previdenciário e estabelece regras de transição


e disposições transitórias. Da nossa parte o que muda é a exclusão da
obrigatoriedade constitucional de que a aposentadoria do magistrado conste na
lei do Estatuto da Magistratura. Também estipula que é competência de o
Conselho Nacional de Justiça receber reclamações contra membros do Poder
Judiciário, aplicando e removendo sanções

A emenda 122 eleva a idade máxima para a escolha e nomeação de membros


do STF, STJ, TRFs, Tribunal Superior do Trabalho, TCU, entre outros para 70
anos

-Questões políticas e jurídicas

Um dos temas interessantes a serem abordados que se relaciona com nossos


artigos é o da judicialização das políticas públicas. Isso pode ocorrer quando o
Executivo e/ou o Legislativo não atendem às demandas da população, assim
sendo necessário acionar o judiciário para resolver a questão, o transformando
num palco de disputas políticas e ao mesmo tempo se torna um ator nelas. Um
exemplo disso é o reconhecimento da união homoafetiva pelo STF que
concedeu a parte da população um direito fundamental à sua cidadania.

Mas isso também pode ocorrer de forma negativa, quando o judiciário assume
função além das suas, há um perigo de ocorrerem desgastes entre os poderes
e possível instabilidade. Essa questão é potencializada pelo alto nível de
políticas públicas na nossa constituição.

Outra questão é do embate sobre os altos subsídios dos magistrados. Por um


lado, pode ser entendido como uma prática necessária para blindar uma área
sensível de corrupção e vulnerabilidade, garantindo o bom funcionamento das
instituições do poder judiciário; por outro pode ser visto como uma despesa
desnecessária que aumenta a despesa pública e faz com que os juízes sejam
uma ala separada dos demais funcionários públicos, fazendo com que o senso
comum de que funcionários públicos ganham salários enormes prejudique os
demais. Muitas vezes os benefícios formam salários acima do teto
constitucional

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