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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOBRE

JOICE SANTANA

TDE II - TEORIA DO DIREITO

Feira de Santana
2021
JOICE SANTANA

Teste de desempenho escolar (TDE) sobre emendas


constitucionais referente à disciplina Teoria do Direito,
ministrada pelo docente José Lima de Menezes, ao 1°
semestre noturno de direito.

Feira de Santana
2021
A Constituição de 1988 pode ser compreendida como um dos grandes marcos na garantia
dos direitos fundamentais da população brasileira. Considerada por especialistas como a mais
progressista da história do país, este documento delegar as funções dos poderes públicos e
estabelece os direitos e deveres dos cidadãos. Além disso, determina uma série de diretrizes para
áreas como segurança, economia, seguridade social, cultura, saúde, meio ambiente e Educação.
Assim Constituição acabou por se tornar tornou um símbolo da redemocratização do país, após um
longo período de regime militar marcado pelo cerceamento da liberdade, a censura da imprensa e o
autoritarismo. Sua elaboração ficou a cargo de uma Assembleia Nacional Constituinte, instaurada
pelo então presidente José Sarney e comandada pelo deputado Ulysses Guimarães. O texto final foi
promulgado no dia 5 de outubro de 1988.
Ao trazer conceitos como cidadania e dignidade da pessoa humana, o documento definiu
uma série de princípios para garantir a liberdade individual dos cidadãos, os direitos sociais, a
redução da desigualdade e a manifestação do pensamento. No que ser refere à sua estabilidade,
podemos classificá-la como rígida, ou seja, para sofrer alteração deve passar por um processo
legislativo mais complexo, ao contrário das do que ocorre com as demais leis, é aí que entram as
emendas constitucionais. Emendar a Constituição é alterar o texto constitucional original,
acrescentando, modificando ou suspendendo normas, dessa forma, as emendas garantem que a
constituição de um país seja modificada em partes, para se adaptar e permanecer atualizada diante
de relevantes mudanças sociais.
No ordenamento jurídico brasileiro, a aprovação da emenda está a cargo da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, dependendo de de três quintos dos votos em dois turnos de votação
em cada uma das casas legislativas (equivalente a 308 votos na Câmara e 49 no Senado).
O processo se inicia com a apresentação de uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional), de
autoria de um ou um grupo de parlamentares, quando a PEC chega à Câmara dos Deputados, ela é
enviada, antes de tudo, para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJ).
Caso a análise da CCJ não identifique irregularidades no projeto, a emenda é novamente
analisada por uma Comissão Especial, uma vez aprovada pelas duas comissões, a emenda é votada
pelos deputados, e depois, o mesmo processo se repete no Senado, desta vez, com a análise por
apenas uma comissão, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ) e daí ocorre a
subsequente votação, sendo aprovado, o projeto se torna lei e passa a vigorar como parte integrante
do texto constitucional, porém não é a qualquer tempo, nem por qualquer motivo que a Constituição
poderá ser emendada.

Está previsto no texto constitucional, em seu art. 60, § 1, que durante a vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio, a Constituição não poderá ser
emendada, por exemplo, são as chamadas limitações circunstanciais, também há outros tipos de
limitações que são as formais e estão relacionadas à iniciativa de apresentação de uma proposta de
emenda à Constituição, à deliberação para aprovação da proposta, relativas à promulgação da
emenda e, por fim, relativas à vedação de reapreciação de proposta rejeitada ou havida por
prejudicada, além das limitações materiais, chamadas cláusulas pétreas relacionadas às matérias que
não poderão ser alteradas, estando elas previstas explícita ou implicitamente no texto constitucional.
As limitações explícitas são aqueles conteúdos que não poderão ser abolidos do texto da
Constituição Federal. Nesse sentido, o art. 60, § 4º prevê expressamente que não será objeto de
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: a forma federativa de Estado, o voto direto,
secreto, universal e periódico, a separação dos Poderes, os direitos e garantias individuais. Ou seja,
caso uma proposta de emenda à Constituição seja apresentada com o fim de abolir o voto secreto,
por exemplo, esta será barrada, na limitação quanto à matéria, já as limitações implícitas que não
estão expressamente previstas na Constituição, porém também tratam de matérias que estão fora do
alcance de alteração. São elas: a titularidade do poder constituinte originário, a titularidade do poder
constituinte derivado e o processo de modificação da Constituição. A importância das cláusulas
pétreas para a constituição está no fato de que estas visam garantir uma maior segurança jurídica de
direitos essenciais para o ser humanos e o convívio social, pois limitam o poder de alteração
constitucional, dando maior credibilidade à constituição como norma suprema e direcionadora das
demais, garantindo um sistema democrático mais justo e acessível, porém sobre as limitações
implícitas há controvérsias na literatura jurídica, exigem uma interpretação exata por estabelecerem
ressalvas ao instrumento normal de atualização constitucional.

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