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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO

GRANDE DO NORTE
CAMPUS AVANÇADO ZONA LESTE
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA

GENILDA MARIA DE OLIVEIRA PINHEIRO

TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM: IDENTIFICAÇÃO E


ANÁLISE DE SINAIS PRECOCES

Natal/RN
2020
GENILDA MARIA DE OLIVEIRA PINHEIRO

TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM: IDENTIFICAÇÃO E


ANÁLISE DE SINAIS PRECOCES

Projeto de Intervenção apresentado na


Especialização em Educação Inclusiva,
Campus Avançado Zona Leste, do
Instituto Federal de Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte para fins de
avaliação final da disciplina
Contextualização e Conceitos dos
Transtornos Específicos sob orientação
do professor Rodrigo Wantuir Alves de
Araújo.

Prof(a). Mediador(a):

Natal/RN
2020
SUMÁRIO

1 Introdução.................................................................................................XX

2 Problema..................................................................................................XX

3 Justificativa...............................................................................................XX

4 Objetivos...................................................................................................XX

4.1 Objetivo geral......................................................................XX

4.2 Objetivos específicos...............................................................


XX

5 Fundamentação Teórica .........................................................................XX

6 Metodologia..............................................................................................XX

7 Cronograma.............................................................................................XX

8 Recursos necessários..............................................................................XX

9 Resultados esperados..............................................................................XX

10 Referências bibliográficas......................................................................XX
1. Introdução

Atualmente caracterizam-se como rotineiras as queixas dos professores em


relação ao atraso e dificuldades de aprendizagem de muitos alunos, desde a pré
escola, período em que se inicia o desenvolvimento das competências básicas para
o processo formal de alfabetização nas séries seguintes. Diante disso, é
fundamental realizar um estudo sistemático com a finalidade de diagnosticar as
causas das dificuldades e prever formas de intervenção para amenizar as
consequências desses transtornos na aprendizagem dos alunos.

Em se tratando dos transtornos específicos da aprendizagem, foco principal


deste trabalho, as crianças apresentam déficits nas habilidades acadêmicas básicas,
em cálculo aritmético e raciocínio matemático, na leitura, na ortografia e na escrita e
por consequência, apresentam dificuldades em outras disciplinas, restringindo o
progresso na aprendizagem. É importante considerar que cada transtorno de
aprendizagem irá manifestar sinais/sintomas específicos e ocasionam dificuldades
durante todo o processo de desenvolvimento. De acordo com o quadro sintomático
dos transtornos específicos da aprendizagem, podemos conceituá-los de Dislexia,
disgrafia, discalculia, TDAH, disortografia.

Diante dessa realidade, é importante ressaltar que este estudo se propõe a


identificar e analisar possíveis sinais precoces de Transtornos específicos de
aprendizagem em alunos da pré-escola de uma escola Pública do Município de
Caicó RN e propor uma intervenção pedagógica na instituição com os referidos
alunos.

Dessa forma, apresentando-se de suma importância para enriquecer os


conhecimentos dos pesquisadores, pedagogos e público em geral que se reportam a
investigar sobre esta temática tão significativa como os transtornos específicos de
aprendizagem.
2. Problema

É consensual entre professores as queixas de que muitos alunos da pré-


escola já apresentam sinais precoces de Transtornos de aprendizagem
caracterizado pelo atraso nos marcadores do desenvolvimento biológico e, portanto,
manifestam dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem nos anos iniciais de
escolarização, quando inicia o processo de alfabetização e impactam negativamente
no seu desempenho escolar durante todo o processo de educação formal.

Assim é imprescindível que estes transtornos sejam identificados desde cedo,


para que sejam tratados de maneira adequada com intervenções e até algumas
vezes medicação.
3. Justificativa

Os altos índices de evasão e repetência margados por uma grande parcela da


população brasileira, o baixo desempenho dos alunos no Ensino fundamental e as
inúmeras queixas dos professores de que muitos alunos não aprendem nos leva a
refletir quais fatores levam a esse quadro. Dentre as explicações mais plausíveis
estão a grande incidência de casos de dificuldades de aprendizagem, transtornos
funcionais específicos, os denominados transtornos de aprendizagem.

Nesta fase, para saber a origem do problema e diagnosticá-lo, é


imprescindível considerar as diversas nuances que envolvem o processo de ensinar
e aprender, como o contexto sócio econômico, a proposta pedagógica da escola,
metodologia e os recursos de ensino, para saber diferenciar se esta condição diz
respeito a uma dificuldade de aprendizagem ou a um transtorno específico da
aprendizagem. Dessa forma, fundamental que o profissional compreenda a
diferença entre essas duas terminologias ou problemas para que possa atribuir um
tratamento adequado.

No entanto, tanto as dificuldades de aprendizagem como os transtornos de


aprendizagem são vilões que impactam negativamente na vida escolar de algumas
crianças, as quais apresentam dificuldades consideráveis para aprender as
habilidades de leitura e escrita na faixa etária em que acontece esse processo.
Dessa forma, as principais consequências dessas dificuldades ou transtornos
refletem o baixo desempenho escolar das mesmas em atividades como leitura,
escrita ou cálculos matemáticos, levando em consideração sua inteligência, as
oportunidades que lhes são oferecidas e o que se poderia esperar na faixa etária
dos anos iniciais de escolarização. Dentre os mais comuns, estão: dislexia, disgrafia,
disortografia, discalculia - e transtornos de atenção e hiperatividade.

De acordo com a 5ª edição do Diagnostic and Statistical Manual (DSM-V) da


Associação Americana de Psiquiatria deverão ser utilizados os 4 critérios para o
diagnóstico dos Transtornos Específicos de Aprendizagem necessitando serem
preenchidos com base em uma síntese clínica da história do indivíduo (do
desenvolvimento, médica, familiar, educacional), em relatórios escolares e em
avaliação psicoeducacional.
Diante dessa realidade, o aspecto que justifica o presente projeto de
intervenção está voltado para a necessidade analisar e diagnosticar possíveis sinais
de Transtornos específicos de aprendizagem em alunos da pré-escola de uma
escola Pública do Município de Caicó RN, visando intervir para amenizar os
impactos negativos desses transtornos na aprendizagem formal dos referidos
alunos.
4. Objetivos

4.1. Objetivo geral

 Analisar e diagnosticar possíveis de Transtornos específicos de


aprendizagem em alunos da pré-escola de uma escola Pública do Município
de Caicó RN, propondo uma intervenção pedagógica na instituição com os
referidos alunos.
4.2 Objetivos específicos

 Analisar as queixas e compreender as principais dificuldades dos alunos


 Diagnosticar as possíveis causas das dificuldades;
 Identificar e conceituar o transtorno de aprendizagem existente
 Propor uma intervenção pedagógica na instituição com os alunos que
apresentam transtornos de aprendizagem.
5 Fundamentação Teórica

5.1 Conceituando os Transtornos Funcionais Específicos

A CID 10, utilizando-se da Nomenclatura Internacional de Doenças,


estabelecida pela Organização Mundial de Saúde, padroniza e cataloga as doenças
e problemas relacionados a saúde se refere aos transtornos funcionais específicos
como Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares, nos
quais as habilidades de aprendizado estão alteradas desde os primeiros anos do
desenvolvimento, ocorrendo em virtude de um distúrbio cerebral e não somente em
decorrência da falta de oportunidade de aprendizagem ou de um retardo mental.

O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais- DSM 5 conceitua o


transtorno específico da aprendizagem como um transtorno do
neurodesenvolvimento. Sua origem biológica compreende a interação de fatores
genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do cérebro para
perceber ou processar informações verbais ou não verbais com eficiência e
exatidão.

É importante frisar que tanto o DSM5 quanto o CID 10 se reportam aos


transtornos da aprendizagem fazendo uso da nomenclatura “específico” para
designar o comprometimento em “funções cognitivas específicas”, nas quais as
habilidades de ler, escrever, calcular, etc. encontram-se comprometidas de forma
isoladas, sem haver inter-relações entre as mesmas.

Dessa forma, podemos compreender que transtornos funcionais específicos,


Transtornos específicos do desenvolvimento das habilidades escolares, Transtornos
de aprendizagem ou transtornos do neurodesenvolvimento dizem respeito a uma
única nomenclatura, a qual se refere a um conjunto de distúrbios que impactam
negativamente na aprendizagem do aluno e dependendo da habilidade prejudicada
seja leitura, escrita ou matemática, são conceitos de dislexia, disgrafia (ou
disortografia) e de discalculia.( PINHEIRO, et al, 2018).

Diversos obstáculos no processo de alfabetização como dificuldade de


concentração, atenção, dificuldade na aquisição e automação da leitura e da escrita,
desorganização geral, desinteresse, etc.
5.2. A importância da avaliação, diagnóstico e intervenção precoce

As dificuldades de aprendizagem sempre estão permeadas por uma gama de


sintomas diversificados de origem neurológica capazes de interferir negativamente
na aprendizagem de uma porcentagem significativa de crianças em idade precoce,
sendo identificado, principalmente, no período em que ela está na escola. Tais
transtornos são condições neurobiológicas que promovem um baixo rendimento
acadêmico em diversas áreas de conhecimento. Como o processo de aprendizagem
formal é influenciado por diversos fatores como os aspectos pedagógicos, políticos e
sociais, é indispensável compreender a origem desse atraso.
A dificuldade de aprendizagem difere-se de distúrbios de aprendizagem.
Enquanto que a primeira é transitória e que pode ser corrigida, provocada por um
grupo heterogêneo de fatores Emocionais, Culturais, Intelectuais e ambientais assim
como questões de caráter pedagógico, como inadequação do método e do sistema
de ensino, os distúrbios de aprendizagens relacionadas às condições neurológicas
para aprender e indicam algum tipo de disfunção do sistema nervoso central que
dificulta um bom rendimento acadêmico, apresentando limitações em seus
processos perceptivos, de integração ou expressão (PIRES E SIMÃO, 2017 p.149;
GERMANO E CAPELLINI, 2011).
A identificação do transtorno é de suma importância para conhecê-lo e saber
proceder a uma orientação e uma intervenção adequada, visando assegurar a essa
criança as oportunidades de participar e aprender em igualdade de condições que
os demais colegas de sala de aula. Por outro lado, a falta de diagnóstico ou o
diagnóstico tardio do transtorno ocasiona a não identificação de suas dificuldades e
o desencadeamento de inúmeras dificuldades e intercorrências no processo de
aprendizagem, conduzindo-o ao fracasso escolar.
O Instituto Neurosaber através do Protocolo de Avaliações de Transtornos de
Aprendizagem recomenda que o diagnóstico deva ser feito por uma equipe
interdisciplinar, pois a avaliação consiste em uma parceria de várias áreas
profissionais como Psicopedagogo, que irá avaliar os aspectos educacionais, o
Fonoaudiólogo, que avaliará os aspectos linguísticos e auditivos, o Psiquiatra que
tratará dos aspectos emocionais e comorbidades, o Psicólogo e o Neuropsicólogo,
que abordará aspectos cognitivos e emocionais, o Neurologista, cuidará dos
aspectos do neurodesenvolvimento (sinais menores, leves) e Áreas
complementares, como a otorrinolaringologia e a oftalmologia, etc.
De acordo com esse entendimento, Back et. all (2020, p.38) defendem que a
avaliação interdisciplinar possibilita uma investigação global dos aspectos
biopsicossociais do desenvolvimento e da aprendizagem, permitindo restringir os
erros de compreensão da situação, garantindo assim a confiabilidade do diagnóstico
possibilitando a realização de intervenções pautadas em práticas adequadas
individualmente, de acordo com as possibilidades e necessidades específicas de
cada pessoa, à medida que fornece informações a respeito das habilidades
deficitárias.
Pires e Simão (2017) ressaltam a importância da realização de uma avaliação
neuropsicológica adequada, possibilitando aos profissionais adquirir conhecimentos
suficientes a respeito da gravidade do déficit cognitivo e planejar as formas e
técnicas de intervenção e reabilitação adequadas visando à prevenção de futuras
dificuldades de aprendizagem e outras dificuldades que provocam o baixo
desempenho escolar. De acordo com seus entendimentos:

Os testes neuropsicológicos são de extrema importância [...] Levanta-se


hipóteses de que as dificuldades de aprendizagem estão relacionadas a
déficits nas funções executivas e cognitivas, podendo indicar algum tipo de
disfunção do sistema nervoso central e que a avaliação adequada por
instrumento psicológico, aliada a outras técnicas, apontará quais funções
são mais prejudicadas dentro da faixa etária correspondente à pesquisa. (p.
150).

De acordo com esse posicionamento, recomendam a aplicação de testes


neuropsicológico por meio do teste não verbal de inteligência R2 e do instrumento
de avaliação neuropsicológica breve infantil- NEUPSILIN-Inf, o qual possibilita
diagnosticar as funções neuropsicológicas deficitárias. Tal avaliação é realizada
através utilizando testes psicométricos com o objetivo de identificar o rendimento
cognitivo funcional, a partir do conhecimento de suas relações com o funcionamento
cerebral. (BACK, ET ALL, 2020, p. 41).

Para identificação e avaliação dos Transtornos de Aprendizagem também


pode-se utilizar a avaliação Psicopedagógica

Para Fletcher et. All (2009), as avaliações baseadas no currículo deverão ser
acompanhadas de observações da integridade da implementação da intervenção
como a natureza e a quantidade do tempo gasto em instrução complementar,
especialmente se a criança parece não estar fazendo progresso, devendo ser
realizadas por psicólogos escolares.

Nesta perspectiva, a intervenção

6 Metodologia

A presente pesquisa caracteriza-se como uma abordagem quantitativa,


utilizando-se para coleta de dados a realização de entrevistas utilizando questionário
semi estruturado automatizados através do google forms, com as famílias das
crianças. Em seguida, proceder-se- á a aplicação de testes pedagógicos de rastreio
com as crianças que apresentam sinais suspeitos, além de observações no contexto
escolar das mesmas.

Posteriormente, podemos vislumbrar o encaminhamento do aluno para


atendimento uso de protocolo de avaliação psicopedagógica, (anamnese, queixa,
avaliação do material escolar da criança, jogos, desenhos, testes psicomotores de
equilíbrio, coordenação global e fina, esquema e imagem corporal, etc. além de
testes e provas específicas adequadas a faixa etária do público alvo da pesquisa,
com o intuito de levantar hipóteses quanto a provável existência de transtornos de
aprendizagem assim como a necessidade de orientação aos professores e
familiares e encaminhamento da criança para avaliação interdisciplinar e adoção de
procedimentos e atendimentos específicos adequados.

.
7 Cronograma

Novembro Fevereiro/Março Abril/2021 Maio/junho


2020 2021 2021
Elaboração do x
projeto
Coleta de x
informações
Catalogação de x
dados
Proposta de x
intervenção

8 Recursos necessários
9 Resultados esperados

O projeto de intervenção transtornos específicos de aprendizagem:


identificação e análise de sinais precoces no contexto escolar de uma escola pública
da cidade de Caicó RN servirá como ponto de partida para a identificação e análise
de sinais de Transtornos de aprendizagem objetivando proceder ao diagnóstico e
intervenção adequada.

Dessa forma, espera-se que a execução do projeto em foco possa realizar de


forma efetiva e no tempo certo, identificar as causas dos transtornos de
aprendizagem para encontrar estratégias adequadas para a aprendizagem, para
tanto, a criança precisa ser avaliado por profissionais específicos, uma equipe
multidisciplinar, Assim, confirmados no contexto escolar sinais condizentes com os
Transtornos Funcionais Específicos, as crianças podem ser encaminhadas para o
um profissional capacitado como o psicopedagogo, neurologista, etc. a fim de um
possível diagnóstico e atendimento específico, intervenções precoces, objetivando
minimizar o comprometimento da aprendizagem escolar.
10 Referências bibliográficas

AMERICAN PSYCHIATNC ASSOCIATION et al. Manual diagnóstico e estatístico de


transtorno 5 DSM-5.[Internet]. Porto Alegre: Artmed, 2014.[cited 2017 Nov 21].
BACK, Nadja Cristina Furtado et al . Modelo de avaliação de transtornos de
aprendizagem por equipe interdisciplinar. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 37, n.
112, p. 37-51, abr. 2020 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-84862020000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em
19 nov. 2020. http://dx.doi.org/10.5935/0103-8486.20200003.

FLETCHER, Jack M. et al. Transtornos de aprendizagem: da identificação à


intervenção. Artmed Editora, 2009.

GERMANO, Giseli Donadon; CAPELLINI, Simone Aparecida. Desempenho de


escolares com dislexia, transtornos e dificuldades de aprendizagem em provas de
habilidades metafonológicas (PROHFON). J. Soc. Bras. Fonoaudiol., São Paulo , v.
23, n. 2, p. 135-141, 2011 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S2179-64912011000200010&lng=en&nrm=iso>. access on
17 Nov. 2020. https://doi.org/10.1590/S2179-64912011000200010.

PINHEIRO, Ângela Maria Vieira et al. Protocolo de Avaliação para o diagnóstico


diferencial dos Transtornos Específicos da Aprendizagem. Paidéia, v. 13, n. 19,
2018.

PIRES, Ariane Bizzarri Costa; SIMÃO, Adriana Nobre de Paula. Avaliação de


crianças com indicação de dificuldades de aprendizagem pelo instrumento.
NEUPSILIN-Inf. Revista Psicopedagogia, v. 34, n. 104, p. 148-157, 2017.

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