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A nova consulta

Luiz Felipe Furtado Vilela


Cláudio Roberto Magalhães
Saúde da Família e Comunidade IV
Causas de não adesão

DIFERENÇAS SOCIAIS ENTRE DETERMINAR O QUE PRECISA


MÉDICO E PACIENTE? SER FEITO?
Causas de não adesão
PROTOCOLOS PADRONIZADOS
FALTA DE INFORMAÇÃO?
PARA CADA PROBLEMA?

GRAVIDADE DA DOENÇA?
Causas de não adesão
COMPARTILHAMENTO DE
AUTORITARISMO ATRAPALHA
INFORMAÇÃO É FUNDAMENTAL

RECOMENDAÇÕES PERSONALIZADAS AJUDAM


Lesley Fallowfield (1990)
E quando não há

escolha? Grupo 1: cirurgiões preferiam mastectomia


Grupo 2: cirurgiões eram conservadores
Grupo 3: dava a possibilidade de escolha

Todas tiveram considerável morbidade


psiquiátrica pós-operatória

O grupo 3 teve redução em ansiedade e


depressão
Mesmo aquelas que não tinham escolha!
Litígios

71% dos processos contra médicos resultaram de:


•Indisponibilidade
•Desvalorização da visão do paciente
•Fornecimento de informações inadequadas
•Não entendimento da perspectiva do paciente/família

Beckman, 1994.

Para refletir

“O paradoxo crucial [...] é que,


durante a consulta, o médico toma as
decisões sobre o tratamento; depois
da consulta, a tomada de decisões
fica com paciente.”

Stimpson e Webb, 1975.


Médico: especialista em medicina

A Consulta

Paciente: especialista em sí mesmo


O paciente
Os interesses do paciente

Sue experiência de
Cultura doença

O problema

Razões para buscar o


atendimento

Experiências prévias
de atendimento
O médico
Os interesses do médico

Crenças sobre
cuidado médico
Cultura
apropriado

Tempo
disponível

Situações
organizacionais

Saúde e humor
•Aumento da satisfação
Resultados da consulta Imadiatos •Preocupações sanadas
•Comprometimento

Intermediários “Adesão a um plano acordado”

Tardios Mudanças na saúde


Entendendo o paciente
A maioria das pessoas passa por
sensações ao longo do dia, mas não
busca atendimento médico

Quem busca atendimento não tem


apenas um “sintoma”

Porque ele veio ao médico?


Entendendo o paciente
Chega na consulta com:
Entendimento sobre o problema
Sentimentos a esse respeito
Expectativas sobre o diagnóstico e
plano de cuidados

Isso determina o comportamento


dele na consulta...
As Tarefas da Consulta
Como conduzir o atendimento...

Entendimento Permitiar a
Usar o tempo de
participação do
1 compartilhado 3 paciente no plano
5 forma eficaz 7

Empoderar o Considerar outros


Entender as razões 2 4 6 Cuidar do
paciente problemas
para consulta relacionamento
Entendendo as razões
para a visita

Falhas aqui são a causa mais comum


de consultas inadequadas

Modelo tradicional encoraja o


médico a controlar a entrevista
O problema do A perspectiva do
paciente paciente
Natureza e Condições pessoais e
sociais;
histórico; Ideias e valores sobre a
Sua etiologia; saúde;
Ideias sobre o problema;
Seus efeitos. Preocupações
Expectativas
Entendendo as razões
para a visita
Dicas
Escutar e não interromper a fala do
paciente

Diagnosticar + comunicar de forma


efetiva (são habilidades diferentes!)
Entendendo as razões
para a visita
Dicas
Escutar e não interromper a fala do
paciente

Diagnosticar + comunicar de forma


efetiva (são habilidades diferentes!)
Indicativos desta
tarefa bem feita
Fui curioso?
Escutei?
Explorei as ideias, preocupações,
expectativas e efeitos do problema?
Mostrei que levei em consideração o
ponto de vista do paciente?
Estabeleci uma hipótese diagnóstica
aceitável? (tarefa 2)
Sei significativamente mais sobre
meu paciente?
Tarefa 2
Levando em consideração a
perspectiva do paciente

Sobre o problema
Sobre as opções de manejo
“[...] o conhecimento e as expectativas do paciente se alinham com a
provável etiologia e manejo do problema e seu prognóstico.”
Tarefa 2
Levando em consideração a
perspectiva do paciente

"Mas ele não vai entender!!"


Transmitir a informação de forma que aquele paciente consiga entender e


colaborar com o processo de decisão.
NÃO DEVEMOS PROTEGER O PACIENTE DAS
INCERTEZAS (ENTENDER E TOLERAR).

NÃO SUBESTIMAR A CAPACIDADE DO PACIENTE

ADEQUAR À NECESSIDADE DE CADA PESSOA.


VOCE SOFREU UM ATAQUE CARDÍACO

(INFARTO AGUDO DO MIOCÁR DIO)


O SEU MÉDICO ESTÁ LHE OFERTADO
UM TRATAMENTO PARA EVITAR UM
NOVO EVENTO, E DIZ:

“O tratamento reduzirá o risco de um


novo ataque cardíaco de 12% para 8%.”
O SEU MÉDICO ESTÁ LHE OFERTADO
UM TRATAMENTO PARA EVITAR UM
NOVO EVENTO, E DIZ:

“O NNT deste tratamento é de 25.”


O SEU MÉDICO ESTÁ LHE OFERTADO


UM TRATAMENTO PARA EVITAR UM
NOVO EVENTO, E DIZ:

“O tratamento reduzirá o risco de ataque


cardíaco em um terço.”

“O NNT deste tratamento é de 25.”



o risco de um
“O tratamento reduzirá
novo ataque cardíaco de 12% para 8%.”

“O tratamento reduzirá o risco de ataque


cardíaco em um terço.”
Tarefa 3
Empoderar o paciente para escolher a
atitude apropriada para cada problema.

O paciente precisa ser capaz de:


Considerar as opções
Escolher o curso de ação mais apropriado

... em conjunto do médico


Tarefa 3
Empoderar o paciente para escolher a
atitude apropriada para cada problema.

Reconhecer e intender a perspectiva do


paciente

Oferecer alternativas viáveis e


compreensíveis

... em conjunto do médico


Tarefa 4
Permitir que o paciente participe
do manejo do problema

Varia bastante de acordo com a natureza do


problema

Reforçar a capacidade dele ajudar a si mesmo


Tarefa 4
Permitir que o paciente participe do manejo do problema

Discutir a Acordar metas,


capacidade do monitoramento e
paciente realizar Acordar quanto às
acompanhamento;
as tarefas; ações e
responsabilidades
de cada um;
Tarefa 5
Considerar outros
problemas

Ainda não apresentados


Persistentes
Relacionados a fatores de risco

Tarefa mais “centrada no médico”


Tarefa 6
Usar o tempo adequadamente
No longo prazo Na consulta
Acumular conhecimento ao Fracionar o atendimento em
longo do tempo caso de múltiplas demandas

Aumentar a resolutividade e Experiência clínica,


reduzir a necessidade de habilidade de comunicação e
retornos vínculo com o paciente
Médicos se retraem à
“clínica”, de forma
defensiva

Dificulta
compartilhamento de
informações
Tarefa 7
Estabelecer e/ou manter
o bom relacionamento
com o paciente

Ajuda a cumprir as demeais tarefas


A nova consulta. Pendleton, 2012.
As tarefas da consulta.

1 2 3 4 5
Entender o Entender o Compartilhar o Compartilhar as Cuidar do
problema paciente entendimento decisões e relacionamento



responsabilidades

Referência

Pendleton, D; Schofield, T; Tate, P.; Havelock, P.


A nova consulta: desenvolvendo a
comunicação entre médico e paciente 2ªed.
Porto Alegre:Artmed, 2011.

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