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Universidade do Oeste Paulista – 

Unoeste

Medicina – 4º Termo

Patrick Matsubara Fugarino

2ª Semana integradora
Caso: PRV

Presidente Prudente - SP
2023
Hipótese: Pacientes tabagistas com histórico de malaria e expostos a viagens de longa
duração são mais propensos a desenvolverem trombose venosa profunda

Objetivos
1- Descrever a patogenia, agentes etiológicos (espécies mais prevalentes no Brasil), sintomas e
transmissão da malária.

2- Diferenciar a sintomatologia da tricomoníase entre homens e mulheres.

3- Descrever a evolução do perfil epidemiológico de mortalidade e incidência da malária no


Brasil de 2000 a 2019.

4- Identificar o manejo da malária na atenção básica.

5- Compreender o exame de PCR.

6- Explicar o teste de sensibilidade para os antimicrobianos.

7- Identificar os achados do exame físico vascular.

8- Classificar os tipos de ferimento e o processo para cicatrização.

9- Descrever farmacologicamente a enoxoparina e a varfarina.

10- Explicar a etiopatogênese e via de embolização.

11- Investigar a conduta para trombose venosa profunda.


1) Descrever a patogenia, agentes etiológicos (espécies mais prevalentes no
Brasil), sintomas e transmissão da malária. (Parasitologia)

As principais espécies causadoras da malaria no Brasil são o Plasmodium vivax


(90%), Plasmodium falciparum e Plasmodium malarie. E fora do Brasil, em especifico na
áfrica, ocorre também o Plasmodium Ovale.
A malaria é uma doença transmitida pelo mosquito de hábito silvestre do gênero
Anophiles sp, que é mais presente em regiões tropicais e em especifico na áfrica subsaariana e
no Brasil a região mais acometida é a região norte, devido a presença da floresta amazônica.
Este mosquito tem como seu hospedeiro definitivo e tem como o ser humano o hospedeiro
intermediário.
O vetor realiza a transmissão do parasita pela inoculalção dos esporozoitas na
circulação do paciente por meio da picada (alimentação do mosquito). Ao caírem na corrente
sanguínea os parasitas precisam atingir o fígado em ate 30 minutos para que o parasita
continue seu ciclo, pois dentro dos hepatócitos o esporozoito se transforma em merozoitos e
com essa transformação e replicacao ocorre a lise dos hepatocitos. Com isso ocorre o ciclo
hepatocítico a cada 6 dias (falciparum) ou 8 dias (vivax) a depender da espécie do
plasmodium. O merozoito não invade mais hepatocitos, portanto eles vão ate a corrente
sanguínea para invadirem as hemácias e se amadurecem para trofozoitos, levando a um
preenchimendo do heritrocito ao ponto de ocorrer a lise da hemácia, porém esse parasita que
causou a lise pode reinfectar novas hemácias, levando a um ciclo eritrocítico, causando um
conjunto de sintomas causados pela hematolise, tendo como principal sintoma a febre pela
ação pirogênica (febre terça ou quartã). Ao invadirem hemácias jovens, ocorre a formação de
gametócitos, que prosseguem o ciclo do parasita.
A malaria apresenta poucos pródromos e tem como quadro clinico clássico o acesso
malárico, que é uma sensação de febre extrema (de 39º C a 40º C) com duração de 3 horas,
aproximadamente, e após isso cessando por um longo período de tempo. Após isso o sintoma
retorna a cada 3 ou 4 dias e ao longo do tempo essa periodicidade se perde. Além disso ocorre
também mialgia, cefaleia, náusea, emese, diarreia e anorexia.

Referência
Manual do Ministerio da saúde: Guia de tratamento da malaria no Brasil
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_tratamento_malaria_brasil.pdf
2- Diferenciar a sintomatologia da tricomoníase entre homens e mulheres.
A tricomoníase é uma DST causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis e pode
apresentar sintomas diferentes em homens e mulheres e as principais diferenças na
sintomatologia da tricomoníase entre homens e mulheres são:

Em mulheres: A maioria das mulheres infectadas pelo T. vaginalis apresentam quadro clínico
assintomático, no entanto, aproximadamente 30% a 50% podem desenvolver sintomas como
corrimento vaginal amarelado ou esverdeado, mal cheiroso e espumoso, dor ou ardência ao
urinar, coceira e irritação vulvar e dor durante as relações sexuais.

Em homens: A maioria dos homens infectados pelo T. vaginalis também são assintomáticos,
porem alguns podem apresentar sintomas como corrimento uretral amarelado ou
esbranquiçado, dor ou ardência ao urinar, coceira e irritação no pênis e dor durante a
ejaculação.

Além disso, a tricomoníase em homens é muitas vezes subdiagnosticada, pois os homens


tendem a procurar menos por serviços de saúde em comparação com as mulheres. Portanto, é
importante que tanto homens quanto mulheres façam exames regulares para detectar a
infecção por T. vaginalis, mesmo que não apresentem sintomas claros.

Referência
Referência Bibliográfica: NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 13 Rio de Janeiro:
Atheneu, 2016, 588 p.
3- Descrever a evolução do perfil epidemiológico de mortalidade e incidência da
malária no Brasil de 2000 a 2019.

O numero de mortes e a incidência sofreram uma drástica redução a partir da década de 90 e


com um acentuado declínio a partir dos anos 2000 ate 2015, caindo de 1,4M de casos ao ano
para menos de 400 mil casos ao ano. Isso se deve a ações com direcionamento de forma
sustentável, preventiva e descentralizada, como por exemplo a implementação de ações de
vigilância em saúde pelo SUS, que foi concretizada em 1999. Somado ao fato de em julho de
2000 ter sido implantado o Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária
(PIACM), que foi aplicado prioritariamente em 254 municípios da Amazônia Legal, visando,
por intermédio de um compromisso político das três esferas de governo, a apoiar a
estruturação dos sistemas locais de saúde, capacitando-os para a coordenação e execução das
ações de controle da malária e, desta forma, fortalecer o processo de descentralização e
garantir a sua sustentabilidade. Também foi de grande ajuda a inserção dessas atividades na
programação das equipes do Programa Saúde da Família e Programa de Agente Comunitário
de Saúde (PSF/PACS) de 1991.

Em 2010 a 2015 ocorreu uma redução ainda maior, de cerca de 57% dessa incidência.
Focando no controle de doenças, ampliando investimentos e capacitando profissionais
levando a um mais efetivo diagnóstico da malária na rede de atenção primária, iniciando
assim o tratamento dentro de 48 horas após o início dos sintomas. Entre 2009 e 2014, os
diagnósticos de malária aumentaram em 1.512% devido ao fornecimento ampliado de testes
rápidos

Referência
Ministerio da saúde – Manual de controle da malaria
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acoes_controle_malaria_manual.pdf

Ministerio da saúde - https://aps.saude.gov.br/noticia/17159

Boletim epidemiológico Panorama epidemiológico da malária em 2021: buscando o caminho


para a eliminação da malária no Brasil

4- Identificar o manejo da malária na atenção básica.


O manejo pelo médico de pacientes com malária na atenção básica começa pela
suspeita clínica da doença. O paciente pode apresentar febre intermitente, dor de cabeça,
dores musculares, náuseas e vômitos, tosse e diarreia. O médico deve colher história clínica e
epidemiológica do paciente, incluindo informações sobre viagens recentes a regiões onde a
malária é endêmica, contato com pacientes infectados. O diagnóstico deve ser confirmado por
meio de exames laboratoriais, como o teste rápido de malária ou o esfregaço de sangue
periférico. O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico ou mesmo em
casos de suspeita da doença. Além do tratamento medicamentoso com cloriquina, o médico
deve fornecer orientações sobre a prevenção da doença, como o uso de repelentes,
mosquiteiros e a eliminação de criadouros de mosquitos. E a malária é uma doença que exige
notificação compulsória, conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde brasileiro. Isso
significa que é obrigatório que os profissionais de saúde notifiquem imediatamente as
autoridades competentes quando detectam um caso suspeito ou confirmado da doença. Essa
medida é importante para que se possa monitorar a ocorrência da malária na população e
adotar medidas de prevenção e controle adequadas.
Referência
Ministério da Saúde - PORTARIA NO - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html
5- Compreender o exame de PCR.
O exame PCR (Polymerase Chain Reaction) é um teste molecular utilizado para
identificar a presença de material genético de um organismo, como um vírus ou uma bactéria,
em uma amostra biológica.O procedimento do exame começa com a coleta da amostra
biológica, que pode ser de diversos tipos, como sangue, saliva, secreções respiratórias, urina,
fezes, entre outros. Em seguida, o material genético é extraído da amostra são adicionados
Anticorpos que se ligam especificamente ao material genético do organismo desejado,
permitindo sua detecção. O resultado do exame PCR é geralmente expresso como positivo ou
negativo para a presença do organismo em questão na amostra analisada. Esse tipo de teste é
amplamente utilizado na detecção de diversas doenças infecciosas, como HIV, hepatite C,
gripe, coronavírus, entre outras.
Referência
Referência: Mullis, K. et al. (1986) “Specific enzymatic amplification of DNA in vitro: the
polymerase chain reaction“, Cold Spring Harbor Symp Quant Biol. 51:263-73.

6- Explicar o teste de sensibilidade para os antimicrobianos.


O teste de sensibilidade para os antimicrobianos é uma técnica utilizada para avaliar a
capacidade de diferentes antibióticos ou outros agentes antimicrobianos em inibir ou matar
uma determinada bactéria ou microrganismo. O teste é importante para definir o melhor
tratamento para infecções bacterianas e prevenir o desenvolvimento de resistência aos
antibióticos. Existem diferentes métodos para realizar o teste de sensibilidade, como o disco-
difusão, E-test e diluição em caldo. No método disco-difusão, discos estéreis são impregnados
com diferentes agentes antimicrobianos e colocados em uma placa de agar que contém a
bactéria em questão. A placa é incubada e a formação de uma zona de inibição, que indica que
o agente antimicrobiano foi capaz de inibir o crescimento das bactérias, é medida e
comparada com tabelas padrão que indicam a sensibilidade ou resistência da bactéria testada.
Referência
MURRAY, Patrick R. e ROSENTHAL, Ken S. e PFALLER, Michael A. Microbiologia
Médica. . Rio de Janeiro: Elsevier. . Acesso em: 12 abr. 2023. , 2006
7- Identificar as etapas do exame físico vascular.
1. Inspeção: o médico observa a pele e mucosas, avalia a presença de lesões, cicatrizes,
edemas e varizes.
2. Palpação: com as mãos, o médico verifica a presença de pulsos arteriais nos membros,
sensibilidade e temperatura da região examinada.
3. Ausculta: com o estetoscópio, o médico ouve os ruídos vasculares, analisa o fluxo
sanguíneo nas artérias e veias, prestando especial atenção aos sopro.
4. Manobras especiais: durante o exame vascular, o médico pode realizar algumas manobras
especiais, como o teste de compressão venosa profunda, para verificar a presença de trombose
venosa profunda.
Referência
Guanabara Koogan, 2022. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed.

8- Classificar os tipos de ferimento e o processo para cicatrização


Os ferimentos podem ser classificados de acordo com a sua causa em traumáticos, cirúrgicos
ou ulcerativos.

 Os ferimentos traumáticos são aqueles resultantes de um evento externo, como uma


queda, acidente de carro ou agressão física.
 Os ferimentos cirúrgicos são aqueles produzidos por uma intervenção cirúrgica.
 Os ferimentos ulcerativos estão relacionados a uma lesão crônica da pele ou mucosa,
como as úlceras de pressão, úlceras varicosas ou úlceras bucais.

O Tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o


tamanho da ferida. Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros lavagem
exaustiva com solução fisiológica e outros exigem imobilização com ataduras. Nos
curativos em orifícios de drenagem de fístulas entéricas a proteção da pele sã em torno
da lesão é o objetivo principal.
 Curativo semi-oclusivo: Este tipo de curativo é absorvente, e comumente utilizado em
feridas cirúrgicas, drenos, feridas exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da
pele adjacente saudável.
 Curativo oclusivo: não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira
mecânica, impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a
fim de impedir enfisema, e formação de crosta.
 Curativo compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e
ajudar na aproximação das extremidades da lesão.
 Curativos abertos: São realizados em ferimentos que não há necessidade de serem
ocluídos. Feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas,
escoriações, etc são exemplos deste tipo de curativo.

Referência
Manual de curativos Santa casa de Misericódia de Goiânia. Disponível em:
www.santacasago.org.br/rotinas/ccih_manual_de_curativos.pdf

Santos, J.B. et al. Avaliação e tratamento de feridas. Hospital das clínicas Porto Alegre. Porto
Alegre, 2012

9- Descrever farmacologicamente a enoxoparina e a varfarina.


Enoxaparina é um anticoagulante de baixo peso molecular que age por meio da
inibição do fator Xa da cascata de coagulação. É utilizado na prevenção e tratamento de
trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP) e angina instável. Pode ser
administrado por via subcutânea, geralmente na região abdominal, e seus principais efeitos
adversos incluem hematoma, sangramento e trombocitopenia induzida pela heparina. Deve
ser usado com cautela em pacientes com problemas renais, hepáticos ou com hemorragias em
andamento. Seus principais antagonistas são a protamina e o sulfato de protamina. O princípio
ativo é a enoxaparina sódica.

Varfarina é um antagonista da vitamina K que age inibindo os fatores de coagulação


dependentes da vitamina K (II, VII, IX e X) e, consequentemente, a formação de trombos. É
utilizada principalmente na prevenção e tratamento de eventos tromboembólicos, como
trombose venosa profunda, embolia pulmonar e acidente vascular cerebral. Pode ser
administrada por via oral e seus principais efeitos adversos incluem hemorragia, necrose
cutânea e reações alérgicas. Deve-se ter cuidado na administração em pacientes que estão sob
tratamento com outros medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários. É
necessário um monitoramento frequente do INR (Índice Normalizado Internacional) para
ajustar a dose de varfarina. O princípio ativo é a varfarina sódica.

Referência
Goodman, L. S., & Gilman, A. (2017). As bases farmacológicas da terapêutica. 12a
edição. McGraw-Hill Education.

10- Explicar a etiopatogênese e via de embolização.


A embolização ocorre quando um coágulo sanguíneo ou outro material , como uma placa ou
fragmento de tecido, se desprende e se deposita em um vaso sanguíneo menor, diminuindo ou
bloqueando o fluxo sanguíneo. A embolia tem como causa frequentemente a associação de
dois ou mais fatores da tríade de virchow, que se refere a estase (fluxo sanguíneo lento) a
hipercoagulabilidade e a lesões vasculares. A embolização pode ocorrer em qualquer lugar do
corpo, incluindo o cérebro, coração, pulmões e pernas reduzindo ou impedindo o aporte
sanguíneo, levando a hipóxia do tecido afetado. A embolização pode ser resultado de várias
condições, incluindo aterosclerose, arritmia cardíaca e coagulação sanguínea anormal. Além
disso, a embolização também pode ser causada por procedimentos médicos, como cirurgia,
angiografia ou cateterismo cardíaco.

A embolização pode levar a uma série de sintomas, dependendo do local e do tamanho do


coágulo ou do material que está bloqueando o fluxo sanguíneo. Os sintomas podem incluir
dor, dormência, fraqueza, alterações de visão, dificuldade para respirar e até mesmo ataque
cardíaco ou derrame. O tratamento da embolização depende da localização e gravidade do
bloqueio. Em alguns casos, é possível dissolver ou remover o coágulo ou o material através de
medicamentos como a enoxaparina e a varfarina ou também por procedimentos médicos,
como trombólise ou embolectomia.

Referência
Robbins & Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças, 8ª ed.,
Elsevier/Medicina Nacionais, Rio de Janeiro, 2010. ABBAS, A.K.; KUMAR, V.;
MITCHELL, R.N. Fundamentos de Patologia - Robbins & Cotran - 8ª ed., Elsevier/Medicina
Nacionais, Rio de Janeiro, 2012. ABBAS, AK; LICHTMAN, AH; POBER, JS.

11- Investigar a conduta para trombose venosa profunda.


O médico deve realizar uma investigação clínica minuciosa em pacientes suspeitos de
Trombose Venosa Profunda (TVP), buscando identificar sinais e sintomas característicos,
como dor na panturrilha, edema localizado, hiperemia, sensibilidade, entre outros.O exame
físico deve ser realizado com atenção especial na compressão da musculatura da panturrilha e
na palpação de pulsos periféricos, além de avaliar a presença de sinais como edema
assimétrico. O médico pode utilizar também exames complementares, como a
ultrassonografia Doppler venoso, para confirmar o diagnóstico e verificar se há risco de
embolia pulmonar.
O tratamento da TVP consiste na anticoagulação, com o uso de enoxaparina ou
anticoagulantes orais como a varfarina. Ambos os medicamentos tem seu uso iniciado
simultaneamente e é analisado o INR, que é um exame que se mensura o efeito de
medicamentos anticoagulantes como a varfarina, pois seu mecanismo de ação demora 2 a 3
dias para fazer efeito
. O acompanhamento e a prevenção da recorrência são importantes, e o médico deve
orientar os pacientes quanto à importância de manter a terapia e as medidas preventivas, como
a utilização de meias de compressão e a realização de exercícios físicos regulares. Em casos
mais graves, pode ser necessária a realização de intervenções cirúrgicas para prevenir a
embolia pulmonar.

Referência
Guanabara Koogan, 2022. PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed.

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