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FRITZ K.RINGER
Tradução
Dinah de Abriu Azevedo
edusP
POLÍTICA E TEORIA SOCIAL, }890-19}8
/59
O DECLÍNIO DOS MANDARINS ALEMÃES
r;
mente, um conteúdo valorativo. Deve estar estreitamenterelacionada com os objetivos
d
primários do homem. Poderia basear-seem parte em deliberaçõesconscientes; mas
54 Bames, Hi.vroW (Z/Social(7gy,pp. 209-215. Para uma fascinante análise ]narxista da sociologia alemã como
e]
ideologia, ver Georg Lucacz, "Die deutscheSoziologie vor dem eisten Weltkrieg", Ále/brzü.Kü/íurpollfl.\f/le
Mo/laf.\.vc/irlP,2: 476-489, 1946; Georg Lucacz, "Die deutsche Soziologie zwischen dem elsten uud dem c(
zweitenWeltkrieg'', ibid., pp. 585-600.
55 Sobre o que vem a seguir, ver Ferdinand Tõnnies, Ger/zíl/z.\c/lq/}ll/zdGe.vet/.\(/iq/}.AÓ/la/id/tr/zg
de.\
Co//r/}ru/tl.vn .\ r/zd deó So( fala.\'/nli. al.\ e/npfrl.vc/ler Cu// d?)r/lre/z, Leipzig, 1887; Ferdinancl Tõnnies,
;Gemeinschaftund Gesellschaft", em Alfred Vierkandt(Hg.), Ha/ldwfir/erZ)rc/ider Sozlologíe, Suttgart, C8
1931, pp. 180-191; FerdinandTónnies, ''Stiindeund Klassen'', íb/d., pp. 617-638; RuclolfHeberle, ''The
SociologialSystem of Ferdinand Tõnnies: 'Community' and 'Society'", em Bai-nes,HI.\'fora(!/'Socio/ogy,
pp. 227-248. Ge/nel/z.\'r/iq/tíl/id Ge.\elZc/lq# foi escrito antes de 188 1. A primeira edição em 1887 chamou Cli
pouca atenção. Uma segunda edição só apareceu em 1912; mas as outras edições, cla terceira à sétima, ca
apareceram em sucessão rápida entre 1912 e 1926. Há uma traduçãopara o inglês: Co//z//zí/zi a/zdSocíeQ,
m(
trans. Charles P. Loomis, East Lansing, Michigan State University Press, 1957.
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POLÍTICA E TEORIA SOCIAL }890-19}8
deveria, com certeza, ter muito pouco em comum com o tipo de pensamentotécnico
que é totalmente independente do caráter do pensador.
Küre/z significa "escolher" e o termo composto "WI//kür", que Tõnnies usou com
muita frequência em lugar de Kürwl//e, sugere uma voluntariedade arbitrária. Mais es-
pecificamente,Tõnnies associou Kürwf//e com o que Max Weber chamou mais tarde
comportamento zweckrafio/zaZ,querendo dizer a ação que é racional com respeito a um
determinado fim. Um ato de KÜ/wiJ/e, ou dejvontade racional, na visão de Tõnnies, é
muito mais um ato calculado. Pressupõe uma distinção lógica entre meios e fins e uma
série de operações mentais em que as escolhas possíveis se localizam numa hierarquia
de relações de meios-fins. Quando descrevemos um exemplo específico de vontade ra-
cional, fazemos referência a um lugar particular num sistema desse tipo; não precisamos
caracterizar o indivíduo que faz a escolha. Nesse sentido, a vontade racional pode pare
cer relativamente arbitrária com i-elaçãoà personalidade em questão.Tõnnies volta mui-
tas vezes ao aspecto de cálculo, a base exclusivamente mental, e mesmo artificial, da
vontade racional. Na verdade, toda a sua descrição das duas formas de vontade dependia
do papel da reflexão consciente na determinação do comportamento. No caso da vontade
natural, o pensamento está intimamente relacionado com toda a personalidade e seus
objetivos fundamentais, ao passo que a vontade racional procede de acordo com modos
de análise mais ou menos "impessoais", emocional e moralmente neutros. Em síntese,
na antítese entre vontade natural e vontade racional estava implícita a distinção mandarim
entre conhecimento enquanto sabedoria e conhecimento enquanto "mera técnica
Todos os relacionamentos e agrupamentoshumanos, segundo Tõnnies, podem ser
classificados com inferência ao tipo de vontadeque os cria e os mantém unidos. Os
membros de uma comunidade estão unidos na e por meio da sua vontade natural; os
parceiros de uma sociFdadÊ®untaglJ! para rea]izar a]gum objeto específico dç.]lEnLade
racional. Os adjetivo! ge/neinscha#/íc/z(comunal) ,e geseZZscAa#ZiZIÀ'
(societário),,quan-
do aplicados a uma determinada :'entidade social" (Jazia/e Wesen/zeíf),descrevem o ca-
ráter do vínculo associativo que estáemjogo. Entre as entidades sociais de tipo predomi-
nantementecomunal, Tõnnies incluiu as relações familiares básicas, como a existente
entre mãe e filho ou entre irmãos, bem como amizades, clãs, relações de vizinhança,
comunidades de aldeia, corporações de cidades pequenas, guildas e associações religio-
sas. Por outro lado, o consenso temporário entre os parceiros de uma troca comercial, na
maioria das associações modernas de negócios, e em grupos de interesses, entram na
categoria de entidades societárias.
Tõnnies usou com muita frequência analogias orgânicas para descrever as asso-
ciações comunais e gostava de dizer que as relações societárias eram relações mecâni-
cas. Fazia isso de propósito, pois Ihe parecia que a linguagem da "natureza", do "cresci-
mento" e do "desenvolvimento" era particularmente adequada ao tema da comunidade
O DECLÍNIO DOS MANDARINS ALEMÃES
e da vontade natural, enquanto a sociedade e a vontade racional eram mais bem descri-
tas pelo vocabulário do racionalismo e conceitualismo mecanicistas. Esse aspecto da
teoria de Tõnnies é particularmente difícil dc formular; mas, da forma como o entendo,
ele queria sugerir que a distinção tradicional entre 4 modo "românüléo©e of'racionalista:
de análise social não era tanto uma diferença lógica quanto psicológica e social. Segun-
do seu ponto de vista, cada uma das duas tradições intelectuais divergentes expressava
legitimamenteum lado da antítese permanenteentre as duas grandes formas de vontade
e de associação, e Tõnnies estendia essa idéia também ao campo da teoria política e
legal. As ficções "contrato social" e "direito natunü" eram, a seu ver, excelentes descri-
ções típicas da legalidade societária, ao passo que o direito comunal cra genuína e ne-
cessariamente um produto da evolução orgânica, do costume e da tradição. No pi-efácio
a Clo/?ztf/iídade
e Sociedade, Tónnies reconheceu sua dívida para com sir Henry Maine,
cuja obra sobre história legal levara-o a distinguir entre "sra/lls" e ''contrato", e a Oito
Gierke, o historiador do direito corporativo alemão (Ge/zossensc/zaÚsmc/zf).Esses ho-
mens haviam causado nele uma impressão bastanteprofunda; mas Tõnnies também era
um grande estudioso de Hobbes e um leitor relativamenteentusiastade Comte e de
Spencei-.Nisso, destacou-se de seus colegas. Ao contrário de muitos daqueles quc mais
tarde adoraram sua distinção entre comunidade e sociedade, ele não foi, num sentido
óbvio ou simples, nem inimigo do direito natural, nem defensor das concepções orgâni-
cas e colporatlvas
Realmente, a antíteseentre comunidade e sociedade logo se tornou um instrumen
to muito popular na argumentação ortodoxa contra a sociedade moderna, o que não é
difícil de explicar. Para o próprio Tõnnies, a grande tragédia da história foi a substituição
gradual dos laços sociais comunais pelos societários. Ao relacional- o surgimento do
direito natui-alcom a queda de Romã e mostrar os efeitos destrutivos da industrialização
soba-ea comunidade, não escondeu sua repulsa pelos desdobnlmentos que, apesar de
tudo, Ihe pareciam inevitáveis. Ajudou a ressuscitar a distinção entre cultui-ae civiliza-
ção, que subseqüentelnenteinspirou mais de uma polêmica contra a tecnologia e a socie-
dade libe[-alsó.Seu modo de estudamas classes como entidades societárias e os estratos
sociais como seus congêneres comunais também estava destinado a encontrar muitos
imitadores na direita política
O mais notável de tudo isso é que o próprio Tõnnies nunca se sentiu atraído por
qualquer dos ai-gumentosreaclonários que outros derivaram de sua teoria. Apenas não
acreditava que a linguagem da ortodoxia mandarim pudesse restaurar as i-ealidadesda
comtmidade. Advertiu repetidas vezes contra a falsa impressão de que "uma ética ou
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f9/
em face dos ataques populares ao individualismo, anunciou sua "total simpatia pessoal"
pela "libertação do pensamento dos laços da superstição e da ilusão" e por "todos os
movimentos de libertação do feudalismo e da servidão''. Admitia que muitos ideais ro
mânticos e conservadores de reintegração social aos quais agora se opunha tinham suas
raízes originais na comunidade. A dificuldade era que há muito se haviam tornado "in-
telectual e espiritualmente vazios", "fundamentalmente mentirosos e hipócritas", de modo
que "um individua]ismo vital e a]s formas de] sociedade" eram agora, de fato, as únicas
a[ternativas à "força e [à] tirania"óo.Tõnnies nunca abandonou sua convicção de que
todo o curso da cultura moderna ei-aprofundamente trágico; mas resistiu à tentação de
fugir do pessimismo para o que Ihe parecia uma ilusão obscurantista.
Seu/programametodológic(:também era mais complexo do que parecia à primeira
vista'' . Nb seu entender, as "entidades sociais" (Mexe/z/leira/z)sobre as quais escreveu não
eram entidades empíricas. Pensava nelas mais como idéias ''puras" ou "essenciais". Sa-
bia que todos os grupos e associações existentes eram, na verdade, misturas dc elemen-
tos comunais e societários, e não o perturbou o fato de sua análise das várias articulações
sociais não se basear em qualquer observação sistemática. :Plstingull.entra.!ociologia
te(bica.', "aplicada" e "empírica". A sociologia teórica tinha como objetivo desvendar
entidades sociàK'puras'êomb acomunidade e a sociedade. A sociologia aplicada devia
usar essas idéias no estudo de culturas e circunstâncias histói-icesparticulares. A socio-
logia empírica ou "sociograüia'' cabia pesquisar as condições sociais do presente, talvez
com a ajuda da estatística. Tõnnies identificava explicitamente a sociologia aplicada com
a filosofia da histól'ia':. Enquanto o historiador destacao fato ou circunstância individual,
dizia ele, o sociólogo procura descobrir grandes regularidades na evolução da sociedade.
Como a tendênciaque levada comunidade à sociedade Ihe parecia, naturalmente,a mais
importante dessas regularidades, via talvez na sociologia aplicada do futuro essencial-
mente uma elaboração de sua própria teoria. Nesse aspecto, pode ser comparado a Comia.
Por outro lado, estava interessado primordialmente na sociologia teórica e, nesse campo,
sua postula metodológica pode ser considerada original. No caso,.$ya ê!!!!!%.ggmQ.dis
.$grDos,recaía Sobre Q processo de isolar as forças sociais. e psicológicas.q ue mantêm os
.homensjuntos. Tendia a dividir as motivações humanas em "sociais" e ''egoístas" e foi
sua preocupação predominante com as fontes da coesão social que definiu o foco e o tom
de sua obra
g16{-Q69í
'lVI)OS VIUOala V)llilOd
O DECLÍNIO DOS MANDARINS ALEMÃES
da comunidade, e não sua fonte potencial. Para eles, a burocracia era de longe a forma
mais perigosa de racionalização da vida moderna, porque asfixiava a criatividade indivi-
dual. De certa forma, tinham tanto interesse na vitalidade cultural e social quanto na
coerência comunal. Buscavam formas de associação que fossem livres e espontâneas,e
não ditadas pelas autoridades e moldadas pela burocracia. Tinham mais em comum com
Brentano do que com Schmoller c Wagncr. Representavam o lado humboldtianoda ten-
são entre intelectuais e burocratas que nunca desapareceu por completo da consciência
mandarim
O aspecto mais inusitado da teoria de Tónnies, no contexto da opinião mandarim
grtodgxa, foi sua sugestão de que, na vida social moderna, as associações de !rabalhado
res eram os elementos.mais promissores em termos de comunidade. Tõnnies não teria
chegado a essa conclusão se não tivesse separado conceitualmente as entidades sociais
:lbstratasdo testemunho empírico disponível sobre diversas sociedades históricas. Suas
escolhas metodológicas foram, portanto, de grande importância para as implicações po
líricas de suas conclusões. O contrasteentre comunidade e sociedade teria levado forço-
samente a uma linha conservadora de pensamento se o conceito de comunidade não
tivesse sido mais do que uma generalização dos fatos sociais do passado. O programa
.lcomodacionista requeria uma tradução seletiva dos valores mandarins para o cenário
moderno. Em sociologia, esse objetivo exigia um exame imparcial das formas associati-
vas, uma análise que fosse inspirada -- mas não indevidamente controlada pelos relatos
dos historiador-ese dos poetas das felicidades passadas. Também nesse aspecto, Tõnnies
estabeleceuum padrão que reapareceriana obra de vários dos principais sociólogos
alemãesdo final do século XIX e início do século XX. Jgda a conççpçaQ.quQesses
bgmeDê..gghamda nova disciplina refletia sua detqlmÓaçêQ.ê.!$Qlar"o vínculo social"
ou ' o reino interpessoal" enquanto capp(2.]pgígmo de pnÃBse-- e de abstração.
Assim, durante as duas décadas seguintesa i8941Georg Simmel desenvolveu sua
sW
sociologia "formal'' da ''interação"( Wec/zse/wírkE(/zg) humana';\Distinguiu eqBre.g "for-
ma" e.g.:>ontqúdgxmaterial39as relações.sociais. Sua idéia era que fenómenoscomo
dominação (ou supraorilénação) e subordinação, estrutui-ascomo as da associação vo-
luntária e padrões característicosda vida social como a polidez, a diferenciação e o
conflito de grupo podem ser descritos e analisadosde maneira puramenteformal, isto é,
sem referência aos propósitos e interessesparticulares dos i-elacionamentos.As associa-
ções voluntárias podem ser constituídas e mantidas por várias razões e podem participar
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UApluauun8iu lauiuilS '806T uia opt?ollqnd 'lt?!oos cl8oloolsd aiqos olt?sua UJnN
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st?llN sluinlln9 no suoluuguooa 'seolillod saQlsanb scp leuolouaA
uoo slpuuopnlsa uin ap uil?!i18iauuaollu anb supullulll ..seoÇiglslq sÇal,,sl?llaoiliqoosap
u so8olgloos se iuAal t?!iapod uuuuunq apuplAlle up soduuco se copo) ula OE5Pia)u! ap
suuuio:f su -n?z11eluaanb n1luaS eliglslq cp cllosoly i? ul8ololoos uu t?!A anb olZ5daouoa
uB!)up cp saluuQ.L anb op sleui as-nolsEJi? lauuuilS 'sotuauunS.it?sassau asuq uuo=)
il?lnBu }s cilãÜeÚ êip oplnJlsuÕo oE51uB(55'ãp ÕÍ
arqo uun.,4eloosOÇ5UJa]ilj4p si3unoJ senil ulg] st?uu:salino a soBolgolsd 'si?lsluiouooa 'sal
opt31iolslq iod sopé?pnlÉa opôs uiuqua] çfanb sooli]duua slt?1la]euuuloo ieqleqei] 'euingle
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outros sociólogos alemães da década de 1920 devem muito à distinção de Simmel entre
as formas e os conteúdosdos modelos sociais
O outro grande sociólogo alemão do período anterior à guerra foi, evid?!!!gmente,
nelas sociais ajudou a esclarecer alguns
Quando as bases da aquisição e distribuição de bens süo relativamente estáveis, a estlatiülcação pela
.\ra/l{.çé favorecida. Toda repercussão tecnológica e transfonnação económica ameaça a estratificação pelo .'r/afia.\
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cuiapoui uia eu sosseosaaluauut?so81iaduit?!oaiedsoquip a lploos OEsaooa apepll
llA uu?Ac1losoquuy sosualu! slpossadialu! soluaLulAloAuaap sepuAliapslenllildsa st?!8
.iauauipla soquiy saluuQJ. ap ip.mlpuapeluoA ç as-pqlauiassp iaqaââ.ap Boas!-iroo 'opll
-uasassaN saç?snlu!si?Aousu1]çssaoauas-uiu.]uuio]soduia] uia soduua]ap anb opoui ap
elouç[sqns pns nlznpa.t uugquuc] 'el-çn]adiad a ul-çz11t3uco lied oplqaouoo 'luuolon]!)su!
oqlaiude O t31iglslqup apt?p11cllA
a oç5 Anual ap leul81io aluoJ E uluasaidatl oo})Jlod
ossaooid op pulnbçui t?panbuuiic ap .lolouu o !oJ iaqaAâ.ap uuus1luoo anb ap ollssaidul! e'
as-uua.LOE5t31uauung.ie
i? cpol ap aluuuloseJ sluuuo)oadsuo 'oluJ ap 'asse a soo11çuislieo
soluauualaap sag5afu!s\?Aoulaiiooo uueliapodoo1111od
tJuia)slsuin ap oç5nloAa
i3p se)uod soluça uua anb UAeqou iaqaA 'osslp ui?ly api3plui1118al ap sod11 SOluÇA sop
suin[sluuuuuioJ soolig]slq souiaAog se sopo] clougssa uuaanb 'oie]o g 'noAiasqo iaqaM.
OEzci up apuplio]nu B a [a]ç.ico o ililnbpt? B cgaqo }al c a !al uia as-puuiolsuci] OE5}pui]
e 'ezluaapoui as .iapod nas anb eplpaw y OE5}pei] ap OElsanb euin sleu zaA upco as-uat?u
ao] t?!ou?!paqo ç sopra.iSusse)}a.ilp sorna 'lua.l uia8ctlutl euin c5auuoo'olduuaxa uln uíoo
}uoy1ldulils lied '0311çuls!.iuo o-ilaiJanB alatio O oluluiop ap ..{euoloel,, a ..lt?Bal,, '..luuolo
}pi3i],,od110lad uplnlllsqns aluauulenluaAaa upuluauualduuoo
a Oluod ollao gle aluaul
el.lessa3au..as-ezlu110-i,,
no as-ezÇluuolonl1lsu}
'ellaupui ussap OB3unlad.iad
l?nsap os
saooid ou 'oluelua ON sool8yui slt?uls a scluguiaiao ap no i }lluie:fu5ucaaq ep olauü iod
[ossaons uun E pp111uisut?.i] ]as apor epi3inini]sasap a]uauieA11elai a lt?ossad g uo11çuus1]po
apupliolm? E 'iaqaAL opunSas 'aluauau3ldlJ. oploapaqo las ap filou?Blxa uns eoy1lsnf anb
.tapll ou' opi3]nduli!u5eiB up uiop o ouioa «l?wslieo,, nlulJa(l «euusliÊ3aap Ollaouoo o nÇZ
npoilu! -iaqalW's IJlod apl?pl.lolm?a apupluilil8al cp lalçluo o aiqos iliqo u'nsuig
st301uiguooaa scoluog] saQ5cui.io]sue.i] ap sopoliad .iod opucsscd lc.iaS uía oç]sa le)uauit3ptmJ t31ouç].iodut!uia]
salduilsa c.tnclasseioap oç51puooc anb uia sasluda seood3 out3ldOJlau]!ido t3.tt3cl
asst3loap oç5cn]!s t3ze]] a
A real posição social do funcionário público é normalmente a mais elevada naqueles lugares, como os
antigos países civilizados, em que prevalecem as seguintes condições: uma grande exigência de que a adminis-
tração seja entregue a especialistas treinados; uma diferenciação socia] intensa e estável. [-.] A posse de diplo-
mas educacionais [...] está ligada usualmente à qualificação pala o cargo. Naturalmente, esses diplomas ou
patentes aumentam o ''elemento .vafus'' na posição social clofuncionário do governo
Somente com a burocratização clo Estado e do direito em geral é que se pode perceber uma possibilida-
de real de separar nítida e conceitualmente uma ordem legal ''objetiva" dos ''direitos sulÜetivos" do indivíduo
que ela garante; de separar o direito ''público" do direito ''privado'
As instituições educacionais do continente europeu, principalmente as instituições de ensino superior
[...] são dominadas e influenciadas pela necessidade do tipo de "educação" que produziu um sistema de exa-
mes específicos e de especialistas treinados, o que está se tornando cada vez mais indispensável à burocracia
moderna
O prestígio social com base nas vantagenspropriamente ditas de uma educação e formação específicas
não é, de forma alguma, peca.aliarà burocracia. Ao contrários Mas o prestígio educacional em outras estruturas
de dominação repousa ein critérios substancialmente diferentes. Dito à moda dos .vogíz/z.ç,o ''homem culto'
mais do que o ''especialista'', tem sido o üm buscado pela educação efonnou a base do prestígio social em vários
sistemascomo a estruturade dominação feudal, a teocráticae a pauimonia]. [...] Por trás de todas as anuais
discussões das bases closistema educacional, a luta clo''especialista" contra o tipo mais antigo de ''homem culto'
está escondida em a]gum ponto decisivo. [...] Essa luta peimeia todas as questões culturais importantes
Por doze séculos, a hierarquia social da China foi determinada mais pelaqualificação para um cargo do
que pela riqueza. Essa qualificação,por sua vez, foi determinadapela educaçãoe, em especial, pelos exames.
A China fez da educação literária o padrão de medida do prestígio social da forma mais exclusiva de todas,
muito mais exclusiva do que aconteceu na Europa no período dos humanistas, ou do que fez a Alemanha.
O exame da China testava se a mente do candidato estava ou não totalmente impregnada cle literatura e
se ele possuía ou não as./};r//!a\ de raífoíúlfo adequadas a um homem culto e resultantes da intimidade com a
literatura. Essas qualiÊlcações foram muito mais características da China do que cloGy/zi/za.\lu/7z
dos humanistas
a[emães. [...] Tanto quanto se podejulgar a partir dos exercícios dados aos alunos dos cursos básicos na China,
eles se assemelhavaln bastante às dissertações pedidas aos alunos dos últimos anos de uin Gy/}z/ia.\ítz//l
alemão.
O dualismo do .ç/ze/le do kweí, dos espíritos bons e dos maus, clasul)stância celestialya/tg em contrapo-
sição à substância terrenayln, [.- sugeria que a taiefü da educação eramdesenvolver a substância Pane' na alma
clohomem. Pois o homem em quem a substância ya/!g predominou [-.] também tem poder sobre os espíritos;
isto é, segundo a idéia antiga, tem poderes mágicos''
Cabe notar queWeber via duas possibilidades ao mesmo tempo: a de um conflito entre o
ideal burocrático e o ideal "culto" de educação, e a de uma fusão parcial dos dois. Sabia
que um conflito era possível, porque ele se alinhava ao lado dos modernistas que haviam
passado a desconfiar da ala cameralista da tradição mandarim. Em todos os outros as-
pectos, os parágrafos deWeber podiam sei lidos como uma formulação da tese mandarim,
embora alguns deles pretendessemreferir-se basicamente às condições chinesas
67. Max Weber, E.ç.çay.çi/t Socio/ogy, pp. 200, 239, 240, 242-243, 416, 428, 436
/72
01 '6 dd 't, 16 1 'BlaqlaplaH 'f'/6/ J.ç'n8ny Z rnD 8rrn/urlíro\'aaH z/az/i.v?pl/p/dolo.t n»ir-ayhi»qu.rp
p sida.!uQ pttn 3p03Stlo'xiap aq tia lotia8 apaU :8ttnt{ otu]TqoWiap 8u lip]]i] t{.)ON'qosl\aol.L lstlJ'3 S9
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