O documento discute a disfunção erétil, definindo-a e classificando-a. Apresenta os neurotransmissores envolvidos na fisiologia da ereção, a anatomia do pênis e fatores de risco para disfunção erétil, como diabetes e doenças cardiovasculares. Também aborda o diagnóstico, incluindo anamnese, exame físico e exames complementares.
O documento discute a disfunção erétil, definindo-a e classificando-a. Apresenta os neurotransmissores envolvidos na fisiologia da ereção, a anatomia do pênis e fatores de risco para disfunção erétil, como diabetes e doenças cardiovasculares. Também aborda o diagnóstico, incluindo anamnese, exame físico e exames complementares.
O documento discute a disfunção erétil, definindo-a e classificando-a. Apresenta os neurotransmissores envolvidos na fisiologia da ereção, a anatomia do pênis e fatores de risco para disfunção erétil, como diabetes e doenças cardiovasculares. Também aborda o diagnóstico, incluindo anamnese, exame físico e exames complementares.
PROMOVEM CONTRAÇÃO DOS SINUSOIDES PROF. POMPEU (FLACIDEZ) • Noradrenalina INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO: é a constante incapacidade do homem PROMOVEM RELAXAMENTO DOS SINUSOI- de obter e manter a ereção peniana com rigidez e DES (EREÇÃO) tempo suficientes para uma relação sexual satisfa- • Óxido nítrico tória. Não deve ser referida como “impotência”. • Acetilcolina Não existe um tempo estipulado – é relacionada à • Prostanoides qualidade da relação. • Polipeptídeos vasoativos (VIP) Pode ser orgânica (vascular, neurológica, hormonal ou cavernosa), psicogênica ou mista. ANATOMIA DO PÊNIS Do mais superficial para o mais profundo, temos: CLASSIFICAÇÃO • Pele QUANTO À GRAVIDADE • Fáscia superficial (subcutânea) ou túnica Dartos o Contínua com a do escroto, do períneo (fáscia • LEVE: ereção normal, com perda após o ato de Colles) e do abdome (fáscia de Scarpa) • MODERADA: ereção normal, com perda após a • Fáscia profunda (de Buck) penetração • GRAVE: sequer atinge a ereção o Envolve os três corpos eréteis (corpos caver- nosos + corpo esponjoso) • Túnica albugínea SEGUNDO A IIEF-5 o Envolve apenas os corpos cavernosos Pergunta-se, em relação aos últimos 6 meses: o Emite um septo mediano, o septo intercaver- 1. Como classifica a sua confiança em conseguir noso (ainda permite comunicação entre os ter e manter uma ereção? dois corpos e sua vasculatura) 2. Quando teve ereções com estimulação sexual, com que frequência as ereções foram suficien- temente rígidas para conseguir penetração? 3. Durante as relações sexuais, com que frequên- cia foi capaz de manter a sua ereção após a penetração? 4. Durante as relações sexuais, qual foi a dificul- dade que teve em manter a sua ereção até o fim da relação sexual? 5. Quando tentou ter relações sexuais, com que Dentro os corpos cavernosos há sinusoides, estrutu- frequência se sentiu satisfeito? ras musculares que, quando contraem, promovem a As respostas variam de “nunca/quase nunca” a saída do sangue; quando relaxam, retêm sangue “quase sempre”, e cada uma vale uma pontuação. para o pênis: é o relaxamento dos sinusoides quem promove a ereção.
FISIOLOGIA DA EREÇÃO VASCULARIZAÇÃO
É um evento hemodinâmico controlado pelo SNC e Há 2 artérias, bilateralmente, que irrigam o pênis: SNP, regulado pelo relaxamento das aa. caverno- • A. dorsal do pênis (D/E) sas e do m. liso cavernoso, com participação hor- • A. cavernosa (D/E) monal, permitindo a tumescência peniana. As aa. esponjosas têm origem e função diferente A motivação na ínsula e no lobo frontal causam libe- das aa. dorsal e cavernosa – por isso, no tratamento ração de NO, que ativa a guanilato ciclase, causando do priapismo refratário, pode-se em fazer uma deri- aumento de GMPc, que causa o relaxamento. A tu- vação caverno-esponjosa (desvio da circulação ca- mescência causa distensão dos espaços lacunares vernosa para o corpo esponjoso - desuso). e rigidez da túnica albugínea, que impede o re- OBS.: A sorte é que há, no total, 4 artérias que su- torno venoso (mecanismo venoclusivo, compressão prem os corpos cavernosos, e há comunicação entre do plexo subalbugineal). A fosfodiesterase-5 (PDE- eles: no caso de obstrução de uma delas, as outras 5) é quem degrada o GMPc, promovendo o retorno conseguem suprir. à flacidez. FATORES DE RISCO DIAGNÓSTICO • Diabetes – é a primeira doença que a gente ima- ANAMNESE gina que o homem tenha quando ele chega com queixa de disfunção erétil • Hábito sexual – às vezes o diagnóstico não é real- • Doença aterosclerótica – da mesma forma que mente disfunção erétil causa IAM, causa DE – e relacionados: • Qualidade das ereções • Ejaculação o HAS o Alcoolismo e tabagismo o Uma das causas mais frequentes de DE em pa- o Dislipidemia (impede o relaxamento trabecu- cientes jovens é a ejaculação precoce → an- lar peniano) siedade (tratamento: antidepressivo) o Obesidade e sedentarismo • Dor – ex.: fimose o AVC • Libido – testosterona: pacientes masculinos com • Outras doenças: DE + redução da libido é importante pedir dosa- o Insuficiência renal crônica gem de testosterona o Insuficiência hepática (estrogênio?) • Ereções noturnas o Esclerose múltipla o Efeito visceroceptivo: a bexiga cheia pode o Doença de Alzheimer provocar ereção; quando se urina, a ereção o DPOC baixa o Depressão o É fisiológico nas fases profundas do sono; o Úlcera péptica não ocorrem no sono superficial (não chega à o Artrite fase REM) • Cirurgias radicais ▪ As ereções servem para melhorar a oxige- o Prostatectomia e citoprostatectomia nação do corpo cavernoso, conferindo-lhe o Colectomia saúde e propiciando ereções saudáveis na o Cirurgias vasgulares retroperitoneais vigília; quando não ocorrem (ex.: apneia o Cirurgias pélvicas com esvaziamento ganglio- do sono), a vascularização do corpo ca- nar ou interferência no nervo cavernoso vernoso pode ficar comprometida • Trauma/cirurgia • Trauma raquimedular, pélvico ou perineal – ex.: fratura de quadril • Doenças associadas • Radioterapia pélvica o Doença psiquiátrica – todo paciente com DE o Os melhores tratamentos para câncer de prós- fica abalado (pode ser causa ou consequên- tata são cirurgia e radioterapia, e ambos po- cia), então é sempre importante o acompanha- dem provocar disfunção erétil: a opção por ra- mento psicológico dioterapia pode ser por outro motivo, mas • Disfunção vesical não para evitar a DE (mesmo risco; a cirurgia • Medicamentos tem até menos risco de disfunção em jovens) • Medicamentos – risco de 25% EXAME FÍSICO o Anti-hipertensivos • Aspecto do paciente – distribuição de pelos, ara- ▪ Metildopa, clonidina e guanetidina nhas vasculares, ginecomastia etc. ▪ Propranolol • Pressão arterial (hipertensão) ▪ Clortalidona e espironolactona • Tireoide – tanto hipo quanto hipertireoidismo o ISRS • Tórax/abdome – distribuição de pelos, aranhas o Vasodilatadores (hidralazina) vasculares, ginecomastia etc. o Hipoglicemiantes • Genitália o Fármacos cardiovasculares o Hipospádia (orifício ventral) → vergonha o Antidepressivos o Fimose o Antagonistas H2 (cimetidina) o Freio redundante (dor) o Hormônios o AINEs • Pulsos periféricos – aneurisma, obstrução de aa. o Sedativos ilíacas • Exame neurológico básico – reflexo cavernoso • Drogas (levantar o pênis sem encostar); se o paciente o Maconha consegue, o risco de haver lesão neurológica é o Cocaína menor • Idade • Toque retal – avaliar tonicidade do esfíncter o A DE não é consequência inexorável do en- anal (se houver problema neurológico, o esfíncter velhecimento: o homem idoso e hígido pode é hipotônico) ter a mesma proporção de musculatura caver- nosa do que o jovem EXAMES LABORATORIAIS • CAVERNOSOGRAFIA – exame radiográfico de contraste que procura fuga venosa (defeito da ROTINA venoclusão, sem capacidade de manter ereção) • Hemograma – só porque é sempre bom pedir o Se extravasar contraste, o tratamento seria mesmo; não tem relação com a DE oclusão das veias (as demais veias, ainda fun- • Glicemia cionantes, dariam conta do retorno venoso) • Creatinina (pode-se acrescentar ureia) ▪ Não teve o resultado esperado, possivel- • Lipidograma mente porque a fisiopatologia da DE, • T4L/TSH mesmo com a fuga venosa, não era essa o Não é mais feito de rotina, também porque o PACIENTE IDOSO OU COM QUEIXA DE contraste é irritativo e pode causar fibrose BAIXA LIBIDO OBS.: A única veia que não pode sofrer ligadura ci- • Testosterona rúrgica é VCI acima das vv. renais. o Se baixa, solicitar LH e FSH, para saber se o defeito é central ou periférico TRATAMENTO • Prolactina • Eliminação dos fatores de risco o Mudança de estilo de vida OUTROS EXAMES o Controle de doenças crônicas A maioria está em desuso. • Aconselhamento/psicoterapia – autoestima, rela- • TESTE DA FÁRMACO-EREÇÃO ção com parceira, opção sexual, ejaculação pre- o Injeção intracavernosa de drogas vasoativas coce (PGE1, papaverina e fentolamina), associada a • Tratamento medicamentoso estímulos • Tratamento cirúrgico ▪ PGE1: alto custo, mas alta eficácia, porém provoca dor TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ▪ Papaverina: pode causar priapismo e fi- brose se usada diversas vezes VIA ORAL ▪ Fentolamina: pouco efeito terapêutico Tratamentos em desuso (usada em maior quantidade) • Ioimbina (α-bloqueador) o Permite identificar fatores orgânicos (não psi- • Fentolamina cogênicos) e permite titular a dose necessá- • Trazodona (antidepressivo) ria para a terapia intracavernosa o Tratamento de 4 a 6 semanas o Falso-negativo: em ansiedade, insuficiência o Ainda utilizado em alguns casos, como paci- arterial e dose baixa entes jovens o Reação adversa: ereção prolongada o EFEITOS ADVERSOS: priapismo • USG COM DOPPLER DE AA. CAVERNOSAS • Apomorfina o Ereção induzida por PGE1ou Trimix o Tem efeito terapêutico pequeno, sendo o Velocidade do pico sistólico < 30cm/s in- usado em pacientes mais jovens (placebo?) dica insuficiência arterial o EFEITOS ADVERSOS: náuseas (desuso) o Falso-negativo: ansiedade e dose baixa • TUMESCÊNCIA PENIANA NOTURNA (polissono- grafia) Inibidores da fosfodiesterase-5 (IPDE-5) o Quando normal, revela que o mecanismo fisi- Principal medicação do tratamento da DE. ológico da ereção está normal → a DE prova- Uso diário ou sob demanda (1h antes da relação). velmente é psicogênica • Sildenafil (Viagra) → maior efeito terapêutico, o Desuso: não há sentido em submeter o paci- mas mais efeitos adversos ente ao exame, basta receitar Viagra e pronto • Vardenafila (Levitra) • ARTERIOGRAFIA • Tadanafila (Cialis) → ereção de até 36h o Procura de obstrução da a. cavernosa para • Lodenafila (Helleva) fazer cirurgia de revascularização (derivação) EFEITOS ADVERSOS (leves): cefaleia, rubor, epigas- o Não se faz mais de rotina: somente em trauma tralgia e congestão nasal. de pênis ou priapismo de alto fluxo (pacien- CONTRAINDICAÇÕES: tes candidatos a cirurgia vascular) • IAM, AVC ou arritmia graves nos últimos 6 meses • CAVERNOMETRIA – como se fosse uma aferição • Hipotensão de repouso ou hipertensão grave de pressão venosa central • Angina instável ou ICC NYHA IV o Não é mais feito pois não altera conduta • Uso de nitratos (contraindicação absoluta) Reposição hormonal alprostadil na uretra, sendo absorvida pela mucosa Somente em caso de baixos níveis de testosterona e relaxando o m. liso. (“andropausa”). ÚTIL EM PACIENTES QUE PREFEREM TRATA- PRECAUÇÕES – PIORAM COM TESTOSTERONA: MENTO MENOS INVASIVO, PORÉM MENOS EFICAZ EM RELAÇÃO À INJEÇÃO • Câncer de próstata – não é que a testosterona in- EFEITOS ADVERSOS: ardor uretral. duza o câncer, mas ela piora um câncer preexis- tente, tanto que drogas que reduzam testosterona CONTRAINDICAÇÕES: parceira gestante (pode são tratamento para o câncer de próstata (ex.: or- provocar TP). quiectomia) • Hiperplasia prostática benigna DISPOSITIVOS DE CONSTRIÇÃO À VÁCUO • Policitemia Insere-se o pênis em uma pequena câmara de vácuo • Hiperlipidemia que causa a ereção, mantida por um anel de borra- Não deve ser usada sem critério: feedback negativo! cha na base do pênis, que impede o retorno venoso. Você suplementa uma testosterona de má qualidade Requer muita destreza, sendo uma opção em paci- para substituir a sua (que na realidade está boa), e entes bem orientados que não toleram a terapia in- vai acabar induzindo disfunção erétil no futuro. tracavernosa ou com relações infrequentes. EFEITOS ADVERSOS: risco de estrangulamento ou TERAPIA INTRACAVERNOSA dificuldade de retirada. Consiste na injeção intracavernosa de Trimix (PGE1, CONTRAINDICAÇÕES: distúrbios hemorrágicos ou fentolamina, papaverina e clorpromazina – isola- pacientes em anticoagulação. das ou em associação). O sucesso varia de 65 a 85%. Calcula-se a dose suficiente para fornecer 2h de TRATAMENTO CIRÚRGICO ereção, não mais do que isso. A solução deve ser ar- mazenada na geladeira; há ainda a versão em pó, Lembrar sempre dos cuidados pré-operatórios, já que deve ser diluída. que geralmente os pacientes têm comorbidades. INDICAÇÕES: psicogênicos e respondedores. COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓRIAS: perfuração EFEITOS ADVERSOS: fibrose dos corpos caverno- de uretra, túnica albugínea ou corpo cavernoso, erro sos (com consequente Peyronie), priapismo, dor e de medição. hematoma. COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS: infecção, re- jeição, insatisfação, alteração de sensibilidade (inclu- sive dor), falha mecânica, fratura da prótese. Doença de Peyronie É caracterizada pelo desen- volvimento do tecido cica- IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE PENIANA tricial fibroso que diminui a Prótese semirrígida elasticidade da túnica al- Consiste em dois cilindros de silicone que envolvem bugínea, possivelmente de- filamentos de prata ou inox, conferindo rigidez per- vido a traumas, impedindo a manente, mas com maleabilidade. ereção completa e causando curvatura para o lado da placa. O resultado são ereções curvas e dolorosas. Prótese inflável Só é tratada após 1 ano de observação, pois pode Consiste em dois cilindros infláveis conectados a um desaparecer espontaneamente ou piorar (se operar reservatório de líquido e uma bomba. Quando não antes de 1 ano, há muitas recidivas); durante esse acionada, permite a flacidez natural do pênis. tempo, administra-se vitamina E. CIRURGIA PENIANA – DOENÇA DE PEYRONIE Priapismo – tratamento Em desuso, embora útil na doença de Peyronie. Não pode demorar mais do que 4h, quando inicia a hipóxia e consequente fibrose do tecido erétil (ex- REVASCULARIZAÇÃO PENIANA ceto priapismo de alto fluxo, que não causa sequer Bons resultados, mas em estudo não replicável. Tem dor, porque o sangue que chega é oxigenado). papel limitado. Consiste na lavagem com soro fisiológico (injeção e aspiração). Antes da chegada ao serviço de saúde, devem ser aplicadas compressas frias.
TERAPIA INTRAURETRAL Está em desuso, sendo efetiva em apenas 35%. Consiste na introdução da prostaglandina