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Gestão financeira

Modelo matemático para tomada de decisões

Adm Augusto Barbosa Lima


Goiânia Goiás
Brasil
augusto.bosama1@gmial.com

Resumo

A idéia central de um trabalho junto ao micro e pequeno empresário, é a de


conscientizá-lo da necessidade de se organizar administrativo-financeiramente
para poder atuar no mercado de maneira correta e lucrativa.

Como é percebido, há um grande e crescente número de micro e pequenas


empresas atuando em todos os segmentos de vários ramos de negócio. Muitos
titulares destas empresas são verdadeiros empreendedores e, no entanto, apesar
de o serem, entram em dificuldades dentro de um certo espaço de tempo ou
ficam, uma vida inteira, numa espécie de semi-informalidade por uma questão de
dificuldade administrativa. Dificuldade gerada pelo desconhecimento de como
funciona uma eficiente gestão financeira e influenciados por culturas
disseminadas de conceitos incorretos de gestão empresarial.

Assim, é certo que o micro e pequeno empresário que possui a habilidade


empreendedora conseguirá vir a ser empresário de sucesso ao adquirir, e praticar,
os conhecimentos de uma boa gestão financeira e a visão de que a formalidade
da administração é um excelente caminho para a sobrevivência, crescimento e a
prosperidade de sua empresa dentro do negócio em que atua.

A proposta de trabalho, em tomada de decisão é, inicialmente, fornecer ao micro e


pequeno empresário, proprietário de uma empresa atuante em um certo ramo de
negócio, a compreensão e a execução da gestão financeira de sua empresa, de
uma forma possível e precisa.

Não é possível convencer um micro ou pequeno empresário a mudar suas


práticas empresariais e, mesmo, sua visão a cerca do negócio em que ele atua,
se ele não possuir os conhecimentos de gestão financeira.

Só se pode gerenciar bem, e na totalidade uma micro ou pequena empresa, se se


tiver o conhecimento, em todo tempo, de sua situação financeira, desde o primeiro
momento até um período mais longo; o período de um ano. Tendo, o empresário,
este conhecimento em mãos, fica mais fácil planejar as ações necessárias e
administrar o conjunto.

E, para tanto, se faz necessário o uso de instrumentos de trabalho que são


imprescindíveis a esta tarefa vital para a sustentabilidade, prosperidade e
perenidade da empresa em seu ramo de negócio.

Estes instrumentos, para seu perfeito funcionamento e compreensão, devem


trabalhar de modo integrado e dinâmico, de forma que um fato ocorrido em um
dado momento em um deles, reflita seus resultados em outros, gerando
informações úteis para as tomadas de decisões financeiras e gerenciais do
empresário. Empresário, que não podendo arcar com os custos de uma equipe
maior de pessoas para controlar as diversas áreas da empresa, se vê obrigado a
cuidar de várias delas sozinho. Necessitando, assim, dispor de instrumentos
precisos que o orientem em sua navegação gerencial.

Apresentação do trabalho.

A empresa em questão é uma empresa de engenharia civil dedicada aos serviços


de reformas, ampliações e adequações prediais. Sua forma jurídica é a de
sociedade empresarial, tendo como sócios:
 O titular, empresário e engenheiro civil, e
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 Um parente seu.

 Este não trabalha na empresa, não toma decisões sobre a mesma e não participa de seus resultados financeiros.

No início do trabalho, eram três os seus clientes:

Um banco estatal, uma empresa estatal e um órgão público. O banco era seu
maior cliente e respondia por 90% (noventa por cento) de suas atividades e
faturamento.

O meu trabalho nessa empresa aconteceu quando o empresário queixou-me de


dificuldades que a empresa estava passando, só que ele não conseguia enxergar
onde estava o problema. Ele estava tocando a empresa sem nenhum controle e
planejamento. Tudo nela acontecia pelo fato de ele acreditar que por haver
trabalhado em grandes empresas de construção civil, já possuía conhecimentos e
experiência suficientes para trabalhar com obras por conta própria. E aí ele
começou a empreender.

Os únicos dados disponíveis de pronto eram:

 Os valores a pagar, sem a preocupação das datas dos pagamentos e


nem os nomes dos credores e, mesmo assim, não havia muita certeza
da soma destes valores.
 Os valores a receber, que não tinham data certa para receber pelo fato
das obras demorarem muito para ser terminadas e, quando terminadas,
tinham, quase sempre, muito por refazer.

A situação era grave, e a insolvência era iminente e visível.

Diagnóstico.

As empresas congêneres a esta, que sondei aqui em Goiânia, são todas de


pequeno porte e, administrativamente, são pouco organizadas. Não trabalham na
informalidade quando os clientes são organizados como os desta empresa, pelo
fato destes não empreitarem serviços para informais. Porém, pouco zelosas no
tocante a área trabalhista. A empresa em questão não fugia da regra.

As obras dos clientes dessa empresa são contratadas mediante licitação; pregão
eletrônico no caso do banco estatal e envelope fechado no caso da empresa
estatal e do órgão púbico.

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A empresa estatal e o órgão público enviam uma planilha detalhada dos
componentes do custo do serviço; como materiais, medidas físicas e pessoal
ocupado por atividade, mas não fornece um preço máximo, nem mínimo de
referência para tais custos.

O banco estatal contrata uma firma que projeta a obra, elabora uma planilha
eletrônica de serviços e preços, fiscaliza e recebe a obra quando terminada e,
autoriza ou não o pagamento do serviço conforme o resultado. A firma do projeto
disponibiliza, quando da licitação, esta planilha contendo os serviços a serem
realizados. Detalhando cada atividade, os materiais gastos, as medidas físicas e
pessoal ocupado por atividade, tudo com os custos estimados. São custos muito
bons para a participante do pregão da obra. Para se chegar ao preço de venda do
serviço, a empresa executora da obra aceita ou recalcula estes custos conforme
seu entendimento e multiplica-os pelo BDI que lhe for correto.

Tanto o banco estatal quanto a empresa estatal e o órgão público só aceitam o


preço de venda de cada obra pela planilha totalmente preenchida, e este preço é
a soma dos custos multiplicado pelo BDI.

Um grande problema para essa empresa, e para suas congêneres, aqui em


Goiânia, é o BDI. Até quando comecei este trabalho, o empresário não sabia
explicar corretamente o que é o BDI e, por não sabê-lo, não sabia como encontrá-
lo. Tinha como padrão um BDI de 25%.

Os custos de suas obras eram calculados empiricamente e ficavam imprecisos.

Não havia planejamento e orçamento de obra, para tudo estimava um custo que
achava que dava. Não se media nada, não se fiscalizava nada, gastava-se à
vontade. Controle de qualidade não existia.

Como não havia preocupação com o término e a qualidade das obras, o cliente
não pagava no tempo certo e aí os custos subiam.

Como não havia preocupação com os gastos, outra vez os custos subiam.

Daí, nada era pago em dia pela empresa e, mais uma vez os custos subiam.

Não era sabido se o volume de obras estava bom, pensava-se que os preços das
obras eram bons, não havia alocação de custos, não havia preocupação com os
custos fixos. Não havia fluxo de caixa e nem caixa.

Eram misturadas, as despesas particulares com as despesas da empresa, nunca


foi cogitado estabelecer uma retirada fixa mensal para o titular.

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Para realizar esse trabalho, não realizei nenhuma entrevista com funcionários.

Não fiz, inicialmente, levantamento de procedimentos e documentação


administrativos e organizacionais da empresa pelo fato de não saberem onde
estes se encontravam. Conversei, sim, e muito, com o empresário para perceber
como ele entendia o negócio e como administrava a empresa.

Para partir para ação, obtive todas as informações tributárias e trabalhistas da


empresa com o seu contador. As demais informações que o contador não tinha e
que o empresário não conseguiu me repassar, as consegui sozinho.

Uma postura interessante deste empresário é a de que, apesar de ele não saber
dar todas as informações acerca do negócio e nem da empresa, ele não esconde
nada. Pude, assim, vasculhar, dentro da empresa, o que precisei, acerca dela,
onde e como bem entendi ir e fazer.

Ações desenvolvidas diante da situação.

Minhas ações básicas foram três.

 Pré-Projeto
 Sistema de Viabilidade Empresa
 Reuniões de influências para mudanças comportamentais e de
procedimentos.

PRÉ-PROJETO

É um micro programa integrado, em si, e foi desenvolvido para o cálculo dos


custos e do preço de venda de obras.

Composto das planilhas de:

Materiais empregados na obra


Supervisor(s) da obra
Mão de obra direta na obra
Estadia e alimentação de pessoal da obra
Deslocamento de pessoal para a obra
Frete de materiais e equipamentos da obra

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Equipamentos acessórios para a obra
Custo financeiro da obra
Depreciação de máquinas
Formação do preço de venda da obra

 A formação do preço de venda de obra, neste micro programa, teve apenas um caráter analítico, já que aqui os
custos fixos são colocados manualmente, não estão integrados ao sistema maior da empresa. Os outros
componentes deste micro programa são funcionais por não dependerem, para sua validação, dos custos fixos da
empresa.

Esse programa supriu, de forma perfeita e exata, essas necessidades da


empresa, ele foi criado com base nas suas operações, que não são complexas.

VIABILIDADE EMPRESA.

Em seguida e imediatamente foi criado o sistema integrado, Viabilidade Empresa.

Este sistema foi adaptado de um programa que eu já tinha criado para o varejo;
Tomada De Decisão.

Ele criou recursos que permitiram visualizar a situação da empresa no dia-a dia e,
gerou condições de calcular corretamente o preço de venda das obras da
empresa.

Tanto o Pré-Projeto quanto o Sistema Viabilidade Empresa, estão relatados logo a


seguir.

Justificativa das ações indicadas, executadas.

Poderia, pela baixa complexidade das operações da empresa, ter formulado um


programa menos completo, embora este não tão seja complexo, porém ele se
tornaria inviável para a resolução dos gargalos da empresa; custos fixos, peso do
tempo gasto nas obras e definição do lucro.

Como foi dito, este empresário nunca conseguiu me explicar o que era o BDI. Era
necessário provar-lhe que o BDI era, em valor absoluto, o montante monetário
para sua empresa cobrir os custos variáveis sobre o preço de venda da obra,
pagar os custos fixos da empresa e cobrir o lucro que ele projetou para a empresa
ou estabeleceu para uma certa obra e, que ninguém poderia determinar aquele
BDI a não ser a sua empresa e o projeto que ele havia traçado para a mesma.

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 O BDI, em valor relativo, nos procedimentos desta empresa, é a taxa de marcação da formação de preços no
varejo. Comprovadamente.

Como ele não sabia bem o que era BDI, não tinha uma noção clara da influência
dos custos fixos da empresa no preço de venda de obras e, apenas estimava os
custos variáveis sobre o faturamento, ele considerava que o lucro era o resultante
da subtração do faturamento menos os impostos, menos o custo visível da obra.

Era necessário fazer-lhe repensar tudo e, isto só seria possível matematicamente.

Primeiro foi convencê-lo da necessidade de calcular correta e mais precisamente


os custos de cada obra e, aí surgiu o PRÉ-PROJETO, como instrumento de fazê-
lo enxergar da importância de um custeamento preciso.

Como, para chegar a um preço de venda correto, era preciso saber dos custos
fixos da empresa em valores relativos, foi desenvolvido o sistema VIABILIDADE
EMPRESA.

O lado do sistema que mais o fez repensar sobre a empresa foi o fluxo de caixa,
onde ele pode enxergar, de modo continuado, das necessidades e
disponibilidades da empresa num período mais longo, tomando, assim,
consciência de suas decisões sobre a empresa e a atividade.

Resultados obtidos com a intervenção.

O empresário realmente repensou a empresa e seu negócio de atuação.

Meu trabalho, e os resultados matemáticos por ele demonstrados, e as reuniões


para mudanças comportamentais de procedimentos, fez o empresário verificar
que, por não administrar corretamente seus custos e suas contas, não via que o
negócio já estava em deterioração. Seus competidores também não calculavam
seus custos e não conseguiam auferir lucro, levando, assim, a empresa ao
endividamento e o negócio para a banalização.

Deste modo, ele paralisou esta atividade, iniciando uma nova atividade junto ao
mesmo banco estatal a de avaliação de imóveis novos e usados para
financiamentos, vistoria de construções de imóveis financiados e, a medição de
obras públicas cujos recursos são geridos por este banco estatal.

Hoje, a empresa obtém bons resultados financeiros nesta sua nova atividade,
mesmo tendo faturamento bem menor do que na antiga atividade. Suas dívidas,

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geradas pela antiga atividade, estão negociadas, sendo pagas regularmente e
ainda está formando uma poupança para sua entrada em uma outra atividade,
derivada dessa atual, que está em fase de projeto.

No momento, oriento este empresário na elaboração do projeto de viabilização


desta outra atividade que ele vai iniciar em julho do ano de 2008.

Reuniões para mudanças comportamentais e de procedimentos

Durante este trabalho fiz várias reuniões com o empresário com o objetivo de
orientá-lo a mudar seu comportamento e seus procedimentos empresariais.

Foram reuniões longas, após o expediente normal de trabalho do escritório da


empresa e em viagens de trabalho com ele.

As suas mudanças, no período, foram poucas e lentas. Porém, atualmente, após


não mais estar na atividade de início, suas mudanças comportamentais e de
procedimentos empresariais estão aumentado e de um modo mais rápido e,
assim, ele está se preparando com mais têmpera para a nova atividade
empresarial, derivada desta atual, que ele irá iniciar em 2008.

Projeto Viabilidade da Empresa.


Modelo matemático para tomada de decisões.

Instrumento operacional e analítico.

A elaboração deste instrumento operacional e analítico baseou-se numa atividade


da construção civil dedicada ao ramo de reformas, ampliações e adequações
prediais.

Ela realiza suas obras mediante contratos via licitação, com todos os impostos
federais e o municipal, pagos no ato do recebimento da fatura de cada obra
concluída. O contratante lhe paga o valor da fatura já liquido dos impostos.

Este instrumento, para seu perfeito funcionamento e, para poder atingir os


objetivos concretos de uma análise e operacionabilidade empresarial, funciona de
modo integrado e dinâmico. De forma que um fato ocorrido em um dado momento

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em um de seus componentes, reflete, imediatamente, seus resultados nos outros,
gerando informações precisas e úteis para a tomada de decisões financeiras
gerenciais, econômicas e estratégicas da empresa.

Ele foi desenvolvido como um sistema operacional e analítico de trabalho para


uso na atividade normal diária da empresa. Ele é um conjunto de instrumentos no
qual o pessoal de controle e faturamento da empresa irá inserir, previamente, as
informações sobre os custos fixos, lançar as compras para realização das obras,
e depois efetuar o faturamento das obras realizadas, e estes, faturamentos, irão
gerar os custos variáveis, para assim obter os resultados finais alcançados pela
atividade.

Estas informações irão alimentar todo o sistema e gerar as informações


necessárias e úteis para o conhecimento acerca do que realmente está ocorrendo
nas atividades operacionais da empresa e influindo em sua área financeira e, aí,
começar a tomar as decisões e as estratégicas necessárias para a viabilidade da
empresa no mercado do negócio em que ela atua.

São, abaixo, os instrumentos que compõe este instrumento operacional e


analítico:

 Analítico Econômico
 Componentes de custo e venda de obras
 Fluxo de Caixa
 Caixa Movimento (Caixa Geral)
 Balanço Patrimonial
 Ponto de Equilíbrio Comercial
 Ponto de faturamento desejado
 Índices (Indicadores econômicos)

Analítico Econômico

Painel informativo de toda movimentação operacional da empresa em suas


atividades. Ele é o resultado da integração de todos outros instrumentos
componentes do sistema que para ele convergem. Fornece os custos fixos da
empresa aos demais instrumentos que destes necessitam. Ele é dinâmico ao
receber e processar as informações dos outros instrumentos e ao fornecer as
informações de custos fixos a estes.

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Seu período de análise, como o dos demais instrumentos, é de um ano.

Registra todas a vendas de obras da empresa e as influências sofridas e


provocadas por estas vendas, bem como seus resultados. Desaguando, ao final,
o lucro líquido operacional da empresa no período analisado.

Nele também é calculado o ponto de equilíbrio comercial e um ponto de


faturamento projetado. Tudo registrado; momentânea, numérica e
percentualmente.

As informações nele contidas mostram o resultado da atividade operacional da


empresa como se tudo houvesse ocorrido perfeitamente na atividade, como
projetado, todo planejamento realizado.

Ele não demonstra, por sua lógica, que sejam analisadas as influencias dos
recebimentos das vendas e as influencias dos estoques nos resultados. Isto é
visto no fluxo de caixa e no balanço patrimonial.

Dele fazem parte os faturamentos, PIS, Cofins, CSL, IRPJ, impostos municipais,
CPMF, faturamento líquido, custo das obras vendidas, margem de contribuição,
registro dos custos fixos (incluindo provisão para férias sobre salários fixos e
provisão para décimo terceiro salário sobre salários fixos), lucro líquido
operacional, ponto de equilíbrio comercial e ponto de faturamento projetado.

Um aspecto importante contido no analítico econômico é o lançamento nele, de


modo continuado, de todos os custos fixos da empresa no período projetado.
Geralmente na micro e pequena empresa este elemento, custo fixo, só se torna
conhecido depois de ocorrido, fato que dificulta muito, se não impossibilita, a
prévia formação dos preços das obras a serem vendidas e impede a formulação
de estratégias e tomada de decisões.

O analítico Econômico envia as informações sobre:


 O valor de todos os custos gerados pelas vendas e o valor dos custos fixos realizados no período em questão, para o
Fluxo de Caixa, na data de seus pagamentos, na coluna do previsto.
 Os valores dos investimentos em máquinas, equipamentos, veículos, móveis e utensílios e outros ocorridos no
exercício, para o ativo permanente do Balanço Patrimonial.
 Os valores dos impostos a recolher, dos custos diretos a pagar, de outras obrigações a pagar e das provisões a pagar,
transferidos para o exercício seguinte, para o passivo operacional do Balanço Patrimonial.

E recebe:
 Do Caixa, o valor realizado das vendas de obras do período em questão.

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Componentes de custo e venda de obras

Nele é calculado, de modo dinâmico, o preço de venda das obras, utilizando, para
cada uma, de todos seus custos diretos; chegando-se ao custo da obra a ser
vendida.

Ao preço que a obra será vendida, além deste custo são incorporados os custos
variáveis ou custos diretos de venda, os custos fixos da empresa e o lucro
pretendido.

Componentes de custo e venda de obras. (Descrição detalhada)

Dele fazem parte:

 O conjunto dos materiais diretos empregados na obra


 A quantidade entrada dos materiais empregados na obra (no caso sempre unitário)
 O preço desses materiais para a obra
 A quantidade da obra vendida (unitário)
 O preço de venda unitário
 O preço de venda total
 O custo financeiro da obra
 A mão direta usada na obra
 O deslocamento de pessoal para a obra
 O frete de materiais e equipamentos
 O pessoal de supervisão da obra
 A estadia e alimentação do pessoal para a obra
 Os equipamentos comprados para a obra
 A depreciação de maquinas e equipamentos não exclusivos da obra
 A Soma total do preço da obra
 A Taxa de Marcação do Preço de Venda (BDI)
 As taxas sobre a Venda
 A CPMF
 O PIS
 O COFINS
 A contribuição social sobre o lucro líquido
 O imposto de renda pessoa Jurídica

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 O ISSQN
 A soma destas deduções sobre a venda
 O custo direto da obra vendida
 A venda líquida
 A margem de contribuição para o custo fixo e o lucro
 O custo fixo e
 O lucro

Todos estes itens estão expressos em valores absolutos e em valores relativos, à


exceção das quantidades entradas e saídas e dos custos diretos da obra; que são
expressos somente em valores absolutos.

Para chegar ao preço de venda da obra é necessário informar manualmente,


quando não estiver pré-estabelecido, somente o percentual do lucro líquido
desejado para a venda da obra e puxar os demais custos diretos da obra do
orçamento da obra. O percentual dos custos fixos do mês é automaticamente
informado pelo analítico econômico.

O percentual da CPMF, do PIS, do COFINS, da contribuição social sobre o lucro


líquido, do ISSQN e do imposto de renda pessoa jurídica, serão informados
previamente com o objetivo de eliminar procedimentos repetitivos e minimizar
erros.

Assim, todos os demais itens são calculados automaticamente.

O Componentes de custo e venda de obras envia as informações sobre:

 O valor dos custos diretos a pagar das operações relativas ao período em questão, para o Fluxo de Caixa.
 O valor do custo das obras vendidas destas operações relativas ao período em questão, para o Analítico Econômico.
 O valor do saldo a pagar a fornecedores das operações relativas ao período em questão, ao Balanço Patrimonial.
 O valor das vendas realizadas no período em questão. Para o Caixa.

E, recebe:

 Do Analítico Econômico, o percentual dos custos fixos sobre a venda no período em questão.

Fluxo De Caixa

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É aqui que se encontra o espírito da gestão financeira da empresa e,
conseqüentemente, o centro de onde começa todo o processo de tomada de
decisões da gestão financeira e estratégica da empresa.

No fluxo de caixa são encontrados todos os valores das saídas e entradas


monetárias previstas e realizadas na empresa em suas operações comerciais e
financeiras, isto de modo continuado, que permitirão ao seu tomador de decisões
prever, com segurança, a folga ou a necessidade financeira da empresa durante
todo o período projetado.

Neste fluxo de caixa, em seu final, são fornecidos, continuadamente e no final do


período projetado, os seguintes recursos:

 Total das saídas, periódicas e anuais. Previstas e realizadas.


 Saldo de caixa operacional, periódico e o anual. Previsto e realizado.
 Saldo de caixa disponível periódico e anual. Previsto e realizado.
 Saldo do lucro líquido operacional, periódico e anual. Previsto e realizado.
 Necessidade de capital de giro, periódica e anual. Prevista e realizada.
 Necessidade de capital de giro não operacional. Prevista e realizada.

O fluxo de Caixa envia informações sobre:


 O valor dos recebimentos previstos no período em questão das vendas de períodos anteriores.
 O valor de pagamentos previstos no período em questão, provenientes de fatos geradores no período presente e em
períodos anteriores.
 O valor das retiradas bancárias para pagamentos no período em questão.
 O valor da diferença entre os valores previstos e realizados de direitos e compromissos da atividade ao Balanço
Patrimonial.

E recebe:

 Do caixa os valores das vendas realizadas em períodos anteriores, que vão para o seu realizado no período.
 Do caixa os valores dos pagamentos realizados no período, que vão para o seu realizado no período.
 Do caixa todos os valores das vendas do período, que vão para o seu a realizar nos períodos subseqüentes.
 Do caixa os valores dos ingressos não operacionais injetados pelos sócios, pelas reservas de lucros ou vindos de
empréstimos ou financiamentos, que vão para o saldo de caixa inicial do período destas ocorrências.
 Do Analítico Econômico todos os valores a pagar, exceto os valores a pagar de fretes e fornecedores, que vão para o
seu a realizar nas datas de seus vencimentos.
 Do analítico Econômico o valor do lucro operacional projetado previsto.
 Do compra e Faturamento os valores de fretes e fornecedores do período, que vão para o seu a realizar nos períodos
subseqüentes.

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Ainda no Fluxo de Caixa

 Saídas
No fluxo de caixa elas são alocadas do Analítico Econômico, cada uma em seu
respectivo vencimento. Só não são alocadas do analítico econômico as saídas,
que pela sua construção, não se encontram nele inseridas ou calculadas
explicitamente. São as saídas para pagamento de fornecedores e fretes que vem
do Compra e Faturamento e os pagamentos de empréstimos e financiamentos
que vem do Caixa.

Elas são nele somadas, de modo contínuo, na vertical e no ano na horizontal.

 Caixa Operacional
Resultado financeiro operacional das atividades da empresa a cada período. São
operacionais todos os ingressos e saídas que fazem parte direta e exclusivamente
de suas atividades comerciais, ou seja, receitas, custos e despesas funcionais.

Desta forma, não fazem parte do caixa operacional, os ingressos financeiros


como empréstimos, financiamentos, aporte e ou integralizações de sócios ou de
reservas de lucros. Da mesma forma, não fazem parte dele, as saídas para os
pagamentos de financiamentos, empréstimos e aportes. O juro referente a estes
ingressos compõe o caixa operacional.

 Caixa Disponível
Caixa disponível é o resultado financeiro da empresa em tempo real,
considerando todos os ingressos e saídas que compõe o fluxo financeiro;
ingressos e saídas operacionais e não operacionais. É o disponível financeiro que
passa de um período para o outro.

 Lucro Liquido Operacional do Período


É o resultado líquido financeiro da empresa no período.

Do Lucro líquido operacional projetado para o período, subtrai-se a diferença


entre as vendas de obras realizadas num período e os recebimentos realizados
nesse período provenientes de vendas realizadas em períodos anteriores,
obtendo-se o lucro líquido operacional do período.

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(*)O lucro líquido operacional projetado para o período é calculado no analítico econômico.

 Necessidade de Capital de Giro.


É igual ao caixa operacional do período menos o lucro líquido operacional
projetado para o período. Representa o volume de recursos financeiros
necessários ao equilíbrio operacional da atividade no período.
Sendo positiva, indica a falta destes recursos. Se negativa, indica há recursos
suficientes para cobrir a diferença entre o que há para receber realizado neste
período e o que há para pagar realizado neste período, em períodos futuros.

 Necessidade de capital de giro não operacional


É igual à necessidade de capital de giro, mais o ingresso não operacional de
caixa, menos as saídas não operacionais de caixa. Representa o volume de
recursos financeiros necessários ao equilíbrio operacional e não operacional da
atividade no período. Sendo positiva, indica a falta destes recursos e, se
negativa, indica que há recursos suficientes para cobrir a diferença entre o que há
para receber deste período e o que há para pagar deste período, em exercícios
futuros.

Caixa Movimento (caixa Geral)

Nele são registrados todos os valores monetários que realmente ocorreram na


empresa em seu dia a dia operacional. Seu período de duração é também de um
ano.

Elementos do caixa:

 Vendas realizadas no período e no ano


 Pagamentos previstos para o período e para o ano
 Pagamentos realizados no período e no ano
 Recebimentos realizados no período e no ano
 Recebimentos previstos para o período e para o ano
 Depósitos bancários no período e no ano
 Retiradas bancarias no período e no ano
 Saldo bancário no período e no ano

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O Caixa envia as informações sobre:

 Os valores das vendas realizadas no período, aos recebimentos previstos nos períodos subseqüentes do Fluxo de
Caixa.
 Os valores dos pagamentos realizados no período, ao realizado no período do Fluxo de Caixa.
 Os valores das vendas realizadas no período, ao respectivo período do Analítico Econômico.
 Os valores de ingressos não operacionais injetados pelos sócios, pelas reservas de lucros ou vindos de empréstimos
ou financiamentos.
 O valor dos empréstimos ocorridos durante o ano ao passivo exigível a longo prazo, do Balanço Patrimonial, que é
deduzido do valor pago no ano do Fluxo de Caixa, chegando-se ao saldo final.
 O valor do capital integralizado pelos sócios no início da atividade mais os aportes no correr do ano ao passivo exigível
a longo prazo, do Balanço Patrimonial, que é deduzido do valor reembolsado aos sócios no ano do fluxo de Caixa,
chegando-se ao saldo final.
 O valor disponível em caixa no final do ano ao ativo flutuante do Balanço Patrimonial.
 O valor do saldo em contas bancárias no final ano ao ativo flutuante do Balanço Patrimonial.

E recebe:

 O valor das vendas ocorridas do Compra e Faturamento e as distribui em conforme seus vencimentos.
 O valor necessário aos pagamentos no período do Fluxo de Caixa e decide do valor a ser retirado de bancos para os
pagamentos.
 O valor dos recebimentos previstos para o período do Fluxo de caixa.

Balanço Patrimonial

Retrata a situação econômico-financeira da empresa, é o marco oficial do


encerramento de suas operações no exercício social. Como as demais
demonstrações o balanço patrimonial divulga o resultado das operações da
empresa. Ele reúne grande quantidade de informações, servindo como base,
portanto, para não só uma análise mais acurada das reais condições operacionais
da empresa, como também sobre suas condições de atuação nos anos a seguir.

Do Balanço Patrimonial saem informações úteis para os cálculos do diversos


índices de avaliação da atividade da empresa e é um dos instrumentos que pelas
suas informações se calcula o capital de giro líquido da empresa, a sua
necessidade de capital de giro, a composição de seu endividamento, o índice de
participação do capital de terceiros, o índice de garantia a capital de terceiros, e
outros indicadores.

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Ponto de Equilíbrio comercial

É o valor de um faturamento que a empresa tem que obter para cobrir todos os
seus custos e despesas e obter um lucro zero.

Este mecanismo encontra-se disponível no final do analítico econômico.

Ponto de Faturamento Projetado

Normalmente as empresas trabalham com um lucro padronizado. Em algumas


situações específicas um faturamento requer uma queda no preço de venda.
Então, partindo do ponto de equilíbrio comercial, pode ser calculado um
faturamento que além de pagar todos os custos ainda gere um lucro livre de
riscos para a empresa.

Este mecanismo encontra-se disponível no final do analítico econômico.

Índices (Indicadores econômicos)

São instrumentos que, por seus cálculos e análises, permitem conhecer a gestão
da empresa. Por meio deles é possível identificar os pontos positivos e negativos
da estratégia gerencial da empresa.

Indicadores disponíveis neste analítico:

 Índice de liquidez corrente


 Índice de liquidez seca
 Índice de liquidez imediata
 Índice de liquidez geral
 Índice de composição do endividamento
 Índice de giro do ativo
 Índice de participação dos estoques
 Índice de participação das contas a receber
 Giro de contas a receber
 Índice de participação de capital de terceiros
 Índice de garantia de capital de terceiros
 Índice de financiamentos
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 Índice de participação das disponibilidades
 Prazo médio de recebimento de vendas
 Prazo médio de pagamento de contas
 Prazo médio de rotação dos estoques
 Índice do posicionamento da atividade
 Índice do retorno sobre o investimento
 Índice de retorno sobre o patrimônio líquido
 Índice de investimento em contas a receber
 Capital de giro líquido pelo ativo e passivo circulante
 Capital de giro líquido pelo ativo e passivo permanente
Comentários sobre os índices.

Índice de liquidez imediata


 Indica a capacidade da empresa em liquidar de imediato seus compromissos financeiros de curto prazo.
Índice de liquidez corrente
 Indica a capacidade da empresa em liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo.
Índice de liquidez seca
 Indica a capacidade da empresa em liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo, não levando-se em
conta os estoques. Somente o disponível e os créditos realizáveis no curto prazo.
Índice de liquidez geral
 Indica a liquidez da empresa no longo prazo
Índice de participação das atividades
 Indica o peso das disponibilidades financeiras na estrutura do capital de giro.
Índice de participação dos estoques
 Indica o peso dos estoques sobre o capital de giro. Quando alto mostra alta imobilização neste ativo.
Índice de participação da contas a receber
 Indica a participação da carteira de duplicatas da empresa sobre o total de capital de giro. Quando é alta, mostra
que a empresa adota agressiva política de crédito comercial ou que ela enfrenta alto índice de inadimplência.
Índice de financiamento
 Indica o percentual do capital de giro que está suportado por empréstimos bancários. Um índice baixo pode
significar que a empresa está utilizando principalmente financiamento de fornecedores em lugar de linhas de
crédito bancário. Também pode refletir uso normal de crédito de fornecedores ao lado de uma boa situação de
caixa que lhe permite dispensar o financiamento externo de capital de giro.
Índice de participação do capital de terceiros
 Indica o percentual de capital de terceiros envolvido na atividade. É normal estar entre 0,35 e 0,75.
Índice de composição do endividamento
 Indica a proporção do capital de terceiros com vencimento de curto prazo. É normal estar entre 0,40 e 0,75.

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Índice de garantia do capital de terceiros
 Indica quanto existe de capital próprio para cada unidade de capital de terceiros. É normal estar entre 0,34 e 1,85.
Taxa de retorno sobre o investimento
 Indica a proporção de retorno do investimento total no exercício.
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido
 Indica a parcela de retorno do patrimônio líquido no período em análise.
Índice de giro do ativo
 Indica quantas vezes girou o investimento total no período. No ativo está demonstrado em que foram aplicados os
recursos. Assim, o total do ativo representa o montante de investimentos no negócio.
Índice de posicionamento da atividade
 Indica as influências do ciclo operacional no fluxo de caixa, pois está relacionando o prazo médio para vender, o
prazo médio para receber e o prazo médio para pagar o produto vendido. O nível ideal do posicionamento da
atividade é menor ou igual a 1 (um) porque, para essa condição a soma do prazo médio para rotação do estoque
mais o prazo médio para recebimento das vendas deve ser menor ou igual ao prazo médio para o pagamento das
compras.
Índice de investimentos em contas a receber
 Indica o valor de recursos financeiros gastos especificamente para comprar ou produzir, para então vender pelo
crédito comercial. Como o custo fixo independe do volume de produção ou vendas da empresa, o investimento em
contas a receber corresponde aos custos variáveis, custos diretamente envolvidos na produção ou venda, mais o
custo da mercadoria produzida ou vendida. Considerando o custo das contas a receber como um dado já definido,
o valor do investimento neste ativo dependerá de seu giro. Como o giro das contas a receber depende do prazo
médio de cobrança, quanto maior for esse último, maior será o investimento em contas a receber.
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Adm. Augusto Barbosa Lima


augusto.bosama@gmail.com
Goiânia Goiás
Brasil

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