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Tese dos direitos: cada indivíduo está protegido por um conjunto de direitos
naturais e inegociáveis; cinturão de direitos
Naturais: existem independentemente do reconhecimento pelo direito positivo
(fontes formais); naturais no sentido de pré-positivos, não metafísicos
Inegociáveis: prevalecem quer favoreçam ou não o interesse da maioria
Regras x princípios
Princípios não são somente outro tipo de regra, mas estruturalmente
diferentes
Regras são padrões de tudo ou nada, tais que ou se aplicam a um caso ou
não se aplicam
Se duas regra entram em conflito, ou uma delas se torna a exceção da
outra, ou uma leva à exclusão da outra (EXCEÇÃO OU EXCLUSÃO)
Princípios são padrões com dimensão de peso, tais que, para decidirem
um caso, devem não só incidir sobre ele, mas ter mais peso que as
considerações em contrário
Se dois princípios entram em conflito, o que tem maior peso tem
prevalência sobre o que tem menos. Prevalência nos casos concretos.
Pesos relativos.
Refutação das três teses do positivismo de Hart
1 se existem princípios, então, o direito não é só formado de regras explícitas,
mas também por princípio implícitos;
2 se os princípios não estão escritos em nenhuma fonte formal, não podem ser
identificados por nenhum teste de pedigree;
3 se os princípios incidem sobre os casos dando mais peso a um lado ou a outro,
o juiz jamais terá qualquer tipo de discricionariedade
MODELO DE REGRAS II
Lista de objeções feitas por críticos do modelo de regras I
Teste para os princípios – identificação dos princípios como regra de
reconhecimento também
Teste: apoio institucional (regra de reconhecimento dos princípios)
Discricionariedade pode ser inescapável
Distinção entre regras e princípios é insustentável
Direito: práticas sociais
Regras sociais
Distinção dever fazer (sentido normativo fraco) e ter o dever (obrigação) de fazer
(sentido normativo forte)
Ter deveres depende de certas práticas sociais? Sim, de acordo com Hart.
H – os três critérios de Hart, quando alguém tem o dever de fazer alguma
coisa. 1 aqueles que não fazem são alvo de crítica 2 o fundamento da crítica é a
existência de uma regra 3 pressão social de conformação à regra
Erro da tese das regras sociais de Hart: uma prática social não constitui a regra,
mas a justifica, apenas
A mesma prática justifica diferentes regras sobra ela
Respostas de Dworkin:
Três teses distintas sobre a regra de reconhecimento:
Há uma só regra social de reconhecimento;
Há uma só regra normativa de reconhecimento
Cada juiz segue alguma regra normativa de reconhecimento
Dworkin diz: Hart afirma a primeira tese; só ela é capaz de distinguir o direito da
moral e da política. Mas essa tese é falsa.
Com a segunda tese, não há separação entre direito moral e política, porém,
Dworkin aceita alguma distinção entre princípios jurídicos e não jurídicos, mas
não que esta distinção seja baseada numa regra social, ou prática social uniforme
dos juristas, ou numa convenção social (argumentos morais e políticos são
necessários)
Apoio institucional
Dworkin havia dito que os princípio não podem ser identificados por um teste de
validade como a regra de reconhecimento
Raz (um crítico) alega que uma versão mais sofisticada da RR pode dar conta da
obrigação de usar alguns princípios, deixando outros, para o poder discricionário
Dworkin aceita que a existência de um teste pra saber qual princípio é jurídico e
qual não é: um candidato a esse teste é o costume judicial: princípios usados
várias vezes se tornam obrigatórios
Poder discricionário
Raz: ao aplicar princípios, os juízes usam o poder discricionário
Hart: na zona de penumbra, quando há mais de uma possibilidade de decisão,
fica a critério do juiz como ele vai escolher
Nesse entendimento, os princípios não são parte do conteúdo jurídico do que está
sendo aplicado, mas certos critérios a que os juízes recorrem no uso do poder
discricionário. Não são obrigatórios, mas moralmente persuasivos.
Dworkin:
Lembrar dos 3 tipos de discrionariedade: sentido aberto, onde o juiz tem margem
de decisão (fraca e inevitável); última decisão, não cabendo mais recurso (fraca e
inevitável); não segue critério, arbítrio do juiz (forte e inaceitável)
A maioria das objeções acredita que o tipo 1 leva direito ao tipo 3, o que não é
verdade.
OBRA: IMPÉRIO DO DIREITO
Tipos de desacordos
Desacordos sobre os fatos – fatos do caso; o que aconteceu
Teoria do direito como simples questão de fato – senso comum; direito é formado
sobre uma série de considerações de fatos; desacordo é ignorância ou má fé
Concepção do Dworkin:
Direito como integridade: é a concepção segundo a qual, no direito, todas as
decisões devem ser fundadas num mesmo conjunto de princípios, de modo que,
em todos os casos, decididos e por decidir, a comunidade fale com uma só voz.
Método de Hércules
Juiz imaginário idealizado – tempo infinito; conhecimento infinito
Método – tentativa de traduzir num esquema prático a interpretação construtiva
guiada por princípios; decidir o caso a partir do princípio que melhor consegue
explicar e justificar as decisões do passado sobre o mesmo tempo
c) teste de ajuste – qual dos princípios explica melhor todas ou quase todas as
decisões do passado?
O que é explicar uma decisão? Ser capaz de funcionar como uma possível
fundamentação dela; mesmo que não tenha sido sua fundamentação factual
d) teste de apelo – qual dos princípios justifica as decisões do passado de modo
moralmente mais atraente?
Mais atraente para quem? Não é segundo a moralidade privada pessoal; e sim
segundo uma moralidade pública institucional (comunidade de princípios)
Modalidades
Precedentes
Legislação
Constiuição
PRINCÍPIOS E POLÍTICAS
Princípios e políticas: razões da distinção
Distinguir entre razões intrajurídicas e extrajurídicas – é necessária uma distinção
entre as razões jurídicas e não jurídicas que fundamentam as argumentações
jurídicas, principalmente nos casos difíceis
Razões intrajurídicas – princípios
Critérios de distinção
Princípios stricto sensu – objetivos políticos individuados (objetivos da
comunidade política para proteger cada um individualmente; são divisíveis);
direitos como trunfos dos indivíduos contra a maioria; exigências de justiça
(tratamentos mínimos necessários para com o valor individual de cada um)
Exemplo 1 – presunção de inocência
Exemplo – liberdade de expressão
Políticas – objetivos políticos não individuados, através de políticas públicas
(maior nível possível dos indivíduos; lógica mais utilitarista); metas desejáveis da
comunidade; segurança, bem-estar, prosperidade
Exemplo 1: combate à impunidade
Exempli 2: combate ao preconceito
Legislativo e judiciário
Legislativo – órgão formado por representantes eleitos e reeleitos; órgão
majoritário; pior posição para princípios; melhor posição para políticas; pode
decidir com base nos dois
Tese dos direitos: todos indivíduos tem uma série de direitos pré-legais e
inegociáveis, que o Estado e o Direito devem ser vistos como garantia de
proteção desses direitos
Vai ser considerada a resposta correta a que for mais compatível com a tese dos
direitos