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Questão Quinzenal 2
Quanto aos positivistas do primeiro grupo, que exigem sempre um teste de pedigree
que não recorra ao raciocínio moral para afirmar que uma norma (regra ou princípio) é válida,
ou seja, faz parte do direito, tentaram contrapor-se a Dworkin de duas maneiras. De um lado,
recorreram ao argumento de que os princípios teriam sua validade dada pela regra de
pedrigree que seria o costume judicial de aplicar o princípio. Esse argumento, porém, é
inconsistente, pois não supera o fato de que, no caso Henningsen, apontado por Dworkin,
não havia qualquer antecedente que aplicasse o princípio em questão. Por outro lado, um
argumento primeiramente feito por Joseph Raz sustenta que os juízes, por vezes, são
obrigados pelo direito a aplicar algo que não é direito, como quando devem aplicar uma
legislação estrangeira, ou, então, quando não há uma regra específica e devem, então, aplicar
uma regra moral, sem que isso faça com que essa regra seja jurídica. Trata-se, neste caso, do
poder discricional, mas que não significa o juiz estar livre para fazer o que quiser, mas deve
escolher os melhores princípios morais.