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Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa
exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros
cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou
da depreciação que ele sofreu.
Art. 951. O disposto nos arts. 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso
de indenização devida por aquele que, no exercício de atividade
profissional, por negligência, imprudência ou imperícia, causar a
morte do paciente, agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo
para o trabalho.
2. Jurisprudência
- Segundo a jurisprudência do STJ, é devido o pensionamento aos pais, pela morte de filho, nos
casos de família de baixa renda, equivalente a 2/3 do salário mínimo ou do valor de sua
remuneração, desde os 14 até os 25 anos de idade e, a partir daí, reduzido para 1/3 até a data
correspondente à expectativa média de vida da vítima, segundo tabela do IBGE na data do
óbito ou até o falecimento dos beneficiários, o que ocorrer primeiro (REsp 1421460/PR, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 18/06/2015, DJe
26/06/2015). Vítima com 25 anos na data do acidente. 1/3 do salário mínimo como paradigma.
Redução à metade em virtude da culpa concorrente. Fixação do montante de 1/6 do valor do
salário mínimo. Demissão não influi na fixação do pensionamento, que deve seguir os
parâmetros jurisprudenciais estabelecidos, e não o valor pleiteado pela parte, considerando
treze prestações anuais.
- Segundo o STJ, em se tratando de família de baixa renda, presume-se que o filho contribuiria
para o sustento de seus pais, quando tivesse idade para passar a exercer trabalho remunerado,
dano este passível de indenização, na forma do inciso II do art. 948.
• No período em que o filho falecido teria entre 14 a 25 anos: os pais devem receber pensão
em valor equivalente a 2/3 do salário mínimo;
• No período em que o filho falecido teria acima de 25 anos até 65 anos: os pais devem
receber pensão em valor equivalente a 1/3 do salário mínimo.
• 14 anos é a idade em que a pessoa pode começar a trabalhar, como aprendiz, segundo a
CF/88 (art. 7º, XXXIII). Antes disso, ela não poderia ter nenhuma atividade laborativa
remunerada.
- 13º salário
Vale ressaltar, por ser interessante, que o autor do ilícito deverá pagar aos pais do falecido, ao
final de todos anos, uma parcela extra desta pensão, como se fosse um 13º salário que teria
direito o filho caso estivesse vivo e trabalhando (REsp 555036/MT, Rel. Min. Castro Filho,
Terceira Turma, julgado em 19/09/2006). No entanto, para a inclusão do 13º salário no valor
da pensão indenizatória é necessária a comprovação de que a vítima exercia atividade laboral
na época em que sofreu o dano-morte (REsp 1.279.173-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 4/4/2013).
- Esta pensão será devida aos pais de Paulo mesmo que ele ainda não trabalhasse?
Sobre o tema, importante também você mencionar em sua prova a existência da Súmula 491
do STF:
Súmula 491 do STF: É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda que não
exerça trabalho remunerado.