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EXMO. (A) SR. (A) DR.

(A) JUIZ (A) DA Xª VARA DO TRABALHO DE


CIDADE

PROCESSO: 00000000-00.2019.0.00.0000.

RECLAMANTE: NOME

RECLAMADA: NOME

OBJETIVO: LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE

NOME DO PERITO, Engenheiro de Segurança do


Trabalho com registro no CAU sob o n. º 00000, Perito do Juízo nomeado
por V. Exa., compromissado nos autos do processo em referência, tendo
efetuado a diligência e análises necessárias ao cumprimento da
designação que lhe foi conferida, vem respeitosamente apresentar seu
LAUDO TÉCNICO PERICIAL para que sirva aos fins devidos.

Com objetivo de avaliar existência, ou não, de condições


de INSALUBRIDADE nas atividades exercidas pelo Reclamante, a serviço
da Reclamada, com base nos termos da Legislação Trabalhista Vigente:
Seção XIII (Das atividades Insalubres e Perigosas) da Lei 6.514/77; NR 15
(Atividades e Operações Insalubres) da Portaria 3.214/78; NR 16
(Atividades e Operações Perigosas) e Portaria 3214/78 do Ministério do
Trabalho em seus anexos.
Sumário

1. DA INTRODUÇÃO....................................................................................................................2
2. DA VISTORIA............................................................................................................................2
3. ALEGAÇÃO DAS PARTES.....................................................................................................2
4. REGISTRO FOTOGRÁFICO..................................................................................................2
5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL...........................................................2
6. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA.................................................................2
7. ASPECTOS LEGAIS QUANTO ALEGADA INSALUBRIDADE NR 15.................2
a) Quanto ao ruído (NR-15 – Anexos 1 e 2).................................................................2
b) Quanto ao calor (NR-15 – Anexo 3)............................................................................2
c) Quanto à iluminação (NR-15 – Anexo 4)..................................................................2
d) Quanto a radiações ionizantes (NR-15 – Anexo 5).............................................2
e) Quanto a condições hiperbáricas (NR-15 – Anexo 6).......................................2
f) Quanto a condições não ionizantes (NR-15 – Anexo 7)..................................2
g) Quanto a vibrações (NR-15 – Anexo 8).....................................................................2
h) Quanto ao frio (NR-15 – Anexo 9)...............................................................................2
i) Quanto à umidade (NR-15 – Anexo 10)....................................................................2
j) Quanto agentes químicos (NR-15 – Anexo 11, 12 e 13) cuja
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local
de trabalho........................................................................................................................................2
8. QUESITOS RECLAMANTE....................................................................................................2
9. QUESITOS RECLAMADA......................................................................................................2
10. CONCLUSÃO...............................................................................................................................2
11. RESUMO BIBLIOGRÁFICO..................................................................................................2
12. DOS HONORÁRIOS PERICIAIS.......................................................................................2

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1. DA INTRODUÇÃO

1.1 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DA PERÍCIA TÉCNICA NA JUSTIÇA

O § 2° do Art. 195 da CLT estabelece, quando a


insalubridade ou periculosidade for arguida perante a Justiça, que o juiz
nomeará perito habilitado (engenheiro do trabalho ou médico do trabalho)
e, onde não houver, requisitará a perícia ao órgão competente do MTE.

A perícia, neste caso, é regida pela lei processual


trabalhista e subsidiariamente pelo Código do Processo Civil (Art. 8º da
CLT, parágrafo único).

O Art. 464 do Código de Processo Civil da Lei 13.105, de


16/03/2015, estabelece que a perícia será realizada por perito único
designado pelo juiz, que fixara o prazo de entrega do laudo. § 4o O juiz
poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários
arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o
remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e
prestados todos os esclarecimentos necessários.

Art. 466. O perito cumprirá escrupulosamente o encargo


que lhe foi cometido, independentemente de termo de compromisso.

Art. 473 § 3o Para o desempenho de sua função, o perito


e os assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários,
ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que
estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem
como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos,
fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do objeto
da perícia.

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2. DA VISTORIA

Local da Perícia:

Data e Horário: 22 de maio de 2019 às 12:40h.

3. ALEGAÇÃO DAS PARTES

3.1 RESUMO PETIÇÃO INICIAL

No exercício de suas funções a reclamante estava


exposta a agentes biológicos haja visto que fazia a limpeza terminal
dentro das UTI, centro cirúrgicos, clínicas e corredores do Hospital.

A reclamante laborava em condições insalubres, de


maneira que não há validade de acordo de compensação, dada a
necessidade de inspeção prévia. (...)

3.2 RESUMO CONTESTAÇÃO

Impende inicialmente demonstrar que a Reclamante


sempre recebeu todos os EPI’s visando elidir qualquer exposição à
agentes insalubres.

Acontece que, diante da dinâmica da função da


Reclamante, não há como a Reclamada colher sistematicamente a
assinatura da obreira a cada utilização de EPI, vez que a mesma utilizava
para se proteger: Bota impermeável, Luva de latex, máscara de Odor
PPF2, (...)

3
Sempre à disposição da Reclamante e seus colegas de
trabalho (...).

3.3 PRESENTES NA DILIGÊNCIA

 Relacionar nome dos participantes.

3.4 ATIVIDADE E GRAU DE RISCO DA RECLAMADA

 Hospital; Grau de risco 3; 500 funcionários.

3.5 DO CARGO E REGIME DE TRABALHO

A Reclamante permaneceu laborando na Reclamada,


conforme segue:

Cargo: Auxiliar de governança.

Admissão: 10/09/2013.

Demissão: 01/07/2016.

Período não prescrito:

Horário de trabalho: A Reclamante trabalhou em


escala 6x1 das 07h00 às 13h00, sem intervalo intrajornada.

3.6 CARACTERÍSTICAS DO LOCAL DE TRABALHO

4
A Reclamante desempenhava as suas atividades no
Setor de Governança, com as seguintes características:

Prédio: Aproximadamente 10.000 m².

Pavimento: Térreo.

Piso: cerâmica;

Cobertura: laje.

Pé-direito: em média 3 metros.

Iluminação: artificial por meio de lâmpadas


fluorescentes e natural através de janelas

Ventilação: natural através de janelas.

4. REGISTRO FOTOGRÁFICO

4.1 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES RECLAMANTE

 A autora realizava a limpeza terminal e limpeza


concorrente;

 A limpeza terminal é o processo realizado quando


o quarto é liberado para outro paciente;

 A limpeza concorrente é o processo realizado


diariamente em diferentes dependências: quartos, banheiros, corredores,
sala de enfermagem, salas administrativas, centro cirúrgicos e UTI;

5
 Para limpeza dos ambientes utilizava água
sanitária previamente diluída em água, detergente desinfetante; álcool,
limpador multiuso;

 A autora realizava suas atividades em duas UTI’s


adultas e uma UTI pediátrica;

 Realizava a higienização de 6 banheiros por dia,


recolhia os lixos e lavava os vasos;

 Recolhia os lixos da UTI;

 A autora trabalhava no formato de escala,


realizando rodízio a cada 1 a 3 meses;

 Ficava ao menos um mês no mesmo setor, dentre


eles: centro pediátrico, centro cirúrgico, centro médico I, centro médico,
UTI´s e recepção.

5. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora


- NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a
saúde no trabalho.

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI:

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional


competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e


conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

6
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser


adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria
SIT n. º 107, de 25 de agosto de 2009) 6.7 Responsabilidades do
trabalhador. (Alterado pela Portaria SIT n. º 194, de 07 de
dezembro de 2010).

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne


impróprio para uso;

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do


EPI;

b) recolher amostras de EPI;

c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis


pelo descumprimento desta NR. 6.12 e Subitens (Revogados pela
Portaria SIT n. º 125, de 12 de novembro de 2009).

Resumo referência definições – Item 6.1. Entende-


se como EPI o equipamento que possua Certificado de Aprovação
aprovado pelo MTE, de uso pessoal e intransferível, e que tenha por
finalidade proteger ou atenuar lesões provenientes dos agentes no
ambiente de trabalho. Destaca-se que EPI pode ser utilizado para
atividades rotineiras, não-rotineiras e de emergência.

Resumo referência fornecimento – Item 6.3. A


identificação dos EPI adequados para cada atividade/função e o
estabelecimento de um sistema disciplinar que obrigue sua utilização é de
responsabilidade da empresa, o que envolve:

7
 Proporcionar EPI adequado e mantê-los disponíveis
para os trabalhadores;

 Treinamento;

 Atribuição de EPI adequados às funções


desempenhadas;

 Garantir que os EPI necessários sejam utilizados


pelos trabalhadores;

 Dentre outros

O programa para seleção dos EPI tem início com a


Avaliação dos Riscos e posterior seleção dos EPI. A empresa tem a
responsabilidade de avaliar os postos de trabalho para determinar a
natureza dos riscos que possam existir e atribuir EPI adequados.

5.1 COMPROVAÇÃO DE ENTREGA EPI

Nos autos há comprovação de entrega dos seguintes


EPIs:

2014 2015
6. EQUIPAMENTO
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL COLETIVA
2013 2014
- -
Avental de PVC - 1
- -
Respirador PFF2 2 1

- - -
Respirador Semifacial 2
- - -
Óculos de Proteção 1
- - -
Protetor Auditivo 2
- - -
Respirador PFF2 1
- - -
Calçado de Segurança 1
- - -
Avental de PVC 2
- - -
Bota de PVC 1
- -
Calçado de Couro 1 -

8
Existência de equipamentos de combate a incêndio e
exaustão local em todas as bancadas.

7. ASPECTOS LEGAIS QUANTO ALEGADA INSALUBRIDADE NR 15

O conceito legal da insalubridade está nos artigos 189 e


190 da CLT:

Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres


aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.    

Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das


atividades e operações insalubres e adotará normas sobre os
critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de
exposição do empregado a esses agentes. 
        
Em consequência, o requisito básico para ensejar o
adicional de insalubridade é trabalhar, permanentemente ou com
habitualidade, exercendo atividades ou operações que, por sua natureza,
condições ou métodos de trabalho, exponham o trabalhador a agentes
nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados.

A insalubridade se dá, ainda, em razão da natureza e da


intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Por fim, também contempla a presença de insalubridade


quando há realização de atividades sob as condições mencionadas nos
anexos 6, 13 e 14 da NR-15 ou quando são realizadas aquelas atividades,
comprovadas em inspeção no local de trabalho, constantes dos anexos 7,
8, 9 e 10 da NR-15.

Assim, tem-se que a possível caracterização da


insalubridade ocorrerá somente se o agente estiver inserido nas restritas

9
disposições da NR-15, não se podendo estender a interpretação dessa
norma.

Ainda, como exposto no subitem 4.5 da NR-15, em caso


de existência de condições de trabalho insalubres, a neutralização ou
eliminação deverá ocorrer com a adoção de medidas de ordem geral que
conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância e / ou
com a utilização de equipamentos de proteção individual.

GRAUS DE INSALUBRIDADE
Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador a %

1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos LT fixados no Quadro constante do 20


Anexo 1 e no item 6 do mesmo Anexo
2 Níveis de ruído de impacto superiores aos LT fixados nos itens 2 e 3 do Anexo 2 20

3 Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores ao LT fixados nos Quadros 1 e 2 20

4 Revogado pela Portaria 3.751, de 23/11/90 -

5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superiores aos LT fixados neste Anexo 40

6 Trabalhos sob condições hiperbáricas 40

7 Radiações não-ionizantes consideradas insalubres, em decorrência de inspeção realizada 20


no local de trabalho
8 Vibrações consideradas insalubres, em decorrência de inspeção realizada no local de 20
trabalho
9 Frio considerado insalubre, em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho 20

10 Umidade considerada insalubre, em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho 20

11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos LT fixados no Quadro 1 10, 20
ou 40
12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos LT fixados neste Anexo 40

13 Atividades ou operações envolvendo agentes químicos, considerados insalubres, em 10, 20


decorrências de inspeção realizada no local de trabalho ou 40
14 Agentes biológicos 20 ou
40

7.1 DA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO

Para a análise e obtenção dos resultados, foram


empregadas como metodologia as descritas na NR-15 e seus anexos.

10
7.2 RESUMO DOS RESULTADOS DAS ANÁLISES E EXPOSIÇÃO AOS
AGENTES INSALUBRES

Agente Anexo NR Resultado Grau de


Avaliado 15 Insalubridade
Ruído Contínuo ou Intermitente 01 Não houve exposição. ..
Ruído Impacto 02 Não houve exposição. ..
Calor 03 Não houve exposição. ..
Iluminação Revogado --- ..
Radiações Ionizantes 05 Não houve exposição. ..
Condições hiperbáricas 06 Não houve exposição. ..
Radiações Não Ionizantes 07 Não houve exposição. ..
Vibrações 08 Não houve exposição. ..
Frio 09 Não houve exposição. ..
Umidade 10 Não houve exposição. ..
Agentes químicos com limites de 11 Não houve exposição. ..
tolerância
Poeiras Minerais 12 Não houve exposição. ..
Agentes químicos sem limites de 13 Não houve exposição. ..
tolerância
Biológicos 14 Exposição a agentes de
acordo com este anexo
20%

7.3 ANÁLISE DOS ANEXOS QUANTO INSALUBRIDADE

a) Quanto ao ruído (NR-15 – Anexos 1 e 2)

Para fins de NR 15, Anexos 1 e 2, o ruído industrial, de


interesse para a higiene ocupacional, possui duas classificações básicas:
ruído contínuo (ou intermitente) e ruído de impacto.

Entende-se por Ruído Contínuo ou Intermitente, para os


fins de aplicação de Limites de Tolerância, o ruído que não seja ruído de
impacto.

Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser


medidos em decibéis (dB) com instrumento de nível de pressão sonora

11
operando no circuito de compensação "A" e circuito de resposta lenta
(SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador.
Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites
de tolerância fixados no Quadro deste anexo.

Para os valores encontrados de nível de ruído


intermediário será considerada a máxima exposição diária permissível
relativa ao nível imediatamente mais elevado.

Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de


115 dB (A) para indivíduos que não estejam adequadamente protegidos.

Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou


mais períodos de exposição a ruído de diferentes níveis, devem ser
considerados os seus efeitos combinados, de forma que, se a soma das
seguintes frações:

                       C1 + C2 + C3 ____________________ + Cn
                       T1    T2     T3                                           Tn

Exceder a unidade, a exposição estará acima do limite


de tolerância.

Na equação acima, Cn indica o tempo total que o


trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico, e Tn indica a
máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste
Anexo.

As atividades ou operações que exponham os


trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, superiores a
115 dB (A), sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente.

TABELA DOS LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA


RUÍDO CONTINUO OU INTERMITENTE

12
Nível de Ruído – dB(A) Máx. Exposição Diária Permissível
85 08 horas
86 07 horas O
87 06 horas
88 05 horas
89 04 horas e 30 minutos
90 04 horas
91 03 horas e 30 minutos
92 03 horas
93 02 horas e 40 minutos
94 02 horas e 15 minutos
95 02 horas
96 01 hora e 45 minutos
98 01 hora e 15 minutos
100 01 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 08 minutos
115 07 minutos
nível de ruído foi medido em dB (A) decibéis, com o instrumento operando
no circuito de resposta lenta "SLOW", escala "A", com leitura próxima ao
ouvido do trabalhador em posição de trabalho considerado o ruído
preponderante, com utilização de audiodosímetro da marca Chrompack,
modelo SmartdB, operando no circuito de compensação “A” e circuito de
resposta lenta (slow). O valor encontrado foi:

NÍVEL DE PRESSÃO SONORA

75,0 dB (A)

Pelo exposto, resta demonstrado que o nível de


ruído ao qual a reclamante esteve exposta está abaixo dos limites
legalmente estabelecidos não caracterizando condição de
insalubridade na atividade da Reclamante.

b) Quanto ao calor (NR-15 – Anexo 3)

13
A Reclamante não se expunha ao agente físico
calor, não caracterizando condição de insalubridade, devido a esse
agente físico.

c) Quanto à iluminação (NR-15 – Anexo 4)

Este agente não é mais considerado insalubre.

d) Quanto a radiações ionizantes (NR-15 – Anexo 5)

Entende-se por radiação ionizante o agente físico, sob a


forma de energia, que se transmite pelo espaço através de ondas
eletromagnéticas, ou que apresenta comportamento corpuscular, e, ao
atingir um átomo, tem a propriedade se o subdividir em duas partes
eletricamente carregadas, chamadas de par iônico. Existem quatro
modalidades de radiações ionizantes consideradas para fins de
insalubridade. Partículas Alfa (emissão de núcleos de hélio. Exemplo:
amerício 241 e plutônio 239); Partículas Beta (emissão de elétrons.
Exemplo: criptônio 85 e estrôncio 90); Raios Gama (emissão de energia
sem substrato material, de origem eletromagnética); Raios X (emissão de
radiações de ondas eletromagnéticas).

A Reclamante não se expunha a radiação


ionizante, não caracterizando condição de insalubridade, devido a
esse agente físico.

e) Quanto a condições hiperbáricas (NR-15 – Anexo 6)

14
Trabalhos sob pressão hiperbárica são aqueles nos quais
os trabalhadores se expõem a valores pressóricos superiores à pressão
atmosférica. Este Anexo trata dos trabalhos sob ar comprimido e dos
trabalhos submersos.

A Reclamante não se expunha a condições


hiperbáricas, não caracterizando condição de insalubridade,
devido a esse agente físico.

f) Quanto a condições não ionizantes (NR-15 – Anexo 7)

Radiação não ionizante é definida como um agente físico,


sob a forma de energia eletromagnética que, ao atingir um átomo, e por
não dispor de energia suficiente para ionizá-lo, ocasiona apenas a sua
excitação, provocando o aumento de sua energia interna.

Para os efeitos desta Norma, são radiações não


ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser.

A Reclamante não se expunha a radiação não


ionizante, não caracterizando condição de insalubridade, devido a
esse agente físico.

g) Quanto a vibrações (NR-15 – Anexo 8)

Vibração é a modalidade de agente físico caracterizada


pelo movimento periódico de partículas de um corpo ou meio elástico em
sentido alternativamente oposto com relação à posição de equilíbrio,
quando, este foi perturbado. Pode se manifestar em frequência única,
como no caso de um diapasão, ou, como é o caso mais comum, com
múltiplas frequências, nas vibrações mecânicas industriais.

15
A Reclamante não se expunha a vibrações, não
caracterizando condição de insalubridade, devido a esse agente
físico.

h) Quanto ao frio (NR-15 – Anexo 9)

De acordo com a NR-15, está exposto ao frio, o


trabalhador que executa atividades ou operações no interior de câmaras
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares.

No local onde o autor executava suas funções, não há


câmaras frigoríficas ou locais que apresentem condições similares,
portanto, não se pode caracterizar o ambiente como insalubre.

A Reclamante não se expunha ao frio, não


caracterizando condição de insalubridade, devido a esse agente
físico.

i) Quanto à umidade (NR-15 – Anexo 10)

A umidade, para fins de insalubridade, existe em


atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados,
com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos
trabalhadores.

A Reclamante não se expunha a umidade, não


caracterizando condição de insalubridade, devido a esse agente
físico.

16
j) Quanto agentes químicos (NR-15 – Anexo 11, 12 e 13) cuja
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção
no local de trabalho.

O Anexo 11 contempla os agentes químicos que


possuem limites de tolerância definidos, para efeito do recebimento do
adicional de insalubridade, quando esses limites são excedidos, ou seja,
apenas os constantes nesse anexo fornecem o direito ao trabalhador ao
recebimento do adicional de insalubridade.

O Anexo 12 da NR 15 determina os limites de tolerância


para as poeiras consideradas insalubres para fins de caracterização de
atividade ou operação insalubre, são elas: asbesto, manganês e seus
compostos e sílica livre cristalizada. As poeiras são consideradas
aerodispersóides sólidos, resultante da desagregação de sólidos por
impacto. Elas são classificadas em função do seu tamanho, forma, origem
e efeito.

O Anexo 13 da NR 15 apresenta a relação das atividades


e operações envolvendo agentes químicos do tipo arsênico, carvão,
chumbo, cromo, fósforo, hidrocarbonetos e outros compostos do carbono,
mercúrio, silicatos, substâncias cancerígenas e operações diversas (outros
produtos especificamente listados no anexo) consideradas insalubres, em
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.

Serão consideradas atividades ou operações insalubres as


que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos (art. 189 da CLT).
Para melhor entendimento do Anexo 13, é importante
apresentar alguns significados importantes retirados do dicionário (Aurélio),

17
envolvendo termos como: fabricação, destilação, manipulação, emprego e
manuseio.
a. Fabricação: produzir na fábrica, manufaturar, preparar;

b. Destilação: passar uma substância diretamente do estado


líquido para o de vapor e depois retornar para a fase líquida;

c. Manipular: preparar diretamente com a mão;

d. Manuseio: manusear com a mão ou por meio dela com


auxílio de acessório;

e. Emprego: ato ou efeito de empregar, utilizar, fazer uso


de.

Resta ainda esclarecer que os produtos de limpeza


utilizados para limpeza não são classificados como insalubres. Não há
exposição aos agentes químicos nas atividades desenvolvidas pela
Reclamante de acordo com esse anexo.

Diante do exposto a Reclamante não se expunha


aos efeitos nocivos de produtos químicos de acordo com esse
anexo, não caracterizando condição de insalubridade.

k) Quanto aos agentes biológicos (NR-15 – Anexo 14)

A NR 15 – Atividades e Operações Insalubres caracteriza


em seu item 15.1.3 como insalubres: 15.1.3 nas atividades mencionadas
nos anexos 6, 13 e 14. Desta forma apenas esse anexo o 14 da NR 15
define quais são as atividades que poderão ser caracterizadas como
insalubres por exposição aos agentes biológicos. Se a atividade não
estiver relacionada neste anexo, por mais que possa ser prejudicial ao
trabalhador, não poderá ser considerada uma atividade insalubre para
efeito do pagamento do adicional de insalubridade.

18
A Portaria n° 12, de 12 de novembro de 1979, que
regulamentou o anexo, relacionou todas as atividades que sevem ser
consideradas insalubres, para efeito de pagamento de adicional de
insalubridade.

Relação das atividades que envolvem agentes


biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação
qualitativa.

Insalubridade de grau médio Trabalhos e


operações em contato permanente com pacientes, animais ou com
material infecto-contagiante, em:

Hospitais, serviços de emergência, enfermarias,


ambulatórios, postos de vacinação e outros estabelecimentos destinados
aos cuidados da saúde humana (aplica-se unicamente ao pessoal que
tenha contato com os pacientes, bem como aos que manuseiam objetos
de uso desses pacientes, não previamente esterilizados (...).

De acordo com o que determina o Anexo nº 14, da NR-


15, da Portaria 3.214/1978 do Ministério do Trabalho e Emprego.

A Reclamante tem como atividade a higienização


de consultórios, sanitários e salas cirúrgicas que constitui
atividade abrangida pelo Anexo 14 da NR-15 do Ministério do
Trabalho Grau de risco médio 20%, "tais atividades expunha a
Reclamante a condição de insalubridade com objetos não
previamente esterilizados, portanto, exposta a agentes biológicos
de acordo com este anexo, caracterizando condição de
insalubridade.

8. QUESITOS RECLAMANTE

19
1. O ambiente de trabalho da reclamada era insalubre? Em qual grau?

RESPOSTA: Sim médio.

2. A reclamante estava exposta a agentes biológicos?

RESPOSTA: Sim.

9. QUESITOS RECLAMADA

1. Em que postos de trabalho no Hospital a Reclamante desempenhou


suas atividades ao longo do seu período de trabalho na Reclamada?

RESPOSTA: A autora realizava suas atividades nos quartos, banheiros,


corredores, sala de enfermagem, salas administrativas, centro cirúrgicos e
UTI’s’; centro médico e recepção.

2. Quais atividades desempenhadas pela Reclamante durante seu


período laboral na Reclamada?

RESPOSTA: A autora realizava a limpeza terminal e limpeza concorrente;


A limpeza terminal é o processo realizado quando o quarto é liberado para
outro paciente; A limpeza concorrente é o processo realizado diariamente
em diferentes dependências: quartos, banheiros, corredores, sala de
enfermagem, salas administrativas, centro cirúrgicos e UTI; (...)

10. CONCLUSÃO

Em virtude de vistoria pericial, com as informações


obtidas, os fatos observados, e as devidas avaliações realizadas,
concluímos que as atividades exercidas pela RECLAMANTE SRA. a serviço
da Empresa Reclamada, classificam-se da seguinte forma:

Após inspeção no local de trabalho e comparação com a


legislação concluímos que: as atividades da Reclamante SE
CARACTERIZAM COMO INSALUBRES EM GRAU MÉDIO 20%, de

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acordo com a lei 6.515/77 que alterou o Capítulo V do Título II da CLT,
com o que determina o Anexo nº 14, da NR-15, da Portaria 3.214/1978
do Ministério do Trabalho e Emprego.

São Paulo, 01 de maio de 2020.

21
11. RESUMO BIBLIOGRÁFICO

MORAES, Giovanni Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas e


Ilustradas. 8ª. Revisada, Ampliada, Atualizada e Ilustrada, Rio de Janeiro
2011. Volumes 2 e 3. P. 1288.

MORAES, Giovanni Araújo. Normas Regulamentadoras Comentadas e


Ilustradas. 9ª. Edição. Caderno complementar, Rio de Janeiro 2013.
Volume 4. P. 344.

Segurança e medicina do trabalho: normas regulamentadoras: NR’s 1 a


35: legislação complementar / obra de autoria da Editora Revista dos
Tribunais. – 4. Ed. Ver., ampl. e atual. – São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2013. – (RT Legislação).

SALIBA, Tuffi Messias. Prova pericial em segurança e higiene.


Colaboradora Maria Beatriz de Freitas Lanza. – São Paulo: Editora LTR,
2015.

SILVA, Alexandre Pinto da. Caracterização técnica da insalubridade &


periculosidade – São Paulo: Editora LTR, 2014.

SALIBA, Tuffi Messias. Manual prático de avaliação e controle de calor:


PPRA. 6. Ed. – São Paulo: LTR, 2014.

SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e


físicos – Elzio Brevigliero, José Possebon, Robson Spinelle. – 8. ed. – São
Paulo: Editora Senac São Paulo 2015.

22
12. DOS HONORÁRIOS PERICIAIS

Nome do perito, Engenheiro de Segurança do Trabalho,


com registro no CREA, sob n° 00000-0 PERITO DO JUÍZO nomeado por
vossa Excelência, nos autos do processo em referência, vem
respeitosamente solicitar arbitramento de seus honorários profissionais,
referentes aos custos com leitura, estudo e análise preliminar dos autos;
traslado até local da diligência; calibração de instrumentos para análise
dos agentes; pesquisa, digitação e revisão Laudo Pericial; Resposta aos
esclarecimentos quanto a impugnação das partes. Valor estimado em R$,
atualizados à data do efetivo pagamento.

Termos em que,

Pede Deferimento.

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COPIAR O E-MAIL DE AGENDAMENTO DA PERÍCIA

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