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ALIENAÇÃO E TRABALHO

A alienação (do latim, alienatio) significa estar fora de algo, estar alheio a algo. No caso da
alienação do trabalho, ela é o efeito do trabalhador não ter acesso aos bens que ele mesmo
produz. O conceito de alienação do trabalho é um dos principais conceitos desenvolvidos por
Karl Marx ao longo de sua obra.

Numa linha de produção, por exemplo, o trabalhador faz apenas parte do processo, estando
completamente alheio ao produto final e, por consequência, do valor agregado ao bem a partir
de seu trabalho. Desse modo, a exploração do trabalho é o ponto fundamental que sustenta o
capitalismo. O trabalhador é alienado de todo o processo produtivo e passa a ser dono,
apenas, de sua força de trabalho.

Para entender isso, é necessário compreender o ser humano com um ser com potencial
criativo e entender o processo de exteriorização da criatividade:

• objetivação – primeiro momento, que se refere especificamente à capacidade da pessoa de


se objetivar, de se exteriorizar nos objetos e nas coisas que cria, o que é algo próprio do saber-
fazer humano;

• alienação – segundo momento, aquele em que o indivíduo, principalmente no capitalismo,


após transferir suas potencialidades para seus produtos, deixa de identificá-los como obra sua.
Os produtos “não pertencem” mais a quem os produziu. Com isso, são “estranhos” a ele, seja
no plano psicológico, econômico ou social.

Assim, a alienação no trabalho pode ser entendida nas seguintes formas:

 O trabalhador se exterioriza num determinado produto no qual não lhe pertence, nem
lhe é dado o reconhecimento por tê-lo produzido. O trabalhador contribui para a
criação de um produto ou serviço, mas não tem controle sobre o que é produzido ou
como é usado. A alienação pode ocorrer quando o trabalho é visto apenas como uma
forma de sobrevivência ou uma obrigação, em vez de uma expressão autêntica do
potencial humano. O trabalhador não é capaz de desenvolver plenamente suas
capacidades e habilidades, resultando em uma sensação de perda de identidade e falta
de realização pessoal.
 O trabalhador é separado da atividade em si. Em vez de realizar um trabalho que seja
significativo e gratificante, o trabalhador é forçado a executar tarefas repetitivas e
monótonas. Isso leva à falta de satisfação pessoal e à perda de interesse no trabalho. A
divisão social do trabalho, que buscou a especialização das atividades na linha de
produção, é uma forma de alienação.
 O trabalhador é alienado do produto final do seu trabalho. O trabalhador é levado a
produzir cada vez mais e mais rápido, contudo, como o produto se torna uma
mercadoria separada e distante do trabalhador, que não tem uma conexão direta com
seu trabalho, o trabalhador recebe um valor ínfimo pelo seu trabalho, em relação ao
valor final do produto. Essa forma de exploração e alienação é chamada por Marx de
mais-valia.
O sistema de divisão do trabalho fragmenta os trabalhadores, criando uma competição e uma
falta de solidariedade entre eles. Isso pode levar ao isolamento e à falta de colaboração entre
os trabalhadores. Esse sentimento contribui no processo de alienação.

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