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De forma geral, a divisão do trabalho delimita e define a maneira pela qual os indivíduos, dentro de
uma sociedade, se organizam com a finalidade de produzir um objeto, produto ou mercadoria.
A divisão social do trabalho é uma característica fundamental das sociedades complexas e pode ser
caracterizada por várias características, incluindo:
Especialização: a divisão social do trabalho envolve a especialização das tarefas e das funções
econômicas entre os indivíduos. Isso permite que as pessoas desenvolvam habilidades específicas e
aumentem sua eficiência em realizar tarefas específicas.
Interdependência: a divisão social do trabalho cria interdependência entre as pessoas, onde cada
indivíduo depende dos outros para a realização de tarefas e funções complementares.
Desigualdade: a divisão social do trabalho também pode levar a desigualdades sociais e econômicas,
pois algumas tarefas e ocupações são remuneradas mais do que outras.
Classificação: a divisão social do trabalho envolve a classificação das tarefas e ocupações de acordo
com critérios como gênero, classe social, habilidades e treinamento.
Dinamicidade: a divisão social do trabalho é dinâmica e pode mudar ao longo do tempo em resposta
a mudanças econômicas, políticas e sociais.
Efeitos sociais: a divisão social do trabalho pode ter efeitos significativos sobre a sociedade, incluindo
desigualdade, discriminação, exploração e distribuição desigual do poder e da influência.
Esta divisão pode ser baseada em vários critérios, incluindo gênero, idade, classe social, educação,
habilidades, entre outros.
Por gênero: a separação dos trabalhos considerados femininos e masculinos, onde algumas tarefas e
ocupações são tradicionalmente associadas aos homens e outras a mulheres.
Por classe social: a separação dos trabalhos de acordo com o status econômico e social das pessoas,
onde aqueles com maiores rendimentos tendem a desempenhar trabalhos mais remunerados e
prestigiados.
A divisão social do trabalho é influenciada por fatores culturais, econômicos e políticos e pode mudar
ao longo do tempo. Ela também pode ter efeitos sobre a desigualdade econômica, a discriminação e
a exploração, bem como sobre a divisão do poder e da influência dentro da sociedade.
A repetição da tarefa torna o trabalhador mais ágil na realização dos movimentos. Por conta disso, o
trabalho na linha de produção torna-se mais rápido.
A divisão do trabalho, portanto, aumenta a produtividade por conta da redução de tempo que os
trabalhadores levam para produzir a mercadoria final. Em contrapartida, na maior parte das vezes, o
trabalhador não conhece integralmente o sistema de produção, já que torna-se especialista em
apenas uma parte dele.
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A especialização do trabalhador
O sociólogo francês Émile Durkheim pensa a divisão do trabalho a partir da interação social, que por
sua vez, está inserida em uma organização maior: a sociedade.
Em sua tese de doutorado “Da divisão social do trabalho”, publicada em 1893, Durkheim analisa os
fatores responsáveis pela unidade, estabilidade e continuidade das relações sociais no decorrer do
tempo.
Na mesma obra, Durkheim afirma que a sociedade só existe e consegue se manter graças a um grau
de consenso entre seus membros. Tal consenso social se distingue em dois tipos de solidariedade:
Solidariedade Mecânica: de acordo com o sociólogo, está presente em sociedades primitivas, como
tribos, aldeias, clãs ou agrupamentos sociais. Nessas organizações sociais, os membros compartilham
os mesmos valores sociais, as mesmas crenças religiosas, as mesmas formas de organização e
trabalham de forma a suprir as necessidades do grupo como um todo. O compartilhamento de
valores, crenças e formas de organização é o responsável pela coesão social.
Para o alemão Karl Marx, as relações sociais são determinadas a partir do trabalho, das relações de
produção e das mercadorias produzidas, desde as sociedades tribais até as sociedades capitalistas.
Para Marx, a divisão do trabalho só efetivou-se no momento da separação entre trabalho manual e
trabalho intelectual. A divisão entre os tipos de trabalho aconteceu a partir da segmentação do
trabalho na indústria e nas sociedades capitalistas.
Os operários, por sua vez, dedicam-se ao trabalho manual, numa relação de troca desigual com o
dono da propriedade e com os trabalhadores técnico-científicos. A condição de trabalho dos
proletários faz com que eles percam a noção completa do trabalho que realizam e passam a viver
momentos de alienação.
Max Weber analisa o trabalho a partir da ótica religiosa, estabelecendo divisões e diferenças entre o
trabalho dos católicos e protestantes.
Na obra weberiana, a divisão do trabalho é determinada a partir das crenças religiosas que diferem
protestantes e católicos. No escrito “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, Weber faz uma
detalhada análise, relacionando os protestantes ao sucesso nos trabalhos que desenvolvem na
sociedade capitalista.
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