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CLASSES, ESTRATIFICAÇÃO E MOBILIDADE SOCIAL

- O tipo de trabalho que as pessoas fazem, tipo de recursos a que têm acesso,
etc., difere as pessoas entre si
- A estrutura social contemporânea é diferente da sociedade de há 50 anos atrás
- A sociedade torna-se mais líquida e difusa (aquilo que distingue as pessoas não
é percetível)
- Qual a relação entre agentes e estrutura? Como é que se articulam os
indivíduos com a estrutura social? Quem condiciona quem? Como é que o indivíduo
atua perante os outros?
- Quando não estamos perante os outros, não temos de corresponder a
expectativas (relação do indivíduo com a sociedade)
- Como é que as desigualdades são produzidas? São socialmente produzidas
- Educação enquanto alavanca social
- Cada um tem que ter os recursos suficientes para produzir o seu discurso, com
(re)produção de desigualdade
- O género é um elemento crucial para a definição do que somos e da formas
como é que vemos o mundo
- Acessos igualitário/desigualitário tem a ver com o facto dos países “produzem”
pessoas mais ou menos qualificadas

Sem uma boa análise de classes sociais não fazemos Sociologia. Em sociologia
não existe uma classe alta, média e baixa. Esta tipologia acabou nos dias de hoje, não
é uma tipologia sociológica e é neste sentido vamos tentar perceber como se
constroem as tipologias atuais.

Variáveis que distinguem as classes:


- Escolaridade
- Rendimento
- Trabalho/Profissão
- Cultura
- Saúde
- Capital Social (a rede de pessoas que fazem parte do nosso conhecimento;
todos nós participamos em redes de apoio e temos capital social)

Há quatro grandes tipos de capital social:


1) Económico
É através disto que localizamos as
2) Escolar pessoas nas classes
3) Social
4) Cultural
Estes grandes tipos de capital, permite-nos localizar os indivíduos na classe.

Técnica de construção de classes – ACM (Almeida, Costa e Machado): esta


técnica pega na profissão e na situação que a pessoa tem perante a sua profissão e
cruza as duas coisas o que origina uma tabela (classificação nacional das profissões).

Patrão Outrem Independente

0 - Serviços
militares

1 - Empresários,
representantes
políticos
(vereadores,
primeiro-ministro)

2 - Profissionais
científicos

8
9 - Trabalhadores
não qualificados
na agricultura

Falar em classes sociais é falar de uma equação

As classes sociais respondem à relação entre o indivíduo e a sociedade. Como


conceito não estão apenas associadas às teorias (teórico-conceptual) é também um
instrumento analítico (para medir).

As classes sociais são a incógnita que se define no resultado das conjugações


temporárias e contextuais entre dois termos fundamentais:
- As estruturas sociais objetivadas nos seus efeitos
- Os indivíduos e as suas ações

Isto é, as classes são um instrumento conceptual de mediação entre o conjunto


das estruturas sociais e um conjunto de práticas socialmente significativas (Almeida,
1981).
O desafio analítico e conceptual das classes sociais:
- As classes sociais apresentam-se como uma ferramenta sociológica de
análise e avaliação das relações entre estrutura e ação (Costa, 1999),
caracterizando estruturalmente os protagonistas das práticas sociais através da
articulação entre aquilo que os indivíduos fazem e as condições (temporárias,
contextuais, por isso, sujeitas a reprodução ou transformação pela ação dos
agentes) em que o fazem (Costa, 1999). As classes revelam o lugar de onde
vemos o mundo.
- Ex.: postura corporal, modo de falar, etc. (conseguimos começar a
identificar as classes das pessoas pelas suas práticas sociais e as condições em
que essas ações são praticadas)

Estruturas Sociais - devem ser entendidas como o conjunto de propriedades


ordenadoras da ação social com o estatuto de realidade apenas reconhecível pelo
seus efeitos objetivos, isto é, seguindo um posicionamento realista, as estruturas
sociais apenas revelam a sua existência pelas atividades que definem e orientam
- apenas se revelam existentes através das atividades que a
definem e orientam; não podem ser empiricamente identificadas
independentemente dessas atividades
- não existem do ponto de vista abstrato, tornam-se visíveis
quando as pessoas atuam., ou seja, não existem sem a ação das
pessoas.
- tornam-se evidentes nas práticas sociais (ex.: postura, fala,
comportamento, etc.)
- são uma entidade, simultaneamente, irredutível aos seus
efeitos, mas apenas presente nessas manifestações evidentes
(Bhaskar, 1989)

As propriedades que constituem as estruturas sociais manifestam-se


constrangendo ou potenciando a ação em dois planos distintos:
- ordenando e delimitando as possibilidades de ação a partir do exterior
- ordenando diretamente a ação a partir de uma posição internalizada ou
incorporada que sustenta generativamente o desenvolvimento da ação dos
indivíduos (estruturas internalizadas que condicionam a sua ação ao longo do
tempo, tornam-se hábitos/ formas de comportamento)

As estruturas sociais não são características naturais, mas são sim exteriores,
definem o que somo e o que fazemos.
Não podemos confundir formas de falar, vestir, consumir como estruturas
sociais; são sim manifestações dessas estruturas. Por exemplo, as formas de
consumo são formas de observar as estruturas, são manifestações das mesmas, mas
não são um sinónimo.

Problemas analíticos e incompreensões entre modelos teóricos das classes


resultam, em grande medida:
- da elisão de um dos termos da equação (a qualidade de recursos que
tenho e mobilizo, independentemente de mim)

- do confronto entre opções exclusivistas entre os planos em que se


manifestam os efeitos das estruturas sociais (estrutura e ação como dois pólos
em confronto)

Os problemas teóricos das classes centram-se nas estruturas. Os indivíduos são


“marionetas” das estruturas sociais, estas sobrepõem-se aos mesmos.

As propostas holistas, típicas do pensamento estrutural-funcionalista, ou as


concepções estruturalistas limitam duplamente o seu olhar:
- primeiro, porque omitem um dos termos da equação, transformando a
equação numa identidade
- em consequência, concebem a estruturas sociais como entidades externas
aos indivíduos mas que a eles se sobrepõem
- desta forma, os efeitos de estruturação são pensados como
constrangimentos, como limitações do potencial da agência humana, como
limitadores da imprevisibilidade e da mudança

Problemas típicos do estruturalismo:

O estruturalismo tende a hipertrofiar as condicionantes estruturais e a fazer dos


agentes simples avatares das estruturas preexistentes, invariáveis e indiferentes à
sua ação. Um exagero de importância das estruturas sociais faz com que os
indivíduos sejam apenas figuras controladas pelas estruturas sociais.
Conhecer a realidade social reduzir-se-ia a uma decifração das estruturas
enquanto maquinaria da produção social; um exercício desempenhado a partir dos
fatores económicos reificados, ou do lugar no processo produtivo como motor único
das desigualdades existenciais (Almeida, 1981).
Neste quadro, são excluídas do conhecimento social as dimensões interaccionais
e contextuais, os protagonistas dos processos sociais, os significados que eles dão
àquilo que fazem, os mecanismos específicos da sua ação, os campos de alternativa
e a ambivalência das situações (Almeida, 1981).

Daqui resultando a incapacidade em perceber o desajustamento analiticamente


criando entre a posição objetiva na estrutura de produção e a classe vivida.

Como ultrapassar estas incompreensões?


- não ignorar nenhum dos termos da equação implica perceber que falar de
classes sociais é falar de protagonistas dos processos sociais, que na relação com
as outras, vivem, produzem e reproduzem as condições sociais que definem a
sua existência (Almeida, Costa, 1999)
- é entender que a ação social é constitutiva e reveladora das relações
sociais e das estruturas sociais (Blaskar, 1986)

Analisando os protagonistas (indivíduos) estamos a analisar as estruturas sociais


e a sua pluralidade contextual (meios em que a circulação; redes de conhecimento
diferentes, contextos plurais – realidade social múltipla).
São as condições objetivas que determinam o palco onde atuamos e a forma
como atuamos. A nossa atuação constrói, esse mesmo palco. As condições
objetivas/estruturas sociais só se revelam quando as pessoas atuam.
Os indivíduos “pensam o que é socialmente pensável, fazem o que é
socialmente possível”.
O lugar social que ocupamos condiciona o nosso projeto. Esse lugar condiciona
as nossas condições de acesso à realização desse projeto. As matrizes de eu pensar o
mundo dependem do conjunto das propriedades sociais que nos posicionam de uma
maneira desigualitária na realidade social. Dependendo do lugar social que ocupo
posso ou não fazer certas coisas.

Propostas multi-dimensionais e primado do económico:


Frequentemente, nestas perspetivas, continuam a ser bastante importantes os
recursos económicos (herança de estruturalistmo), como se estes determinassem a
identificação e caracterização das classes sociais.
As principais teorias contemporâneas da sociologia das classes sociais definem a
análise multidimensional das relações de classe como base das suas propostas (Costa,
1999), pretendendo identificar e articular as constelações de fatores que descrevem
e qualificam as classes sociais. Mas, simultaneamente, nelas se identifica com clareza
o primado do domínio económico.

Influência do pensamento de Marx que via a produção da vida material


dominando as outras esferas da vida social.

Esta determinação em última instância pelo económico permanece visível em


autores tão diversos como Poulantzas, Wright, Bourdieu, Giddens ou mais
recentemente em Scott, Atkinson e Sorensen.

Mas, tal como no passado mais longínquo dos escritos de Marx, também nas
mais contemporâneas propostas das classes sociais a importância atribuída ao
económico não significa postular uma qualquer monocausalidade ou determinismo
histórico (Almeida, 1981).
A importância atribuída à dimensão económica deriva de um princípio heurístico
e de uma proposta de hierarquização dos fatores e processos de causalidade
estrutural (Almeida, 1981).
Desta forma, a realidade social surge como uma totalidade estruturada, mas
cujos processos e fatores de estruturação assumem desiguais importâncias na
determinação ou produção casual dessa organização do mundo social (Almeida,
1981) - os fatores económicos seriam os mais determinantes. Os diferentes fatores
que contribuem para a estrutura social têm desiguais importâncias.
Classes sociais ≠ Estratificação social

Outra forma de análise de organização

da estrutura social

Estratificação - Organização hierárquica das posições das classes.

- outra forma de análise de organização da estrutura social; pode


ser complementada pela análise das classes

É o prestigio social (status) que fazem com que as classes se organizem. As


relações de classes coexistem com as relações de status.

Relação entre qualificações e mercado de trabalho: As qualificações que


definem determinadas posições no mercado de trabalho fornecem os recursos
necessários; as qualificações que tenho definem as minhas oportunidades de
trabalho e nisto aos recursos económicos que temos acesso; a valorização ou
desvalorização das minhas qualificações define os meus acessos às oportunidades.

Marx:
- as relações de produção determinam as classes
- sem uma alteração das relações de produção não existe uma diferenciação
da classe ocupada
Weber:

- pretende estender a ideia de que as classes são economicamente


formadas (determinismo económico), dizendo que as relações de classes
condizem com as de prestígio (articulação entre prestígio e determinismo
económico)
- aspetos simbólicos que derivam da formação/ocupação profissional,
diferentes profissões, diferentes estatutos (formação leva a um prestígio
profissional)
- oportunidades de vida definidas pelo tipo de inserção no mercado de
trabalho e valorização dessa mesma inserção
- as qualificações de cada um definem as oportunidades de inserção no
mercado de trabalho que se traduzem em recursos económicos que vão
determinar, por sua vez, as oportunidades de cada um
- a ocupação profissional depende da formação
- a distribuição das profissões determinam o prestígio social
- as diferentes profissões têm diferentes acessos aos prestígio
- a profissão ajuda a localizar os indivíduos nas classes

- as relações de desigualdade ao nível de prestigio/estatuto não é de agora;


ex.: médico – controlo de vagas, controlo da formação, pouca gente acede à
formação e isto garante o prestígio, distinção – ser médico permite aceder de
forma específica a um conjunto de recursos económicos, etc
- classe alta: elites públicas, administrativa, empresários

- classe intermédia: trabalham nos serviços (sejam estes mais ou menos


qualificados)

- classe subordinada: associa-se a poucas capacidades e más condições de


imagem desvalorizada
- primeira tentativa de romper com o estruturalismo

Conjugação dimensão económica e multidimensionalidade


É a multiplicidade (dimensão que marca distinção) de esferas existentes que nos
condiciona a vida, são os recursos específicos. A ação como nos vestimos, as marcas,
etc., deriva dos recursos e gostos e estes não aparecem no vazio mas sim no nosso
quadro de referências (local onde vivemos).

As classes existem em todas as dimensões da nossa vida, até à mesa e não


apenas no trabalho.

Comportamento, interesses, formas de falar, assuntos de conversa – são


elementos que diferenciam as classes, são propriedades sociais. Nome de família
(representa prestígio, poder e herda-se ou não) e o acesso que isso dá a
determinadas redes e tipo de recursos (Bourdieu - agenda de contactos).
Relativamente à rede de contactos, quanto mais complexos/ricos, mais distintivo é o
meu capital social (juntamente, depois, com o capital cultural, económico, etc.).
Exemplo disto, são as cunhas que vêm do funcionamento das redes de contactos de
cada um.
No conceito de classes há muitas dimensões:
1) Trabalho;
2) Qualificações;
3) Redes de contactos (capital social) – quanto maior for na sua
complexidade mais distintivo é o meu capital social (cunhas)

A conjugação da importância heurística (técnica do


pensamento/comportamento praticamente dominante nos humanos, que agem de
modo consciente para achas prováveis respostas para aquilo que procuram) do
domínio económico com a conceção da multidimensionalidade estrutural produz
importantes nuances teóricas no campo das classes sociais.

Podemos ordenar as propostas de acordo com a restrição ou amplitude da


multidimensionalidade constitutiva das classes sociais:

- para alguns a multidimensionalidade é mais restrita ou aplicada na esfera


profissional (Erik Olin Wright); multidimensionalidade muito associada ao
trabalho (trata-se de perceber hierarquização e distinção dentro do mundo de
trabalho)
- para outros ultrapassa as fronteiras das relações de produção ou da
divisão social do trabalho (Bourdieu, Lahire); as dimensões da vida que não o
trabalho

Proposta de Poulantzas:
- Baseia-se no que determina o lugar das pessoas, através da visão social
centrada no trabalho. Para Poulantazas a situação de classe é definida a partir
dos lugares que os indivíduos ocupam na divisão social do trabalho: a
determinação estrutural de classe.
- Contudo esta não se limita à esfera económica e do mundo do trabalho. Os
lugares de classe configuram relações e funções diferenciadas ao nível das
relações de dominação política e ideológica (Almeida,1981). Ou seja, a situação
de classe sendo estruturalmente determinada pelas relações de produção,
revela-se como uma totalidade estruturada de relações e práticas sociais, com
três dimensões:
1) Económica – trabalho igual a recursos económicos
2) Política – poder, quem tem autoridade sob quem
3) Ideológica
- Onde me situo em termos ideológicos deriva da nossa posição no mercado
de trabalho. Apesar disto não considera o trabalho como sendo igual aos
recursos económicos.
- Classes multidimensionais, há várias dimensões mas todas derivam do
trabalho = multidimensionalidade restrita.

Proposta de Erik Olin Wright:


- Continua muito dependente do trabalho, multidimensionalidade restrita, é
o trabalho que determina tudo.
- Erik Olin Wright (1997) percebe os lugares de classe definidos pelas
relações estruturais entre três formas fundamentais de recursos: os recursos em
meios de produção, recursos organizacionais e recursos qualificacionais.
- A proposta de Wright vê a estrutura económica a exercer efeitos de
limitação ou condicionamento estrutural.
- As relações de produção definem um sistema de lugares diferenciados que
se articulam com funções igualmente diferenciadas, elas determinam quer a
divisão social do trabalho, ou seja, a repartição social de funções, tarefas e
competências, quer a forma de circulação e distribuição dos produtos
(Almeida,1981).
- Como é que as pessoas se relacionam com os objetos de consumo e que
importância atribuem a isso.

- Recursos em meios de produção: se trabalho por conta de outrem ou se


sou o patrão.

- Recursos organizacionais: lugar na estrutura do trabalho (funciona de


forma hierarquizada).

- Recursos qualificacionais: vão-se revelar na posição funcional que eu vou


ocupar e determinam, depois, o rendimento

Proposta de Giddens:

- A capacidade de transformação no mundo (capacidade de mudar a


realidade), tem a ver com o facto de haver classes com mais capacidade de
construir sociedade.
- Giddens apresenta a teoria da estruturação como um meio de
entendimento dos modos como as relações económicas se traduzem em
estruturas sociais não económicas, isto é, em classes sociais.
- Identifica dois tipos de estruturação:
» A estruturação mediata e imediata das classes sociais. Recuperando o
pensamento de Weber a estruturação mediata descreve as ligações
entre determinadas capacidades no mercado baseadas na posse de
propriedade produtiva, na posse de qualificações educacionais e
técnicas, e na força do trabalho manual;
» A estruturação mediata tem como princípio organizador a mobilidade
social, contudo, a perspetiva é a do fechamento de mobilidade (Costa,
1999).
» Os indivíduos invejam sempre a classe que está acima; as pessoas
anseiam melhorar as condições de vida, aceder à mobilidade.
» A mobilidade é muito complicada; ex.: um filho de um assalariado
agricultor quer investir na escola, quer ser médico,mas há um
fechamento profissional muito grande, como o investimento e o elevado
sucesso escolar.
» A estruturação imediata concentra-se nos factores que determinam a
formação de classes, envolvendo a divisão do trabalho na empresa, ás
relações de autoridade nas organizações e os agrupamentos
distributivos gerados na esfera do consumo (Crompton, 1998 / Costa,
1999).
» As pessoas que ganham mais têm uma capacidade de consumo mais
“forte”
- Duas formas de estruturação e capacidade de mudança da realidade:
» Mediata – forma mais mediata de medição das classes
» Imediata – tenho mais rendimentos, consumo mais

- Princípio da mobilidade – os indivíduos anseiam pertencer à classe acima


do que pertencem (objectivo de melhoria de vida). Uma mobilidade ascendente
é complicada de se fazer pelas lógicas de fechamento que existem. As pessoas
desejam todos inscrever-se numa trajectória de mobilidade social mas encaram
com muitas lógicas de fechamento, estas existem em todas as classes.

- Os indivíduos têm diferentes capacidades de estruturação do real, logo há


desigualdades.
- Classes são um conjunto de atributos que permitem ou não aos indivíduos
adquirir um conjunto de bens/recursos.
- Multidimensionalidade: pertencer a determinada classe social não
depende apenas de profissão, de determinante económico.
Proposta de Bourdieu:

- Fatores que dizem onde o individuo está, estes são visíveis a partir da ação.
Só conseguimos ver a realidade a partir dos seus efeitos.
- A teoria do espaço social das classes avançada por Bourdieu trás avanços
teóricos e operatórios fundamentais na conceção multidimensional das classes
sociais:

» Pela identificação de diferentes propriedades e factores


» Pela forma como concebe a sua articulação na produção de distinções
fundamentais nas condições de existência e da ação – visibilidade na
ação
- Uma classe é definida não só pela sua posição nas relações de produção tal
como pode ser identificada através de:

» Indicadores como a profissão


» Pelos rendimentos
» Pelo nível de instrução
- Mas para além destes indicadores, haverá também um conjunto de
características auxiliares que funcionam como princípios de selecção (capitais
económico, cultural e social).
- Assim…

» A classe social não é definida unidimensionalmente por meio de uma


propriedade, nem por uma cadeia de propriedades organizadas a partir
de uma propriedade fundamental (a posição das relações de produção)
num nexo de causalidade linear.
» A classe social resulta da estrutura e dos sistema de relações entre
todas as propriedades pertinentes, ou melhor, dos efeitos produzidos
pelo conjunto desses factores.
- É esta noção e multidimensional da constituição das classes sociais que
permite a elaboração da teoria do espaço social das classes.

- Um espaço estruturado pelas relações entre todas as propriedades


pertinentes relativas às distribuições desiguais de várias espécies de capitais:
económico, cultural e social.
- Capital económico: não é só o rendimento, é as posses que temos; ex.:
carro, casa, barco; avalia a riqueza das pessoas; recursos objetivos

- Capital cultural: não é igual à escolaridade; inscrevem coisas muitos


diversas, como interesses pessoais, forma de vestir, falar e comer; desdobra-se
em pequenos capitais, por exemplo: capital corporal (relação/domínio que os
indivíduos têm com o corpo e a forma como o apresentam)
- Capital social: rede de relações de um indivíduo que constitui a sua rede de
solidariedade; tem a ver com a capacidade de mobilidade de recursos (capital
económico e cultural) que o indivíduo tem dentro dessa rede
- A localização do individuo no espaço social depende dos 3 capitais:
económico, social e cultural.
- Estamos perante uma estrutura social concebida como externa e de tipo
relacional e distributivo.
- A relevância atribuída ao capital económico por Bourdieu na constituição
da classe objectiva remete, necessariamente, para a permanência da
predominância da dimensão económica na proposta teórica multidimensional.
- Isto é…

» Os efeitos estruturantes de outros factores não diretamente


económicos não deixam de fazer das classes sociais um conceito
profundamente económico (Cromptom,2003)
» No caso da proposta teórica de Bourdieu será esta determinação
económica em ultima instância que promove inúmeras reações críticas.

Estruturação – definição do lugar classe do individuo no espaço social

Resistências às teorias das classes sociais:

- O final do século XX marca um período em que as teorias das classes


sociais passam estar sob ataque serrado.
- As teorias do pós-modernidade estão associadas às teorias
pós-estruturalista e centram a sua produção na pluralidade e na diversidade e na
ausência de um força societal estruturante.
- Estas teorias dão extrema importância aos processos de individualização
reflexiva e ao papel estruturante do consumo (em vez do trabalho como fator
estruturante do lugar social, aqui é o consumo como forma estruturante da vida
social).
- Estes elementos são percebidos como o centro de um transformação
societal onde se enraiza a passagem da modernidade para a pós-modernidade,
modernidade reflexiva.
- Em tal quadro de transformação paradigmática das sociedades
contemporâneas, as classes sociais passam a ser instrumentos de análise e
explicação do social particularmente anacrónicos, deixando de começar capturar
as complexidades do mundo social.
- Destacam-se dois centros fundamentais de conflito entre as teorias de
classes sociais e as teorias pós-modernas do fim das classes:

1) Primado heurístico do económico vs primado culturalista ou da ação


reflexiva livre da estrutura
2) Relações de produção vs relações ou estruturação pelo consumo

- As teorias das classes sociais centram o seu modelo explicativo na esfera


económica; em contraponto, as teorias pós-modernas e de influência
pós-estruturalista baseiam-se na dimensão cultural e na ação reflexiva inscrita
numa agência, mais ou menos autonomizada das estruturas conforme a
radicalidade das propostas e dos autores.

Ulrich Beck:

- Vê na expansão da educação, na crescente riqueza acumulada nas


sociedades ocidentais, no aumento da insegurança no mundo do trabalho e na
proliferação das mobilidades sociais e geográficas, factores desintegração dos
indivíduos dos modos de vida tradicionais de modernidade e das sociedades
capitalistas industriais.
- Os constrangimentos com base nas relações de produção da modernidade
industrial, as desigualdades das classes sociais, teriam perdido força de
determinação da ação dos indivíduos, deixando os indivíduos sem outro
hipótese que não fosse decidirem todos os aspetos das suas vidas.
- Num quadro de globalização económica e do risco, verificar-se-ia a
transnacionalização de novas desigualdades socias que rompem definitivamente
com os enquadramentos da modernidade e com a ideia de classes sociais
enquanto conceito sociológico.
- Para além do rompimento com o conceito de classes sociais estas
transformações paradigmáticas determinariam o questionamento profundo (e
substituição) de outras instituições fundamentais da modernidade: os
estados-nação, os sistemas de proteção social, os partidos políticos e os
sindicatos.
- Pelo que seria mais útil uma perspetiva cosmopolita das relações de
desigualdades socias (Beck,2007).
- A ideia de transnacionalização das desigualdades sociais não será
completamente nova, se tivermos em conta que o trabalho de Thomas e
Zaniecki sobre o processo migratório desde a ruralidade polaca até aos Estados
Unidos incorpora uma importante reflexão teórica acerca das desigualdades
sociais transnacionais.
- Porque não haveria de ser possível a construção de um conceito de classes
sociais tendo em conta os processos de globalização – classes sociais
globalizadas /desigualdades sociais globalizadas?

Scott Lash:
- O que sustentaria a modernidade reflexiva não são as estruturas
económicas, políticas ou ideológicas (identificadas pelo marxismo e
neo-marxismo), nem as estruturas sociais normativas e moralmente reguladas
do estrutural-funcionalista. Pelo contrário, seria uma teia de redes globais de
estruturas de informação e comunicação.
- Proliferação de conectividades informacionais, comunicacionais e do
conhecimento intensivo significariam a libertação de agência de estrutura.
- Se no capitalismo industrial as oportunidades de vida dependem da
posição do agente no sistema de produção, na modernidade reflexiva as
oportunidades de vida dependem da posição no mundo da informação. Isto é,
seria o acesso a estruturas de informação e comunicação a determinar os fluxos
informacionais mas também financeiros.
- Modernidade reflexiva: Constituídas por redes globais, sociedades de
conhecimento, pessoas qualificadas, redes de conhecimento cada vez mais
complexas; o próprio senso comum torna-se mais complexo (todos temos os
recursos mínimos).
- A nossa vida passa a ser mediada pela tecnologia e não por outras
estruturas sociais.
- Na relação entre a ação e estrutura, a estrutura social perde importância
face à estrutura tecnológica.
- Seria o acesso às estruturas de informação e comunicação que detenham a
nossa capacidade de participação da vida social.

Nas sociedades da modernidade reflexiva:


- A estrutura de desigualdades…
- O acesso desigual e recursos económicos, culturais, sociais, simbólicos..
- A posição de vencedores e vencidos..
- É construída pela posse dos saberes usar e pela posse dos instrumentos
tecnológicos.
- A agência livre seria estruturada e determinada pela tecnologia:
» O acesso e os saberes de utilização são fundamentais na maximização
dos recursos e na captação de recursos financeiros direcionados para o
consumo
» “Eu consumo logo existo”

Zygmunt Bauman:
- Visão mais pessimista e crítica sobre as teorias da individualização e sobre
a presumível inflexão pós-moderna das sociedades contemporâneas.
- Parece seguir a linha argumentativa de Beck: os indivíduos como
tendencialmente abandonados à sua própria sorte, ao destino social de se terem
de autoconstruir sem referências ou estruturas de apoio.
- Os indivíduos seriam crescentemente encorajados a perceberem-se de
forma autónoma e como responsáveis sobre o seu próprio destino, mascarando
os processos sociais que estão por detrás da sua sorte no mundo social.

Relações de produção são substituídas pelo consumo?:


- O nosso lugar social é o que consumimos ou aquilo que nos dá
possibilidades para consumir?
- Sociedades são estruturadas por processos de consumo e não por classes
ou relações de classes – Pakulski e Waters.
- Os mais recentes trabalhos de Bauman enredados nas noções de
modernidade e pós-modernidade líquidas e na ideia do consumo como força
estruturante fundamental das sociedades contemporâneas, determinando não
só a organização do próprio sistema de produção capitalista, como também a
organização social.
- Os principais eixos de diferenciação social deixariam de se encontrar nas
relações de produção, para se passarem a situar entre aqueles que são capazes
de satisfazer as suas necessidades de consumo (posse de bens) e aqueles que se
demonstram incompetentes para atingir os seus objetivos de integração social
via consumo.

- Estaríamos portanto face a um processo de re-estratificação social: se os


processos de consumo deixam de ser percebidos como eleitos de um sistema de
desigualdades estruturais e passam a ser entendidos como estruturantes dessas
desigualdades.
- Seriam os estilos de vida, mais do que as classes sociais, a desempenharem
um papel fundamental na definição, constrangimento ou potenciação das
práticas sociais.

As time goes by fundamental things aplly


- Nas teorias do fim das classes a dimensão estrutural é elidida em favor da
hipertrofia teórica e analítica de uma agencialidade e individualização
voluntaristas.
- Assiste-se à inversão do nexo de causalidades ou à conclusão entre causas e
efeitos.
- Tornam-se as formas de expressão mais evidente das desigualdades de
recursos, poderes e oportunidades de vida (a forma como as estruturas se
revelam no estado incorporado pelos indivíduos e se manifestam nas suas vidas
vividas quotidianamente) como mecanismos geradores de novas formas de
organização social.
- Tomam-se as características pelas quais a realidade se torna evidente como
mecanismos geradores da realidade social.
- Podemos imaginar que a produção e o consumo se separam, que as
atitudes e os modos de vida das pessoas passam a ser organizados segundo
outros variáveis para além da posição nas relações de produção, que o trabalho
permanecendo uma dimensão fundamental das experiências sociais passa a
partilhar a capacidade estruturante do mundo social com outras dimensões da
vida.
- Podemos conceber que o processo de individualização coloca o individuo
no centro do mundo social (Giddens), tornando a relação entre a estrutura e
indivíduo numa fábrica de psicologização ou pessoalização dos
constrangimentos e dos conflitos sociais.
- Mas não podemos confundir a forma incorporada e subjetiva das condições
objetivas de existência com a natureza social dos sistemas de desigualdades. Isto
é, as condições de existência dos indivíduos não estão livres dos
constrangimentos produzidos por relações assimétricas de poderes e por
distribuições diferenciadas de recursos e oportunidades.
- Neste ponto torna-se importante focar o caso de Giddens – associado
frequentemente a esta tendência do fim das classes:
Razão 1
» Giddens rejeita a ideia de mudança paradigmática e de emergência da
pós-modernidade; pelo contrário, a contemporaneidade será marcada por
uma forma avançada de modernidade que no lugar de resolver as modernas
desigualdades e formas de ordenação económica, a aprofunda através de
novos desenvolvimentos periciais, tecnológicas, produtivos e do estado.
Razão 2
» A problematização dos processos acelerados de destradicionalização,
globalização económica e das desigualdades vividas nas sociedades
contemporâneas (demonstrando proximidade com Beck ao nível do
diagnostico de fenómenos das sociedades contemporâneas) não implica o
fim das classes sociais ou da sua pertinência conceptual para dar conta dos
sistemas de desigualdades. Pelo contrário, são transformações que afetam e
modificam mas não substituem o sistema de classes, o que significa um
afastamento claro de Beck (1992 e 2007), de Lash (2000) ou ainda de
Bauman.
Razão 3
» A destradicionalização das sociedades contemporâneas, o aumento da
reflexividade institucional (capacidade das sociedades produzirem
rotineiramente conhecimento acerca de si mesmas) associado à
reflexividade individual expande as possibilidades de ação dos indivíduos e
as possibilidades de auto-construção - base para aquilo que podemos
chamar a teoria da individualização de Giddens.
» Mas isto é diferente de imaginar a ação liberta de constrangimentos
de ordem estrutural, ou de perceber a vida individual como o conjunto de
escolhas livres.
» Os contributos de Giddens em torno da ideia de modernidade reflexiva
partem da influência do pensamento de Mead sobre os indivíduos
socialmente reflexivos: pessoas capazes de se pensarem e imaginarem as
suas ações tendo em consideração a avaliação dos seus contextos objetivos
e interaccionais.
Razão 4

» Os processos de individualização, destradicionalização e de aumento


da capacidade reflexiva institucional, são concebidos como partes
integrantes da constituição das sociedades contemporâneas e como
componentes da teoria da estruturação (Giddens).
» Isto é, são concebidos na relação permanente entre a estrutura e a
agência, no contexto do conjunto de regras e recursos mobilizáveis e
manipuláveis de formas diferenciadas pelos indivíduos.

Síntese sobre o exercício crítico em torno das classes sociais:

- As transformações aceleradas do tecido económico globalmente integrado


altamente financializado, baseado em:

» Permanentes desenvolvimentos tecnológicos


» No crescimento das exigências educacionais e qualificacionias
» Assente numa lógica de utilização intensiva do conhecimento.

- São transformações económicas e sociais que estão longe de significar a


perda de relevância das relações de produção.
- Pelo contrário…
» Transformam essas relações, dão-lhe novos contornos e criam novas
morfologias para as desigualdades.
» Em grande medida, as desigualdades associadas a categorias
socioprofissionais em conjugação com as formações escolares não só
desapareceram da paisagem social como intensificam os efeitos na vida das
pessoas e na organização das sociedades, acentuando clivagens sociais.

- São as nossas formas de agir que nos posicionam. Nem todos temos as
mesmas condições (vê-se isso através de formas manifestas).

- Através das práticas é que se vê-se as diferentes classes. A posição das


diferentes classes depende do espaço social, capital cultural e económico.
- Para Bourdieu, as formas desiguais de adquirir capitais (social, económico,
cultural, ect) determinam propriedades especificas, disposições e isso mesmo leva a
construir-se desigualdades através das classes.

- A posição que se ocupa dentro do espaço social tem uma consequência. Esse
lugar é chamado habitus (disposições para pensar e agir).

Sistema estruturado – pelas condições


de acesso a recursos e prestígio.

Distinção social – grau de visibilidade que nós temos (ex: a maneira como nos
vestimos). Produz-se nas práticas
- os gostos estão socialmente construídos
- produz-se nas práticas

Operacionalização (3ª complexidade de conceito de classes sociais):


- Não classifiquemos as pessoas apenas pela sua aparência.
- É preciso operacionalizar o conceito para perceber a que classes pertencem os
indivíduos.
- Para a caracterização é preciso perceber quais os conteúdos que se faz essa
distinção
- A dimensão económica é decisiva para a construção do espaço social desigual
porque os efeitos do campo económico se estendem aos outros domínios da vida
social
- Os recursos que tenho derivam das competências profissionais e escolares que
também tenho (podem determinar a forma como ingressamos no mercado de
trabalho).

Campo económico

Trabalho
Ciclo vicioso, importância de
campo económico

Escola $

- Capital escolar: quanto mais distintivos formos e mais forem prolongados os


nossos anos escolares, melhores profissões e melhor remunerados somos
- Recursos disponíveis: alguém de famílias mais abastadas tem maior capacidade
de investimento num percurso escolar melhor e assim terá possibilidades de adquirir
um melhor emprego com uma melhor remuneração

- A escola e a educação são um alavanca fundamental para a transformação da


vida das pessoas:
» Se as pessoas são mais escolarizadas e competentes, vão ter melhores
empregos e mais lucro, sendo o ciclo vicioso interrompido devido à educação
igualitárias a todos (quebrando ciclos de pobreza)
» Assim, aquilo que fazemos é importante, mas a escolarização também
- O campo económico também tem influência no âmbito das práticas (Boudieu).
Poder e autoridade porque o trabalho não depende só de recursos económicos (o
mundo do trabalho é hierarquizado e estruturado). Ex.: ser médico e muito diferente,
em termos de prestígio social e autoridade, do que ser operário fabril.

- O conjunto do que como, bebo, marcas que uso, desportos que faço
determinam estilos de vida.
- Campo económico: pilar objetivo e material para a construção de habitus
- As relações de produção e divisão social do trabalho são uma matriz
importante para conhecer as classes sociais.
- Socioprofissional: através deste indicador temos acesso a um espaço de
intersecção onde podemos localizar pessoas em três níveis diferentes: individual,
agregados domésticos (família) e trajetória

» A trajetória pode ser atual (o percurso atual) ou a de origem (o percurso


que alguém fez)
- Todas as diferenças e desigualdades qualificacionais, escolares, etc., dividem-se
em dois (conjuntura que resulta num indicador socioprofissional):
» Profissão

» Situação de profissão (profissão relativa que o profissional ocupa nesse


campo)
Situação de profissão – a este está associada autoridade/prestigio
- indicador que localiza as pessoas nas interações sociais
de profissão
- permite perceber o controlo dos indivíduos quanto aos
meios de produção (posse e controlo dos mesmo)

Análise do texto – “Alguns problemas de teoria das classes sociais”

- O conceito de classes é um conceito mediador entre estrutura e agência,


estrutura e individualismo e entre sociedade e indivíduo.
- Classes-Mediação (entre agência e estrutura):
» As estruturas pré-existem aos indivíduos
» As estruturas têm interdependência com a agência (práticas)

Centralidade na dimensão económica

Autoridade
Relações de produção/desigualdade Recursos
Poder
Prestígio

- As classes sociais materializam-se através das práticas como o modo de vestir,


recursos que apresente, o que fazem, a organização dos gostos e os estilos de vida.
- O conceito de classes sociais é fundamental para percebermos a relação entre
estrutura e agência.
- A escolaridade é uma instituição social que produz diferenciação, desigualdade
e estrutura os indivíduos (ajuda a organizar).

Através de Giddens:
- As estruturas sociais podem funcionar de 2 formas:

1) Como limitações à ação;


2) Ou potenciadoras da ação.

- Estruturas sociais como regras, recursos e competências que as pessoas tem


para agilizar a sua ação (capacidade de mobilização para a ação).

- Há uma mútua constituição entre estrutura e agência, pois estas só existe no


momento da ação, ou seja, no momento da interação dos indivíduos. A nível global
as estruturas só existem porque há interação e comunicação; só se revelam e
ganham materialidade com a interação, quando estamos em ação, sendo que até lá
encontram-se latentes.
- Cada um mobiliza os seus recursos na interação. Diferentes classes sociais
significa diferentes capacidades de ação e de comunicação.
- São as classes sociais que congregam os recursos dos indivíduos.

- Quando nós nascemos, nascemos num meio de recursos. São esses recursos,
essas estruturas sociais que potenciam ou condicionam a nossa ação.

Herança Social
Propriedades objetivas Acesso a recursos, educação
Propriedades incorporadas Como é que pensam o mundo?

Aprendemos isto, somo socializados neste contexto.


O conceito de classes está aqui iminente.
As pessoas avaliam permanentemente a sua vida.

Reflexividade - capacidade de avaliar o seu contexto

Individualização - capacidade de imaginar o futuro sem nunca esquecer os recursos


que temos e o contexto onde estamos inseridos

- Aquilo que incorporamos não é só resultado das estruturas sociais


imediatamente prévias, mas também de todas as disposições pré-estruturadas
- As disposições não são só resultado de socialização imediato mas de toda uma
história do que significa uma determinada classe

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