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OS PRINCÍPIOS DO NÚCLEO PEDAGÓGICO

1º princípio - A melhoria na aprendizagem do aluno ocorre apenas como consequência do aprimoramento no nível
do conteúdo, no conhecimento e na habilidade dos professores e no envolvimento dos alunos.
Há apenas três formas de melhorar a aprendizagem dos alunos em larga escala.
- A primeira é aumentar o nível de conhecimento e habilidade que o professor traz para o processo pedagógico.
- A segunda é elevar o nível e a complexidade do conteúdo que os alunos devem aprender.
- E a terceira é mudar o papel do aluno no processo pedagógico.
É isso. Se não estiver fazendo uma dessas três coisas, você não está melhorando o ensino e a aprendizagem. Todo o resto é
instrumental. (ESTE É O PONTO CHAVE PARA MIM, DESTACO ESTE COMO IMPORTANTE DIANTE DO MEU
FAZER ENQUANTO ASSESSORA PEDAGOGICA DAS MINHAS ESCOLAS).
2º princípio - Se mudar um elemento do núcleo pedagógico, você terá que alterar os outros dois para afetar a
aprendizagem do aluno.
Intervir em qualquer eixo do núcleo pedagógico significa intervir nos outros dois para ter um efeito previsível sobre a
aprendizagem do aluno.
Necessitamos sim nos familiarizar com o conteúdo e a pedagogia, mas também, e indispensavelmente, necessitamos
envolver nossos alunos ativamente em sua aprendizagem.
3º princípio - Se você não conseguir vê-lo no núcleo, ele não está lá.
Para melhorar a aprendizagem o núcleo todo tem que estar presente. Se um de seus membros não está presente, então a
aprendizagem está comprometida.
O foco central está na tarefa acadêmica (o que o aluno realmente está fazendo).
4º princípio - A tarefa prediz o aprendizado.
O que determina o que os alunos sabem ou são capazes de fazer não é a aquilo que o currículo diz que eles devem fazer, ou
mesmo o que o professor pensa que está pedindo que os alunos façam. O que prediz o aprendizado é o que os alunos estão
realmente fazendo.
“A responsabilização impulsiona o sistema de tarefas na sala de aula [...] os alunos são especialmente sensíveis a sugestão
que sinalizam responsabilização ou definem como as tarefas devem ser realizadas. [...] eles tendem a levar a sério apenas
aquele trabalho pelo qual eles são responsáveis. ” (Walter Doyle)
Para fazer o que se espera, as pessoas devem saber não apenas o que se espera que elas façam, mas também como se espera
que seja feito e que conhecimentos e habilidades elas necessitam para aprender como fazer.
5º princípio - O sistema de responsabilização real está nas tarefas solicitadas aos alunos.
É a associação entre fazer a coisa certa e saber a coisa certa a fazer. Responsabilização, é o modo como conduzimos a
aprendizagem na direção de um resultado coletivo bom, usando medidas de desempenho, padrões, recompensas e punições.
Não basta sermos específicos sobre o que esperamos a título de desempenho dos nossos alunos, mas precisamos especificar
o quê, na sala de aula, levaria a esse desempenho.
Não é possível mudar a aprendizagem e o desempenho em larga escala em criar uma cultura da prática pedagógica comum
forte, visível e transparente.
6º princípio - Aprendemos a fazer o trabalho realizando o trabalho, não pedindo a outras pessoas para fazê-lo, não
por já o termos feito em algum momento no passado e não contratando especialistas que podem atuar como
representantes de nosso conhecimento sobre como fazê-lo.
Não existem atalhos para que se alcance um ensino de alto nível. O alcançamos realizando de fato a prática e refletindo
sobre ela. Nem podemos delegar a nossa prática pedagógica a outras pessoas. Uma cultura pedagógica funcional deve ser
construída no fazer diário e no enfrentamento de desafios que nos impulsionam a refletir sobre esse nosso fazer pedagógico.
7º princípio - Descrição antes da análise, análise antes da previsão, previsão antes da avaliação.
A linguagem é o foco para a construção de uma cultura de prática pedagógica forte. Necessitamos aprender a descrever as
ações que são evidenciadas em nossa prática, para depois analisa-la e assim ter condições de prever, por meio dessas
evidências observadas, que tipo de aprendizagem esperamos em consequência do que ensinamos. Só depois de termos
aprendido a descrever, analisar e prever é que temos condições de avaliar se o que vemos na nossa prática é de alto, médio
ou baixo nível.

DICAS E PONTOS IMPORTANTES


Resumindo, muitas forças em nome da “melhoria” frequentemente desviam o foco do núcleo pedagógico. Se esse foco for
perdido, entretanto, a melhoria pedagógica genuína é improvável. Aqui estão alguns pontos-chave sobre o núcleo
pedagógico:
• Foco no núcleo. A melhoria da aprendizagem está nele.
• A tarefa prediz o aprendizado. Observe as tarefas acadêmicas (aquilo que o aluno está realmente fazendo), pois
elas é que revelam o que o aluno realmente aprendeu e lhes dá dica sobre o próximo nível de trabalho com ele.
• A responsabilização começa nas tarefas que os alunos têm de fazer. Se as tarefas acadêmicas não refletirem as
expectativas de responsabilização, ou nossas melhores ideias sobre o que os alunos devem saber e serem capazes
de fazer, então não devemos esperar os resultados refletidos em medidas externas de desempenho (avalições
externas).

CITY, Elizabeth A. et al. Rodadas Pedagógicas: como o trabalho em redes pode melhorar o ensino e a aprendizagem.
Trad. Maria Cristina Monteiro. Porto Alegre: Penso, 2014.

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