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Políticas Públicas e Gestão na Educação Básica

Ensino Médio

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Acesso em: 06 dez. 2009.

ENSINO MÉDIO

O Ensino Médio é o patamar final da Educação Básica. Historicamente,


em razão das políticas públicas desenvolvidas neste setor educacional, tem
sido relegado a um segundo plano de importância para o desenvolvimento
nacional e as conseqüências, na maioria das vezes, são desastrosas. Como
exemplo, A Lei nº 5.692 de 1971 (a Lei da Reforma do 1º e 2º Graus) tornou
obrigatório o ensino profissionalizante nas escolas. Essas formariam os seus
alunos em uma habilitação profissional. Mas, a falta de recursos financeiros,
físicos e qualificação adequada de docentes e demais funcionários da área
educacional (administrativas e técnicas) foram as principais causas do

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insucesso da implantação dos cursos profissionalizantes no sistema


educacional brasileiro.
Tendo em vista a aprovação da Emenda Constitucional nº 59, de 19 de
novembro de 2009, que estabelece a ampliação no atendimento educacional,
conforme a nova redação ao artigo 208:

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado


mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de
2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
(grifo nosso).

A EC nº 59/2009, também, dispõe que as determinações contidas no


Inciso I, do Art. 208 sejam implantadas até o ano de 2016, em consonância
com o Plano Nacional de Educação.
É na LDB/96 que vamos encontrar definições sobre as finalidades e a
concepção curricular do Ensino Médio.
O Art. 35 e seus incisos manifestam e resgatam as finalidades da
educação encontradas no Art. 2º, da própria LDB/96. Podemos enfatizar três
aspectos: formação do cidadão; preparo para o trabalho e a preparação para a
continuação dos estudos, sendo os dois primeiros componentes básicos da
concepção de educação que transpassam e norteiam a LDB/96, enquanto o
terceiro reflete uma condição de caráter propedêutico do Ensino Médio, ou
seja, preparar para receber um ensino mais completo, como o ingresso na
Educação Superior.
O Ensino Médio tem uma duração mínima de três anos, constituído de
uma carga horária anual de, no mínimo, oitocentas horas, alocadas em, no
mínimo, duzentos dias letivos, não podendo ser considerado o tempo
destinado aos exames finais, quando estes existirem.
O Art. 36 e seus incisos relatam as diretrizes que nortearam o Ensino
Médio. É possível afirmar, amparado nestas determinações, caso forem
cumpridas todas estas orientações, que teremos um ensino de alta qualidade.

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Assim, estaremos formando um discente habilitado e com competências para o


trabalho, possuidor de uma consciência crítica para o exercício da cidadania e
preparado para ter acesso a outros níveis educacionais.
Destaca-se, ainda, que atendidas as exigências da sua organização
curricular, o Ensino Médio estará formando um educando que compreenda e
demonstre: "domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a
produção moderna; conhecimento das formas contemporâneas de linguagem
e domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao
exercício da cidadania".
Todos estes fatores transformam o Ensino Médio em elemento essencial
de integração social, política, cultural e econômico do homem na sociedade.

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com


duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos
adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o
prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de
se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana,
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia
intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no
ensino de cada disciplina.
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na
Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do
significado da ciência, das letras e das artes; o processo
histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua
portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao
conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que
estimulem a iniciativa dos estudantes;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como
disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma
segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da
instituição.1

1
Lei nº 11.161/05 - Dispõe sobre o ensino de língua espanhola.

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IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas


obrigatórias em todas as séries do ensino médio.2
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação
serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o
educando demonstre:
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que
presidem a produção moderna;
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
III – Revogado. (Lei nº 11.684/2008)
§ 2º Revogado. (Lei nº 11.741/2008)
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e
habilitarão ao prosseguimento de estudos.
§ 4º Revogado. (Lei nº 11.741/2008)

A Lei nº 11.741/08 acrescenta novos artigos à LDB/96, criando a Seção


IV-A “Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio”.

Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o


ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá
prepará-lo para o exercício de profissões técnicas.
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e,
facultativamente, a habilitação profissional poderão ser
desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou
em cooperação com instituições especializadas em educação
profissional.
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será
desenvolvida nas seguintes formas:
I - articulada com o ensino médio;
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído
o ensino médio.
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio
deverá observar:
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares
nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação;
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de
ensino;
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de
seu projeto pedagógico.
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio
articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será
desenvolvida de forma:

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Inclusão: Lei nº 11.684/08

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I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o


ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir
o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na
mesma instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para
cada aluno;
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou
já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada
curso, e podendo ocorrer:
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponíveis;
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as
oportunidades educacionais disponíveis;
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao
desenvolvimento de projeto pedagógico unificado.
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional
técnica de nível médio, quando registrados, terão validade
nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação
superior.
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de
nível médio, nas formas articulada concomitante e subseqüente,
quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade,
possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o
trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa
que caracterize uma qualificação para o trabalho.

A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação através da


Resolução nº 3/98 instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino
Médio, determinando os quesitos que devem ser observados na sua oferta. Este
documento foi aprovado em 26 de junho de 1998, destacam-se:
Art. 1º As Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio –
DCNEM, estabelecidas nesta Resolução, se constituem num
conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos
e procedimentos a serem observados na organização pedagógica
e curricular de cada unidade escolar integrante dos diversos
sistemas de ensino, em atendimento ao que manda a lei, tendo
em vista vincular a educação com o mundo do trabalho e a prática
social, consolidando a preparação para o exercício da cidadania e
propiciando preparação básica para o trabalho.

Essas diretrizes têm a finalidade de orientar as práticas educativas em todo o


território nacional, não deixando de respeitar as características locais e regionais,
como bem determina a LDB/96 no seu Art. 26 (base nacional comum + uma parte
diversificada).

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A Parte Diversificada compõe-se dos conteúdos complementares, mas


integrados à Base Nacional Comum, que serão selecionados pelas escolas e o
respectivo sistema de ensino. Esta seleção de conteúdos deverá considerar os
aspectos regionais e locais da sociedade, do setor econômico, da cultura, da política e
da clientela. A Proposta Pedagógica da Escola deverá refletir este entendimento de
construção curricular.

ATENÇÃO!!!

Para aprofundar o conhecimento sobre a organização curricular do Ensino Médio


estude, com muita atenção, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino
Médio, disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb03_98.pdf.

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