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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTACIO DE BELO HORIZONTE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO


ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE COLETIVA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO – 2022/1º
RELATÓRIO

LANCHES PROTEICOS PARA PACIENTES PÓS OPERATÓRIO DE


BARIATRICA DO CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO MÉDICA DE UM
HOSPITAL FILANTRÓPICO DE BELO HORIZONTE.

CAMILA COLLA SCOFIELD;


PRISCILA REGINA LIMA RODRIGUES;
THALYA MARINHO RAPOZO
ORIENTADOR: JESSICA ABDO GONÇALVES TOSSATI.
INTRODUÇÃO

De acordo com Obrien (2019) o exercício e a dieta sozinhos muitas


vezes não conseguem tratar efetivamente as pessoas com obesidade extrema
e excessiva. A cirurgia bariátrica é uma cirurgia que é realizada justamente
para ajudar pessoas na perda de peso. Evidências sugerem que a cirurgia
bariátrica pode reduzir as taxas de mortalidade de pacientes com obesidade
grave, especialmente quando associada a uma alimentação saudável e
mudanças no estilo de vida após a cirurgia. O princípio básico da cirurgia
bariátrica é restringir a ingestão de alimentos e diminuir a absorção de
alimentos no estômago e intestinos.

Moon (2020) cita que o processo de digestão começa na boca, onde o


alimento é mastigado e misturado com saliva e outras secreções contendo
enzimas. A comida então chega ao estômago, onde é misturada com sucos
digestivos e decomposta para que nutrientes e calorias possam ser
absorvidos. A digestão torna-se então mais rápida à medida que o alimento se
move para o duodeno (primeira parte do intestino delgado), onde é misturado
com a bile e o suco pancreático.

Para Oliveira (2021) a cirurgia bariátrica é projetada para alterar ou


interromper esse processo de digestão para que os alimentos não sejam
decompostos e absorvidos da maneira usual. Uma redução na quantidade de
nutrientes e calorias absorvidas permite que os pacientes percam peso e
diminuam os riscos ou distúrbios de saúde relacionados à obesidade. O índice
de massa corporal (IMC), medida da altura em relação ao peso, é usado para
definir os níveis de obesidade e ajudar a determinar se a intervenção bariátrica
é necessária. Os problemas de saúde associados à obesidade incluem
diabetes tipo 2, artrite, doenças cardíacas e apneia obstrutiva do sono grave.
A cirurgia bariátrica reduz a quantidade de alimentos que o paciente pode comer e absorver,
diminuindo o estômago. Existem várias maneiras de fazer isso, incluindo a remoção de parte
do estômago, a colocação de uma faixa ao redor do estômago ou a realocação da abertura
entre o estômago e o intestino delgado. Esta cirurgia pode ser feita como uma laparotomia
(procedimento abdominal aberto com uma grande incisão) ou por laparoscopia (procedimento
abdominal minimamente invasivo assistido por câmera com uma pequena incisão). (OLIVEIRA
2021 p.22).

As pessoas que fizeram cirurgia bariátrica precisam aderir a uma


alimentação mais rigorosa ao longo da vida e a um plano de exercícios para
evitar complicações e o reganho de peso após a cirurgia (REFERÊNCIA). 

De acordo com Oliveira (2021) a proteína afeta o corpo humano de


muitas maneiras diferentes. Ajuda a construir e manter a massa muscular e
atua como fonte de energia. Comer proteína suficiente também ajudara a
manter o cabelo, pele e unhas fortes. Se a dieta não inclui proteína suficiente,
pode ocorrer queda de cabelo cerca de 6 (seis) meses a 1 (um) ano após a
cirurgia para perda de peso. Isso porque o corpo humano não produz proteína
sem ingestão pela alimentação – e não acontece o armazenamento de proteína
– tornando importante consumir quantidades suficientes diariamente.

Obrien (2019) relata que quando se perde peso, não é apenas gordura,
mas também pode haver perda músculo. É indicado e importante a ingesta de
60 a 80 gramas de proteína, no mínimo, todos os dias, dessa forma ajuda a
minimizar a perda muscular. Manter a massa muscular também pode ajudar a
minimizar a flacidez da pele que é comum após a cirurgia. Ao realizar uma
refeição ou lanche, é extremamente importante que os pós operados comecem
pela proteína. Frutas, vegetais e outros carboidratos também são fundamentais
e fazem parte de uma dieta saudável, porém, a prioridade é sempre a ingesta
proteica.

Moon (2020) cita que nas primeiras semanas após a cirurgia, o paciente
obtém a maior parte de sua proteína em shakes. No entanto, à medida que é
reintroduzido alimentos mais sólidos, é preciso ter certeza de que a ingestão
proteica em todas as refeições e lanches estão adequados. Alimentos ricos em
proteínas incluem carne, frango, peixe, tofu, leite, iogurte, ovos, queijo, feijão,
nozes, quinoa e produtos de soja. Comprar leites, queijos e iogurtes com baixo
teor de gordura ou sem gordura ajudara a reduzir a quantidade de calorias e
gorduras na dieta. Também é importante procurar açúcares adicionados no
iogurte – o ideal é optar pelo iogurte grego, natural ou integral para maximizar a
proteína e minimizar o açúcar. Escolher cortes de carne mais magros – livres
de gordura e pele – é outra maneira fácil de reduzir calorias.

Além de aumentar a saciedade e reduzir a vontade de praticar os


beliscos, a proteína também pode ser benéfica para a perda de peso por outros
motivos. Pesquisas sugerem que a proteína tem um gasto energético maior
para digestão em comparação com carboidratos e gorduras, o que pode
contribuir para o aumento do gasto de energético. Além disso, a ingestão
adequada de proteínas ajuda na prevenção da depleção de massa magra, o
que também pode ajudar a manter o gasto energético em repouso e contribuir
para a perda de peso.
MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia deste trabalho consiste em realizar um folder contendo


quatro receitas proteicas com a finalidade de orientar pacientes de pós
bariátrico que necessita de um aporte adequado de proteína e ajudar na
diversificação dos lanches.

Foram avaliadas 10 (dez) receitas de acordo com a demanda da


nutricionista responsável, localizados na pasta de dados e documentos do
sistema e foram selecionadas 03 (três) receitas, sendo elas: Abobrinha
recheada, escondidinho de abóbora moranga e Wrap de couve com frango. E
01 (uma) receita selecionada no banco de receita do programa software
WebDiet, sendo ela: Iogurte caseiro.

O critério de seleção das receitas foram:

1) Custo acessível;
2) Facilidade no preparo
3) Praticidade;
4) Rendimento.

Após a seleção das receitas, foram calculados os macronutrientes e


calorias de cada refeição/ lanche. Para a realização do cálculo foi utilizado os
dados e informações da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - TACO
(FILHO et al, 2011) e Tabela de Composição de Alimento (Tucunduva, 2011).

O período de realização do folder foi de março a abril de 2022. No


primeiro momento foram avaliadas todas as receitas disponibilizadas, após,
selecionadas de acordo com os critérios estabelecidos, cálculo de
macronutrientes e calorias da refeição e por fim, elaboração da arte e folder.

O folder elaborado foi apresentado à nutricionista responsável para que


fosse disponibilizado aos pacientes quando necessário ao final da consulta
para orientação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Receita Medida caseira Quantidade PTN(g) LIP(g) CHO(g) Kcal


Abobrinha recheada 1 pedaço médio 150g 15,1 15,1 5,0 217

Escondidinho de abóbora 1 porção 200g 22,2 13,0 6,8 227


moranga
Wrap de couve com frango 1 porção 120g 15,4 4,7 3,5 114

Iogurte natural caseiro 1 porção 70g 3 3,3 6,6 68

Nos dias atuais, em algumas circunstâncias, a dificuldade de conseguir


bater a meta de proteína na vida dos pacientes que passam pela cirurgia
bariátrica é caracterizada como um desafio. Estudos clínicos revelam que, após
a cirurgia, os pacientes incialmente perdem peso muito rápido, porém
enfrentam essa dificuldade em manter o aporte proteico em dia (Vitamina B12)
acima de 400 que é indicado para os pós bariátricos. (MEHAFFLEY,2013, P.
01)

Muitos pacientes desenvolvem após a cirurgia uma dificuldade maior em


aceitação dos alimentos proteicos devido à falta desses alimentos nos pós
cirúrgico, onde ele passa pelas fazes iniciais que não consegue fazer a
mastigação adequada naquele momento. Por isso é de suma importância
sempre estimular a mastigação e obter variações de lanches/refeições com
valor proteico alto. (COZZOLINO, S. M. F, 2005, ap. 878)

A metade do prato deve ser composto por proteínas (vegetal ou animal),


principalmente as refeições como almoço e jantar, priorizar fontes proteicas
ricas em ferro. E de extrema importância começar a comer pela proteína, os
pós bariátricos tende a ficar satisfeito muito rápido e deixado a proteína para
comer por último, e quando isso acontece ele tende a ficar sem comer.
(COZZOLINO, S. M. F, 2005, ap. 878)
CONCLUSÃO
Diante dos resultados obtidos, conclui-se que as opões de lanches
propostos possuem aporte adequado de proteína, importante consumo para
um paciente pós-bariátrico em que o aporte proteico precisa ser maior e
continuidade ao tratamento. Além disso, os lanches possuem custo acessível
para pacientes que possuem baixa condição financeira e alto rendimento.
REFERÊNCIAS

OBRIEN, PAUL E ET AI. “Resultados de longo prazo após a cirurgia bariátrica :


uma revisão sistemática e meta-análise da perda de peso em 10 anos ou mais
para todos os procedimentos bariátricos e uma revisão de centro único de
resultados de 20 anos após banda gástrica ajustável.” Cirurgia da
obesidade  v. 29,1 (2019).
OLIVEIRA CLP, BOULÉ NG, SHARMA AM, ET AL. Uma substituição total da
dieta rica em proteínas aumenta o gasto de energia e leva a um balanço de
gordura negativo em adultos saudáveis e com peso normal [a correção
publicada aparece em Am J Clin Nutr. 2 de fevereiro de (2021).
MOON, JAECHEOL E GWANPYO KOH. “Evidências clínicas e mecanismos de
perda de peso induzida por dieta rica em proteínas”. Jornal de obesidade e
síndrome metabólica  vol. 29,3 (2020).
FILHO, LIMA, SALAY, ET AL. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos –
TACO; 4ª edição revisada e ampliada, SP (2011).
TUCUNDUVA, SONIA. Tabela de Composição de Alimentos.” Suporte para
decisão nutricional”. 5ª edição revisada e atualizada. SP
Sabiston Júnior DC. Tratado de cirurgia: as bases biológicas da prática
cirúrgica moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1999.  
Suplicy H. Avaliando a obesidade a sua comorbidade. Serviço de
Endocrinologia e Metabologia do Paraná/Hospital de Clínicas da UFP; 2005.
[acessado 2005 set
23].Disponívelem: http://www.endocrino.org.br/artigos_obesidade_001.php.
Mechanik Ji et al Obesity 2013 mar; 21 (01): S1 – 27. 12.
Mehaffey Jh, Mehaffey Rl, Mullen Mg, et al.Nutrient Deficiency 10 Years
Following Roux-en-Y Gastric Bypass: Who’s Responsible? Obes Surg. 2017
Feb 28.  
COZZOLINO, S. M. F. Biodisponibilidade de nutrientes. Barueri: Manole, 2005.
878p.

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