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Em seu livro "Os preconceitos dos filósofos", filósofo Nietzsche tece duras críticas à

filosofia tradicional e aos preconceitos que ela possui ao apontar a tendência evidente dos
filósofos de afirmarem verdades, ainda que algumas delas fossem apenas suas opiniões
pessoais e não uma verdade que pudesse ser estudada. Ele também argumenta que a filosofia
não deve se contentar em apenas buscar as verdades, mas também fazer questionamentos e
críticas aos preconceitos, que são responsáveis por construírem as opiniões das massas.
O livro também revela a crítica de Nietzsche a respeito da consideração da moralidade
como uma questão objetiva e universal, pois ele afirma que os valores morais são criados
pelo contexto sociocultural vivido, não sendo, portanto, considerados imutáveis e nem
eternos, pois estão em constante mudança e são diferentes em diferentes locais do mundo. Em
sua argumentação, ele ainda elucida que a moralidade deve ser vista como uma ferramenta de
exercer poder sobre uma sociedade, dado que é comumente usada para elaborar determinados
padrões de comportamento e reprimir aqueles que não querem ou não se encaixam nesses
padrões.
Criticado por esse filósofo, há uma outra tendência entre os filósofos, a que a verdade
é acessível através da razão. Em seus argumentos, Nietzsche diz que o uso da razão como
ferramenta para se compreender o mundo possui limitações, não sendo, portanto, a única
forma de obter conhecimento. Segundo ele, a intuição e o instinto também são formas válidas
de se entender o mundo e a realidade. Além disso, ele propõe que a verdade absoluta não
existe e considera que ela é relativa, sendo que é necessário ouvir e valorizar diversos pontos
de vista diferentes, ao invés de um único.
No mesmo livro, o autor ainda faz críticas pesadas contra a moralidade cristã, pois
considera que ela é uma forma de ressentimento daqueles que julga como fracos e cujo
propósito é enfraquecer aqueles que considera como sendo fortes. Para fortalecer suas críticas
contra essa moralidade, ele cita que ela é responsável por promover a negação da vida, a
autopunição e submissão aos ideais da bondade e da humildade, com o resultado disso sendo
a quebra do desenvolvimento e da afirmação do indivíduo.
De todas as críticas que Nietzsche faz nesse livro, uma que é bastante importante é a
crítica contra a noção de livre-arbítrio, que ele julga como não passando de uma ilusão, pois
entende que o ser humano como todo é determinado por forças que ele julga como sendo
inconscientes, como os instintos, paixões e influências sociais, enfatizando que é importante
reconhecer e acolher essas forças ao invés de negar ou reprimir. Por fim, nesse livro, é visto
que as críticas que Nietzsche faz são uma proposta filosófica ousada e a obra como um todo é
bastante desafiadora, pois tenta analisar de perto todos os fatores que citou nela.

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