Você está na página 1de 5

TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL (OTOMASTER)

Introdução
1-3:1000 nascidos vivos, UTI: 2-4:1000 nascidos vivos
Mais prevalente que fenilcetonúria
Objetivos (2007): triagem na maternidade, seguimento e diagnóstico, intervenção precoce

Princípios da TAN
Todos neonatos <1m devem ter acesso
Se falha no teste-reteste; avaliação medica e audiológica no máximo em 3 meses de vida
Tratamento no máximo em 6 meses de vida
Orientação da família
Acesso à melhor tecnologia (AASI e IC)
Intervenção interdisciplinar

Perda auditiva alvo:


Uni ou bilateral, condutiva ou NS de 30-40dB ou mais nas freqüências de 500-4000 Hz.

Justificativas para detecção precoce


Plasticidade do sistema auditivo central do RN: determinada pelas variações na
estimulação acústica
A entrada de sons no sistema
auditivo periférico é critica para a mielinização, crescimento axonal e arranjos sinápticos de
porções do sis aud central, que ocorre até 2 anos de vida (intervenção precoce).

Falha na detecção precoce: déficit na aquisição da linguagem, performance acadêmica,


desajustes pessoais, sociais e emocionais.

Indicadores de risco para a fase neonatal


Neonatos que ficam mais que 48h na UTI neonatal
Anomalias crânio-faciais
Sinais ou síndromes associadas a alterações auditivas
História familiar de deficiência auditiva congênita
Infecções neonatais (TORCHS)

Indicadores de risco para lactentes (29 dias a 2 anos)


Preocupação/suspeita dos pais
HF de perda auditiva permanente na infância
Estigmas ou sinais associados a síndromes
Infecções pos-natais
Infecção IU (toxo, rubéola, CMV, herpes)
Indicadores neonatais (hiperbilirrubinemia, exanguineotransfusao)
Doenças neurodegenerativas (sd Hunter)
TCE
OM recorrente ou persistente com efusão por pelo menos 3 meses
Uso exclusivo de indicadores de risco identifica apenas 40-50% das perdas auditivas
congênitas
Presença de algum desses indicadores indica necessidade de acompanhamento médico e
audiológico a cada 6 meses, até completar 3 anos de vida.

Métodos diagnósticos
Recomenda-se a utilização de métodos eletrofisiológicos
Programa efetivo no mínimo de 95% dos nascimentos
Índice de reprovação <4%
Falso positivo menor que 3%
Falso negativo deve ser idealmente igual a zero
Emissões otoacústicas
Avalia a integridade coclear
Não quantifica a perda
Presente quando limiar até 20-30db
Ambiente silencioso, não é necessária sedação
Índices de falha; 5-20% nas primeiras 24h e 3% entre 24-48h (melhor momento para realização)
Tendência de diminuição da resposta das EOA em recém nascidos com baixo
peso ao nascimento
BERA (potencial auditivo evocado do tronco encefálico)
Avalia integridade neural das vias auditivas até o tronco cerebral, necessita de sedação ou
paciente dormindo, índice de falha inferior a 4%
Alteração mais encontrada: aumento da latência das ondas V
Retardo da condução elétrica por processo em mielinização ainda em desenvolvimento
Alteração retrococlear ou condutiva

Protocolos de triagem
Uma aprovação na TAN não exclui a possibilidade de perda auditiva tardia ou progressiva
(CMV por exemplo).
O processo de confirmação diagnóstica da surdez deve estar completo até 45 dias após seu
encaminhamento.
Confirmada a perda
Atendimento multidisciplinar
Fazer pelo menos 1 PEATE
Após confirmação realizar amplificação sonora em ate 1 mês
Intervenção precoce:
AASI
Remoção de cerume
Tratamento de OMS
Cirurgias reconstrutivas para malformações do ouvido externo e médio
Implantes cocleares

IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO AUDITIVA DO RECÉM-NASCIDO E DA


CRIANÇA (TRATADO NOVO)
Estima-se que em recém-nascidos de baixo risco a deficiência auditiva bilateral esteja presente
em 1-3:1000 nv, para aqueles com indicadores de risco (preocupação dos pais, HF+, internação
em UTI >5dias, ECMO, ventilação assistida, uso de gentamicina, tobramicina ou furosemida e
hiperbilirrubinemia que requeira ex-sanguineotransfusão, TORCHS intra-uterina, malformações
craniofaciais, síndromes associadas a perda auditiva, desordens neurovegetativas, TCE e
quimioterapia) aumenta para 2-4:100 nv.
Dentre todas as doenças congênitas a deficiência auditiva e a mais comum.
A idade de 6 meses para identificação do problema e intervenção é crítica para desenvolvimento
da linguagem.
Existem 8 princípios a serem seguidos para se alcançar programas eficazes e de qualidade:
-Todos os neonatos devem ter acesso à triagem auditiva realizada por meio de procedimentos
fisiológicos até um mês de vida.
-Todas as crianças que apresentam resultado falho na TAN incluindo teste-reteste devem ser
submetidas a avaliação médica e audiológica em até no máximo 3 meses de vida.
- O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o diagnóstico da deficiência auditiva
permanente até o 6º mês de vida.
- A família deve ser orientada.
- A criança e a família devem ter acesso imediato às tecnologias de alta qualidade e
complexidade (AASI, implantes cocleares, etc).
- Todos os neonatos e crianças com ou sem indicador de risco devem ser monitorados quanto à
deficiência auditiva.
- O programa de intervenção deve ser interdisciplinar.
- Sistemas de informação devem ser concebidos e implantados com registro eletrônico.

Triagem auditiva neonatal (TAN):


Objetiva identificar logo ao nascimento os RN passíveis de serem portadores de deficiência
auditiva, deve ser realizado em todos os RN visto que 50% dos RN deficientes deixarão de ser
identificados caso se utilize o critério de presença do fator de risco para deficiência.
O teste a ser realizado deve ser rápido, de fácil execução, alta sensibilidade e especificidade,
sendo utilizados atualmente a EOA (sem indicadores de risco) e o PEATE (com indicadores de
risco e reteste).

Métodos comportamentais:
Podem ser utilizados com o objetivo de quantificar e qualificar a função auditiva da criança.
Teste de respostas não condicionadas:
O profissional deve julgar se a resposta comportamental ocorreu no momento que o estímulo foi
apresentado. O objetivo é avaliar o desenvolvimento da função auditiva e consequentemente a
maturação do sistema auditivo central. Pode ser realizado até os 2 anos de idade.
Teste de respostas condicionadas:
O comportamento auditivo é reforçado por meio de estímulos visuais como luz, desenhos
animados, etc.
Métodos fisiológicos:
Compreendem a imitanciometria, EOA e potenciais evocados.

O monitoramento do desenvolvimento também deve ser feito


em intervalos de seis meses para populações especiais de crian-
ças com perda auditiva, incluindo as com perdas bilaterias mínimas ou leves,98 perdas auditivas
unilaterais,99,100 e perda auditiva
neural,22 pois estas crianças correm risco de apresentar atrasos
na fala e na linguagem. Dados obtidos em pesquisa indicam que
aproximadamente um terço das crianças com perda unilateral
permanente passam por atrasos linguisticos e acadêmicos importantes.99-101

Você também pode gostar