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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
PERSONAL DIET

Aluno:

EaD – Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
PERSONAL DIET

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados
aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

1 O PERSONAL DIET
1.1 Significado de personal diet
1.2 ATIVIDADES E ATRIBUIÇÕES DE UM PERSONAL DIET
1.3 LEGISLAÇÃO
1.4 ÉTICA
1.5 PERSONAL DIET: A NOVA OPÇÃO DE TRABALHO PARA O NUTRICIONISTA
1.6 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA COMO PERSONAL DIET
1.7 O “PERSONAL DIET” NO BRASIL – HISTÓRICO
1.8 VANTAGENS DO ATENDIMENTO DOMICILIAR
2 MARKETING E EMPREENDEDORISMO
2.1 MARKETING APLICADO
2.2 RECURSOS DE MARKETING E CAPTAÇÃO DE CLIENTES
2.3 NOÇÕES GERAIS DE “EMPREENDEDORISMO EM NUTRIÇÃO” – FATORES-
CHAVE PARA O SUCESSO PROFISSIONAL
2.4 PÚBLICO-ALVO E NICHOS DE MERCADO: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO OS
CLIENTES DO PERSONAL DIET?
2.5 RELAÇÃO PROFISSIONAL X CLIENTE
2.6 DIVULGAÇÃO – MATERIAIS E MÉTODOS
3 PRÉ-IMPLANTAÇÃO – ESTRUTURA DO SERVIÇO
3.1 ETAPAS DO SERVIÇO
3.2 ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE SERVIÇO
3.3 CÁLCULO DO CUSTO DO SERVIÇO
3.4 ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
3.5 ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
3.6 EQUIPAMENTOS BÁSICOS – QUAIS SÃO, PARA QUE SERVEM, QUANTO
CUSTAM E COMO ADQUIRI – LOS
3.6.1. Balança eletrônica portátil: valor: de R$ 100,00 a R$ 1.000,00
3.6.2. Adipômetro: valor: de R$ 250,00 a R$ 1.200,00
3.6.3 Estadiômetro: valor: de R$ 250,00 a R$ 450,00
3.6.4 Fita métrica: valor: de R$ 15,00 a R$ 30,00

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3.7 EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES
3.7.1 Bioimpedância (BIA): valor: de R$ 9.000,00 a R$ 15.000,00
3.7.2 Glicosímetro: valor: de R$ 25,00 a R$ 750,00
3.7.3 Aparelho de pressão arterial: valor: de R$ 40,00 a R$ 550,00
3.7.4 Notebook: valor: de R$ 800,00 a R$ 11.000,00
3.7.5 Software: valor: de R$ 350,00 a R$ 500,00
3.7.6 Calculadora: valor: de R$ 3,00 a R$ 300,00
3.7.7 Outros
3.7.7.1 Jaleco
3.7.7.2 Tabelas
3.7.7.3 Caneta e lápis
3.7.7.4 Avental e short
3.8 MONTAGEM DAS FICHAS
3.8.1 Ficha de avaliação
3.8.2 Ficha de anamnese alimentar
3.8.3 Ficha de controle de aceitação das preparações
3.8.4 Ficha para aplicação do check list no ambiente de preparo
3.9 MONTAGEM DAS SESSÕES DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR
3.10 MONTAGEM DOS TREINAMENTOS

MÓDULO II

4 IMPLANTAÇÃO
4.1 SERVIÇOS DO PROGRAMA “PERSONAL DIET”
4.2. CONSULTA FAMILIAR
4.3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUALIZADA COMPLETA – CLÍNICA,
ANTROPOMÉTRICA, ALIMENTAR
4.3.1. Avaliação clínica
4.3.2 Avaliação antropométrica
4.3.3. Avaliação alimentar
4.4 DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS INDIVIDUAIS
4.5. CÁLCULOS NUTRICIONAIS INDIVIDUALIZADOS

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4.6 ENTREVISTA COM CLIENTE “CONTRATANTE”
4.7 APLICAÇÃO DA FICHA DE PREFERÊNCIA ALIMENTAR
4.8 DIAGNÓSTICOS E METAS
4.9 CRIAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS GUIAS ALIMENTARES
PERSONALIZADOS
4.10 ORGANIZAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO DE CADA MEMBRO DA FAMÍLIA EM
GUIAS
4.11 MONTAGEM DOS MAPAS DE PREPAROS – DESJEJUM, COLAÇÃO
ALMOÇO, LANCHE, JANTAR, CEIA
4.12 ELABORAÇÃO DAS FICHAS DE PREPARO/RECEITAS
4.13. COMO SABER SE UMA RECEITA “VAI DAR CERTO”?
4.14. ELABORAÇÃO DA LISTA DE COMPRA

MÓDULO III

5 PERSONAL DIET GESTANTE


5.1 ACOMPANHAMENTO DO PESO
5.1.1 Alimentos seguros
5.1.2 Necessidades de suplementação
5.2. PERSONAL DIET BABY:
5.2.1 Amamentação
5.2.2 Fórmulas lácteas
5.2.3 Introdução de novos alimentos
5.2.4 Apresentação dos pratos
5.2.5 Lanches
5.2.6 Receituário: papas e sucos
5.2.7 Açúcar e sal
5.2.8 Louças e utensílios, higienização
5.3 PERSONAL DIET KIDS:
5.3.1 Hábitos alimentares adequados
5.3.2 Comportamento alimentar
5.3.3 Problemas comuns

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5.3.4 Lanche
5.3.5 Açúcares e gordura
5.3.6 Louças e utensílios
5.4 PERSONAL DIET TEEN
5.4.1 Hábitos alimentares
5.4.2 Vegetarianos
5.4.3 Transtorno alimentares
5.4.4 Motivo para adesão a dieta
5.4.5 Orientações para quem mora sozinho
5.5 PERSONAL DIET GERIÁTRICO
5.5.1 Alimentos antienvelhecimento
5.5.2 Osteoporose – receitas ricas em cálcio
5.5.3 Nutrientes importantes
5.5.4 Fatores econômicos, sociais e psicológicos x comportamento alimentar e
estado nutricional
5.5.5. Alterações fisiológicas e adequações na alimentação
5.5.6 Doenças crônicas ou degenerativas: Mal de Alzheimer, de Parkinson, artrite
reumatoide

MÓDULO IV

6 ORIENTAÇÕES AO MANIPULADOR DE ALIMENTOS


6.1 AVALIAÇÃO DO AMBIENTE DE PREPARO
6.2 ENTREVISTA COM O MANIPULADOR DE ALIMENTO
6.3 ORGANIZAÇÃO DA GELADEIRA E DESPENSA
6.4 VISITA AO SUPERMERCADO, À FEIRA LIVRE E AO SACOLÃO:
ORIENTAÇÃO PARA COMPRAS, EDUCAÇÃO NUTRICIONAL, ESCOLHAS
ADEQUADAS, ANÁLISE DA ROTULAGEM
6.5 LISTA DE COMPRAS
6.6 ESCALA E MÉTODOS DE LIMPEZA
6.7 HIGIENIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS
6.8 UTENSÍLIOS INDICADOS
6.9 PANELAS E IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS

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6.10 ALIMENTOS: TIPOS DE CORTE, MÉTODOS DE COCÇÃO E PRESERVAÇÃO
DO VALOR NUTRICIONAL
6.11 ERVAS, ESPECIARIAS E AROMATIZANTES: COMO REALÇAR O SABOR
DOS ALIMENTOS
6.12 TREINAMENTOS SOBRE HIGIENE – PESSOAL, DO AMBIENTE E DOS
ALIMENTOS
6.13 TREINAMENTO DE COMPRAS E ANÁLISE DE RÓTULOS
6.14 TREINAMENTO PARA CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS
6.15 TREINAMENTO DE CONGELAMENTO DE ALIMENTOS
6.16 TREINAMENTO DE MICRO-ONDAS NO PREPARO DE CARNES, AVES E
PEIXES, SOBREMESAS E ACOMPANHAMENTOS
6.17 OUTRAS SUGESTÕES DE TREINAMENTO

MÓDULO V

7 GASTRONOMIA
7.1 GASTRONOMIA ESPECIALIZADA
7.1.2 Obesidade, cirurgia da obesidade – preparações indicadas nas fases
pós-operatórias
7.1.3 Cardiopatia; dislipidemia; HAS – substitutos do sal
7.1.4 Constipação e diarreia
7.1.5 Intolerância à lactose e ao glúten
7.1.6 Gastrite, úlcera e flatulência
7.1.7 Insuficiência renal
7.1.8 Câncer
7.1.9 Cárie dental
7.1.10 Hepatopatias
7.2 CULINÁRIA LIGHT
7.3 REAPROVEITAMENTO DE SOBRAS
7.4 CULINÁRIA FUNCIONAL
7.5 SUCOS NUTRITIVOS
7.6 GASTRONOMIA E EVENTOS

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7.6.1 Espumantes e vinhos
7.6.2 Queijos
7.6.3 Coquetéis
7.6.4 Azeites e vinagres aromatizados
7.6.5 Molhos prontos
7.6.6 Sobremesas
7.6.7 Colocação da mesa e normas de etiqueta
7.7 GASTRONOMIA E ESTÉTICA
7.7.1 Avaliação clínico-nutricional
7.7.2 Acne, celulite, estrias, envelhecimento da pele, unhas, saúde capilar e gordura
localizada
7.7.3 Anemia
7.7.4 TPM
7.7.5 Inchaço
7.7.6 Menopausa
7.7.7 Alimentos cosméticos
7.7.8 Nutrição preventiva: nutrição, suplementos, terapia antioxidante,
nutricosméticos – indicação e prescrição
8 CONTINUAÇÃO
8.1 DANDO CONTINUIDADE DO TRABALHO
8.2 CONTROLE E MONITORAMENTO
8.3 REVISÃO E SUBSTITUIÇÃO DAS RECEITAS DE ACORDO COM A
ACEITAÇÃO
8.4 REAVALIAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 O PERSONAL DIET

1.1 SIGNIFICADO DE PERSONAL DIET

“Personal diet” designa dieta personalizada, ou seja, um plano alimentar


nutricionalmente equilibrado, elaborado por nutricionista, baseado nas preferências
alimentares do paciente. Trata-se de um programa personalizado, feito em domicílio,
abrangendo toda a família. O personal diet é o profissional formado em nutrição, que
orienta todas as etapas da alimentação de uma pessoa enferma ou não.

1.2 ATIVIDADES E ATRIBUIÇÕES DE UM PERSONAL DIET

O nutricionista pode desenvolver muitos serviços no ambiente domiciliar.


Para isso, é preciso usar a criatividade para atender aos diferentes tipos de cliente.
Podemos citar alguns serviços, como:
Consulta nutricional – individualizada ou familiar. O atendimento tem o
mesmo padrão do feito em consultório, podendo ser com um ou com todos os
membros da família. Inicia-se com a avaliação física dos participantes do programa.
Nesta etapa, avalia-se o estado nutricional do cliente, a partir de diagnóstico clínico,
exames laboratoriais, anamnese alimentar e exames antropométricos.
Planejamento, prescrição e orientação nutricional por via enteral – Nas
consultas, o nutricionista faz avaliações clínica, antropométrica e dietética
(identificando e quantificando os nutrientes ingeridos) e do ambiente, a fim de
identificar fatores que possam comprometer as recomendações. Ele prescreve as

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dietas e orientações sobre hidratação, via de alimentação (oral, enteral), volume,
administração e tipo de dieta com características nutricionais;
Reeducação alimentar para adultos e crianças – São feitas dinâmicas com a
família, com o objetivo de explicar – lhe os hábitos alimentares saudáveis e como
adquiri – los, a partir de mudanças no comportamento alimentar. Para as crianças,
são feitas dinâmicas de acordo com a idade, para que elas possam entender quais
são os benefícios de uma alimentação saudável;
Treinamentos para manipuladores de alimento – Os treinamentos
acontecem na residência do cliente. Podem ser feitos tanto para donas de casa,
como para cozinheiras, cuidadores e acompanhantes de idosos e enfermeiros. Os
temas são sugeridos de acordo com a necessidade observada. Existem vários
temas a ser abordados, como: técnicas para conservar os alimentos, estocagem e
higienização destes, organização da geladeira, técnicas saudáveis de preparo,
cuidados com a manipulação da dieta enteral; merenda escolar saudável, etc.;
Planejamento de cardápios com fichas de preparo – O nutricionista pode
planejar cardápios de almoço, lanche, jantar e merenda escolar, semanais e/ou
mensais, bem como desenvolver e fornecer receituário de preparo culinário.

1.3 LEGISLAÇÃO

De acordo com a Resolução número 236 do CFN, Conselho Federal de


Nutricionistas, as atribuições do nutricionista na área de nutrição clínica abrangem o
atendimento ao paciente na internação, no ambulatório, no consultório e em
domicílio. Assim, o nutricionista pode atuar em nível domiciliar como autônomo ou
como integrante de equipes de saúde.

A Resolução nº 380, de 28/12/2005 do CFN (D.O.U. 10/01/2006, SEÇÃO I),


dispõe sobre a definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atribuições,
estabelece parâmetros numéricos de referência por área de atuação e dá outras
providências.
●Assessoria em nutrição (artigo IV);

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●Atendimento domiciliar (artigo VI);
●Avaliação nutricional (artigo IX);
●Consulta inicial (XVI);
●Consultoria em nutrição (artigo XVII).

1.4 ÉTICA

A Resolução do CFN nº 334/2004 estabelece o Código de Ética do


nutricionista. Seguem alguns artigos importantes na atuação do personal diet:

Dos princípios fundamentais


Art. 1°. O nutricionista é profissional de saúde, que, atendendo aos
princípios da ciência da nutrição, tem como função contribuir para a saúde dos
indivíduos e da coletividade.
Art. 2°. Ao nutricionista cabe a produção do conhecimento sobre a
alimentação e a nutrição nas diversas áreas de atuação profissional, buscando
continuamente o aperfeiçoamento técnico – científico, pautando-se nos princípios
éticos que regem a prática científica e a profissão.
Art. 3°. O nutricionista tem o compromisso de conhecer e pautar a sua
atuação nos princípios da bioética, nos princípios universais dos direitos humanos,
na Constituição do Brasil e nos preceitos éticos contidos neste código.

Da responsabilidade profissional
I – prescrever tratamento nutricional ou outros procedimentos somente
após proceder à avaliação pessoal e efetiva do indivíduo sob sua
responsabilidade profissional;
II – atender às determinações da legislação própria de regulação de
proteção e defesa do consumidor;
III – assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha
praticado ou delegado, mesmo que tenha sido solicitado ou consentido
pelo indivíduo ou pelo respectivo responsável legal;

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IV – prestar assistência, inclusive em setores de urgência e emergência,
quando for de sua obrigação fazê-lo;
VI – analisar, com rigor técnico e científico, qualquer tipo de prática ou
pesquisa, abstendo-se de adotá-la se não estiver convencido de sua
correção e eficácia;
VII – respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade de qualquer pessoa
sob seus cuidados profissionais;
VIII – alterar prescrição ou orientação de tratamento determinada por outro
nutricionista quando tal conduta deva ser adotada em benefício do
indivíduo, devendo comunicar o fato ao responsável pela conduta alterada
ou ao responsável pela unidade de atendimento nutricional.

Do sigilo profissional

Art. 17. É dever do nutricionista manter o sigilo no exercício da profissão


sempre que tal seja do interesse dos indivíduos ou da coletividade assistida,
adotando, dentre outras, as seguintes práticas:
I – manter a propriedade intelectual e o sigilo ético profissional, ao remeter
informações confidenciais a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao
sigilo por força deste código;
II – assinalar o caráter confidencial de documentos sigilosos remetidos a
outros profissionais;
III – impedir o manuseio de quaisquer documentos sujeitos ao sigilo
profissional, por pessoas não obrigadas ao mesmo compromisso;
IV – manter sigilo profissional referente aos indivíduos ou coletividade
assistida de menor idade, mesmo que a seus pais ou responsáveis legais, salvo em
caso estritamente essencial para promover medidas em seu benefício.

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1.5 PERSONAL DIET: A NOVA OPÇÃO DE TRABALHO PARA O NUTRICIONISTA

A nutrição tem se tornado um dos temas mais especulativos relacionados às


ciências da saúde. Com isso, a expectativa da população em relação à nutrição e à
atuação do nutricionista tem aumentado.
Na crescente busca de qualidade de vida que tomou conta do país, os
nutricionistas descobriram novos horizontes de mercado. Antes, restritos à nutrição
clínica, de refeições coletivas ou da área social, os profissionais têm agora um
amplo leque de oportunidades para desbravar. Um bom exemplo é o serviço de
personal diet.
Este serviço torna-se diferenciado por alguns fatores:
 O paciente não precisa esperar para ser atendido como acontece no
atendimento em consultório, tornando-se cliente. O nutricionista personal
diet é que vai até sua residência. A espera para o atendimento pode ser um
fator que conduz à desistência da próxima consulta.
 O serviço do personal diet possibilita maior adesão dos clientes, já que
o acesso à rotina do cliente, o contato com o ambiente de armazenamento,
preparo e consumo dos alimentos, a possibilidade de orientar os
manipuladores de alimentos, e o envolvimento da família no processo de
mudança de hábitos alimentares constituem aspectos que diferenciam esse
tipo de atendimento, que visa à recuperação do estado nutricional e,
sobretudo, à promoção da saúde e da qualidade de vida da família.
Assim, a atuação do personal diet baseia-se em três princípios
fundamentais:
1. envolvimento de todos os membros da família;
2. promoção da alimentação saudável;
3. aperfeiçoamento das técnicas dietéticas usadas no preparo dos
alimentos.

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Além disso, este serviço resgata o hábito de se alimentar em família, um
aspecto considerado importante na adoção de hábitos alimentares saudáveis e na
promoção da saúde e da qualidade de vida.
Para que a família tenha êxito na mudança de seus hábitos alimentares,
algumas estratégias são indispensáveis:
 Reunir todos os membros da família participantes do programa;
 Estabelecer metas conforme as prioridades da família;
 Elaborar cardápios variados, conforme o estilo de vida da família;
 Utilizar receitas práticas e funcionais;
 Orientar quanto à lista de compras dos alimentos.

1.6 ATUAÇÃO DO NUTRICIONISTA COMO PERSONAL DIET

Novo conceito de prestação de serviço na área de saúde é o atendimento


em domicílio, que enfoca o binômio paciente/família, com o objetivo de planejar e
estruturar a assistência nutricional, buscando melhorar e/ou manter o estado
nutricional.
O campo de atuação em que o nutricionista é denominado personal diet,
compreende uma consultoria domiciliar, oferecendo um plano alimentar completo,
envolvendo todas as etapas do processo alimentar, desde a aquisição do alimento
até seu consumo, ocasionando mudanças na rotina alimentar da família,
contribuindo para a qualidade de vida e, além disso, promovendo educação em
saúde ao lado dos familiares e cuidadores.

1.7 O “PERSONAL DIET” NO BRASIL – HISTÓRICO

Em 2007, a profissão de nutricionista completou 40 anos de regulamentação


no Brasil. Atualmente, o existem quase 50 mil profissionais atuando em diversas
áreas, sendo a de maior concentração a de nutrição clínica, com 41,7% de

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profissionais. Em seguida está a área de alimentação coletiva, em que atuam 32,2%
dos nutricionistas.
Segundo Vasconcelos, a profissão do nutricionista no Brasil passou por 4
fases:
 1ª fase: "Emergência da profissão" (1939 a 1949) – abertura do
primeiro curso de nutrição no país;
 2ª fase: "Consolidação da profissão" (1950 a 1975) – luta em prol da
regulamentação da profissão;
 3ª fase: "Evolução da profissão" (1976 a 1984) – criação dos conselhos
Federal e Regionais de Nutricionistas e de vários cursos de graduação em
nutrição;
 4ª fase: "Reprodução ampliada" (1985 a 2000) – importantes eventos
técnico-científicos e crescente processo de mobilização e politização da
categoria. Os campos de atuação profissional são ampliados, gerando uma
demanda pela educação continuada do nutricionista, visando à aquisição de
novos conhecimentos e ao domínio de novas ferramentas tecnológicas.
Com algumas mudanças no padrão alimentar da população brasileira,
aumento da incidência de doenças não transmissíveis e a influência de fatores
ambientais e da mídia, as pessoas passam a procurar alternativas de melhoria da
qualidade de vida. Com isso, aumenta-se a busca da adoção de uma alimentação
saudável, cuja relação com a saúde tem sido reconhecida por consumidores de
diferentes segmentos da sociedade.
Daí o aumento da procura pelo profissional nutricionista e consequente
aumento nos campos de atuação, sendo destacado o serviço de personal diet.

1.8 VANTAGENS DO ATENDIMENTO DOMICILIAR

São muitas as vantagens do serviço de personal diet:


Para o cliente:
 Praticidade – o cliente não precisa sair de casa, não há deslocamento;
 Comodidade – o cliente será atendido em sua residência;

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 Eficácia – o profissional pode preparar um atendimento mais eficaz e
próximo da realidade do cliente ao se conhecer o ambiente em que ele
vive;
 Segurança – evitam-se os perigos da violência urbana e do trânsito
caótico.

Para o profissional:
 Economia – evitam-se despesas fixas como aluguel, IPTU, condomínio,
energia elétrica, custos com profissionais auxiliares e mobiliários;
 Flexibilidade de horário – o horário é estabelecido de acordo com a
disponibilidade do profissional, podendo este conciliar o trabalho com
outras atividades.

2 MARKETING E EMPREENDEDORISMO

2.1 MARKETING APLICADO

Segundo Pinho (2002), marketing é o planejamento e o execução de todos


os aspectos de um produto (ou serviço), em função do consumidor, visando sempre
a maximizar o consumo e a minimizar os preços, tudo resultando em lucros
contínuos e em longo prazo para a empresa.
Para Zela (2005), marketing é o ato de conhecer o mercado de atuação de
uma organização, para posteriormente oferecer, de forma inovadora e criativa, os
produtos e serviços que esse mercado deseja.
É um processo social por meio do qual pessoas obtêm aquilo de que
necessitam e o que desejam, por meio da criação, da oferta e da livre negociação de
produtos e serviços de valor com outros.
O marketing trata de identificar as necessidades do consumidor e
desenvolver produtos que as satisfaçam. Resumindo: marketing quer dizer ação no
mercado.

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Dessa forma, o marketing pessoal faz com que seus pensamentos e
atitudes, sua apresentação e comunicação, trabalhem a seu favor no ambiente
profissional.

2.2 RECURSOS DE MARKETING E CAPTAÇÃO DE CLIENTES

Num mercado de trabalho concorrido, vence aquele que se destaca, com


conhecimento de seu serviço, atualização em sua área, criatividade e produtos
diferenciados.
Para captar os clientes, é preciso divulgação, é preciso lançar mão de
recursos para divulgar seu trabalho, fazendo uma boa propaganda do que você tem
a oferecer. Pequenas reuniões em parcerias com lojas, condomínios, prédios ou
com qualquer outro grupo de pessoas são eficazes para captar clientes. Nelas
podem ser ministradas palestras sobre nutrição e qualidade de vida e, em seguida,
divulgar os serviços oferecidos pelo profissional.

2.3 NOÇÕES GERAIS DE “EMPREENDEDORISMO EM NUTRIÇÃO” – FATORES-


CHAVE PARA O SUCESSO PROFISSIONAL

O empreendedorismo significa identificar oportunidades e explorá-las,


usando de criatividade e inovação. É enxergar oportunidades de negócio e assumir
riscos. Segundo Robert Hirsch, empreendedorismo é o processo de criar algo
diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos
financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes
recompensas da satisfação econômica e pessoal. O objetivo é traçar um
planejamento das ideias e coloca-las em prática, visando a atingir o alvo comercial.
Para ser um bom empreendedor, é preciso ter motivação, autoconfiança,
criatividade, flexibilidade, perseverança e iniciativa. Identificar oportunidades, agarrá-
las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo.

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2.4 PÚBLICO-ALVO E NICHOS DE MERCADO: QUEM SÃO E ONDE ESTÃO OS
CLIENTES DO PERSONAL DIET?

São vários os locais onde o personal diet pode divulgar seu serviço. Dentre
eles estão as academias de ginástica, clínicas de estética, empresas, etc. Os
clientes geralmente são: mulheres que se preocupam com a saúde e estética,
recém-casados, portadores de algum tipo de patologia, que necessitam de cuidados
nutricionais, gestantes e lactantes, famílias que buscam qualidade de vida,
praticantes de atividade física, etc.
Porém, sendo um serviço bem complexo, o personal diet acaba tendo alto
custo. Desta forma, atinge, na maioria das vezes, as classes média a alta, em que a
renda familiar supera 10 salários mínimos. Daí a sugestão de focar a divulgação nos
ambientes onde predominam tais classes. Contudo, também é possível buscar
clientes pertencentes a outras classes econômicas.

2.5. RELAÇÃO PROFISSIONAL X CLIENTE

O primeiro contato com o cliente deve causar boa impressão. Para isso,
deve-se manter o foco e a postura profissionais. Boa aparência, asseio pessoal e
organização também são fatores relevantes para se causar boa impressão, bem
como a pontualidade e o fato de ter sempre em mãos os materiais necessários
(cartão de visitas, caneta, calculadora, etc.), evitando-se a necessidade de pedi-los
emprestado ao cliente.
O cliente gosta de ser tratado com educação, bom humor e simpatia. Deve-
se saber ouvi-lo com atenção, a fim de evitar possíveis equívocos, causando sua
insatisfação. Além disso, é de grande importância a boa comunicação, sem uso de
gírias nem termos técnicos. Seja claro e preciso, concentre-se e procure entender o

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cliente com bastante sensibilidade. E acima de tudo: RESPEITE-O para ser
respeitado e mantenha o bom senso.

2.6. DIVULGAÇÃO – MATERIAIS E MÉTODOS

O cliente só chegará a você mediante sua divulgação. Ela pode ser feita
boca a boca, por meio de materiais gráficos ou da mídia. Exemplos:
 Boca a boca
– Parceria com outros profissionais;
– Propagandas feitas por outros clientes satisfeitos.

 Materiais gráficos
– Cartão de visitas;
– Folder ou flyer.

 Mídia
– Propaganda em rádios, jornais e/ou TV locais;
– Sites, blogs e redes de relacionamento.

3 PRÉ-IMPLANTAÇÃO – ESTRUTURA DO SERVIÇO

Antes de dar início ao serviço, é preciso estrutura-lo. Para facilitar, sugere-se


que se monte uma pasta com todos os documentos, fichas e aulas/treinamentos que
serão utilizados, bem como uma bolsa com todos os equipamentos necessários.
 Documentos:
– modelo de proposta de serviço (anexo 1);
– tabela de custo do serviço (anexo 2);
– modelo de cronograma de atividades (anexo 3);
– modelo de contrato de prestação de serviço anexo 4).

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 Equipamentos:
– balança eletrônica portátil;
– estadiômetro;
– adipômetro;
– fita métrica;
– equipamentos complementares;

 Fichas:
– ficha de avaliação (anexo 5);
– ficha de anamnese alimentar (anexo 6);
– ficha de controle de aceitação das preparações (anexo 7);
– ficha para aplicação do check list no ambiente de preparo (anexo 8).
 Aulas/treinamentos:
– sessões de reeducação alimentar;
– treinamentos.

3.1 ETAPAS DO SERVIÇO

a) Entrevista com o contratante;


b) Consulta em família;
c) Analisar o ambiente onde são preparados os alimentos;
d) Sessão de reeducação alimentar;
e) Treinamento para manipulador de alimento;
f) Montagem dos guias alimentares;
g) Montagem de cardápio familiar;
h) Criação das fichas de preparo;
i) Entrega do material;
j) Serviços extras.
A seguir, uma sugestão de serviços por visita:

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1ª VISITA
Neste primeiro momento, é preciso ter contato com todos os moradores da
casa, incluindo-se a pessoa responsável pela alimentação da família (o manipulador
de alimentos). Devem ser identificados todos os fatores relacionados à alimentação
da família e, em seguida, partindo do objetivo principal, devem-se elaborar as
propostas de mudanças. Neste período realiza-se:
a) Entrevista com o responsável (contratante)
 Identificar os maiores problemas relacionados à alimentação;
 Oferecer todos os serviços de personal diet necessários
 Definir os serviços;
 Questionar o perfil do manipulador de alimento (quais suas atribuições,
horários);
 Verificar a frequência das compras;
 Questionar a existência de solicitações especiais;
 Propor um plano de acompanhamento de, no mínimo, dois meses;
 Definir a periodicidade das visitas;
 Estipular data para entrega da proposta e do cronograma de serviços.

b) Consulta em família
 Avaliação nutricional de todos os membros da família que participarão
do programa, tanto clínica, quanto antropométrica e alimentar;
 Traçar diagnósticos
 Estabelecer os objetivos individuais e as metas

c) Analisar o ambiente onde são preparados os alimentos


 Conhecer e analisar o local onde são preparados os alimentos (móveis,
utensílios e equipamentos) – check list (anexo 8);
 Analisar o armazenamento dos alimentos;
 Analisar procedimentos corretos e incorretos no preparo dos alimentos;
 Conhecer o manipulador (pessoa que prepara os alimentos) e analisar
quais são suas maiores dificuldades no preparo dos alimentos;

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 Orientar a cozinheira previamente sobre as mudanças gerais na rotina
culinária;
 Analisar o local destinado ao lixo.
Materiais necessários: modelo de proposta de serviço, tabela de custo do
serviço, modelo de cronograma de atividades, modelo de contrato de prestação de
serviço, balança eletrônica portátil, adipômetro, fita métrica, equipamentos
complementares, ficha de avaliação, ficha de anamnese alimentar, ficha para
aplicação do check list no ambiente de preparo;

2ª VISITA
A segunda visita deverá ocorrer uma semana após a primeira visita. Neste
momento, devem-se verificar as metas alcançadas e se houve melhora na qualidade
da alimentação. Deve-se:
d) Promover uma sessão de reeducação alimentar;
 Promover uma sessão de reeducação alimentar para a família;
 Utilizar um material educativo (ex.: pirâmide alimentar, caderno de
atividades, etc.);
 Montar apresentação em slides para facilitar sua compreensão.

e) Treinamento do manipulador de alimentos;


 Treinamento sobre temas que julgou necessários mediante avaliação
do ambiente e preparo dos alimentos;
 Entregar apostila com os treinamentos para o manipulador;
 Entregar certificado para o manipulador após o treinamento.

3ª VISITA
A terceira visita deverá ocorrer uma semana após a segunda. Neste
momento, deve-se entregar o material e, se solicitados, realizar os serviços extras.
i) Entrega do material;
 Entregar guias alimentares individuais com lista de substituição e
orientações nutricionais – (modelo de guia alimentar – anexo 9);
 Entregar cardápio de dias e fichas de preparo dos alimentos (modelo
de cardápio e ficha de preparação – (anexo 10);

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 Fornecer ficha de controle de aceitação.

j) Serviços extras
 Elaboração da lista de compras (modelo – anexo 11);
 Compra dos itens listados;
 Aulas de gastronomia especializada.

4ª VISITA
A terceira visita deverá ocorrer uma semana após a terceira. Neste
momento, deve-se:
 Promover nova avaliação física;
 Se necessário, fazer alterações na dieta.

3.2 ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE SERVIÇO

Deve-se elaborar uma proposta personalizada, conforme os objetivos do


cliente. Isso irá demonstrar sua preocupação em resolver seus problemas,
aumentando a confiança e as chances de conseguir um bom resultado. Alguns
dados ajudarão na elaboração da proposta:
 Número de pessoas e idade dos participantes do serviço – esta
informação poderá influenciar no custo e no tempo do serviço;
 Existência de um manipulador de alimentos – se existir um
manipulador, você poderá propor alguns temas de treinamento;
 Onde são feitas as refeições da família e se todos os participantes
fazem essas refeições. Isso possibilitará o cálculo do custo dos mapas e
identificar os mapas que você poderá propor
 Quais os principais problemas com a alimentação familiar (exemplo:
existência de patologias). Com esta informação, você saberá se terá um
trabalho extra para alcançar os resultados, e, se tiver, poderá acrescentar
um valor para isso.

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Estrutura:
Na proposta deverão constar os seguintes itens:
 Introdução – texto com explicações sobre o serviço de personal diet;
 Descrição das etapas – as etapas deverão ser detalhadas, em ordem
cronológica do desenvolvimento do trabalho. Ao final de cada explicação,
deverão ser estipulados prazos para execução (em qual visita será
realizado);
 Custos – ao fim da proposta, você estipulará o custo do trabalho. Para
isso, poderá utilizar uma tabela simples, de acordo com cada etapa.
 Pacotes – poderá oferecer alguns serviços de acordo com a
necessidade da família, num custo menor (desconto) ou fornecendo alguns
brindes, como exemplo: cardápio festivo ou treinamento extra, etc.

Modelo para solicitar a proposta: Muitos clientes já fornecem as informações


necessárias para organização da proposta por e-mail ou telefone. Caso contrário,
faz-se necessário solicitar tais informações. A seguir, apresenta-se um modelo de
solicitação de proposta, com todas as informações necessárias para sua elaboração:

TABELA 1 – Solicitação de proposta

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3.3 CÁLCULO DO CUSTO DO SERVIÇO

O custo poderá ser elaborado conforme a tabela dos conselhos regionais ou


o mercado local. Antes de passar o orçamento para o cliente, deve-se criar uma
tabela de preços, com os valores discriminados de cada serviço. Isso facilitará e
agilizará os cálculos. Seguem algumas sugestões de custos (lembrando que o custo
depende das tabelas de cada consultório de nutrição):
a) CONSULTA
Custo da sua consulta:
– domiciliar – R$ 130,00
– no consultório – R$ 90,00

Numa família de cinco pessoas:


– primeira pessoa – R$ 130,00
– demais – R$ 90,00 cada uma = R$ 360,00
O deslocamento já foi incluído no valor da consulta da primeira pessoa,
podendo as demais terem o mesmo valor da consulta no consultório (R$ 90,00).
Porém, uma vez que um dos integrantes não esteja presente no mesmo dia, pode-
se cobrar para este o mesmo valor da primeira pessoa (R$ 130,00), já que haverá
novo deslocamento. Outra alternativa é marcar esta consulta para o dia da próxima
visita, pois assim não precisará cobrar novo deslocamento.

b) Treinamentos
– Treinamento básico para o manipulador = R$ 50,00 hora = 2 horas = R$
100,00;
– Reeducação alimentar para crianças = R$ 70,00 cada módulo = 2
módulos = R$ 140,00.

c) Mapas com fichas de preparo

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Almoço e Jantar
– 4 mapas para a primeira pessoa = R$ 20,00 por mapa X 4 (semanas) =
R$ 80,00;
– Para as demais, 40% do valor referente ao da primeira pessoa = R$ 32,00
(40% de 80) X 4 (número de pessoas) = R$ 128,00

Lanche da noite (substituto do jantar):


– 4 mapas lanche da noite uma pessoa = R$ 15,00 por mapa X 4 = R$
60,00
– Para as demais, 40% do valor referente ao da primeira pessoa = R$ 24,00
(40% de 60) X 4 (número de pessoas) = R$ 96,00
Total da Proposta = R$ 1.094,00
O pagamento poderá ser feito da seguinte forma: sinal na primeira visita +
restante na terceira visita.

3.4 ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Como o nutricionista é um profissional liberal, o contrato de prestação de


serviço é um documento de garantia. Nele, deverão constar claramente, cláusulas
com os direitos e deveres tanto do cliente quanto do nutricionista. Além de deveres e
direitos das partes, deverá conter também os tópicos abaixo:
 Valor total a ser pago e a forma de pagamento (à vista ou parcelado);
 Data para entrega dos guias alimentares e mapas diários.
Porém, é fundamental a ajuda de um advogado para escrevê-lo conforme as
normas da legislação.

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3.5 ELABORAÇÃO DO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

Como o nutricionista é um profissional liberal, o contrato de prestação de


serviços é uma forma de garantia, e deve ter cláusulas claras sobe os direitos e
deveres de ambas as partes. Outros tópicos que deverão ser abordados no contrato
são: a remuneração e forma de pagamento, bem como as datas para entrega dos
materiais.
Porém, mesmo sendo um contrato simples, é importante que um advogado
ajude a escrevê-lo de acordo com a legislação.

3.6 EQUIPAMENTOS BÁSICOS – QUAIS SÃO, PARA QUE SERVEM, QUANTO


CUSTAM E COMO ADQUIRI-LOS

Para desenvolver o seu trabalho, o nutricionista que atua como personal diet
necessita de alguns equipamentos portáteis básicos, devendo assim, arcar com
alguns custos. Existe muita variação de preço de acordo com as lojas, portanto, faz-
se necessária uma pesquisa antes de compra-los. Outros itens importantes a serem
verificados são: a marca (se atende as suas necessidades) e se seu transporte é
simples.

3.6.1 Balança eletrônica portátil: valor: de R$ 100,00 a R$ 1.000,00

No mercado, podem-se encontrar vários tipos e modelos de balanças. Mas o


importante na hora da compra é observar a capacidade máxima e se nela há quatro
sensores de peso, no mínimo Em algumas balanças existe bioimpedância, porém,
sendo bipolar, a onda eletromagnética limita-se aos membros inferiores, e assim,

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não consegue calcular o percentual de gordura do corpo todo. Entretanto, já existem
no mercado algumas tetrapolares.

3.6.2 Adipômetro: valor: de R$ 250,00 a R$ 1.200,00

O seu uso é fundamental para um trabalho mais completo. O nutricionista


deve escolher um que atenda as suas necessidades, uma vez que existe grande
variação de preço e modelos. Na hora da compra, opte por um modelo que seja fácil
de usar, feito com material resistente.

3.6.3 Estadiômetro: valor: de R$ 250,00 a R$ 450,00

Este é um equipamento que tem a finalidade de medir a estatura e o


comprimento. Na hora da compra, é importante observar se o estadiômetro é fácil de
ser transportado e se é leve.

3.6.4 Fita métrica: valor: de R$ 15,00 a R$ 30,00

A fita métrica é utilizada para medir as circunferências. São muitos os


modelos e marcas disponíveis, porém as melhores são as de fácil leitura e de
material mais maleável. Existem algumas com outra classificação de leitura (ex.:
polegadas), o que pode causar erro de leitura. Desta forma, na hora de comprar,
prefira aquela com apenas um tipo de medida.

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3.7 EQUIPAMENTOS COMPLEMENTARES

Existem outros equipamentos que complementam e/ou facilitam o


atendimento nutricional, além dos básicos:

3.7.1 Bioimpedância (BIA): valor: de R$ 9.000,00 a R$ 15.000,00

Este aparelho afere a gordura do corpo por meio de uma corrente elétrica,
podendo substituir o adipômetro. Como a água é um condutor, quanto mais água
existir em um órgão, mais facilmente a corrente passará. Desta maneira, registra-se
a corrente elétrica conforme a quantidade de água e de gordura existentes no corpo.
Porém, para que o cálculo do percentual de gordura não seja alterado, faz-
se necessário seguir um protocolo.

3.7.2 Glicosímetro: valor: de R$ 25,00 a R$ 750,00

É um equipamento bastante útil nas consultas, principalmente para clientes


que apresentam sintomas de hipo ou hiperglicemia. Sua finalidade é monitorar a
glicemia. Geralmente clientes diabéticos do tipo I já possuem esse equipamento.

3.7.3 Aparelho de pressão arterial: valor: de R$ 40,00 a R$ 550,00

Serve para aferir a pressão arterial. Não é muito utilizado, porém pode
complementar a avaliação em casos de hipertensão ou grupos de risco. Existem

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vários modelos (mecânicos e digitais), e várias marcas. Portanto, a escolha é
pessoal.

3.7.4 Notebook: valor: de R$ 800,00 a R$ 11.000,00

O notebook contribui para dar agilidade na consulta, permitindo que se


façam os cálculos mais rapidamente. Porém, é um equipamento de alto custo,
necessitando de uma avaliação de sua necessidade. Caso opte por utilizá-lo, ao
comprar, deve-se levar em consideração o tamanho, o peso e o seu potencial. Caso
opte por instalar programas (softwares), é preciso verificar se no notebook há
memória e processadores compatíveis com eles, pois dependendo do tipo e do
tamanho do software, o equipamento pode tornar-se lento.

3.7.5 Software: valor: de R$ 350,00 a R$ 500,00

São programas utilizados para fazer os cálculos necessários na consulta


nutricional. Sua vantagem é que com eles as dietas podem ser calculadas e
entregues para o cliente na hora.

3.7.6 Calculadora: valor: de R$ 3,00 a R$ 300,00

É essencial para o nutricionista fazer cálculos como IMC, gasto energético


total (GET), entre outros. Não é aconselhável usar a calculadora do celular para
fazer tais contas, visto que passa uma ideia de desorganização. É mais profissional
usar outra calculadora.

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30
3.7.7 Outros

3.7.7.1 Jaleco

Usar o jaleco durante a consulta passa a ideia de ser um profissional da


saúde, que está ali a trabalho, além de demonstrar profissionalismo.

3.7.7.2 Tabelas

O nutricionista deve levar as tabelas:


 IMC;
 Fator atividade;
 GEB;
 Percentual de gordura.
Elas permitem ao profissional apresentar para o cliente sua classificação
frente ao percentual de gordura e IMC, e a quantidade de calorias estipuladas para
plano alimentar.

3.7.7.3 Caneta e lápis

Pedir estes materiais emprestados ao cliente passa a ideia de


desorganização. Desta forma, leve sempre mais de uma caneta, caso alguma falhe
na hora, pois são materiais essenciais na consulta.

3.7.7.4 Avental e short

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Aconselha-se que o profissional leve uma roupa adequada para avaliação
antropométrica. Caso contrário, basta solicitar ao cliente para se vestir com roupas
apropriadas, como camiseta e short.

3.8 MONTAGEM DAS FICHAS

O nutricionista deverá montar algumas fichas para coletar os dados


necessários para elaborar o plano alimentar:

3.8.1 Ficha de avaliação

Esta ficha será usada na primeira visita, e deverá conter os dados


necessários para a avaliação clínica e antropométrica.

3.8.2 Ficha de anamnese alimentar

Deverá ser elaborada uma ficha de anamnese alimentar, com dados sobre
os hábitos alimentares do cliente.

3.8.3 Ficha de controle de aceitação das preparações

Junto com os mapas, poderá ser entregue uma tabela com o controle de
aceitação das preparações. Desta forma, conforme os clientes forem
experimentando as preparações, avaliam-nas, dizendo se gostaram ou não.

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3.8.4 Ficha para aplicação do check list no ambiente de preparo

Esta ficha deve ser montada para auxiliar no conhecimento e na análise do


ambiente de preparo dos alimentos. Deverá conter itens que avaliem o
armazenamento e o seu preparo.

3.9 MONTAGEM DAS SESSÕES DE REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

O objetivo da reeducação alimentar é mostrar a importância de hábitos


alimentares saudáveis. Para montar uma sessão de reeducação alimentar, a
primeira coisa que se deve saber é a faixa etária dos participantes e se eles têm
algum conhecimento sobre nutrição.
Em seguida, deve-se ter conhecimento dos objetivos e dos interesses da
clientela. O conteúdo deve ser passado de forma clara e atrativa. Podem ser usados
recursos didáticos diversos como filmes, folders, cartazes, pôsteres e apresentações
de slides, caso o nutricionista tenha um notebook.
Nas sessões de reeducação alimentar, pode-se fazer dinâmicas com a
família, a fim de ensinar mudanças no comportamento alimentar. Para as crianças,
as dinâmicas podem ser lúdicas, por meio de jogos, brincadeiras e réplicas para
conhecer os alimentos, para facilitar o entendimento. E para os adultos, poderá ser
utilizada a pirâmide alimentar.
Essas sessões poderão ser divididas em módulos, e junto com o cliente,
deverão ser definidos quais serão dados. A duração de cada módulo dependerá do
número de pessoas e de questionamentos.

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3.10 MONTAGEM DOS TREINAMENTOS

Para definir quais treinamentos serão necessários, pode-se perguntar para o


membro responsável da família quais os problemas e/ou dúvidas ele tem
relacionados ao preparo dos alimentos e se existe algum problema repetitivo na
cozinha. Em seguida, listam-se esses problemas e desenvolvem-se treinamentos
com o objetivo de saná-los.
Para melhor fixação, pode-se elaborar uma avaliação por escrito para o
manipulador de alimentos que receberá o treinamento, e caso tenha uma boa
pontuação, concede-se um certificado.

------- FIM DO MÓDULO I --------

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