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Livro Avaliação em EaD

Site: Ambiente Virtual de Aprendizagem do Ifes


Curso: [Pós-graduação Aperf. em Formação Docente para EaD - 2021/2] - Produção de Materiais Digitais
Livro: Livro Avaliação em EaD
Impresso por: Ewerton Lyrio Nascimento
Data: segunda, 29 Nov 2021, 19:11

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Índice
1 Introdução

2 A importância do Feedback

3 Questões que fundamentam a avaliação

4 Funções da Avaliação

5 Avaliação da Aprendizagem

6 Referências

7 Créditos

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1 Introdução
Olá aluno(a)!
Neste livro discutiremos aspectos gerais da Avaliação.
O tema Avaliação é bastante extenso e complexo, por isso apresentamos alguns fundamentos
gerais da Avaliação e colocamos como foco a Avaliação da Aprendizagem. A ideia é iniciarmos
algumas discussões sobre Avaliação em EaD.
1.1 Mas o que é a avaliação?
A Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB – regulamente os processos de avaliação de estudantes de forma
individual e das instituições de ensino. No quesito da avaliação individual da aprendizagem de
estudantes, a chamada avaliação interna, a LDB traz alguns artigos que abarcam a educação
infantil, o ensino médio e o ensino superior.
A lei destaca que a avaliação deverá ser "contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos" (LDB, art. 24), e que "as
metodologias e as formas de avaliação processual e formativa serão organizados nas redes de
ensino por meio de atividades teóricas e práticas, provas orais e escritas, seminários, projetos e
atividades on-line"(LDB, art. 35A).
Outro aspecto do processo avaliativo contemplado no texto é a questão da recuperação de notas
e conteúdos. O art. 12 indica que os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de "prover
meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento", sendo que o art. 13 complementa
dizendo que cabe aos docentes "estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de
menor rendimento". O art. 24 traz regras para a educação básica e determina que
"obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os
casos de baixo rendimento escolar".
Essa abordagem dada à recuperação na legislação se vincula aos processos avaliativos pois
promove a indução de que a avaliação não se esgota em si mesma. Ou seja, o texto da LBD, ao
definir uma ação pós avaliação – o resultado do ato de avaliar sendo redirecionado aos sujeitos
da avaliação – pressupõe que os resultados avaliativos não encerram o processo de ensino e
aprendizagem, mas compõem um movimento continuo.
A partir da análise da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, fica claro que a avaliação
é inerente ao processo de ensino e aprendizagem. Os processos avaliativos são tão importantes
no ato educativo, que a forma como se mensura o rendimento escolar deve compor o processo
de ensino e aprendizagem, tornando-o assim um movimento de ensino-aprendizagem-avaliação.
Ou, como defende Luckesi (2011), que o ato de avaliar é um componente essencial do ato
pedagógico. O apelo para a inclusão da avaliação advém do fato de que a análise da forma que
se avalia revela todo o ambiente educativo: objetivos, valores e relações de poder presentes na
escola.

FIGURA 1. Aprendizagem.

Fica claro nessa definição que o objetivo final da avaliação não é o estudante, mas, através dele
analisar o processo educativo. Assim é necessário trabalhar com uma visão sistêmica do
processo educativo, compreendendo o ato pedagógico em seus três elementos: planejamento,
execução e avaliação.

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FIGURA 2. Planejamento.

De acordo com Luckesi (2018), avaliar é uma prática investigativa que revela algo a respeito da
realidade. Estamos falando da qualidade cognitiva do processo de ensino e de aprendizagem. A
partir desses dados, o professor ou o responsável pelo processo de avaliação podem reconduzir
suas ações e tomar as decisões necessárias rumo ao resultado desejado.
Para o autor,
O ato de avaliar nasce com a emergência do ser humano no Planeta Terra e compõe um dos seus
variados e universais modos de conhecer. Todo ser humano conhece fatos, incluindo aí todas as
nuances específicas do ato de conhecer fenômenos e acontecimentos do mundo natural, assim como do
mundo social e cultural [...]. Também todo ser humano conhece valores [avalia], seja pelo senso comum
emocional, quando julgamentos emergem intempestivamente de dentro de cada um de nós, em
decorrência de nossa biografia [...]. E, ainda, todo ser humano toma decisões e pratica atos assentando
em conhecimentos; propriamente o agir, fator que se realiza através das múltiplas áreas do fazer e da
arte [...] (LUCKESI, 2018, p. 24).

Após compreender como pensamos a avaliação da aprendizagem, voltemos nosso olhar para
esse processo na modalidade de ensino a distância, marcada por espaços e tempos diferentes
do ensino presencial e pela autonomia do aluno.
1.2 Como ocorre a avaliação em EaD?
A Educação a Distância é uma modalidade educacional que vem crescendo no Brasil,
assumindo, na era da informação e do conhecimento, uma nova dimensão. Utilizando-se de
variadas ferramentas, professores e alunos passam a usufruir de uma educação via Internet,
onde os meios eletrônicos de comunicação intermedeiam o processo de ensino e aprendizagem,
tornando-o mais colaborativo.
1.3 Como fica a avaliação nesse processo?
A avaliação em EaD tem algumas características que são resultado do paradigma educacional
proposto ao processo de ensino e aprendizagem e à natureza do processo específico. Através do
processo de avaliação os educadores e alunos devem levantar todos os indicadores que levem a
uma compreensão crítica da realidade escolar em que estão inseridos, com vistas à tomada de
decisões educacionais.
Assim, a avaliação educacional não se limita, portanto, apenas no aspecto do rendimento escolar,
devendo estar vinculada a políticas, programas e projetos educacionais, visando sempre ao
aprimoramento das ações propostas. A avaliação pode ser realizada de modo virtual ou
presencial.
A avaliação virtual está apoiada em plataformas de EaD, podendo ser realizada através do
acompanhamento da participação em fóruns, questionários, lições, wikis, geração de relatórios e
solução de problemas, dentre outros. Já a avaliação presencial é desenvolvida no pólo, através
de provas e testes em formatos similares àqueles propostos em cursos presenciais e seminários.

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2 A importância do Feedback
Inicialmente faça uma leitura do artigo Feedback e a sua importância no processo de tutoria a
distância.
Depois, assista ao vídeo A Importância do Feedback entre Professores e Alunos. Sua
transcrição está disponível ao final desse capítulo.
Por fim, assista ao vídeo Como dar Feedback ao Aluno de Educação a Distância. A
transcrição desse vídeo também está disponível ao final desse capítulo.

A importância do feedback entre professores e alunos | No…

VÍDEO 1. A importância do feedback entre professores e alunos.

Por fim, assista ao vídeo Como dar Feedback ao Aluno de Educação a Distância. A
transcrição desse vídeo também está disponível ao final desse capítulo.

#18 Como Dar Feedback ao Aluno de Educação a Distância

VÍDEO 2. Como Dar Feedback ao Aluno de Educação a Distância.

Inicialmente faça uma leitura do artigo Feedback e a sua importância no processo de tutoria a
distância.
Depois, assista ao vídeo A Importância do Feedback entre Professores e Alunos. Sua
transcrição está disponível ao final desse capítulo.

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Por fim, assista ao vídeo Como dar Feedback ao Aluno de Educação a Distância. A
transcrição desse vídeo também está disponível ao final desse capítulo.

Transcrição dos vídeos:


Vídeo 1: A importância do feedback entre Professores e Alunos
Gomes: Olá, Professores! Hoje a gente veio conversar com vocês sobre criar a cultura do
feedback. O que parece que pode ser uma coisa pesada, está enraizada como algo difícil de ser
fazer, difícil de lidar, o feedback pode ser usado em casa com seus familiares, pode ser usado no
trabalho, na cultura esportiva, etc. Mas as pessoas têm muito medo desse tal de feedback até
mesmo porque nem sabe de fato o que é a ferramenta, o que é o feedback, né Hansen?
Hansen: É porque muitas vezes as pessoas recebem o feedback sem nunca ter passado primeiro
por uma experiência do tipo, o que é um feedback? A ideia do feedback é você ter simplesmente
um retorno. Você receber como uma pesquisa sobre o que tem sido feito. Mas tem um ponto
interessantíssimo sobre o feedback que é ele independente de sentimento. O feedback ele não é
uma demonstração de sentimento ou de raiva. Ele não é uma ideia que você faça em um
momento de explosão. Qual é o pior momento para dar um feedback? É quando você está com
mais raiva da pessoa, porque aí você vai muitas vezes exagerar e isso pode ser um problema.
Então de uma forma muito direta, o feedback é um retorno, livre de sentimentos em relação a
algo que vem sendo feito. Então você desempenha uma atividade, faz um projeto, e recebe a
pesquisa de retorno, o que as pessoas acharam, o que as pessoas pensam, sugestões. Se ele
passar a ser encarado de uma maneira melhor isso é extremamente positivo, mas ele tem saber
se usado melhor, não é só saber que existe.
Gomes: De fato, embora isso possa ser usado na nossa cultura de maneira geral, como a gente
leva isso pra dentro da sala de aula? No primeiro momento, acreditamos que a gente não pode
dar um feedback para o aluno no momento em que você está com raiva dele. Caraca, ele fala
demais! Estou de saco cheio desse aluno! Não é o melhor momento de você falar isso pra ele.
Agora, importante ressaltar, se você já tem muitas coisas para dizer para um determinado aluno é
porque o tempo do feedback até passou. Você já era para ter chamado a atenção desse aluno a
muito tempo sobre alguns pontos. Não adianta dizer: você conversa, você é isso ou aquilo.
Frases afirmativas também ajudam como ele deve se posicionar daqui pra frente. Eu gostaria que
você prestasse mais atenção na aula. Você deve fazer mais exercícios. Então o professor deve
passar para o aluno aquilo que ele quer e não aquilo que ele não quer. As frases afirmativas
surtem muito mais efeito no do que fazer, do que não deve ser feito. Certo, Hansen?
Hansen: Até porque a gente sabe o que pensar de um comportamento ideal. Mas eu quero deixar
bem claro que para o aluno isso não é tão simples assim. Você imagina o seguinte: Caramba!
Esse aluno fala muito! Aí você fala: Eu acho que você não deve falar muito. Talvez esse aluno
entenda que ele devo ficar calado pelo resto da vida, e talvez você queira que só participe mais
da aula. Então o que você poderia falar? Porque em vez de conversar você não tenta falar mais
com a gente? Porque você não tenta interagir com a matéria? Porque você não fala mais
comigo?>
Uma coisa que muito importante, que não é só o tipo de afirmação que você faz, mas o tempo
que você vai fazer. A ideia de você deixar acumular, aquele aluno fala o ano todo e em novembro
você fala: Olha só, eu não vou te ajudar, eu não vou te ajudar na prova final, você vai ter que
estudar sozinho, sabe porquê? Porque desde de fevereiro você vem fazendo isso, isso… E talvez
se você tivesse tido essa conversa um pouco antes, você teria resultados muito melhores no final
do ano. Se ele vem te incomodando desde de fevereiro por que você não teve essa conversa em
março? Porque você parou ele em março e falou: Cara, por que você faz assim? Vamos tentar
fazer assim? Será que a gente pode fazer isso?
É muito melhor do que você deixar explodir em novembro e ter uma reação muito maior do que
deveria ter.
Gomes: Até porque vai vir carregado de sentimento. E o feedback não é para lidar com esses
fatores negativos. Tudo bem, a gente vai falar de frases afirmativas, mas o fator é negativo, vou
chamar para repreender um aluno, para mostrar para ele que estava errado de alguma maneira.
Também pelo elogio, muitas vezes temos coisas boas para dizer ao aluno. Imagine aquele aluno
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e você fala assim pra ele: Caramba, seu comportamento era ótimo até maio e a gente está em
novembro.
De repente se você tivesse dito em maio que o comportamento dele era ótimo, você teria feito
com que aquela chama de participação, aquela coisa o bom aluno aflorasse cada vez mais e ele
teria ido bem até o final do ano. Vamos aproveitar as oportunidades para a gente dar o feedback
positivo também. O cara que nos ajudam, os alunos que estão ao nosso lado, e a gente quer que
sejam todos ou pelo menos a grande e enorme maioria, ele deve ser tratado de forma carinhosa,
e o feedback deve dar para ele aquela chaminha, aquele desejo a mais de querer estar inserido
naquele grupo de professores.
Hansen: E é bom falar que quando você dá um feedback, você cria uma ponte. E uma ponte
perde muito quando ela é uma via de mão única. A ideia não é só dá o feedback para o aluno,
mas também receber algum tipo de feedback dele. Mas eu sei que isso pode ser uma coisa
complicada porque você sente que está se expondo. A ideia que a pessoa tem é: Critique-me!
Acabem comigo!
E na verdade não é isso.
Primeiro, se você já implantou uma ideia de feedback positivo, ele também vai entender que um
feedback pode ser positivo. E segundo, se você tem certa restrição de se abrir de total forma,
faça o seguinte: conduza você o feedback. Comece com perguntas que não sejam muito formais,
tipo: Alunos, vocês lembram daquela aula que a gente fez um debate? Hoje, vocês preferem que
eu fale ou querem participar de um debate comigo?
Você já vai ter um feedback se a turma gosta ou não de debate.
A gente fez um trabalho mas a gente também fez uma prova. O que vocês acham que a gente
deve fazer agora?
Você sem deixar que os alunos perceberem, você está coletando informações valiosíssimas para
a sua aula e para relação de todo mundo.
Gomes: Sem dúvida. Então pessoal, vamos criar essa cultura de feedback para que essa relação
entre professor e aluno melhore sempre.
Hansen: Então vamos começar pedindo para que você mande mais assuntos e temas que você
quer ouvir da gente.
Gomes: É isso aí! Dê o nosso feedback também.
Hansen: Até a próxima!
Vídeo 2: Como dar Feedback ao Aluno de Educação a Distância
Você sabe dar feedback?
Você sabe receber feedback?
Feedback é um termo que na eletrônica, aliás ele é oriundo da eletrônica que significa
retroalimetação. No inglês significa retorno, mas muitas ciências humanas que desenvolvem
pesquisas, que estudam as relações humanas consideram feedback como troca. Troca de
informações através da comunicação entre as pessoas.
Pois bem, se feedback é troca de informações entre as pessoas o que ele na sua essência
significa? Significa que nós podemos e com clareza e transparência fornecer ao outro as nossas
impressões, as nossas avaliações em relação ao seu comportamento, as suas atitudes, a sua
atuação profissional.
E isso também ocorre na educação a distância com os nossos alunos virtuais. Dentro de uma
plataforma virtual, dentro de um ava é obrigação do tutor dar feedback aos seus alunos. Pontuar
a eles como eles estão caminhado na jornada evolutiva de aprendizagem. Cabe ao tutor dar essa
sinalética para que cada aluno consiga numa expansão de percepção se autoperceber diante da
proposta educacional da EaD.
Quando nós pensamos na EaD precisamos pensar também que o tutor, que é o epicentro de
fornecimento de feedback, é a pessoa que terá que ter desenvolvido grande competência para
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esse ato comunicacional. E para fazermos o feedback, nós tutores e qualquer pessoa da vida
humana, existe a necessidade de uma maturação de um traço forca, de um a traço forte para
poder trabalhar dessa forma que é a empatia.
A pessoa que tem desenvolvido dentro de ti a sua inteligência emocional aspectos da empatia,
ela tem maiores condições de fornecer o feedback construtivo. Dentro da empatia, dentro da
experiência subjetiva da empatia, existem maneiras do tutor dentro de uma plataforma
tecnológica desenvolver cada vez mais essa propriedade pessoal para trabalhar com seu alunato.
Então existem caminhos muito pertinentes para que o tutor no momento de fornecer o feedback
ao seu aluno ele se aproprie de algumas técnicas, alguns caminhos, algumas jornadas verbais e
não verbais para que ele tenha sucesso nessa tarefa.
As pessoas de maneira geral ficam muito ressentidas no momento em que vão receber o
feedback, às vezes antes de receber. Porque? Por que nós temos diante da dinâmica das
relações humanas, grande parte das pessoas, que fornecem o feedback, de uma maneira muito
inadequada. Existem pessoas que acreditam que feedback é realmente passar a informação sem
nenhum traquejo, sem nenhum trabalho relacional para com o outro. E o feedback na sua
essência ele não é isso. É você saber passar a informação para que você contribua no
desenvolvimento do outro. Então é um traquejo, é um traquejo tanto intrapessoal quanto
interpessoal.
E para isso nós podemos pensar em alguns caminhos que o tutor do século XXI poderá
desenvolver cada vez mais em sua capacitação nas relações humanas para trabalhar com seu
aluno dessa maneira. Primeira coisa importante de qualquer feedback, tanto dentro de um ava
quanto fora de uma plataforma tecnológica e a própria vida humana, é necessário que ele seja
descritivo a respeito do que a pessoa fez. No caso do aluno virtual, tem que ser uma descrição do
que o aluno fez e não avaliativo sobre a pessoa dele. Você não vai fornecer uma informação a
respeito de uma avaliação da personalidade ou da pessoa. Você, sim, vai descrever a respeito do
que o aluno fez, do que a pessoa fez.
Outro caminho interessante para se fornecer o feedback é pensar que ele sempre tem que ser
muito específico naquilo que deve ser comentado, ou seja, quando se dá um feedback não se
generaliza a informação porque para quem está recebendo o feedback é sempre uma posição um
pouco mais difícil. Porque nesse feedback podem chegar muitas informações. Se você que é o
fornecedor da informação for muito generalista você não vai estar ajudando essa pessoa porque
ela vai se perder com tantas informações. Então, seja específico, vai ao foco. Seja específico
naquilo que você acredita ser importante no processo de melhoria do que a pessoa está fazendo.
Outro caminho interessante é se pensar em dar o feedback de maneira muito oportuna. Porque?
Por que o tutor da educação a distância ele precisa justamente perceber o momento adequado, o
momento certo. Na verdade, nós podemos pensar nessa oportunidade de momento para
qualquer feedback. Desenvolver dentro de cada um de nós uma percepção social para ser
oportuno esse tipo de trabalho, esse tipo de favorecimento para o progresso do outro. Na mesma
forma um caminho interessante para que o tutor a distância forneça feedback ao seu aluno de
EaD é ele ser sempre muito claro. A clareza verbal e não verbal é extremamente necessária.
Justamente porque e para quê? Para assegurar ao aluno naquilo que ele realmente precisa
compreender para ocorrer a melhoria no seu processo de aprendizagem. Então pessoal, essa foi
a nossa conversa de hoje. As minhas dicas para se trabalhar no fornecimento de feedback ao
aluno de educação a distância. Tchau pra vocês.

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3 Questões que fundamentam a avaliação


Avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas
reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento de
todos os passos do educando na sua trajetória de construção do conhecimento. Um processo
interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a
realidade escolar no ato próprio da avaliação (HOFFMANN, 2011, p. 17).

Para Sacristán (2009), a avaliação se refere a qualquer processo por meio do qual uma ou várias
características de um aluno, de um grupo de estudantes, de um ambiente educativo, de objetivos
educativos, de materiais, de professores ou de programas recebem a atenção de quem avalia.
Analisam-se e valorizam-se suas características e condições em função de alguns critérios ou
pontos de referência, para emitir um julgamento que seja relevante para a educação.
Luckesi (2011, p.175) compreende a avaliação como investigação e intervenção. Investigar a
qualidade de aprendizagem dos educandos, identificar retenções e, se necessário, propor ações
que almejem a resolutividade do processo educativo. Assim, a avaliação assim tem por função
dar suporte à ação do educador.
Contudo, isso não impede uma abordagem analítica do processo avaliativo. Sacristán (1998,
p.302) assim propõe uma definição:

FIGURA 3. Processo avaliativo como julgamento de valor.

Essa definição indica que o processo avaliativo é um processo de aquisição de informação,


tratamento dessas informações e expressão de um julgamento.

FIGURA 4. Processo avaliativo como processo de aquisição de Informação

Fica claro que a simples ação de dar uma nota a um estudante fica distante de complexidade do
ato. As questões envolvidas são, de fato, de natureza mais geral:
• Quem será avaliado?
• Quais são as informações importantes?
• Como obter essas informações?
• Como elabora-las?
• A quem comunica-las?
Sacristán (1998) propõe um esquema que para o processo avaliativo, composto por etapas
operacionais e analíticas:
1. Escolher a realidade a ser avaliada
2. Definir o aspecto a ser avaliado
3. Elaborar o julgamento da avaliação
4. Expressar o resultado da avaliação

A partir dessa perspectiva para o processo avaliativo, propomos as seguintes questões como
forma de nortear a ação docente para elaboração de estratégias de avaliação:
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3.1 Por que avaliar?
• Para transformar a reflexão em ação.
• Para ficar atento ao processo de ensino e aprendizagem e replanejá-lo, se necessário.
• Para obter informações sobre as necessidades dos alunos.
• Para coletar dados sobre o aprendizado do aluno e sobre o trabalho do docente.

3.2 Para que avaliar?


• Para reorganizar a ação.
• Para direcionar a tomada de decisões.
• Para replanejar

3.3 Como avaliar?


• Continuamente.
• Julgando e agindo.
• Com critérios estabelecidos.
• Com instrumentos variados.

3.4 Quando avaliar?


• Durante todo o processo de ensino e aprendizagem.

3.5 O que avaliar?


Podemos avaliar inúmeros aspectos dentro de cada uma das dimensões a seguir:
• Avaliação institucional.
• Avaliação do curso.
• Avaliação da aprendizagem.

3.6 Quais são as formas de avaliação na educação à distância?


• Avaliação presencial.
• Avaliação à distância.
• Auto-avaliação.

3.7 O que deve ser considerado na avaliação da aprendizagem na EaD?


As interações entre:
• aluno X professor e/ou tutor.
• aluno X aluno.
• aluno X conteúdo.
• aluno X tecnologia.

3.8 Quais são os princípios da avaliação?


• A avaliação é um processo contínuo e sistemático – constante e planejado
• A avaliação é funcional – em função de objetivos
• A avaliação é orientadora – visa a orientar o aluno em seu processo de aprendizagem
• A avaliação é integral – julga todas as dimensões do comportamento do aluno

3.9 Quais são as funções da avaliação?


• Diagnóstica
• Formativa

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• Somativa
São inúmeras as perguntas e muito se tem a discutir sobre cada indicador exposto nas respostas
apresentadas.
Um dos pontos de maior relevância e de maior cuidado na EaD é o que diz respeito aos
processos avaliativos, pois é a partir deles que será possível fazer-se as devidas adequações,
tanto nos processos de ensino e aprendizagem quanto no sistema e na modalidade.
A avaliação permite um constante feedback dos encaminhamentos e das decisões tomadas ao
longo da realização das ações educativas, permitindo adequações para as necessidades que
surgem.

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4 Funções da Avaliação
A Avaliação é um contínuo desafio integrante do processo de ensino e aprendizagem, pois além
de revelar a postura do educador e os princípios que norteiam a sua prática pedagógica, favorece
também a tomada de decisões e a melhoria da qualidade do ensino, informando sobre as ações
em desenvolvimento e expondo a necessidade de regulações.
Por estar inserida em todos os momentos do processo de ensino e aprendizagem, ela exerce
diferentes funções e é apontada por estudiosos do tema como diagnóstica, formativa e somativa
(HOFFMANN, 2011; LUCKESI, 2018).
4.1 Função Diagnóstica
Na função diagnóstica a Avaliação constata progressos e dificuldades, além de propor atividades
com vistas a superar as deficiências.
Ela identifica as particularidades que permitem a individualização do ensino e o atendimento
individual e reconhece os caminhos percorridos, apontando, assim, os caminhos a serem
seguidos.
A função diagnóstica ocorre no início e durante todo o processo de ensino e aprendizagem, já
que verifica e indica comportamentos necessários a novas aprendizagens.
4.2 Função Formativa
Consiste em uma prática educativa contextualizada, flexível, interativa, presente ao longo do
curso ou disciplina de maneira contínua e dialógica. Fornece feedback ao aluno sobre o que ele
aprendeu e alerta sobre o que ele precisa aprender, fornecendo ao professor dados que
identificam as dificuldades dos alunos e os aspectos do conteúdo que devem ser modificados.
Esse tipo de avaliação é basicamente um orientador dos estudos e esforços de professores e
alunos no decorrer do processo, pois está muito ligado ao mecanismo de retro-alimentação
(feedback), que permite a ambos identificar deficiências e reformular os seus trabalhos, visando a
aperfeiçoá-los em um ciclo contínuo e ascendente.
4.3 Função Somativa
A avaliação somativa visa a classificar os alunos segundo os seus níveis de aproveitamento no
processo de ensino e aprendizagem.
É realizada ao final de um curso, período letivo ou unidade de ensino, dentro de critérios
previamente impostos ou negociados, e tem o propósito de atribuir ao aluno uma nota ou conceito
final, objetivando a promoção.
4.4 As diferentes funções da avaliação no ensino a distância
Chamamos à atenção para o fato de que o tutor/avaliador deve empregar diversos meios para
avaliar, deve estar à disposição do aluno para orientá-lo e, certamente, não pode ser meramente
quantitativo, avaliando o qualitativamente.
Para tanto, não acompanhe somente a nota e a frequência, mas também as dificuldades e o
desenvolvimento do aluno, levando em consideração a sua história.
A avaliação não deve refletir apenas um momento pontual. Para que isso aconteça é necessário
uma maior interação entre tutor e alunos, desenvolvendo um conceito de avaliação com ênfase
nas funções diagnóstica e formativa. Assim será possível uma tomada de consciência mais justa
e realista do trabalho didático-pedagógico, a fim de atender a objetivos educacionais mais amplos
que a simples medida de desempenho.

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5 Avaliação da Aprendizagem
O processo de avaliação da aprendizagem está articulado a todo o processo de ensino e por isso,
tem alguns passos metodológicos. Libâneo (2018) defende que o primeiro deles é a definição do
objeto de investigação e do padrão de qualidade admitido como satisfatório (definição do projeto
da ação investigativa). O segundo é a produção descritiva da realidade como base para a
identificação de sua qualidade e, assim, subsidiar a escolha. Já o terceiro concentra-se na
atribuição da qualidade à realidade descrita, que, para além da subjetividade, deve ser
estabelecido criteriosamente segundo parâmetros da circunstância social em que se age e se
vive.
Apesar de considerar esses mesmos princípios, a avaliação da aprendizagem em EaD, embora
possa se sustentar na educação presencial, exige tratamento e consideração especiais, porque
um dos objetivos fundamentais da modalidade de ensino é obter dos alunos não a capacidade de
reproduzir ideias, informações ou pontos de vista críticos, mas sim, de desenvolver a autonomia e
a crítica frente a situações concretas que lhes são apresentadas.
Ressalta-se ainda que na EaD o aluno não conta com a presença física do professor e por essa
razão é necessário o uso de métodos de trabalho que oportunizem sua confiança, possibilitando
não só o processo de elaboração de seus próprios julgamentos, mas também o desenvolvimento
de sua capacidade de analisá-los.
Por sua vez, mas não menos importante, é fundamental que desde o início de processo de
ensino e aprendizagem os alunos conheçam e entendam com quais instrumentos serão
avaliados. Ao considerar a avaliação como uma ação complexa, fica claro que o instrumento
utilizado no processo de avaliação é um dos componentes do processo de avaliação.
Sugere-se, em concordância com a reflexão feita anteriormente, que um instrumento de avaliação
seja entendido como um instrumento de coleta de dados, ou seja, um artefato para mapear o
desenvolvimento do estudante ao longo do processo educativo, visando subsidiar a toma de
decisões do docente.
Fica claro também, que cada instrumento terá por foco uma dimensão específica do processo
educativo. Tendo em mente essa perspectiva, a proposta para a estratégia de avaliação envolve:

FIGURA 5. Atributos da estratégia de avaliação.

Assim, os processos avaliativos devem ser variados em suas formas (provas, trabalhos,
elaboração de textos, fórum, wiki, grupos de discussão, resolução de problemas, questionários,
pesquisas, participação e envolvimento nas atividades e outros).
Todas essas dimensões da avaliação demonstram que é imprescindível que ela seja organizada
e desenvolvida como ação planejada, tanto no plano político quanto no pedagógico. Além disso,
que deve atender aos requisitos da legislação, que exige momentos presenciais.
Aos educadores envolvidos com a EaD, cabe o desafio de desenvolver metodologias de
avaliação que sejam dinâmicas e interativas, visto que formas de avaliação inovadoras que se
adaptam a esse modelo são quase inexistentes, mesmo com o todo o avanço dessa modalidade
de ensino.
Deve-se valorizar a avaliação formativa do aluno, a qual consiste em uma prática educacional
presente de maneira contínua ao longo do curso e capaz de gerar informações reais e
atualizadas que possam realimentar a orientação acadêmica e o aprimoramento do curso. A
avaliação deve ser coerente com os objetivos propostos e com o conteúdo trabalhado, resultando
numa pontuação consistente.
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Livro Avaliação em EaD https://ava.cefor.ifes.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=1157449

6 Referências
CAMPOS, Fernanda C. A. et al. Fundamentos da educação a distância, mídias e ambientes
virtuais. Juiz de Fora: Editar, 2007.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação: Mito e Desafio: Uma perspectiva
Construtivista. Porto Alegre: Mediação, 41ª ed., 2009.
HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à
universidade. 34 ed. Porto Alegre: Mediação, 2018.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação em educação: questões epistemológicas e práticas.
São Paulo: Cortez, 2018.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem: componente do ato pedagógico. 1 ed. São
Paulo: Cortez, 2011.
NEDER, Maria Lúcia Cavalli. Avaliação na educação a distância: Significações para definição
de percursos. Disponível em: <http://www.nead.ufmt.br/principal.php?area=producao_artigo&
tipo_producao=3>. Acesso em: 20 set. 2018.
PRETI, Oreste. Educação a Distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada.
Disponível em: <https://setec.ufmt.br/producao-cientifica?page=5>. Acesso em: 26 out. 2020.
SACRISTÁN, Gimeno, José. A avaliação do ensino, cap 10. In: SACRISTÁN, Gimeno, José;
PÉREZ GÓMEZ, Alberto. Compreender e Transformar o Ensino. Trad. Ernani R. da F. Rosa 4a
ed. Porto Alegre: ArtMed, 2000. p.295-351.
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Tradução Ernani F. da Fonseca Rosa. Porto
Alegre: Artmed, 1998.

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7 Créditos

FIGURA 6. Créditos do Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância (Cefor) do Instituto Federal do
Espírito Santo (Ifes).

Este livro é uma obra coletiva dos servidores do Centro de Referência em Formação e em
Educação a Distância (Cefor) do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).

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