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Cursos: Graduação
Disciplina: Carta aos Hebreus e Católicas
Versão: jul./2010
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autor e da Ação Educacional Claretiana.
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Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Últimos escritos do cânone bíblico do Novo Testamento. A formação das Cartas
Católicas que procuraram responder aos problemas e aos desafios. Escritos e
correntes teológicas nas diferentes Igrejas das comunidades da segunda e da
terceira gerações cristãs. Heranças paulina, petrina e joanina nas novas comuni-
dades. Os textos de Tiago, Pedro e Judas.
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1. INTRODUÇÃO
O Novo Testamento é parte constitutiva dos escritos identi-
ficados como “sagrados”, isto é, aqueles que remetem a um am-
biente relacionado com o divino ou que dão a conhecer o que está
relacionado ao divino, ou seja, ao “sacro”. Ele é parte do conjunto
chamado “Sagrada Escritura” ou “Bíblia” − o conjunto de livros que
são reunidos e classificados em do Antigo e do Novo Testamento.
O Antigo Testamento é o conjunto de textos, de épocas di-
ferentes e circunstâncias específicas que retratam, em linguagem
teológica e em formas literárias diversas, a experiência religiosa do
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Glossário de Conceitos
Este glossário permite a você uma consulta rápida e preci-
sa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento
dos temas tratados na disciplina Carta aos Hebreus e Católicas.
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que você mesmo faça o seu esquema ou, até mesmo, seu mapa
mental. Esse exercício é uma forma construir seu conhecimento,
ressignificando as informações com base em suas próprias percep-
ções.
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações en-
tre os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais
complexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você
na ordenação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de
ensino.
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende--
-se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir seu conhe-
cimento de maneira mais produtiva e, assim, obter ganhos peda-
gógicos significativos em seu processo de ensino e aprendizagem.
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar, tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas
em Educação, o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na
ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que estabe-
lece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos concei-
tos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas
ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem pontos
de ancoragem.
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure
como uma aprendizagem significativa. Para tanto, é importante
considerar as entradas de conhecimento e organizar bem os mate-
riais de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos con-
ceitos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma
vez que, ao fixar esses conceitos em suas já existentes estruturas
cognitivas, outros serão também relembrados.
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Textos Narrativos
Evangelhos Sinóticos
Evangelhos segundo João
Atos dos Apóstolos
Epístolas Paulinas
Textos Epistolares Corpus Paulinum
(Cartas)
Carta aos Hebreus
Cartas Católicas
Apocalipse
Hebreus
Literatura
Estrutura Tiago
Teologia 1 e 2 Pedro
Perspectivas
1, 2 e 3 João
éticas
Judas
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Carta aos Hebreus e Católicas.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas
como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles
que exigem uma resposta determinada, inalterada.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-la pode ser uma forma de você avaliar o seu conheci-
mento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao
assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final,
que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma
mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser
humano. É importante que você se atente às explicações teóricas,
práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica-
ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois,
ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per-
mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a
ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é,
portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade.
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1. OBJETIVOS
• Compreender a situação do cânon do Novo Testamento e
a sua importância no conjunto da Escritura cristã.
• Considerar os critérios de inspiração e de canonicidade
para o entendimento da formação do cânon neotesta-
mentário.
• Compreender e estudar os momentos histórico, religio-
so e social da redação da Carta aos Hebreus e das Cartas
Católicas.
• Conhecer e introduzir o estudo da Carta aos Hebreus e
das Cartas Católicas, pontuando sua oportunidade e sua
necessidade.
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2. CONTEÚDOS
• Conceitos fundamentais de inspiração e canonicidade.
• Situação da Igreja na gênese das Cartas Católicas.
• Correntes teológicas.
• Heranças diversas na origem da Carta aos Hebreus e das
Cartas Católicas.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
A disciplina que se inicia tem como objeto de análise uma
parte significativa dos livros do Novo Testamento. Referimo-nos à
Carta aos Hebreus e às Cartas Católicas.
O título “Carta aos Hebreus” é tradicional e consta dos ma-
nuscritos antigos. Tal escrito é assim conhecido e, durante muito
tempo, fora atribuído ao apóstolo Paulo. Hoje não há mais essa
atribuição. Sua posição no cânon do Novo Testamento é particular,
pois, não sendo paulina, também não pertence à categoria das Car-
tas Católicas, embora seja frequentemente analisada com elas.
A bastante comum expressão “Cartas Católicas" evidencia o
destinatário dos textos que estão sob essa denominação. O termo
“católico" significa "universal", “amplo”, “para o mundo” ou “do
mundo”, sendo esse mundo o espaço geográfico ou humano (sem
a conotação negativa de contraposição a "espírito"). Alguns dizem
"Cartas Universais" para não usar a palavra “católicas”, pois isto dá
a entender que os escritos são de posse ou uso de uma confissão
cristã − no caso, a Igreja Católica de Rito Latino. Esta não parece
ser a melhor solução; por isso, aqui usaremos a expressão consa-
grada “Cartas Católicas”.
É comum, como já notamos anteriormente, que a Carta aos
Hebreus seja analisada com o grupo das Cartas Católicas. É o que
faremos no presente estudo.
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Apocalipse
Dos livros que compõem o Novo Testamento, 21 são cartas
ou epístolas. Destas, 13 são de autoria paulina ou atribuída a Pau-
lo. Os outros oito livros são parte importante do cânon neotesta-
mentário.
Não é o caso de comparar, muito menos de medir, a impor-
tância do Corpus Paulinum, o conjunto das cartas paulinas, e das
Cartas aos Hebreus e Católicas. Cada grupo de escritos tem sua
importância e aponta para situações específicas. Cabe aos leito-
res, de todos os tempos e de todos ambientes, compreender sua
mensagem e saber extrair dos escritos o que de melhor eles ofe-
recem.
A respeito dessas afirmações, é notável que as Cartas Ca-
tólicas não sejam muito evidentes no dia a dia de uso da Bíblia.
Os motivos são vários, tais como: o desconhecimento das mesmas
cartas, a proeminência da mensagem de Paulo sobre os outros es-
critos epistolares, a atualidade ou a praticidade das cartas paulinas
etc.
ATENÇÃO!
O modo e a sequência dos livros do Novo Testamento não são os
mesmos em todas as edições da Bíblia, especialmente se consi-
derarmos as edições mais antigas. Sugerimos, portanto, que você
pesquise em bibliotecas algumas edições antigas e veja como o
cânon é organizado.
Textos narrativos
Por textos narrativos, entendem-se aqueles que têm uma
sequência de histórias e fatos para descrever e de pessoas para
apresentar. Há um enredo, uma trama, um desenvolvimento.
Contudo, um texto narrativo não é, fundamentalmente, um
texto biográfico. Os evangelhos não são − nem nunca foram − bio-
Textos epistolares
As cartas não nascem da necessidade de expor a história.
Quem a vivenciou está próximo, acompanha a comunidade e pode
contar como foram os fatos e como eram as pessoas. Elas devem
orientar as comunidades e as pessoas singulares em função de
suas escolhas, de suas ações e do modo de se organizarem. Tais
cartas não são, em sua grande maioria, uma literatura pensada,
bem elaborada. São esporádicas, sem muitos esquemas preesta-
belecidos, exceto aqueles próprios do gênero epistolar.
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Cartas ou epístolas?
Há alguma dificuldade no uso dos termos "cartas" ou "epís-
tolas". Na liturgia latina pré-conciliar, havia o uso muito difundido
da palavra "epístola". O uso hodierno agora está em “carta”. O que
se pode perguntar é: essas obras são, efetivamente, "cartas" ou
"epístolas"?
Façamos a distinção que parece ser a mais adequada. Em-
bora as palavras “carta” e “epístola” possam ser equivalentes, elas
denotam realidades diferentes. A carta é um escrito de índole in-
formativa; é indicativa de fatos e transmissora de impressões. Ela
não consta de um plano literário elaborado, mas corresponde às
necessidades do momento de quem escreve.
Uma epístola, por sua vez, é uma obra escrita sob um plano
literário, que possui uma argumentação central e que visa a uma
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos, neste tópico, que você procure responder às
questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta uni-
dade, bem como que as discuta e as comente.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
testar seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder
a essas questões, procure revisar os conteúdos estudados para
sanar suas dúvidas. Este é o momento ideal para você fazer uma
revisão do estudo desta unidade. Lembre-se de que, na Educação
a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma coo-
perativa e colaborativa. Portanto, compartilhe com seus colegas
de curso suas descobertas.
Confira, na sequência, as questões propostas para verificar
seu desempenho no estudo desta unidade:
1) Quais são as diferenças e semelhanças entre o Corpus
Paulinum e o grupo formado pela Carta aos Hebreus e
as Cartas Católicas?
2) Os textos narrativos evidenciam a história de índole te-
ológica. E os textos epistolares, apresentam o quê? Co-
mente sobre os dois gêneros de escrita presentes no
Novo Testamento.
3) Quais são as diferenças fundamentais entre as cartas e
as epístolas? Como podem ser chamados os textos atri-
buídos a Paulo e os textos analisados nesta disciplina?
9. CONSIDERAÇÕES
O conjunto formado pela Carta aos Hebreus e pelas Cartas
Católicas é de notável importância para compor um quadro míni-
mo de compreensão do Novo Testamento e das origens do cris-
tianismo. O Corpus Paulinum é o local onde se encontram os mais
antigos testemunhos (martiria) a respeito de Jesus Cristo e de sua
obra salvadora. Mas essas cartas aqui analisadas deixam à mostra
as outras tendências existentes no cristianismo original.
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