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Marketing pessoal

Sumário
1 Introdução 5
2 Marketing pessoal: destaque de pontos fortes6
2.1 Tecnologias e marketing pessoal8
3 Ética profissional e etiqueta 11
4 Carreira11
4.1 Autoconhecimento e elaboração do
currículo 12
4.2 Construção de plano de carreira14
4.2.1 O autoconhecimento e a ferramenta DAR:
Desafio – Abordagem – Resultados15
5 O pessoal e o profissional16
5.1 Desenvolvimento da boa comunicação17
5.1.1 Dicas de engajamento18
5.2 Networking estratégico para alavancar sua
carreira19
Resumo do curso20
Referências 21
Módulo 1

1 Introdução
Os fatores psicológicos do marketing pessoal, como personalidade, comportamento, emo-
ções, temperamento, caráter e inteligência, são numerosos, mas neste artigo algumas das
categorias psicológicas relevantes para a implementação do marketing pessoal são desta-
cadas e descritas. Estas são principalmente o “eu”, a “imagem pessoal”, as “necessidades”, os
“desejos”, os “motivos”, as “motivações”, as “atitudes” e o “comportamento”. Elas serão vistas a
partir de uma abordagem da teoria cognitiva social da personalidade, no contexto do marke-
ting pessoal.
Abordaremos temas centrais com desdobramento em subtemas, como conceitos de marke-
ting pessoal, desenvolvimento da boa comunicação, ética profissional e etiqueta, valorização
do lado pessoal e profissional, identificação de pontos fortes para se destacar no mercado de
trabalho, transformação da sua rede social em geração de oportunidades, construção de pla-
no de carreira, networking estratégico para alavancar sua carreira, construção de marketing
pessoal, elaboração de currículo e autoconhecimento.
2 Marketing pessoal:
destaque de pontos fortes
O marketing pessoal consiste nas atividades variadas realizadas por indivíduos para se torna-
rem conhecidos no mercado. Geralmente, embora não de forma exclusiva, estas ações têm
como finalidade a obtenção de emprego remunerado. O auto marketing, como também é cha-
mado o marketing pessoal, é praticado há décadas por estrelas de cinema e esportes, e foi
assumido por um número crescente de líderes em negócios e política (RITOSSA, 2009).
O marketing pessoal também está sendo apontado como uma atividade “obrigatória” por um
crescente número de especialistas em negócios e gurus de autoajuda. Auto marketing, em
vários disfarces, agora é um negócio em rápido crescimento por direito próprio, e a gama de
conselhos agora publicamente disponíveis estão servindo para democratizar o processo. A
marca pessoal foi virtualmente inventada provocando o grito de guerra: “Nós somos CEOs de
nossas próprias empresas. Para estar no mercado hoje, nosso trabalho importante é ser o
chefe de marketing da marca chamada você” (PETERS, 1997, p.83).
Você deve pensar: como identificar meus pontos fortes para se destacar no mercado
de trabalho?
Como já falamos anteriormente, você precisa fazer um exercício de autoavaliação, saber quem
é você, e entender aquilo que você é bom e se destaca. A principal premissa da marca pessoal
é que todos têm uma e que ela é um sinal de distinção das demais pessoas. Uma importante
proposição de venda é o medo de que, se os indivíduos não administrarem sua própria marca,
outra pessoa fará isso por eles – se você não marca você mesmo, outros o farão, você está
dando o poder a outras pessoas para marcá-lo se você não fizer isso sozinho. A marca pessoal
também é vendida como um diferencial em um ambiente cada vez mais lotado no mercado:
nutrir sua marca garantirá que você saia na frente dos concorrentes (DAVIDSON, 1985).
No processo de construção da marca pessoal, o primeiro passo é olhar para dentro de si para
descobrir quais são os seus principais atributos de identificação, sua “promessa única de va-
lor”. Feito isso, o segundo passo é construir uma “declaração de marca pessoal” convincente
em torno deste conjunto de atributos. Por fim, deve ser criada uma estratégia para tornar
a marca visível para o mundo exterior. Desta forma, branding para pessoas é encontrar sua
grande ideia, sua essência, e colocá-la no universo para se cumprir (RITOSSA, 2009).

4
Nota

Branding é uma estratégia de marketing caracterizada por um conjunto de


ações que envolve definição de conceitos, planejamento de produção e des-
truição, definição de posicionamentos e propósitos de uma marca. O objeti-
vo é estabelecer relações de afeto entre marca e consumidores, de tal modo
que estes possam se tornar fãs daquela, ultrapassando a simples relação
produção – consumo (ALBUQUERQUE; COSTA, 2020, P. 159).

O marketing pessoal pode, às vezes, envolver o uso de publicitários profissionais (KOTLER,


1996), especialmente no caso de celebridades e políticos que ajudam a sustentar uma ampla
indústria de relações públicas. O marketing pessoal e da marca pessoal apresenta pelo menos
dois importantes desafios para os profissionais de marketing, um prático e um teórico.
O desafio prático é projetar currículos que incorporem essas atividades de forma a apoiar o
desenvolvimento eficaz de marketing profissionais. A fim de fornecer uma base para esses
currículos, um papel complementar, Davidson (1985) relata os resultados de um estudo que
visa documentar como os jovens profissionais de marketing abordam o marketing pessoal e
marca pessoal. Na medida em que o marketing agora é usado de forma ampla e rotineira em
uma variedade de contextos não convencionais, o debate sobre essa ampliação pode ser con-
siderado em grande parte terminado.

FIGURA 1 – BRANDING PESSOAL

FONTE: Freepik (2021)

5
Nota

Cuide da sua marca pessoal, seu branding. Isso inclui comportamento, ética,
modo de se vestir adequado ao local, cuidado com vocabulário, tudo aquilo
que compõem sua imagem.

Uma marca pessoal é uma percepção ou impressão amplamente reconhecida e amplamen-


te uniforme de um indivíduo com base em sua experiência, especialização, competências,
ações e/ou realizações dentro de uma comunidade, indústria ou mercado em geral (OLIVEIRA
NETO, 1999).

Atenção!

Na verdade, alguns especialistas em marca pessoal aconselham os clientes a


não tentarem mudar a si mesmos: Trabalhe com o que você tem! Torne espe-
cial o que você possui como características positivas. A ênfase parece estar
firmemente colocada no indivíduo que constrói um produto com base sobre si
próprio e que pode, então, ser comercializado da forma mais eficaz possível.

Na Internet, as pessoas são capazes de construir um “eu” percorrendo muitos “eus”, contri-
buindo, assim, para um sentido de identidade múltipla. Isso levanta a questão óbvia. Para o
indivíduo que busca alcançar o sucesso nos negócios, o tamanho do desafio do marketing
pessoal não pode ser superestimado com centenas de milhares de marcas organizacionais e
milhões de marcas de produtos já competindo por atenção, o melhor é solidificar uma imagem
coerente com habilidades, conhecimentos, atitudes e caráter.

2.1 Tecnologias e marketing pessoal


As tecnologias digitais em rápida mudança e sua influência no desenvolvimento do marketing
pessoal e da marca pessoal são pontos de atenção para todo profissional. Elas mudaram fun-
damentalmente vários sistemas de comunicação pessoal e profissional, bem como hábitos de
comunicação e atitudes de seus usuários. Consequentemente, o marketing pessoal tem sido
fortemente influenciado pelo desenvolvimento das tecnologias de informação e comunica-
ção, especialmente a Internet e a disponibilidade móvel (DAVIDSON, 1985).

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Sites pessoais, redes sociais, aplicativos móveis e várias outras ferramentas permitem que
os indivíduos criem suas identidades digitais pessoais e permitem o autoposicionamento (RI-
TOSSA, 2009). O uso atual de ferramentas baseadas na Internet para marcas pessoais, prefe-
rências e atitudes relacionadas dos usuários da rede foram as principais alterações no mundo
profissional. O impacto das tecnologias digitais na privacidade e na presença online, mostram
o uso extensivo da Internet, especialmente no dia a dia, potencializado pela onipresença de
dispositivos móveis, smartphones e até mesmo wearables. Além disso, os usuários dependem
fortemente de várias redes sociais e aplicativos móveis, principalmente para grupos de co-
municação limitados (amigos e familiares). No entanto, em geral, os profissionais, não estão
familiarizados com marketing pessoal online e a maioria deles não tem sites pessoais ou ou-
tras ferramentas de branding pessoal.

Nota

Os wearables são as tecnologias “vestíveis”, como relógios, pulseiras e até


mesmo óculos de realidade virtual.

FIGURA 2 - WEARABLE

FONTE: Freepik (2021)

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A mídia social interrompe o processo de recrutamento tradicional. Para quem quiser ser con-
tratado, a tradicional procura de emprego de revisar os anúncios no jornal ou ser entrevista-
do no campus em seu último ano de escola foi interrompido por meio de empresas como o
LinkedIn, por exemplo. Estas empresas fornecem conteúdo gerado pelo usuário e criam uma
ferramenta de gerenciamento de relacionamento com o cliente (CRM) para usuários em am-
bos os lados do processo de contratação, eliminando o intermediário em muitos casos. Agora
o processo de recrutamento é feito por meio de bancos de dados online e a maneira antiga é
por meio de jornais.
LinkedIn, Facebook e Twitter são todos úteis para alavancar conexões profissionais, algumas
das quais podem levar à progressão da carreira. De acordo com Peters (1997), a automação re-
presenta uma interrupção no processo de recrutamento muda o processo de gestão de pes-
soas nas empresas e como recrutar profissionais. Um sistema de indicação de funcionários
entende esforços de aquisição de talentos por meio das redes de mídia social de funcionários,
clientes e fornecedores, reduzindo drasticamente os custos e melhorando a eficiência usando
softwares e mídias sócias. As mídias sociais mudaram mais um processo de recrutamento de
forma global. Graças à capacidade de pesquisar em grandes bancos de dados e com auxílio de
automação, os recrutadores conseguem encontrar perfis de candidatos apropriados à vaga.
O tempo gasto com mídias sociais aumentou e os dispositivos que eles usam multiplicaram.
Plataformas como Facebook e Twitter, dispositivos como telefones e tablets estão ultrapas-
sando os desktops tradicionais como ferramenta de escolha. Das redes profissionais que fun-
cionam como plataformas de emprego, o LinkedIn é a maior delas, com mais de 350 milhões
de usuários regulares é o LinkedIn.

Importante

Criando um perfil eficaz e aprendendo a usar da forma correta, a plataforma


conecta candidatos a emprego com potenciais empregadores. Ferramentas
avançadas de contratação utilizadas por gerentes e especialistas em mídia
social podem agregar valor ao processo de recrutamento e seleção. Além
disso, elas podem facilitar a inserção dos candidatos no setor em que pos-
suem interesse. À medida em que desenvolvem suas habilidades, os candi-
datos ressaltam sua marca, seu branding, e destacam seus pontos fortes.

Normalmente, sabemos usar a plataforma como candidato, construindo sua marca pessoal,
pedindo apresentações e networking com as pessoas ou adicionando recomendações ao per-
fil. No entanto, existem também empregos não anunciados que nunca são publicados, mas
que estão disponíveis para aqueles que têm as conexões e habilidades certas.

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3 Ética profissional
e etiqueta
Vários aspectos da ética profissional são analisados sob a perspectiva de uma ética baseada
em agentes, para a qual bens, normas e virtudes são fatores complementares para o desen-
volvimento da inteligência e do julgamento individual.
A ética profissional é um processo de pensamento racional que visa perceber quais valores
devem ser preservados e disseminados em uma organização. Além disso, a ética profissional
envolve uma série de ações e respostas éticas aceitas, que proporcionam relacionamentos
sociais desejáveis para seus membros nas obrigações profissionais. Em outras palavras, é
uma espécie de compromisso moral e consciência para com qualquer tipo de trabalho, dever
e responsabilidade (DAVIDSON, 1985).
Compromisso, motivação individual para o trabalho, responsabilidade, altruísmo e interesse
no trabalho, desejo de desenvolvimento profissional e a personalidade, as crenças individuais
e a humanidade, são motivações com impacto positivo no desenvolvimento da ética profissio-
nal. (DAVIDSON, 1985).
O comportamento do profissional de acordo com regras, normas, aspectos morais e virtuo-
sos corrobora com sua imagem e reputação, e, consequentemente, seu marketing pessoal é
construído e fortalecido a partir de um comportamento adequado e ético (RITOSSA, 2009).

4 Carreira
Davidson (1985) considera carreira como um repositório de conhecimento, habilidades, expe-
riência e relações profissionais obtidos através da evolução progressiva da experiência de tra-
balho ao longo do tempo. Ritossa (2009) define o conceito de marketing pessoal na carreira como
aplicação de técnicas de marketing comercial para atividades de planejamento de carreira or-
ganizacional, projetado para criar imagem pessoal satisfatória perante aos aspectos profissio-
nais dentro da empresa, a fim de aumentar a qualidade e o desempenho dos recursos humanos.
Por outro lado, as empresas, no uso e aplicação de técnicas de marketing e de gestão de car-
reira, envolvem tratar os funcionários como clientes, segmentando clientes internos de acor-
do com as aspirações profissionais e necessidades de treinamento e desenhando programas
de desenvolvimento de carreira específicos para cada grupo-alvo.

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Não se trata apenas de um trabalho, trata-se de experiências e uma sequência de empregos
que um indivíduo ocupa ao longo do tempo, trata-se de uma carreira. No entanto, semelhante
aos produtos de trabalho, projetar produtos de carreira de forma atraente envolve a aplicação
de técnicas de marketing.
É muito importante como os funcionários percebem suas chances de desenvolvimento de
carreira. Um estudo recente mostra que a percepção do funcionário sobre o apoio da organi-
zação no desenvolvimento de carreira para diferentes categorias de trabalho é um indicador
de satisfação no trabalho. Muitas vezes, os indivíduos equivalem o desenvolvimento da carrei-
ra ao avanço na hierarquia. Infelizmente, isso nem sempre é possível, uma vez que as mudan-
ças econômicas e tecnológicas levaram ao achatamento do hierarquias.

FIGURA 3 – CARREIRA

FONTE: Pixabay (2021)

No entanto, cabe também ao próprio funcionário pensar em seu futuro na profissão, como de-
seja ser reconhecido e, além disso, onde espera chegar. Isso tem relação com marketing pes-
soal, a imagem e a reputação que o profissional constrói ao longo de sua trajetória. Portanto,
cada pessoa deve refletir sobre as possibilidades em avançar na profissão e estabelecer pro-
pósitos para aumentar seus conhecimentos, habilidades e atitudes.

4.1 Autoconhecimento e elaboração do


currículo
Antes da elaboração do currículo devemos fazer um exercício mental de autoavaliação, isso
consiste em identificar nossas próprias características, por isso, tenha papel e caneta em
mãos, concentre-se e se autoavalie. É necessário que você recapitule sua trajetória profis-
sional e de formação, reconstrua seus passos e busque entender como foi esse processo,
o que fez você ter sucesso e insucesso, quais foram os momentos de acertos e erros, avalie
tudo para destacar seu perfil não apenas no currículo, mas também na entrevista, devemos
reforçar a ideia de quem somos, precisamos nos autoconhecer.

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Currículos não são mais o suficiente para se tornar um candidato de sucesso para uma posi-
ção. O LinkedIn, por exemplo, usa métrica de que, com um perfil completo, o candidato tem 40
vezes mais probabilidade de ser encontrado quando as empresas fazem pesquisas no banco
de dados. A assistência é prestada pela plataforma para ajudar as empresas a chegar a um
nível 100% de dados no cadastro, isso facilita a análise realizada pelo recrutador, pois conse-
gue analisar o perfil do candidato de modo completo, com todas as informações necessárias.
Os recrutadores estão pesquisando perfis do LinkedIn sobre conjuntos de habilidades especí-
ficas para vagas de emprego. Os candidatos podem mudar seus perfis para refletir que estão
abertos à novas posições ou à procura de um novo emprego. A plataforma é a única mídia social
para busca de empregos que permite que os seus usuários sejam ativos na busca, engajados e
envolvidos, diferente dos quadros de emprego tradicionais, que têm uma abordagem passiva.
No caso dos quadros de emprego, os candidatos a uma vaga não têm a oportunidade de faze-
rem pesquisas ou terem insights sobre uma empresa, a equipe e sua cultura, por exemplo.

Nota

O LinkedIn permite que os candidatos pesquisem uma empresa antes de se


candidatarem a uma posição. Os candidatos sabem quem trabalha na orga-
nização e, mais importante, se compartilha ou não conexões ou experiências
com a pessoa que postou a vaga.

FIGURA 4 - LINKEDIN

FONTE: Freepik (2021)

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Veja a seguir algumas dicas importantes em relação ao currículo:

•  Tenha perfis em redes sociais, mas cuidado com suas postagens, pois podem gerar
uma imagem negativa;
•  Procure o site da empresa que tenha interesse e busque a opção trabalhe conosco.
Normalmente as empresas permitem o cadastro de currículos no próprio site;
•  Um bom currículo, deve ser claro e sucinto;
•  Sempre que for se candidatar a uma vaga atualize seu currículo e direcione seus co-
nhecimentos e habilidades (skills) para a vaga. Isso não significa que você irá escrever
inverdades. Dessa forma, você irá ressaltar suas características relacionadas ao per-
fil da vaga;
•  Cuide para manter suas informações de contato atualizadas para não correr risco de
não responder à empresa;
•  Cuide com erros de ortografia e gramática, revise seu texto e, se necessário, peça ajuda;
•  Não insira informações falsas.

4.2 Construção de plano de carreira


O aumento da competição no mercado de trabalho obriga as organizações a fornecer planos
de carreira bem definidos que melhor atendam às necessidades de desenvolvimento profis-
sional dos funcionários. Eles não podem obrigar os funcionários a permanecer na empresa,
exceto por meio de coerção de contratos de trabalho, mas sua aplicação terá um efeito inde-
sejável sobre o empregador marca. Assim, os empregadores devem usar técnicas de marke-
ting para criar carreiras de sonho e vendê-los para manter os melhores funcionários.
Em uma era de economia do conhecimento, onde a vantagem competitiva é baseada mais em
habilidades intelectuais e menos em ativos físicos (RITOSSA, 2009), as organizações começa-
ram a tratar seus funcionários como ativos valiosos. Assim, desde o início da década de 1990,
o desenvolvimento de funcionários tornou-se parte integrante da estratégia de negócios na
maioria das organizações (OLIVEIRA NETO, 1999). Os empregadores devem escolher uma car-
reira estratégia de desenvolvimento, seja pelo recrutamento de funcionários já treinados ou
pelo cultivo seus próprios talentos (OLIVEIRA NETO, 1999). Seja qual for a estratégia que es-
colherem, as empresas devem oferecem a possibilidade de aprender e desenvolver e projetar
produtos de carreira constantemente e que antecipam as necessidades futuras de desenvol-
vimento profissional dos clientes internos. Os funcionários não querem um trabalho simples,
mas uma carreira, um estilo de vida compatível com sua personalidade e orientação profis-
sional. A falta de desenvolvimento profissional e oportunidades são fatores que determinam
que os funcionários busquem o desenvolvimento de suas carreiras em outras organizações
(DAVIDSON, 1985). Dado que os empregadores apreciam mais a experiência e o conhecimen-
to dos funcionários do que os cargos que ocuparam, indivíduos procuram organizações que

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também oferecem oportunidades de desenvolvimento de carreira como a oportunidade de
aplicar suas habilidades.

4.2.1 O autoconhecimento e a ferramenta DAR:


Desafio – Abordagem – Resultados
A campanha de marketing deve começar em você, para isso você precisa se conhecer. O can-
didato a emprego com experiência, geralmente tem grande interesse em como as coisas fun-
cionam nos bastidores. Ele otimiza sua situação para superar obstáculos, esperados e ines-
perados, é decidido e focado em sua carreira. O candidato a emprego bem-sucedido de hoje
deve ter um forte senso de missão pessoal e para isso o autoconhecimento faz toda diferença.
A manifestação externa dessa missão de carreira é uma campanha de marketing pessoal. As-
sim como qualquer empresa voltada para o produto, você tem algo a oferecer. Você precisa
encontrar um nicho para vendê-lo e embalá-lo da maneira certa. A diferença entre um candi-
dato que encontra um emprego logo após sua formação e outro que deixa oportunidades pas-
sarem, é o posicionamento: embalagem e marketing. Desempenho e habilidade são necessá-
rios, mas não são suficientes. Para desenvolver uma campanha de marketing pessoal, você
precisa saber onde está seu valor – ou seja, o que você oferece a um empregador. A melhor
maneira de fazer isso é analisar o que você já conquistou.
O valor que você oferece aos empregadores é sua capacidade de ajudá-los a resolver proble-
mas. As empresas contratam solucionadores de problemas. A melhor maneira de compreen-
der esse conceito é fazer um exercício de “Desafio – Abordagem – Resultados”, também co-
nhecido como DAR. Pegue um bloco de papel – os de tamanho ofício funcionam melhor – e crie
três colunas na página. A coluna da esquerda deve ser intitulada “Desafio”, a coluna do meio
“Abordagem” e a coluna da direita “Resultados” (DAVIDSON, 1985). Veja um passo a passo de
como preencher esse exercício:

1. Comece voltando ao primeiro problema que você foi solicitado a resolver. Pode ser
dos seus dias atuais. Provavelmente será parte de um problema maior que uma pes-
soa mais experiente pediu que você trabalhasse. Descreva esse problema na coluna
da esquerda. Escreva de forma sucinta, três ou quatro frases no máximo. Este foi o
seu primeiro desafio;
2. Do outro lado, na coluna central, escreva algumas linhas sobre a abordagem que
você decidiu adotar para resolver o problema listado na coluna da esquerda.
3. Por fim, anote o resultado que foi alcançado graças ao seu envolvimento.
4. Agora vá para a parte de baixo da página e liste o próximo problema que você resol-
veu – e assim por diante.

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Se você levar isso até os dias atuais, acabará construindo um histórico completo de resolução
de problemas, que pode ser facilmente explorado para produzir uma lista de habilidades es-
pecíficas de resolução de problemas. Como você verá em colunas futuras, esses fragmentos
de redação sucinta são o material com o qual as cartas de apresentação e as respostas às
entrevistas são feitas.
Sua proposta de valor. A expressão “proposição de valor” é muito usada, é uma palavra da
moda, popular entre os candidatos de nível sênior que fazem entrevistas para empregos como
diretor de negócios ou diretor de desenvolvimento de novos produtos. É muito comum ouvir-
mos isso no dia a dia e é preciso ter o cuidado para que a expressão não perca o significado.
No entanto, a maneira como estamos usando aqui é importante. É uma promessa básica que
você faz ao seu cliente, o seu futuro empregador, do valor que pretende entregar: “Aqui está o
que prometo oferecer e é por isso que seria uma boa ideia me contratar.”
Embora você nunca vá realmente dizer isso a alguém, ao menos não com essas palavras, esse
é o cerne da mensagem que você levará aos empregadores em potencial. É a sua proposta de
valor exclusiva. Depois que você começar a pensar dessa maneira, suas palavras e ações se
enquadrarão naturalmente nessa abordagem do solucionador de problemas e isso fará com
que você seja contratado.
É importante lembrar que você é muito mais do que uma pessoa com uma lista de habilidades
e técnicas que aprendeu. As empresas não se importam apenas com isso. O que você real-
mente tem a oferecer se reflete no exercício do DAR. Está nas realizações que você tem sob
seu cinto e nas abordagens que você fez. Ainda mais do que isso, é a promessa do valor que
você pode entregar no futuro.

5 O pessoal e o profissional
Um tópico comum entre amigos, família e colegas de trabalho, encontrando um verdadeiro
equilíbrio entre sua vida pessoal e sua vida profissional, pode realmente ser uma questão es-
tressante e desafiadora. Isso está claro nas mentes de muitos líderes, à medida que mais e
mais livros, vídeos e workshops tentam abordar a questão do que constitui um estilo de vida
completo. Mas, como estamos abordando marketing pessoal devemos entender que somos
um e, indiferente se no trabalho ou fora dele, devemos ter uma mesma imagem, uma mesma
reputação e o mesmo caráter. Somos a mesma pessoa dentro e fora do ambiente de trabalho
e não pessoas distintas, então temos que agir como tal (DAVIDSON, 1985).
Muitas vezes devemos fazer uma auditoria de como estamos gastando nosso tempo e decidir
se tudo o que estamos fazendo durante esse tempo é de fato necessário para nossa missão
geral. Isso pode significar recusar algumas oportunidades, pode significar cortar ou “terceiri-
zar” coisas que estão tirando nossa capacidade de aplicar energia à coisas que são realmente
importantes. No entanto, se cortamos algo, é para que possamos aplicar mais energia, não
apenas tempo, a algo mais conectado à nossa missão (DAVIDSON, 1985).
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O esforço da criação de um ambiente de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal é também de
responsabilidade do funcionário. Uma organização nunca deve assumir responsabilidades que
sejam claramente individuais (DAVIDSON, 1985). No entanto, a organização tem oportunidade
de influenciar positivamente a qualidade de vida de um funcionário, melhorando a capacidade
de um indivíduo de equilibrar suas demandas pessoais e alcançar o verdadeiro sucesso.

5.1 Desenvolvimento da boa


comunicação
Esteja você atendendo um cliente, entregando uma atualização em uma reunião de equipe
ou falando aos acionistas na reunião anual, você está “atuando” como um palestrante. Suas
comunicações verbais e não verbais impactam continuamente os outros, o que significa que
você está sempre “ligado”. A maneira como você compartilha ideias diariamente determina
como você faz os outros se sentirem (OLIVEIRA NETO, 1999).
Imagine a seguinte situação: dois colegas de trabalho, A e B, foram convidados a atualizar
rapidamente a equipe sênior em dois produtos potencialmente promissores que exigiriam fi-
nanciamento adicional. O produto de “A” era o mais forte dos dois, mas “B” era tão energizante,
apaixonada e convincente quando falava que ela recebeu mais dinheiro do que o esperado.
Para a surpresa de “A”, seu orçamento foi cortado.
Você não precisa fazer um discurso motivacional na sala de reuniões ou sorrir o tempo todo,
mas você deve tratar cada reunião, conversa, discurso, entrevista ou apresentação como
uma oportunidade. Seja apaixonado(a) por seu trabalho e não tenha medo de deixar transpa-
recer. Se você quiser excitar outras pessoas, então aja com entusiasmo. Se você se preocupa
com sua mensagem, então mostre seus sentimentos para os outros, as pessoas também se
importam! Entregue seus pensamentos com expressão, convicção e energia. Use suas mãos
em vez de colocá-las nos bolsos. Olhe as pessoas diretamente nos olhos.
Por exemplo, não diga: ‘‘Vou delinear nossa estratégia daqui para frente para mostrar como
planejamos fazer melhor do que fizemos no ano passado. O primeiro slide mostra...’’. Ao invés
disso, diga: ‘‘Este é um produto empolgante com grande potencial para atender a uma enorme
necessidade não atendida e temos um plano estratégico para atingir 1 bilhão em vendas até
2023”.
Crie conexões rápidas para períodos curtos de atenção. As pessoas costumam ter, em média,
seis aplicativos abertos em seus computadores e mudar de tela ou janela com bastante fre-
quência. Estes momentos breves de atenção impactam diretamente a maneira como os líde-
res de negócios se comunicam rapidamente, sem perceber como isso afeta o moral do local
de trabalho e a maneira como os outros os ouvem.

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FIGURA 5 - COMUNICAÇÃO

FONTE: Pixabay (2021)

Que sinais você envia quando se comunica? Você olha as pessoas nos olhos quando você fala?
Você parece acessível ou seus braços estão cruzados sobre o peito? Você parece tão confian-
te ou você está batendo o pé e tamborilando com a caneta na mesa? Os e-mails ou mensagens
de texto que você envia são claros e concisos ou têm a chance de serem mal interpretados?

5.1.1 Dicas de engajamento


Quando você está totalmente engajado, você envolve outras pessoas. Em uma situação em
que você foi convidado a simplesmente fornecer uma atualização em uma reunião de equipe
ou fazer uma apresentação para a diretoria, você está sendo julgado por outros, por isso é
fundamental se envolver e influenciar. Oliveira Neto (1999), dá as seguintes dicas:

•  Faça um começo mais forte: deixe de empregar as frases provisórias e isenções de


responsabilidade que o fazem parecer inseguro. Em vez de usar frases passivas como
‘‘parece’’ ou ‘‘eu penso’’, troque por uma linguagem mais forte, como ‘’estou compro-
metido’’ ou ‘’eu acredito”. Os outros irão perceber você como alguém que realmente
acredita no que está dizendo;
•  Seja seu próprio líder de torcida: embora seja importante dar crédito aos outros, é
igualmente importante assumir a responsabilidade. A autopromoção não é se gabar.
Você está tomando posse e crédito pelo seu trabalho árduo para que as pessoas no-
tem você, especialmente quando contribui para o sucesso de um projeto;
•  Mantenha sua coluna reta: a linguagem corporal positiva atrai atenção positiva. É im-
portante manter a postura ereta;
•  Faça contato visual direto e constante e certifique-se de que sua linguagem corpo-
ral diga o mesmo: projete como se estivesse falando com as pessoas no fundo da sala.

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•  Use pausas para se posicionar como pensativo e confiante: você precisa se posicio-
nar com propriedade, considerando que possui domínio sobre alguma atividade. Por
isso, fale pausadamente, com calma, explique e, se possível, dê detalhes. Isso com
certeza irá demonstrar seu domínio e capacidade de trabalhar naquela função.
•  Mostre alguma emoção: se você claramente se preocupa com o assunto, não pareça
relutante em permitir que os outros vejam o quanto isso significa para você. As pes-
soas precisam sentir seu entusiasmo e energia.

5.2 Networking estratégico para


alavancar sua carreira
O networking, também chamado de rede profissional, o desenvolvimento, manutenção ou uso
de contatos sociais ou profissionais tem por objetivo a troca de informações, recursos ou ser-
viços. Uma rede profissional pode ser considerada uma rede ou série de redes interconec-
tadas, por meio das quais existem links ou laços entre indivíduos focais e os indivíduos ou
entidades com que compartilham uma conexão ou relacionamento. O networking ocorre nor-
malmente entre dois indivíduos, mas pode ser examinado como uma interação entre grupos,
empresas ou instituições (MINARELLI, 2001).

FIGURA 6 - NETWORKING

FONTE: Pixabay (2021)

Os psicólogos organizacionais têm se preocupado principalmente em saber como as redes


afetam o status de emprego individual e a mobilidade profissional. No contexto da procura
de um emprego, por exemplo, networking se refere ao contato social e profissional ou outras
pessoas a quem o candidato a emprego foi encaminhado para obter informações, pistas ou
conselhos. Acredita-se que, em média, 60% dos indivíduos encontram empregos por meio de
redes, ao contrário dos métodos tradicionais de busca de emprego, como enviar currículos de
pesquisas ou responder a anúncios (MINARELLI, 2001). Da mesma forma, os indivíduos tam-
bém usam a rede para obter promoção, aumentar a visibilidade ou buscar aconselhamento de
carreira ou mentoria, ou seja, para fins de mobilidade ascendente na carreira.

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Resumo do curso
Neste curso, você aprendeu que o marketing pessoal auxilia o gerenciamento da imagem
como forma de buscar vantagem competitiva perante aos demais candidatos ou profissio-
nais. A marca pessoal é um conceito relativamente novo. Ele abrange as estratégias que uma
pessoa usa para se promover, tanto online quanto offline. Até agora, a marca pessoal foi estu-
dada em conexão com o conceito sociológico e o potencial para atrair o interesse de futuros
empregadores, bem como em relação a busca virtual, uma prática por meio da qual as empre-
sas verificam as informações que os candidatos postam sobre si mesmas nas redes sociais.
Embora um candidato mantenha sua própria identidade, sua reputação e imagem são públi-
cas e refletem também as organizações. A imagem dos funcionários desempenha um papel
importante na identidade corporativa da empresa, o que ajuda a moldar a percepção do públi-
co. Portanto, um profissional com o objetivo de promover sua organização dentro do contexto
de sua marca pessoal, provavelmente usaria mensagens baseadas nas missões e valores da
empresa em suas comunicações de marca pessoal. Comunicações de marca pessoal efica-
zes e bem recebidas feitas por um funcionário de uma organização, podem servir para refor-
çar a imagem corporativa e reputação da empresa, além de alimentar sua própria imagem
como um funcionário fiel. Um profissional não deve apenas ser capaz de se destacar em suas
funções de trabalho. Suas comunicações pessoais devem estar alinhadas, até certo ponto,
com as mensagens da respetiva organização.

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Referências
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