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WUNDT

• É necessário, em primeiro lugar, entender o significado do termo "experiência" em Wundt. Para


ele, a experiência em geral é um todo unitário e coerente, que pode ser concebido e elaborado
cientificamente a partir de dois pontos de vista distintos, porém complementares: toda experiência
pode ser analisada pelo seu conteúdo puramente objetivo (experiência mediata) ou subjetivo
(experiência imediata). No primeiro caso, abstrai-se o sujeito da experiência e coloca-se toda a
ênfase nos seus objetos (mundo externo), enquanto que, no segundo caso, investigam-se os
aspectos subjetivos da experiência e sua relação recíproca com todos os conteúdos da mesma
(mundo interno). Com base nesses dois pontos de vista, surge uma dupla possibilidade de se fazer
ciência empírica: a ciência natural (física, química, fisiologia, etc.), que se ocupa com os conteúdos
específicos da experiência mediata (objetos do mundo exterior), e a psicologia, que tem como
objeto toda experiência imediata (aspectos subjetivos da experiência). Essas duas ciências
trabalhariam de forma complementar, com o intuito de abranger o conteúdo da experiência como
um todo (cf. Wundt, 1889). → Se diferencia da Gestalt, pois Wundt acredita que a soma da
parte mediata e imediata permite a compreensão de um todo. Para os gestaltistas, a
soma das partes não é suficiente para equivaler a um todo!!

• Mas por que a nossa experiência externa é mediata, enquanto que a interna é imediata? Porque o
acesso aos objetos da natureza é sempre mediado pelas características constitutivas do sujeito da
experiência (estrutura biológica, cognitiva etc.) e, portanto, indireto. No caso do mundo subjetivo,
não há nenhuma mediação, uma vez que cada um de nós tem acesso direto a sua própria
experiência subjetiva. É a partir dessa assimetria, pois, que Wundt justifica a diferença
epistemológica entre a psicologia e as ciências da natureza:

A psicologia desfaz novamente esta abstração realizada pela ciência natural para poder investigar a
experiência em sua realidade imediata. Ela fornece, portanto, informações sobre as interações dos fatores
subjetivos e objetivos da experiência imediata e sobre o surgimento dos conteúdos particulares desta
última, assim como de sua relação. A forma de conhecimento da psicologia é, pois, em contraposição à da
ciência natural, imediata e intuitiva, na medida em que a própria realidade concreta, sem a utilização de
conceitos auxiliares abstratos, é o substrato de suas explicações

• É importante enfatizar que, também de acordo com a definição apresentada por Wundt, não há
uma diferença essencial de natureza entre o mundo interno e o externo - uma vez que a experiência
é um todo organizado que abrange ambos -, mas apenas uma diferença na maneira de abordá-los.
Por isso, a relação entre a psicologia e as ciências da natureza deve ser de complementaridade.
Elas se complementam, na medida em que fornecem relatos diferentes da mesma experiência, sem
que haja a possibilidade de haver uma subordinação ou redução de uma à outra.

• Segundo ele, enquanto a experiência mediata ou externa nos revela objetos estáveis (pedra,
árvore etc.), isso de modo algum acontece em nossa experiência imediata, cujo conteúdo é apenas
um conjunto de processos (percepção, atenção, representação etc.), muitas vezes extremamente
complexos. Além disso, é muito difícil que, mesmo em situações frequentemente repetidas, os
mesmos elementos objetivos da experiência imediata venham acompanhados da mesma condição
do sujeito. Por outro lado, a psicologia não pode desconsiderar, ou colocar entre parênteses, como
fazem as ciências naturais, esses processos subjetivos da experiência, uma vez que este é
precisamente o assunto de seu interesse. Considerando, pois, essa peculiaridade dos eventos
mentais, a psicologia estaria diante de um impasse, na medida em que a observação pura de
nossa própria experiência subjetiva (introspecção ou auto-observação pura) é ilusória.

• Como a experiência, segundo ele, pode ser conhecida a partir de duas perspectivas distintas
(objetiva e subjetiva), é possível que certas partes da experiência mediata possam ter uma
correspondência direta com partes da experiência imediata (PARALELISMO PSICOFÍSICO). No
entanto, essa correspondência ou correlação entre o mental e o físico impede que um possa ser
reduzido ao outro, dadas as limitações de cada um dos pontos de vista (cf. Wundt, 1894). Por
outro lado, a particularidade do paralelismo de Wundt está no fato de ele não ser utilizado como
um princípio metafísico, mas sim como expressão de um fato empírico, a saber, a irredutibilidade
de nossa própria experiência subjetiva na vida cotidiana:
JAMES

• E a menor das reflexões sobre os fatos mostra que uma parte do corpo, ou seja, o cérebro,
é a parte cujas experiências estão diretamente envolvidas. Se a comunicação nervosa entre
o cérebro e outras partes estiver cortada, as experiências dessas outras partes não existem
para a mente. O olho é cego; o ouvido, surdo; a mão, insensível e sem movimento. Por outro
lado, se o cérebro estiver ferido, a consciência é abolida ou alterada, ainda que todos os
outros órgãos do corpo estejam prontos para desempenhar normalmente seu papel ---- >
fronteira entre o psíquico e o fisiológico é vaga e diluída (Relação forte com
FREUD!!!)

• Portanto, experiências corporais, e mais especificamente experiências cerebrais, devem estar


entre aquelas condições da vida mental que a psicologia precisa levar em consideração. Tanto
o espiritualista quanto o associacionista devem ser “cerebralistas”, pelo menos ao ponto de
admitir que certas peculiaridades no modo de funcionamento de seus próprios princípios
favoritos são explicáveis apenas pelo fato de que as leis cerebrais são codeterminantes do
resultado

• Nossa primeira conclusão, então, é que certa quantidade de fisiologia cerebral precisa ser
pressuposta ou incluída na psicologia

• Estados mentais ocasionam também mudanças no calibre de vasos sanguíneos, ou alteração


nos batimentos cardíacos, ou processos até mais sutis em glândulas e vísceras. (...) Será
razoável formular a lei geral de que nenhuma modificação mental ocorre sem que seja
acompanhada ou seguida por uma mudança corporal

• Religião: uma concepção que é nos dada, mas que não depende de experiências do indivíduo
para exercê-la e entender o sentimento que ela o provoca.

• Religião, alucinação, etc. são falsas percepções, pois nós cremos que vemos ou sentimos
algo com nossos SENTIDOS, mas na realidade a nossa consciência nos engana e o corpo na
verdade não faz nenhum uso real dos tais sentidos.

• James (1912/1976) afirma que, embora o pragmatismo dele se aproxime da proposta


empirista (Wundt), ambas apresentam uma acentuada diferença. O pragmatismo encontra-
se totalmente apartado da preocupação empirista de estabelecer abstrações e princípios,
alcançando, assim, o elemento mais original e a verdade absoluta. A perspectiva pragmática
é apenas um método, uma orientação que pretende alcançar o valor do prático na experiência
com a qual se encontram os caminhos passíveis para modificação das realidades. Trata-se
muito mais de instrumentos do que de teorias. Os instrumentos são ferramentas, meios para
atingir fins determinados.
FREUD
• NEUROSE: tira o valor à mudança real; tenta compensar a perda da realidade; porção da
realidade é evitada mediante a fuga; rebeldia do ID contra o mundo externo; pode ter
tentativa de SUBSTITUIR a realidade por outra (mundo da fantasia) para ajudar a
cooperar naquele instante; mundo da fantasia somente se apoia na realidade.

• PSICOSE: recusa da realidade; criação/remodelação de uma nova realidade; rebeldia do


ID contra o mundo externo; o mundo da fantasia se põe no lugar da realidade

• Psicologia que analisa o indivíduo e sua consciência, adotando que cada ser tem processos
extremamente singulares. Na ciência freudiana parece haver menos ênfase nas
concepções empiristas e científicas que WUNDT e JAMES abordam. O empirismo de
Wundt anseia por verdade absoluta, típico das correntes cientificas do século XIX. O
mundo externo importava MUITO para Wundt e James → Freud parece estar mais
interessado nos processos, meios e consequências que regem o mundo INTERNO, dentro
de um universo individual do qual chamou de subconsciente e sua relação com as funções
cerebrais.

• Para Freud a libido é a energia que nos liga a objetos (coisas ou pessoas que nos
apegamos para nos ajudar a viver, para nos reconfortar, etc.).

KOFFKA – GESTALT

• Os Gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos


envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito com uma
forma diferente do que ele é na realidade

• "o todo é diferente da soma das partes".

• Gestalt (palavra alemã sem tradução para o português) é uma teoria que estuda como os
seres humanos percebem as coisas: objetos, imagens, sensações – pode ser entendida
como um teoria da percepção;

• A compreensão está na organização dos fatos, percepções, comportamentos ou fenômenos


e não nos aspectos individuais. → Parece divergir, em até certo nível, de FREUD

• “...Existem conjuntos, o comportamento dos quais não são determinados por seus
elementos individuais, mas onde o processo da parte são determinadas pela natureza
intrínseca do todo. É o objetivo da Gestalt de determinar a natureza de tais conjuntos”

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