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Crenças e preconceitos em
torno da língua de sinais e da realidade surda. Cap. 3, A Surdez. São Paulo:
Parábola, 2009.
Discentes:
Para Gesser (2009) se coloca em uma posição contraria a dizer que a surdez é
um problema pois isso geraria uma patologização, ou seja, colocar o surdo no
lugar de um deficiente físico que busca a cura para voltar a ser “normal”. A
construção de uma narrativa assim é feita pelos ouvintes já que a comunidade
surda já possui uma visão positivista a respeito da linguagem de sinais. Em
prova disso, o autor afirma que a surdez, antes apenas tratada no campo
medico, agora é vista em outras áreas como a linguagem, educação, sociologia
etc. A tentativa de enquadrar o surdo no modo de vida “ouvintista” é
considerado um problema pra o autor. O melhor seria que houvesse inclusão.
Por outro lado, os surdos de lares ouvintes, muitas vezes enfrentam o caminho
inverso, pois são constantemente encaminhados a médicos, tratamentos de
fala e reabilitações. De acordo com o autor, quando os surdos são tratados
como deficientes não conseguem viver a surdez e isso é uma forma de
violência reafirmando um desajuste social ou um problema anormal.
A surdez é hereditária?
As pesquisas mostram que o indivíduo pode ficar surdo por diversas causas, e
que há cerca de 70 tipos de surdez hereditária. De acordo a Groce as causas
congênitas e o contato do embrião ou feto com o vírus da rubéola, sífilis,
herpes entre outras, onde são causas recorrentes, a pesquisa ainda mostra
outras causas indicadores de riscos como anomalias ceaniofaciais,
heperbilirrubinemi... onde o tipo de surdez pode ser condutivo, neurossensorial
ou mista. A condutiva acontece por uma alteração na orelha externa, já a
neurossensorial afeta a cóclea ou nervo auditivo, e pôr fim a perda auditiva
mista que que engloba alterações condutivas e neurossensoriais. O grau de
surdez pode variar entre leve, onde pode ir se agravando ao longo do tempo
que no futuro pode virar surdez profunda. Os cálculos são feitos através de
decibéis indicando a gravidade da perda auditiva. O autor destaca que um
indivíduo com alguma perda auditiva não são necessariamente deficientes
auditivos ou surdo, destacando aqui a carga ideológica que as nomeações
carregam, e respeitando a filiação na qual cada um se inscreve sócio
historicamente. No sentido de que um surdo profundo, pode não se identificar
com a língua de sinais, ou a cultura vivenciada pela comunidade surda,
optando pela oralidade, ao mesmo tempo que um surdo com surdez leve ou
modera pode demonstrar relação contraria.
Sim, ajudam a ouvir, mas são ruídos e não fala como imaginamos, o texto traz
relatos de algumas pessoas contando sobre a experiência de usar o aparelho
auditivo. Uma delas, da estaque a vontade de usar o aparelho desde pequena,
por achar bonito, ver outros surdos usando, achava que deveria usar ter
também, mas depois descobriu que não era tão legal assim, a incomodava, era
desconfortável e fazia ruídos muito altos e sentia dores de cabeça, mas a
mesma relata que nunca ouviu nada com ele e deixou de usar. Dessa forma,
muitos acreditam que os aparelhos auditivos funcionam para restabelecer a
audição do surdo profundo, mas não deixa de ser um puro engano das
pessoas. Mas o que esses aparelhos fazem é amplificar um som, ao qual para
mesmo funciona para pessoas idosas que perde a audição ao longo do tempo.
Para os surdos de nascença o aparelho auditivo irá reproduzir ruídos fortes e
desagradáveis. Então para os fonodiologos os aparelhos auditivos ajudariam
as crianças com surdez severa ou profunda a “estimular a audição residual” e,
assim fazendo, “perceber os componentes acústicos da fala. Vários surdos
com surdez profunda, oralizados ou não, de diferentes idades, submeteram-se
ao uso de próteses auditivas e os relatos foram similares quando perguntado
sobre as experiências do uso do aparelho auditivo, todos informaram que
escutam ruídos, ou seja, apenas ruídos que vibram na orelha. Os casos de
pessoas que “voltaram a escutar”, pode-se concluir, que foram casos
excepcionais.