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M O N A L I S A C A R V A L H O
P L A N E JA M E N TO FA M I L I A R
GINECOLOGIA Prof. Monalisa Carvalho | Planejamento Familiar 2
APRESENTAÇÃO:
PROF. MONALISA
CARVALHO
Estrategista, esse é um dos principais temas de Ginecologia
nas provas de Residência Médica. É um assunto extenso, mas
foque nos principais pontos:
- Índice de Pearl.
- Critérios de elegibilidade da OMS (Organização
Mundial de Saúde).
- Mecanismo de ação dos métodos contraceptivos.
- Contraindicações de cada método.
@dra.monalisacarvalho @estrategiamed
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
MED
GINECOLOGIA Planejamento Familiar Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.0. INTRODUÇÃO 4
2.0. MÉTODOS COMPORTAMENTAIS 7
2.1. MÉTODO DE OGINO-KNAUS, RITMO OU TABELINHA 7
3.2. DIAFRAGMA 10
4.1.1.1 BENEFÍCIOS 14
4.1.1.2. RISCOS 14
4.1.1.4. CONTRAINDICAÇÕES 15
4.3.3. INSERÇÃO 24
CAPÍTULO
1.0. INTRODUÇÃO
O fluxograma abaixo traz os métodos contraceptivos disponíveis:
MÉTODOS
CONTRACEPTIVOS
REVERSÍVEIS IRREVERSÍVEIS
Temperatura Preservativo
basal masculino APENAS COM
DIU de cobre COMBINADOS Vasectomia
PROGESTÁGENOS
Ogino- Preservativo
Knauss feminino DIU de Pílulas Pílulas de
levonorgestrel* combinadas progesterona
Amenorreia
Espermicidas
lactacional Injetável Implante
mensal subdérmico
de etonogestrel
Sintotérmico Esponjas
Adesivo
transdérmico DIU de
levonorgestrel
Coito Capuz
interrompido cervical
Lembre-se de que nenhum método é 100% seguro. Sua taxa de falha é quantificada através do índice de Pearl.
ÍNDICE DE PEARL
Corresponde ao número de gestações que ocorrem no primeiro ano de uso do método em 100 mulheres/ano. O cálculo é o seguinte:
EFETIVOS
MODERADAMENTE EFETIVOS
Condom masculino 2 16
Condom feminino 5 21
Tabelinha 2-5 24
Diafragma com espermicida 6 16
POUCO EFETIVOS
Coito interrompido 4 27
Espermicida isolado 18 29
Ao prescrever um método, você deve avaliar vários fatores, como: preferências da paciente, ciclo menstrual, comorbidades, hábitos
de vida e custos. A avaliação das condições clínicas da paciente é de fundamental importância para minimizar os riscos dos métodos
contraceptivos. Para isso, foram criados os critérios de elegibilidade da OMS.
4 Risco inaceitável à saúde caso o método seja utilizado Não prescrever (contraindicação absoluta)
CONTRACEPÇÃO EM ADOLESCENTES
As provas de Residência Médica adoram cobrar detalhes de contracepção em adolescentes, pois, além da contracepção em si, temos
aspectos éticos envolvidos. O que é mais importante no assunto:
1. O adolescente tem direito ao sigilo médico. Este só pode ser quebrado em duas situações: suspeita de violência sexual ou caso o
médico identifique pensamentos suicidas.
2. A prescrição dos métodos contraceptivos na adolescente não difere da mulher adulta, devendo seguir os critérios de elegibilidade.
3. Os LARCs (métodos reversíveis de longa duração) são ótimas opções para as adolescentes, pois têm longa duração e independem
da lembrança.
CONTRACEPÇÃO EM TRANSEXUAIS
As técnicas cirúrgicas para transformação corporal, como a ooforectomia e histerectomia, assim como a cirurgia de redesignação
genital obviamente interferem na fertilidade. Mas nos casos em que não é realizado tratamento cirúrgico, e sim a hormonização
para a transformação corporal, a fertilidade é bastante afetada, entretanto a sua recuperação é imprevisível quando o uso destes
medicamentos termina. O uso prolongado de testosterona provoca anovulação e atrofia endometrial, mas apesar de reduzir a
fertilidade, não pode ser considerada como uma forma absolutamente eficaz de anticoncepção.
Por isso, é indicado oferecer métodos anticoncepcionais (associados a testosterona da hormonização) nos casos em que a pessoa
tenha práticas sexuais que possam resultar em gravidez indesejada. São opções para estes casos os métodos de barreira, tais como os
preservativos e o diafragma, o DIU de cobre ou de levonorgestrel, os progestágenos isolados ou a laqueadura.
CAPÍTULO
MÉTODO DESCRIÇÃO
TEMPERATURA BASAL Identifica a fase lútea do ciclo menstrual com base na temperatura basal
MUCO CERVICAL OU Identifica o início e o fim do período fértil com base nas características do muco
MÉTODO BILLINGS cervical
A mulher deve registrar o número de dias de cada ciclo por, pelo menos, seis meses. Para a definição do primeiro dia do
período fértil deve ser subtraído 18 do número de dias de duração do ciclo mais curto; o último dia do período fértil é calculado
subtraindo-se 11 do número de dias do ciclo mais longo. Não é indicado para pacientes com grande variação de dias de ciclo.
PERÍODO FÉRTIL = (N° DE DIAS DO CICLO MAIS CURTO - 18) ATÉ (N° DE DIAS DO CICLO MAIS LONGO - 11)
Para garantir a eficácia do método, todos os pré-requisitos abaixo devem ser preenchidos:
FIQUE ATENTO: as questões de contracepção no puerpério são muito frequentes nas provas!
A paciente deve monitorar as variações do muco cervical. Como no período periovulatório os níveis estrogênicos estão maiores, o
muco cervical está abundante e filante. Após a ovulação, a progesterona produzida pelo corpo lúteo deixa o muco cervical espesso.
Esse método se baseia no fato de haver alteração da temperatura basal durante a fase lútea do ciclo menstrual devido à ação de
hipertermia do sistema nervoso central (SNC) provocada pela progesterona. O aumento de temperatura deve ser monitorado durante três
dias e, logo após esse período, as relações sexuais podem ser reiniciadas (Figura 2).
CAPÍTULO
Como métodos contraceptivos isolados, os preservativos são moderadamente efetivos, mas apenas eles conferem proteção contra as
infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), inclusive o HIV. Por isso, devem ser recomendados em todas as relações sexuais.
O preservativo feminino confere maior proteção contra ISTs, pois fornece maior cobertura para a genitália externa.
A única contraindicação aos preservativos é a alergia ao látex (contraindicação relativa- categoria 3).
3.2. DIAFRAGMA
É um dispositivo reutilizável em formato de capuz, disponível em vários tamanhos, que é inserido na vagina (Figura 3). Deve ser usado
com espermicida para aumentar eficácia.
CONTRAINDICAÇÕES
Absoluta (categoria 4): risco elevado de HIV (pelo uso do espermicida, que pode causar lesões na mucosa vaginal).
Relativas (categoria 3): HIV/AIDS; alergia aos componentes (silicone ou látex); história de síndrome do choque tóxico.
CAPÍTULO
Mecanismo de ação.
Riscos e benefícios.
Tipos de progestágenos e seus efeitos.
Contraindicações
Mecanismo de ação:
PROGESTERONA:
ESTROGÊNIO:
Métodos disponíveis:
1. Injetável mensal: composto de estrogênio natural + progesterona. Deve ser aplicado a cada 30 dias.
Vantagens: aplicação mensal, via não oral (evita primeira passagem hepática, causando menor intolerância gástrica e reduz
risco tromboembólico) e presença de estrogênio natural (reduz risco tromboembólico).
Desvantagens: irregularidades menstruais, depende de profissional de saúde para aplicação.
2. Adesivo transdérmico: deve ser trocado semanalmente por 3 semanas consecutivas com a quarta semana de pausa.
Não deve ser indicado em pacientes com peso > 90 kg e/ou IMC ≥ 30 kg/m², pois há redução de eficácia.
3. Anel vaginal: deve ser inserido no terço superior da vagina e mantido por três semanas consecutivas. Um novo anel deve ser
inserido no 28° dia do ciclo.
4. Pílulas combinadas: são as mais cobradas em provas, pois possuem várias formulações.
Regime cíclico x estendido x contínuo: no regime contínuo, não há interrupção das pílulas com hormônio e, no uso estendido, a
paciente realiza pausas apenas alguns vezes ao ano. A vantagem dos regimes contínuo e estendido é reduzir o sangramento uterino,
melhorando sintomas associados, como cefaleia e dismenorreia.
Mono x multifásica: na multifásica, há variação de dosagem hormonal entre as pílulas. Nesses casos, há redução de efeitos
colaterais, mas a paciente necessita seguir a ordem sequencial da cartela.
Dosagem de estrogênio: quanto menor a dosagem de estrogênio, menor o risco tromboembólico e os efeitos colaterais desse
hormônio. Entretanto, a paciente pode apresentar sangramentos irregulares.
• Estrogênio
A maioria das pílulas combinadas possui estrogênio sintético, o etinilestradiol, mas algumas formulações contêm
estrogênio natural, o 17-beta-estradiol e o valerato de estradiol. O estrogênio natural reduz o risco tromboembólico.
• Progesterona: as provas adoram cobrar os efeitos secundários dos progestágenos. A tabela abaixo divide os principais
progestágenos baseado nessas ações (esteja com ela decorada para a prova!).
Desogestrel Clormadinona
Dienogeste
O levonorgestrel é a progesterona menos trombogênica e mais androgênica e a ciproterona é a progesterona mais trombogênica
e mais antiandrogênica.
As provas também adoram cobrar a forma de uso e o que fazer no caso de esquecimento da pílula:
• Forma de uso: a pílula pode ser iniciada em qualquer dia do ciclo, caso a gravidez seja descartada. Se iniciada no primeiro dia do
ciclo, a paciente já está protegida desde a primeira cartela. Os comprimidos devem ser tomados sempre no mesmo horário. Caso ocorra
diarreia ou vômitos até duas horas após a ingesta, é aconselhável tomar outra pílula.
Esquecimento de uma pílula -> tomar a pílula esquecida assim que se lembrar dela e continuar tomando as de-
mais pílulas normalmente. Não é necessária nenhuma contracepção adicional.
Esquecimento de duas pílulas -> tomar o último comprimido esquecido assim que possível e utilizar contra-
cepção de barreira por sete dias. Tomar o restante das pílulas de maneira habitual.
Esquecimento de três ou mais pílulas -> nesse caso, provavelmente ocorrerá sangramento. A cartela antiga
deve ser desprezada e iniciada nova cartela, associada à contracepção de barreira por quinze dias.
Nos dois últimos casos, ocorrendo relação sexual na época do esquecimento, está indicada contracepção de
emergência.
4.1.1.1 BENEFÍCIOS
4.1.1.2. RISCOS
1. Tromboembólico: aumento do risco tromboembólico arterial e venoso. Fique atento, pois, devido a esse risco, a lista
de contraindicações aos combinados é extensa. Quanto maior a dosagem de estrogênio utilizada, maior o risco.
2. Pressão arterial: aumento da pressão arterial média em até 20 mmHg. Esse aumento só é importante em pacientes já hipertensas.
Devido a esse aumento de pressão arterial (PA), para prescrever um método combinado, é necessária avaliação da PA.
Algumas medicações aumentam a atividade para as enzimas do citocromo P450 e, com isso, há aumento da metabolização dos
anticoncepcionais combinados (exceção para injetável mensal) e pílulas orais de progesterona e, consequentemente, redução da eficácia.
Você precisa estar com essas medicações decoradas para sua prova:
Barbitúricos Saquinavir
Primidona Atazanavir
Topiramato Fosamprenavir
Oxicarbamazepina Nelfinavir
A depender da banca, a griseofulvina, um antifúngico, também pode estar incluída nessa lista.
4.1.1.4. CONTRAINDICAÇÕES
Esse é o ponto-chave em relação aos métodos combinados! Você deve saber todas as contraindicações relativas (categoria 3) e absolutas
(categoria 4) para esses métodos.
< 21 dias pós-parto em não lactantes, mas com fatores de risco para TVP
Trombofilia conhecida
Múltiplos fatores de risco para DCV (idade avançada, tabagismo, DM, HAS)
Cirrose descompensada
< 21 dias pós-parto em não lactantes, mas sem fatores de risco para TVP
21 a 42 dias pós-parto em não lactantes, mas com fatores de risco para TVP
Hipertensão controlada
Hipertensão arterial sistêmica descompensada (sistólica entre 140-159 ou diastólica entre 90-99 mmHg)
Passado de colestase
Legenda: TVP - trombose venosa profunda; TEP - tromboembolismo pulmonar; FA - fibrilação atrial; DCV - doença cardiovascular.
A grande vantagem desses métodos é a possibilidade de utilização em pacientes que não querem ou não podem utilizar os combinados.
Discutiremos o dispositivo intrauterino (DIU) liberador de levonorgestrel no tópico específico para DIUs.
FIQUE ATENTO!
Como você verá adiante, a lista de contraindicações aqui é bem menor. Logo, na maioria das questões em que a
paciente tem contraindicação aos combinados, a anticoncepção apenas com progesterona será a melhor opção.
Mecanismo de ação: inibir o pico pré-ovulatório do hormônio luteinizante (LH), evitando, assim, a ovulação. Além disso, deixam o
muco cervical espesso e hostil aos espermatozoides, atrofiam o endométrio e reduzem a motilidade tubária. Apenas o DIU de levonorgestrel
tem ação principal local (atrofia do endométrio e alteração do muco cervical), provocando anovulação em menos de 25% dos casos.
Métodos disponíveis
1. Injetável trimestral: contém acetato de medroxiprogesterona (AMP). Deve ser administrado a cada 12 semanas.
Uma única dose do injetável trimestral inibe a ovulação por 14 semanas. Entretanto, ao descontinuar o método, a paciente
pode demorar até 18 meses ao retorno dos ciclos ovulatórios.
2. Pílulas contendo apenas progesterona (minipílulas): aqui você deve atentar-se ao fato de que apenas o Desogestrel 75 mcg tem
eficácia semelhante aos métodos combinados. As demais formulações possuem menores taxas de anovulação e por isso só devem ser
utilizadas durante a lactação.
3. Implante subdérmico de etonogestrel: é inserido no braço não dominante e tem duração de três anos. Faz parte dos LARCS
(métodos reversíveis de longa duração). O principal efeito adverso é o padrão de sangramento irregular.
LARCS
Consideramos como métodos reversíveis de longa duração (LARCs) aqueles com duração igual ou superior a três anos.
Estão incluídos aqui os dispositivos intrauterinos (DIUs), tanto o de cobre quanto o liberador de levonorgestrel, e o implante
subdérmico.
Contraindicações
Câncer de mama prévio, sem evidência de doença nos últimos cinco anos
TVP/TEP agudo
Cirrose descompensada
Adenoma hepatocelular
Doença cardíaca isquêmica atual ou prévia (para AMP e continuação de POP e implantes)
Hipertensão descompensada – sistólica ≥ 160 e/ou diastólica ≥ 100 mmHg – (para AMP)
Legenda: TVP - trombose venosa profunda; TEP - tromboembolismo pulmonar; AVC - acidente vascular cerebral; AMP - acetato de
medroxiprogesterona.
Observe que a única contraindicação absoluta aos métodos com progesterona é o câncer de mama atual.
São métodos de alta eficácia e longa duração. Estão disponíveis o DIU de cobre e o DIU com levonorgestrel. Neste tópico, além do
mecanismo de ação e das contraindicações, foque também nas complicações pós-inserção e nos mitos envolvendo os DIUs.
É um método não hormonal que contém uma superfície de cobre. Existem vários modelos disponíveis (Figura 4), mas o modelo
disponibilizado no SUS é o T380A, com duração de 10 anos.
Mecanismo de ação
Atenção: o DIU de cobre não deve ser a primeira opção em pacientes que tenham fluxo menstrual aumentado e/ou dismenorreia,
mesmo que não existam contraindicações.
Contraindicações
Gravidez
Sepse puerperal
Doença trofoblástica gestacional com níveis elevados de beta HCG ou com malignidade
Câncer de endométrio
Tuberculose pélvica
Trombocitopenia severa
Câncer de ovário
HIV avançado
Existem dois modelos no Brasil (Figura 5), ambos com duração de 5 anos.
Mecanismos de ação
Contraindicações:
Gravidez
Sepse puerperal
Doença trofoblástica gestacional com níveis elevados de beta HCG ou com malignidade
Câncer de endométrio
Tuberculose pélvica
TVP/TEP aguda
Câncer de mama prévio e sem evidência da doença nos últimos cinco anos
Câncer de ovário
HIV avançado
Cirrose descompensada
4.3.3. INSERÇÃO
Para inserção, é necessário apenas exame pélvico e exclusão de gestação. Se a inserção for realizada até o 12° dia do ciclo, não há
necessidade de proteção contraceptiva adicional.
Não há necessidade de ultrassonografia para controle de posicionamento após a inserção, nem de controles de posicionamento
periódicos.
1. Perfuração uterina: ocorre no momento da inserção. A conduta deve ser expectante e devem ser observados os sinais vitais da
paciente. Caso necessário, a paciente deve ser abordada cirurgicamente.
2. DIU na cavidade abdominal: deve ser retirado cirurgicamente.
3. Infecção: rara, mas, quando ocorre, é próximo ao momento da inserção.
4. Expulsão: mais comum nos primeiros meses após inserção.
COMO PROCEDER?
Se o fio do DIU estiver visível e idade gestacional < 12 semanas -> remover o fio do DIU o mais cedo possível.
Deve ser feita antibioticoprofilaxia, devido ao risco de corioamnionite (Azitromicina 500 mg, dose única). A
paciente deve estar ciente dos riscos.
Se o fio do DIU não estiver visível ou gestação mais avançada -> não tentar remover. Não há evidências que
apoiem a retirada sob visão ultrassonográfica ou histeroscópica.
A retirada do DIU reduz, mas não elimina, o risco de aborto, corioamnionite e parto prematuro.
Se a paciente com DIU evolui com DIP a conduta é antibioticoterapia e reavaliação em 48 a 72 horas. Caso não haja melhora,
a retirada do DIU está indicada.
2. Gravidez ectópica: quando comparado às pacientes que não utilizam nenhum método contraceptivo, o risco de gravidez ectópica
em usuárias de DIU é menor. Entretanto, se a paciente engravida utilizando DIU, há maior chance de gravidez ectópica.
3. Infertilidade: não há aumento de infertilidade em usuárias de DIU.
A contracepção de emergência (CE) é definida como “um método que oferece às mulheres uma maneira não arriscada de prevenir
gravidez não planejada até 120 horas da relação sexual”. Estes são os principais tópicos que você deve saber:
Mecanismo de ação
Não é completamente elucidado. No geral, atuam impedindo ou atrasando a ovulação. Apenas o DIU de cobre, além da sua ação tóxica
para os gametas e efeito inflamatório no útero, também pode atuar prevenindo a implantação de um óvulo fertilizado.
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
2 doses/intervalo de
12 horas
Náuseas, vômitos, cefaleia, alteração
Método Yuzpe Etinilestradiol 100 Até 5 dias
de sangramento
mcg + levonorgestrel
0,5 mg
No Brasil, só estão disponíveis para contracepção de emergência o método de Yuzpe e o levonorgestrel (FEBRASGO).
O levonorgestrel é mais eficaz que o método de Yuzpe e tem menor perfil de efeitos colaterais.
Casos os vômitos ocorram até 2 a 3 horas após a ingestão da CE, a dose deve ser repetida. Em casos de vômitos persistentes,
a paciente deve dar preferência à via vaginal.
Quando indicar
1. Pacientes que não usam método contraceptivo e tiveram relação sexual desprotegida.
2. Na suspeita de falha do método contraceptivo.
3. Em caso de violência sexual.
Os métodos contraceptivos irreversíveis visam obstruir os gametodutos (tubas uterinas nas mulheres e ductos deferentes nos homens).
São incluídas nesse grupo a laqueadura tubária e a vasectomia. Neste tópico, as provas não cobram detalhes sobre os procedimentos, mas
sim a Lei do planejamento familiar n° 9263/1996:
1. QUEM PODE?
• Homens e mulheres.
• Idade igual ou superior a 25 anos ou dois filhos vivos.
• Em caso de risco de vida à mulher ou ao futuro concepto -> deve ser assinado por dois médicos.
2. Manifestação da vontade por escrito -> prazo de 60 dias entre a manifestação do desejo e o procedimento.
6. PENA:
• reclusão de 2-8 anos e multa.
Em setembro de 2022 foi sancionada uma nova Lei do Planejamento Familiar, que entrará em vigor a partir de março de 2023. Veja
abaixo os principais artigos desta lei:
LEI 14443/22
Art. 1º Esta Lei altera a Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, para determinar prazo para oferecimento de métodos e técnicas
contraceptivas e disciplinar condições para esterilização no âmbito do planejamento familiar.
Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:
I - em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de 21 (vinte e um) anos de idade ou, pelo menos, com 2 (dois) filhos
vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 (sessenta) dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será
propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, inclusive aconselhamento por equipe multidisciplinar, com
vistas a desencorajar a esterilização precoce;
§ 2º A esterilização cirúrgica em mulher durante o período de parto será garantida à solicitante se observados o prazo mínimo de 60
(sessenta) dias entre a manifestação da vontade e o parto e as devidas condições médicas.
“Esta lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial”
https://bit.ly/3bj0Gev
CAPÍTULO