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ESCOLA ESTADUAL MONSENHOR ANTÔNIO JOSÉ FERREIRA

CURSO NORMAL MAGISTÉRIO

O SORRISO DE MONALISA

Vladimir Anderson Neves da Matta

2015
Outono de 1953 a boêmia da Califórnia Katherine Watson sonhava em lecionar no
colégio mais conservador dos Estados Unidos, o colégio Wellesley, não era fácil entrar ali, o
colégio possuía um regime rigoroso para com as alunas e professores então, por desistência de
uma das professoras pretendidas pelos mestres, Katherine foi finalmente aceita.

Quem bate à porta do saber? Eu sou todas as mulheres. O que você busca? Despertar
meu espírito por meio de muito trabalho e dedicar a minha vida ao conhecimento. Então são
bem vindas todas as mulheres que desejarem segui-la, podem entrar aqui. Eu agora declaro o
período letivo iniciado. De conteúdo quase sagrado através de uma imponente voz a diretora
declara o início do ano letivo da escola Wellesley, num ritual de cunho ortodoxo que tinha o
intuito de formar mulheres cultas e submissas, para os professores dentro das dependências do
colégio havia regras como; nada de furos nas paredes, bichos de estimação, rádio e/ou vitrola
tinham um horário específico, nada de forno elétrico e nada de visitas masculinas, ou seja,
visitas íntimas. O não cumprimento dessas regras as professoras teriam de viver em uma casa
fora das dependências do colégio.

A grade curricular e o material didático eram controlados pelo corpo docente que regia
severamente o colégio, os professores eram proibidos de estimular as alunas a despertar
outros interesses que não fosse o casamento e outros conteúdos contrários a que o colégio
dispunha, seria uma “heresia” se alguma das alunas pensasse em ter algum tipo de carreira
profissional, era imposta uma ditadura nesse colégio, pois ao invés de se formar, o término do
curso escolar era coroado com um casamento bem arranjado, e caso casassem antes do
término do período, o colegiado fazia vista grossa não importando que elas tivessem o
domínio sobre o conteúdo pedagógico dado pelos professores, elas tinham o período de lua de
mel o tempo para cuidar de casa, ou seja, elas voltavam e os professores davam as notas para
as alunas como se elas tivessem assistido às aulas no tempo que estavam de licença da escola.

A metodologia desse colégio como disse anteriormente era de formar mulheres cultas,
eram ensinados arte, boas maneiras, etc... Um tanto quanto mecânico o método de
aprendizagem em que as alunas decoravam as apostilas sem ao menos saber realmente o
conteúdo programático das aulas, não importava o sentimento de satisfação e se realmente no
fundo elas desejariam estarem ali para achar um bom casamento ou seguir uma carreira
profissionais sendo também excelentes esposas, o que realmente importava ao colégio era
apenas que as garotas saíssem de lá submissas e cultas, ou seja, as verdadeiras damas da
sociedade.
Katherine Watson estava bem à frente da metodologia dos anos 50, era visionária e
taxada de comunista que preocupava muito o corpo docente e muitas vezes podada em ensinar
conteúdo de arte moderna para as alunas, pois estava indo à contramão do contexto do
colégio, ela achava um absurdo às garotas não pensarem em uma carreira profissional e só
pensarem em serem donas de casa. Ela começou então estimular as alunas a tirarem suas
próprias conclusões, e pensarem em talvez seguir também em uma universidade, ela defendia
a ideia de que elas poderiam ir à universidade e chegar a tempo de por a mesa do jantar, ela
não satisfeita decidiu então lutar contra a doutrina conservadora da sociedade e do colégio.

Ao tomar posse do seu cargo Katherine já tinha uma aula pronta, mais ela viu-se
obrigada a mudar seu método, pois ela sentiu-se hostilizada pelas alunas e um tanto quanto
desafiada por elas, em especial Betty Warren que ao desenrolar da trama se torna fiel devota
de Katherine Watson. Então Katherine começa a utilizar a abordagem de ensino sociocultural,
onde suas alunas agissem como sujeito pensante, serem críticas e criativas, com isso ela
mostrou uma realidade diferente para as alunas, indo na contramão do contexto do colégio e
da doutrina conservadora dessa época, e para conseguir com êxito o que o colégio propunha
para as alunas, elas não poderiam pensar tampouco serem críticas ou criativas; já a Katherine
mostrou o contrário, elas poderiam ser excelentes esposas, mas que poderiam também ter uma
carreira, serem críticas, criativas e pensadoras, elas poderiam viver inseridas na sociedade e
lutar pelo que elas queriam sem deixar a desejar no casamento.

Katherine estando descontente com o resultado de suas primeiras aulas e conversa com
a direção sobre esse regime, pois em seu modo de pensar ela julga ultrapassada essa
metodologia e fica surpresa com a comparação feita de tempos atrás onde às mulheres são
ensinadas a serem rainhas do lar escravizadas pelo machismo da época. Não bastando tudo
isto, a direção do colégio sentiu que o modo de pensar de Katherine fosse uma ameaça ao
conservadorismo imposto no colégio e elaborou algumas condições a serem cumpridas pela
professora, caso pretendesse continuar na instituição. O propósito de Katharine era fazer a
diferença e fez, ela seguia sua própria definição e muito segura no seu modo de agir e pensar
ela não comprometeria isso. Katharine então seguiu seu caminho, não aceitou as condições
estabelecidas pela instituição e isso começou a despertar admiração de algumas de suas
alunas, pois antes vivia numa espécie de represália vinda de suas alunas.

Katherine atingiu com sucesso seus objetivos, suas alunas já percebiam o mundo com
olhares críticos apesar da equipe diretiva não aprovar seu método de ensino. Katherine e suas
alunas superaram as adversidades que surgiram em sala de aula e as represálias impostas pela
diretoria, bem como a iniciativa de utilizar todos os recursos disponíveis e aplicação de
estratégias úteis no desenvolvimento educacional dos alunos.

É importante a postura de Katherine, a atitude do profissional de repensar sua prática


pedagógica, mudou os parâmetros educacionais numa época em que a mulher era submissa ao
machismo da época e poderia ser aplicada também nos dias de hoje a fim de revolucionarmos
as falhas do sistema de hoje em dia que são muitas. Quantos professores hoje em dia
alcançando certa titulação pararam no tempo estagnado no status de agente de mudança
social? Estando satisfeito com o modismo dos dias de hoje e incapazes de pensar em fazer a
diferença como Katherine, pensam que já conhecem tudo e nada mais precisam conhecer
apesar de termos as respostas à velocidade da luz e na palma de nossas mãos e ainda temos
um universo a desvendar. A ciência evolui constantemente e temos novas descobertas todos
os dias, aquele agente de mudança social que decide parar a partir daquele momento está
desatualizado e perdido no tempo, poderá trazer graves consequências para a sua formação,
pois a formação do educador é constante mesmo pós-formado, ainda não sabemos de tudo e
isso refletirá até na formação de novos educadores e na formação dos seus futuros alunos que
seguirão em outras carreiras profissionais e também na sociedade.
Conclusão

Neste foi a abordado a jornada vivida por Katherine Watson e suas alunas em meio a
um contexto behaviorista do colégio Wellesley em 1953 onde as alunas eram preparadas para
serem submissas ao machismo da época além de serem esposas cultas.

Cumpri com objetividade os tópicos propostos à observação do contexto feminista


repassado pelo colégio Wellesley, as particularidades da metodologia aplicada no colégio e as
represálias vividas por Katherine Watson e suas alunas submissas à metodologia imposta
pelos mestres que regiam o colégio e pela sociedade, onde Katherine despertou em suas
alunas o senso crítico e criativo podendo observar o mundo de um modo diferente sem deixar
de serem excelentes esposas e sim poderem ter uma carreira profissional sem deixar de
romper com as obrigações de serem as rainhas de seus lares.

Este trabalho foi muito importante para o meu conhecimento e desenvolvimento,


porque assim abriu-me mais a vontade de não ser apenas um simples educador e sim um
agente de mudança social, quero aproximar mais o aluno do conhecimento, fazê-lo pensar e
não ensinar respostas fazê-lo também tirar suas conclusões próprias e também despertar o
senso crítico, não ficando preso apenas no conteúdo superficial da aula. O Aluno deve de
aprofundar no conteúdo apresentado de cada aula e despertar o interesse pela pesquisa
tornando-se um pensador, pois assim teremos uma nova concepção de ensino.

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