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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ


CAMPUS SENADOR HELVÍDIO NUNES DE BARROS
Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas
Disciplina: História da Educação
Discente: Antônia Neta de Sousa Oliveira

SÉCULO XVII: a Pedagogia Realista


RESUMO

PICOS-PI
2023
CAPÍTULO 7: SÉCULO XVII: a Pedagogia Realista

Para iniciar o texto a respeito da Pedagogia Realista é informado que os


historiadores determinam o século XV como o início da Idade Moderna se estendendo
até 1789, quando acontece a Revolução Francesa e inicia-se a Idade Contemporânea.
O estudo vai tratar então das grandes alterações que aconteceram na Europa devido
à Revolução Comercial e, assim, a ascensão da burguesia, que inaugurou o novo
paradigma para o pensamento e a ação da modernidade.
De modo que o século XVII é conhecido como o Século do Método,
fundamentando na ciência e na filosofia, de modo que repercutiu nas teorias
pedagógicas. O Brasil permanecia numa fase pré-capitalista e na educação dominava
a educação jesuítica, tendo como ênfase o ensino secundário para a formação da
elite, no interior floresceram as missões.
Assim, o texto informa que o século XVII foi o Século do Método, foi quando a
burguesia se fortaleceu, através da intensificação do comércio, fazendo com que a
colonização assumisse características empresariais e a Europa era inundada por
riquezas trazidas dá América. Se consolidou o Mercantilismo como uma nova ordem,
em um sistema que suponha o controle da economia pelo Estado, politicamente o
século XVII se caracterizou pelo absolutismo real.
À medida que a burguesia se fortalecia a teoria do liberalismo tomava forma,
tanto do ponto de vista político, questionando a legitimidade do poder real, como pelo
seu aspecto econômico, trazendo críticas excessivas ao controle da economia pelo
estado. O principal filósofo intérprete das ideias políticas liberais foi John Luke,
questionando o que tornava o poder do estado legítimo, desenvolvendo a hipótese do
ser humano em estado de natureza, em que todos seriam livres iguais e
independentes.
Desde o Renascimento muitos se opunham ao critério da fé e da revelação a
capacidade da razão humana e de distinguir e comparar. A tendência antropocêntrica
de resgatar a dimensão humana sob todos os aspectos favoreceu a mentalidade
crítica, esta se contrapunha ao dogmatismo, a possibilidade da dúvida e rejeitava o
princípio da autoridade ao questionar tanto interpretações religiosas, como a filosofia
aristotélica.
Durante o século XVII estas novas ideias fecundaram alguns campos como da
filosofia, começando uma nova forma de pensar que parte do problema do
conhecimento, filósofos como Locke, Bacon e Descartes discutiam a teoria do
conhecimento segundo questões de método, colocando em discussão os
procedimentos da razão na investigação da verdade antes de permitir teorizar sobre
qualquer tema.
O campo da Ciência também passou por uma revolução metodológica com a
grande novidade da valorização da técnica, privilegiando o método experimental cujo
mérito cabe a Galileu Galilei.
O Renascimento Científico pode ser compreendido como expressão da ordem
da burguesia. No século XVII ocorreu uma verdadeira revolução espiritual que foi
chamada de crise da consciência europeia, pelo fato se opor a ciência contemplativa,
um saber ativo, o indivíduo não mais se contenta em apenas saber por saber, como
um simples espectador da harmonia do mundo, mas desejava saber para transformar.
A teoria geocêntrica do mundo finito contrapôs-se a teoria heliocêntrica de espaço
infinito e alterou a concepção humana do universo, as transformações nas ciências
geraram descompassos em outros setores e a ordem econômica também se
ressentiu.
No que tange às questões acerca da fé, o ideal de tolerância se contrapunha
às lutas religiosas e continuaram ativas as forças que polarizavam, de um lado a
religião e a moral cristãs, e de outro as tendências a laicização.
A respeito da educação no século XVII os esforços para institucionalizar a
escola que haviam se iniciado no século XVI se aperfeiçoaram para a legislação que
contemplou tópicos referentes a obrigatoriedade, aos programas, níveis e métodos. A
Companhia de Jesus continuava atuante e no século seguinte entraria com 600
colégios espalhados pelo mundo, os Jesuítas eram organizados e competentes,
outras congregações religiosas passaram a desenvolver um trabalho mais adequado
ao espírito moderno, como os oratorianos da Congregação do Oratório, fundado em
1614, eram opositores do sistema jesuítico e foram seus substitutos quando a
Companhia de Jesus foi dissolvida no século XVIII.
Observa-se, também, os Jansenistas, grupo religioso que se opôs
ferrenhamente aos Jesuítas e organizaram as famosas pequenas escolas que em
breve tempo desempenharam um importante papel na formação de líderes para a
Igreja e o Estado, eles consideravam a natureza humana intrinsecamente má e
retomaram os temas agostinianos da graça e do pecado, nutriam o desejo de
promover a reforma moral e espiritual da Igreja Católica e que a finalidade da
educação era impedir o desenvolvimento da natureza corruptiva.
A educação pública era uma busca pela universalização do ensino já no
Renascimento, alguns nomes se destacaram em busca de defender uma educação
popular como Charles Démia, tentativas aconteceram de trazer instrução elementar
gratuita para os pobres como na França.
No século XVII intensificou-se a procura pelas academias que já vinham sendo
institucionalizadas desde o século XVI. na pedagogia se destacaram discussões
filosóficas como racionalismo representado por Descartes e os empiristas de filósofos
como Bacon e Locke.
Os racionalistas e empiristas teriam influência sobre a pedagogia, as ideias do
renascimento científico influenciaram os pedagogos que cada vez mais interessavam-
se pelo método e pelo realismo em educação, em que a ênfase maior estava na busca
de métodos diferentes, a fim de tornar a educação mais agradável e ao mesmo tempo
eficaz na vida prática.
Desse modo, no século XVII a Europa ainda se debatia na contradição de uma
visão aristocrática da nobreza feudal diante de um mundo que se construía segundo
os valores burgueses, que refletiam na educação, à medida que por outro lado existia
a inspiração a pedagogia realista e em muitos casos até universal que se estendesse
a todos, mas o que prevaleceu no século XVII foi a formação de uma nobreza
aburguesada e na educação observava-se o dualismo escolar, que se refletiria no
século seguinte ao se destinar um tipo de escola para a elite e outro para o povo.

REFERÊNCIA

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: Geral e


Brasil. Moderna. S/A.

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