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História da língua espanhola: 

um idioma com diversos elementos

Durante o período pré-romano, a Península Ibérica era habitada por uma


variedade de grupos étnicos.  Os iberos, por exemplo, ocupavam a bacia do Ebro, a
Andaluzia e as províncias de Alicante, Castelló n, Mú rcia e Valência. Já os celtas,
provavelmente originá rios da Europa Central, viviam ao longo da costa atlâ ntica e
na meseta interior. Os fenícios, por sua vez, ocuparam a costa da Andaluzia e
fundaram cidades como Cá diz, Má laga, Almuñ écar e Adra.  Os cartagineses,
originá rios da Á frica, se estabeleceram nas Ilhas Baleares (entre as quais está
Ibiza) e em Cartagena. Isso tudo sem falar nos gregos e tartessianos, que também
viviam na península.
Cada um desses grupos étnicos tinha originalmente seu pró prio idioma.  Foi esse
cená rio tã o diversificado que serviu como alicerce para o surgimento da língua
espanhola.  Mas como será que todos esses idiomas começaram a se fundir? 

Latim, a língua conquistadora

Durante a expansã o do Império Romano pela regiã o do Mediterrâ neo, o latim foi
sendo imposto como idioma nestes territó rios. Nesse processo, chamado de
latinizaçã o, os idiomas locais foram perdendo força e dando lugar à língua dos
invasores. Durante os 400 anos de ocupaçã o romana na Espanha (a princípio
chamada Hispâ nia), o latim vulgar, a língua usada pela populaçã o, conseguiu se
espalhar por toda a regiã o.
No entanto, embora tenha chegado à quelas terras com força total, o latim também
se misturou aos idiomas locais e evoluiu.  Dessa forma, mais do que ter sido o
idioma do Império Romano, o latim se tornou a base para o surgimento das línguas
româ nicas.

Mais invasões, mais influências

Quando o Império Romano passou a enfrentar dificuldades econô micas e sociais,


outros grupos puderam se aproveitar da situaçã o. Foi o caso, por exemplo, dos
visigodos, que apó s invadirem o Império Romano e saquearem Roma, se
estabeleceram em grande parte do atual territó rio espanhol e ali ficaram por 300
anos. No entanto, o latim e suas inú meras variaçõ es nã o sofreram tantas alteraçõ es
como se podia esperar. O que houve foi a incorporaçã o de alguns vocá bulos de
origem germâ nica.
O domínio visigodo chegou ao fim também devido a uma invasã o — essa, sim, de
grande impacto sobre a histó ria da língua espanhola. Em 711, a Hispâ nia foi
tomada por forças muçulmanas e convertida no Novo Califado de Có rdoba. Estas
por sua vez se estabeleceram por quase todo o territó rio, exceto em algumas
regiõ es mais ao norte, como o Reino de Castela. A influência á rabe no idioma
espanhol foi de extrema importâ ncia: estima-se que mais de 4.000 palavras do
espanhol moderno tenham origem á rabe.
A ocupaçã o muçulmana durou oito séculos, até que Castela e outros reinos cristã os
unissem suas forças para assumir o controle do que hoje forma o territó rio
espanhol.
O estabelecimento de um idioma oficial
Apó s expulsarem os á rabes da Península Ibérica, os reinos conseguiram
estabelecer uma língua oficial para a nova Espanha. O rei Fernando II, de Aragã o, e
a rainha Isabel I, de Castela, ambos cató licos, se casaram com a finalidade de unir
os dois maiores reinos da regiã o. Isso garantiu que, em comparaçã o com os outros
idiomas falados na Península Ibérica (entre os quais o catalã o, o basco e o leonês),
o espanhol ocupasse o territó rio mais extenso. 
Dessa forma, o espanhol foi declarado a língua oficial do reino e seu uso se
expandiu por toda a regiã o.   

Outras contribuições para o espanhol

Mais de 65% das palavras do espanhol sã o derivadas do latim. Os 35% restantes


sã o vocá bulos originá rios de outros idiomas, como as línguas pré-romanas, o
á rabe, o gó tico (uma língua germâ nica oriental) e o grego, para citar alguns
exemplos.
Dos povos pré-romanos, os celtas contribuíram com palavras
como cerveza (cerveja), camisa e gancho.

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