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FACULDADE DE EDUCAÇÃO DE CRATEÚS

CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA


DISCIPLINA:PESQUISA EM HISTÓRIA
DOCENTE: FRANCISCO RAMON DE MATOS MACIEL

LUIZ ÓRION DE SOUSA GOMES

A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS DE CRATEÚS NA


DÉCADA DE 1970

CRATEÚS-CE
2023
A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS DE CRATEÚS NA
DÉCADA DE 1970

Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de


História da Faculdade de Educação de Crateús
como requisito parcial para aprovação na
disciplina Pesquisa em História sob orientação
do Prof°. Dr. Francisco Ramon de Matos
Maciel.

CRATEÚS-CE
2023
1. INTRODUÇÃO

A pesquisa se direcionara para a área da história social, vertente de direcionamento as


classes sociais marginalizadas, invisibilizadas, de poucos direitos, e de muitas lacunas ainda
no meio acadêmico. Campo que enaltece uma história “não contada”, como também pouco
analisada e valorizada pela sociedade, nosso projeto insere-se nessa corrente historiográfica,
partindo dos estudos de trabalhadores rurais e suas formas de agenciamento na década de
1970, na cidade de Crateús-CE. Ainda pouco explorada na região, como na própria cidade
pela historiografia local, compreender como surgiu a ideia de organização de um sindicato em
um período de censura e de forte repressão, analisada pela lente do protagonismo dos sujeitos
envolvidos na trama histórica – trabalhadores rurais e igreja católica – será nosso objetivo
central nesse trabalho.
Procurando-se a valorização do saber histórico local, os objetivos da pesquisa se
direcionam na compreensão da organização do sindicato dos trabalhadores rurais no recorte
temporal na década de 1970, momento em que houve um agenciamento da igreja católica para
a fundação do sindicato, e também um alicerce para os direitos dos camponeses. Além disso,
analisar o contexto histórico para a obtenção de direitos e concretização da sindicalização,
pautando a importância da igreja como fundamental para as ações sindicais, e própria
participação dos trabalhadores do campo como sujeitos fundantes do sindicato rural.
Para a revisão bibliográfica foi fundamental a leitura de artigos, revistas, e capítulos de
livros relacionados as origens da história social e história agraria, para se tratar em seu campo
de analises de como trata aos estudos micro e macroeconômico e o trabalhador do campo, as
questões relacionadas a ditadura civil militar na qual estavam sendo demolidos, presos e
torturados todos que fosse ou eram sindicalistas, e finalizando quais instituições e partidos
políticos lutaram para a garantia dos direitos aos trabalhadores e trabalhadoras do campo.
REVAFAZER ESSE PARÁGRAFO. O SENTIDO ESTÁ CONFUSO. MELHORAR A
PONTUAÇÃO.
Conectado todo ao momento histórico temos o desenvolvimento dos conceitos que
ancora todo os pontos levantados e como influenciam no contexto histórico exposto.
Metodologias-fontes utilizou livros para se fundamentar na pesquisa histórica levando o oficio
do historiador como aporte para os métodos e técnicas; se utilizou documentos para a base de
analises e contribuição para a noção de questões que eram lutas para os camponeses naquele
período.
REFAZER ESSE PARÁGRAFO. MELHORAR O SENTIDO DAS FRASES, MAS
CONTINUE A DISCORRER SOBRE AS FONTES E METODOLOGIA NA PESQUISA.
3

2. JUSTIFICATIVA

Ao observar a lacuna existente na exploração acadêmica e historiográfica sobre a


sociedade camponesa, bem como a exploração escarça de pesquisas na área da história social,
agrária e dos movimentos sociais do campo na cidade de Crateús-CE, notou-se a viabilidade
de elaborar um projeto de pesquisa como forma de se tornar presente essas discussões no
meio acadêmico, especialmente, da Universidade Estadual do Ceará, no curso de história da
FAEC-UECE. Deste modo, temos como perspectiva de pesquisa estudar sobre as motivações
que levaram os trabalhadores rurais de Crateús a organizarem um sindicato na região, durante
a década de 1970, como também, sua constituição como sujeitos políticos no processo de luta
pelos direitos trabalhistas do campo.
Além de tais lacunas acadêmicas, deve-se mencionar as motivações do pesquisador,
para a escrita e contribuição social, que em linhas gerais, tendo nascido no interior do Ceará,
mas especificamente em área rural, constitui-se como parte aliada simbólica os estudos sobre
sindicalização rural, e as experiências de movimentos sociais do campo, em particular, do
Movimento dos Sem Terra (MST-2017) na região. Portanto, neste sentido, tais motivações
pessoais e subjetivas, fazem parte da escolha de nosso objeto de estudo. Entretanto, a
possibilidade de fontes históricas na cidade de Crateús, acerca da temática rural e sindical,
também se mostrou promissora.
Nossa pesquisa tem como principais fontes históricas os documentos do arquivo do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares da cidade Crateús-
CE. Nosso conhecimento desse acervo está relacionado a nossa participação como voluntário
no projeto de extensão “Mundos do Trabalho e Ensino de História” 1. Nossas ações nesse
projeto, até o presente momento, foi a higienização, catalogação e digitalização de
documentos antigos do sindicato, especificamente das décadas de 1970, 80 e 90. Assim,
conseguimos enxergar as múltiplas possibilidades de pesquisas históricas através daquelas
fontes do sindicato, principalmente sobre o universo dos trabalhadores rurais.
Com o incentivo da disciplina2, ministrada no 5º semestre, e pela certa facilidade local
para a discussão sobre a temática, percebe-se que a pesquisa pode ser seguida em parâmetros

1
O projeto de extensão Mundos do Trabalho e Ensino de História, conta com duas bolsistas e com um
orientador. O objetivo do projeto é armazenar fontes documentais sobre a história sindical local da cidade, como
forma de resgate da história dos camponeses e camponesas, da cidade de Crateús.
2
História do Ceará II, ministrada pelo professor Doutor Francisco Ramon Matos Maciel, ao apresentar o artigo
para apresentação de seminário “Um sindicato organizado e um pouco consciente obriga os patrões a pagar os
seus direitos: uma história da luta camponesa no Ceará(1950-1964)”, escrita pelo professor Doutor Jose Romário
Rodrigues Bastos.
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adequados, seguidos de métodos, e pela facilidade de documentos base para a pesquisa, dos
quais em sua maioria oferecida pelo sindicato dos trabalhadores de Crateús; e objetivando por
finalidade, a pesquisa local, incentivando ainda mais a pesquisa sobre a realidade Sócio-
histórica. REFAZER ESSE PARÁGRAFO, MELHORAR O SENTIDO DELE E A
ESCRITA.

3. PROBLEMATIZAÇÃO

Partindo da diversidade dos sujeitos do campo a presente pesquisa analisará as


primeiras motivações para a sindicalização rural, como umas das primeiras formas na luta
pelos direitos trabalhistas. Tal análise tem heranças na historiografia francesa e inglesa, ou
seja, “uma história vista de baixo”, que em meados das décadas de 1930-1960, enxerga os
trabalhadores do campo como protagonistas de suas próprias histórias, objeto e sujeitos de
estudos. Assim, a pesquisa vai estudar a sociedade do campo, a partir dos sujeitos sociais e
políticos, colocando-se a frente da luta pela organização de sindicatos e direitos trabalhistas.
O recorte temporal e espacial localiza-se região Nordeste, em especifico, na cidade de
Crateús, na década de 1970. O recorte temporal escolhido para o projeto, procura colocar o
processo de revogação de direitos, no qual, as demandas sociais, estavam violentamente
reprimidas, pelo governo da ditadura civil-militar (1964-1985), aos setores da sociedade que
eram contrários ao regime, logo, a sociedade camponesa, como outras entidades civis, foram
afetadas. Nesse contexto muitos sindicados e movimentos sociais foram reduzidos, e
obrigatoriamente a fecharem suas portas pelas perseguições políticas. Muitos líderes sindicais,
de maneira brutal, foram condenados injustamente, por reivindicarem seus direitos
trabalhistas.
5

Neste período, as premissas de instituições de grande poderio institucionais, como por


exemplo, a igreja católica  em sua primeira fase eram ligados a setores sociais, que no qual
ambas se beneficiavam, isto é,  em uma reciprocidade de poder. Colocado a isso, uma de suas
alianças mais  antigas que trazem o poder da terra, seriam os latifundiários. Grandes
detentores de terras e da exploração dos trabalhadores do campo; eles detinham grande parte
das áreas para o seu usufruto assim como certos poderes aquisitivos. Com base neste sistema
entre igreja e latifundiários, as condições dos trabalhadores do campo passam a ser
modificados e restrito a tais poderes vigentes. REFAZER ESSE PARÁGRAFO, A ESCRITA
ESTÁ CONFUSA.
6

Junto a isso, dentro da história brasileira, o mesmo contexto histórico, já acontecia


desde o governo de Getúlio Vargas, movimentos incentivados pela igreja católica, que tinham
como intuito conter o comunismo e ideias progressistas no universo dos trabalhadores. Porém,
dentro deste avante aos trabalhadores do campo, alguns membros da igreja católica se
compadeceram com as questões sociais do período, principalmente no nordeste brasileiro, em
especifico no Ceará, na cidade de Crateús. Com a chegada de padres, sacerdotes, e bispos,
foram se aglutinando e conhecendo a realidade das comunidades rurais na região. Entre eles,
destacamos Dom. Fragoso, ex-bispo da diocese (1964-1998) de Crateús, que em sua trajetória
de vida, já tinha uma experiência de assistência e relações de solidariedade com operários e
trabalhadores.

O bispo ao ver a igreja esvaziada de fiéis e com pouca fé, “buscou assumir um "rosto
rural", priorizando o anúncio da Boa Nova aos Pobres, por vezes, dando pretexto às queixas
das "classes Médias tradicionais” (INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS, 2013). Neste
interim, o bispo começa a compreender o cotidiano dos trabalhadores rurais, e a partir daí
começa sua articulação e envolvimento com o povo do campo, a “militância de dom Fragoso,
na verdade, remonta a 1964, quando assumiu a diocese de Crateús até o ano de 1984. No auge
da repressão, tornou-se uma referência internacional da resistência de luta em favor dos
trabalhadores rurais e da reforma agrária.” (DIÁRIO DO NORDESTE, 2005). Isso nos
mostra, que sua influência para a organização dos sindicatos da região, e especialmente da
cidade de Crateús, tornou-se um diferencial na caminhada dos trabalhadores rurais.

Portanto, o foco da pesquisa é compreender como foi o processo inicial da formação


do sindicato rural de Crateús nos seus primeiros da década de 1970, e suas formas de
organização e experiência nesse período. Além disso, entender a importância do bispo (igreja
católica local) na coparticipação da organização dos trabalhadores, além das formas de
agenciamento na construção do sindicato, levando em conta, o protagonismo dos camponeses
no seu processo de luta sindical.

4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral


7

 Compreender as agências e protagonismos dos trabalhadores rurais no seu


processo de sindicalização na cidade de Crateús-CE, e as contribuições da
igreja católica para esse movimento na década de 1970.

4.2 Objetivos específicos

 Analisar o momento histórico da década de 1970, na ditadura civil-


militar, e o processo de sindicalização rural no Brasil.
 Discutir a importância da igreja católica na aliança aos movimentos do
campo na cidade de Crateús na década de 1970.
 Compreender quais as formas de agência dos trabalhadores rurais da
cidade de Crateús dentro do processo de sindicalização na década de
1970.

5. REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA

Nos estudos do campo da História Social, ao tecer as suas origens no livro Domínios
da história: ensaios de teoria e metodologia, a historiadora Hebe Castro (1997) explica o
surgimento dessa corrente historiográfica, do qual, um de seus objetivos, era a busca do social
como princípio fundamental:

Antes de ser um campo definido por uma


postura historiográfica, que resulta num alargamento do interesse
histórico, construído em oposição às limitações da historiografia
tradicional, a história social passa a ser encarada como
perspectiva de síntese, como reafirmação do princípio de que, em
história, todos os níveis de abordagem estão inscritos no social
se interligam. (p. 78)

Dessa forma, a autora coloca muito bem a trajetória do campo de estudos incluindo as
suas colocações práticas e metodológicas, elevando o social como parte fundamental das
pesquisas da área, assim, colocando a coletividade, os trabalhadores e grupos sociais como
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parte da constituição da sociedade. Após esse percurso, Hebe Castro amplia sua abordagem
para a historiografia brasileira, tratando a história social nas últimas décadas com avanços em
pesquisas nas universidades e vários trabalhos publicados. A autora trabalha em especifico a
história social trabalho, que em suas bases sólidas, era comumente restritas a urbanização,
assim, seus estudos não eram ainda relacionados a sociedade do campo, mas nas
marginalizações sociais, industrias, sindicatos e operários do espaço urbano.
Nos estudos do artigo História Agrária, escrita pela Maria Yedda Linhares (1997), se
apresenta o envolvimento do historiador dentro do campo de pesquisa da História Agrária,
assim, como o surgimento teórico para o estudo dessa corrente, porém, a ideia central
esculpida pela Linhares, relaciona-se primordialmente sobre as especificidades do campo de
estudos.  A primeira se molda de uma perspectiva da ciência e da técnica nos espaços agrários.
A segunda como parte do universo social e jurídico, que envolve os trabalhadores do campo.
E a terceira aos estudos micro e macroeconômico do setor agrícola, tecendo uma visão mais
científica, e não colocando o trabalhador do campo como um objeto e sujeito da pesquisa.
Sob o ângulo de colocação do camponês na História, uma obra que retrata a forma
como é colocada  na historiografia em relação aos  trabalhadores do campo no contexto da
ditadura civil militar, forma esta violenta marcada na História, pode-se notar na obra Retrato
da repressão campo Brasil(1945-1985) camponeses torturados, mortos, desaparecidos, das
autoras Ana Carneiro e Marta Cioccari (2010) as pesquisadoras  retratam a história de vida 
de  dois  líderes sindicalistas do Ceará, Vicente Pompeu da Silva e Francisco Nogueira Pio
Barros, o Pio Nogueira.

Ambos, trabalhadores do campo, ao mesmo tempo lideres sindicalistas, foram


violentamente torturados submetidos a procedimentos psicológicos e físicos, como também,
se relata nas histórias de vida dos dois camponeses a quase falta de liberdade, as perseguições
por parte dos militares.

Quando eram submetidos aos períodos de torturas severas, os seus únicos sentimentos
eram de constrangimentos, por ficarem nus, e de sofrimento pelas torturas físicas e
psicológicas. As autoras ainda expõe a falta de proteção aos trabalhadores do campo, sem
mencionar, o desejo de melhorias para as famílias, por parte dos dois sindicalistas torturados.

EXCLUIR OS PARÁGRAFOS ANTERIORES QUE ABORDAM A PERSEGUIÇÃO NA


DITADURA, POIS ESSE NÃO É SEU OBJETIVO CENTRAL. LEMBRE-SE QUE
9

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA É TRAZER UMA LITERATURA QUE AJUDARÁ A


PENSAR SEU OBJETO, PROBLEMÁTICA E SUJEITO DA PESQUISA. VOCÊ JÁ TEM
ALGUNS TEXTOS SOBRE ISSO.

Revisitando as analises feitas, sobre o inicio das lutas dos trabalhadores rurais em
busca de direitos, igualdade, reforma agrária, e ao mesmo tempo, resistir contra a violência no
campo, as ligas camponesas na década de 1950, foram as primeiras reações populares de
organizações/movimento social que contemplavam a grande maioria dos trabalhadores rurais,
e que lutaram pelos direitos vinculados ao homem do campo. No Nordeste, alguns partidos
políticos foram as instituições que deram início para o desenvolvimento das pautas e
organização dos trabalhadores rurais. O Partido Comunista do Brasil (PCB), com articulações
com o operariado nas cidades, reconheceu a importância das lutas camponesas, e logo, foi um
dos primeiros que movimentou os trabalhadores do campo a se organizarem na busca de
direitos trabalhistas, seja “pela lei ou pela marra”.

Nessa perspectiva, Matos (2017) coloca em sua pesquisa as premissas do processo do


PCB com o mundo do campo, pois, além de reivindicar direitos, necessitariam de uma forma
mais viável e acessível, e, neste sentido, criaram a ULTAC (COLOCAR O NOME
COMPLETO, NÃO APENAS A ABREVIAÇÃO), uma forma mais sistemática de articulação
com a sociedade camponesas, sem mencionar a relativa forma de convencimento para a união
das classes operarias e camponesas, e pela necessidade de organização naqueles anos de 1950-
1960.

A partir desta perspectiva, e com o declínio das Ligas Camponesa, surge outra parte
importante na luta campesina que Matos (2020) descreve sendo o início do sindicalismo no
Nordeste. Cabe mencionar, que na composição do sindicalismo rural, deveria ser dinâmico e
argumente com os interesses dos trabalhadores do campo. Ainda a autora comenta a questão
do atraso em relação ao conhecimento dos trabalhadores sobre as leis que os regem. Desde o
governo de Getúlio Vargas, tais leis já estavam ganhando destaque na sociedade, mas como a
sociedade nordestina ainda vivia sob a égide dos coronéis e grandes latifundiários, a
exploração no campo, e suas desigualdades, acabavam por reprimir quaisquer formas de
organização mais sistemática dos trabalhadores rurais.

Por outro lado, uma das instituições que também foram fontes para a construção dos
sindicatos, foi a igreja católica. Ela em uns certos períodos fazia parte da exploração e aliança
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com latifundiários, para manterem o controle das terras e perseguir os agitadores rurais,
porém, após uma bula papal (QUAL?) o processo da posse de terras, associativismo,
coletividade, sindicalismo começam a ganhar espaço no Nordeste. DESENVOLVER MAIS
ESSE ASSUNTO DA IGREJA E SUA PARTICIPAÇÃO NA LUTA RURAL E
SINDICATOS.

USAR O TRABALHO DE ROMÁRIO BASTOS PARA DISCORRER ACERCA DA


ORGANIZAÇÃO E EXPERIÊNCIAS DOS TRABALHADORES RURAIS NA DÉCADA
DE 1950-60 NO CEARÁ TAMBÉM.
6 QUADRO TEÓRICO

TIRAR A DISCUSSÃO DE MEMÓRIA (CONCEITO), ELA NÃO ESTÁ NO CAMPO


TEÓRICO DA SUA PESQUISA. OS CONCEITOS PERTINENTES PARA VOCÊ SÃO
“SINDICALIZAÇÃO” E “CAMPONÊS”. VC VAI ESTUDAR COMIGO O CONCEITO DE
“AGENCIAMENTO”, É MAIS COMPLICADO, ENTÃO VAI FAZER NAS FÉRIAS, POIS
ELE VAI AJUDAR NO SEU TRABALHO.

Ao conceitua “sindicalismo” necessitamos trazer sua trajetória dentro da história,


alicerçados no livro O que é sindicalismo do Sociólogo brasileiro Ricardo Luiz Coltro
Antunes (1980), que trabalha toda as origens do sindicalismo. Na obra inicialmente trata do
capitalismo e sua disseminação no século XVIII, consolidando em sua maior instancia o
capital, os modos de produção, chegando a diversos lugares inclusive ao trabalhador do
campo, que antes vivia de sua própria subsistência. Por consequência do fortalecimento dos
fazendeiros, latifundiários, grileiros, e “donos de terras” começam a travar lutas e a
reivindicarem terras, que até então eram de posso do camponês. Isto é, não existia uma lei que
justifica-se posse ao povo do campo. Neste momento os trabalhadores se viam submetidos as
leis capitalistas e terem que trabalhar para ganhar um salário do capitalismo. Neste sentido,
os trabalhadores detiveram a necessidade de criar um porto seguro, que nos ajuda-se nas
questões contra os capitalistas e insatisfeitos criaram os sindicatos que Segundo Antunes
(1980):

Os sindicatos são, portanto, associações criadas pelos operários para a sua própria
segurança, para a defesa contra a usurpação incessante do capitalista, para a
manutenção de um salário digno e de uma jornada de trabalho menos extenuante,
uma vez que o lucro capitalista aumenta não só em função da baixa de salários e de
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introdução das maquinas, mas também em função do tempo excessivo de trabalho


que o capitalista obriga o operário a exercer. (p. 13)

A partir dessa compreensão sobre o que é sindicalismo foi possível observar que sua
constituição foi a através da falta de direitos trabalhistas e socais no espaço do capitalismo
mundial. Assim, pensamos em enxergar o sindicalismo no contexto brasileiro através de sua
inserção no capital internacional, e logo, seus efeitos no mundo rural. Para ajudar a discorrer
ainda sobre esse conceito apresento a dissertação de mestrado de Antonio Dias do Nascimento
(1985), que em um dos seus capítulos expõe que a origem e construção dos sindicatos como
forma de alternativa dentro das leis vigentes do período, passaria a assegurar direitos, e ajudar
aqueles necessitados. Isso foi possível através da igreja católica, principal instituição que
estava em contato com os camponeses, porém, já seria de conhecimento que os movimentos e
sindicatos do campo eram movimentos políticos há décadas.

FALTOU O TEXTO DE SINDICALIZAÇÃO RURAL QUE PASSEI PARA VC NO SEU


EMAIL. USE ELE.
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7. METODOLOGIAS E FONTES

Este trabalho se direciona para uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, assim
para a composição da presente pesquisa em sua composição de uma revisão bibliográfica,
com pesquisas em artigos, livros, dissertações, revistas e do acervo do sindicato da região.
Utilizamos capítulos específicos sobre a temática, como também documentos da década de
1970, cedidas pelo sindicato, para a análise mais compreensiva da época, colocando-os em
um processo de catalogação, por conseguinte, seleção de documentos e fontes sobre o
contexto histórico. Enfatizamos a importância do documento como fonte para analise e
compreensão histórica da origem e organização do sindicado da cidade de Crateús.

Sobre a seleção da documentação escolhemos fontes para o enriquecimento do trabalho,


como por exemplo, arquivos sobre apropriação de terras, um dos mais frequentes quando se
relaciona ao povo do campo e aos latifundiários e igreja, como coloca, segundo Bacellar
(2008) quando afirma sobre a importância desses documentos para a pesquisa local e a
importância da documentação:

A documentação "sobre terras" é das mais procuradas nos arquivos,


pois, além de muito ricas para os historiadores preocupados com questões
agrárias ou habitacionais, contêm informações que podem ser utilizadas em
disputas judiciais contemporâneas. (p. 33).

Assim podemos perceber que, documentos como estes podem nos trazer informações de
como seria a distribuição de terras entre igreja e latifundiários e a falta de participação do
camponês e a ausência de direitos enquanto um ser social-politico. Além disso, o mesmo autor
complementa sobre a relação de fontes para a pesquisa histórica, Bacellar (2008) analisa o
historiador com as fontes, trabalho que muito antes não era divulgado da maneira adequada,
no entanto, essa avidez ao se trabalhar com arquivos por novos alunos de graduação quando
se trabalha com fontes, muitas dessas questões estão relacionadas com a mídia e suas
idealizações em trabalhar com documentos-fontes.
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Outra variação especifica do documento-fontes que podemos verificar na pesquisa é o


contexto que muitos historiadores encontram, que são as diversas formas de interpretações
contidas, na opinião de Karnal e Tatsch (2008, p.12), “[...] o documento como importante,
ele pode gerar leituras opostas. A primeira subjetividade ( a edificação histórica da
importância do documento) soma-se a segunda e mais fundamental: as leituras variadas que
um documento possibilita.” Dessa forma, cada documento tem uma forma especifica de
interpretação, mas cabe ao historiador analisa-lo e interpretar da maneira correta.

Portanto, a nossa forma metodológica teve como base para adentrar ao campo de pesquisa
inicialmente, um apanhado de textos em sites especializados selecionados criteriosamente,
como também, livros de autores que trabalham e pesquisam sobre a historia social, agraria e
sindical. No entanto, para enfatizar a pesquisa utilizamos documentos-fontes de caráter
material de valor inestimado, com fins para a pesquisa na busca de informações concretas,
memorias, registros que comprovem as vivencias e lutas pelos trabalhadores e trabalhadoras
do campo , além de um resgate histórico das minorias e colocando-as como protagonistas e
sujeitos históricos.

8. CRONOGRAMA

CRONOGRAMA SE FAZ USANDO TABELA OU QUADROS. DEVE FAZER DO


MÊS QUE ACABOU O PROJETO ATÉ O DIA DA SUA DEFESA DO TCC, QUE
SERÁ EM ABRIL DE 2024. REFAZER.

Lista de tarefas para continuar 08/Junho


Organização da escrita 09/Junho
Leituras e anotações 10/Junho
Leitura e escrita da Problemática 11/Junho
Continuação da escrita da Problemática 12/Junho
Leituras e anotações 13/Junho
Leituras e anotações 14/Junho
Leituras e anotações 15/ Julho
Leituras e anotações 16/ Junho
14

Rescrita da Justificativa 17/ Junho


Leituras e anotações 18/Junho
Inicio da escrita Revisão Bibliográfica 19/Junho
Escrita de Metodologias-fontes 20/Junho
Finalização de Metodologias-Fontes 21/Junho
Continuação da escrita da Revisão bibliográfica 22/Junho
Continuação da escrita da Revisão bibliográfica e escrita do Quadro teórico 23/Junho

Escrita do Quadro teórico 24/Junho


Escrita do Quadro teórico 25/Junho
Finalização da problemática 25/Junho

9. BIBLIOGRAFIAS
COLOQUE ESSA BIBLIOGRAFIA EM ORDEM ALFABÉTICA E NOS PADRÕES
DA ABNT, POIS ESTÃO ERRADAS ESSAS REFERÊNCIAS.

KARNAL, Leandro; TATSCH, Flávia Galli. Documentos e História a memória Evanescente .

BACELLI, Carlos. Fontes Documentais uso e mau uso dos arquivos.

SAMARA; TUPY. Histórias e Documentos e metodologia de Pesquisa. Capítulos: 01, 03, 04.

VELHO, Otávio Guilherme, B. Capitalismo Autoritário e campeonato.. Capítulo XII.

ANTUNES, C.L Ricardo. O que é um sindicalismo. São Paulo: Editora brasiliense, 1984.colecoes
Primeiros passos.

DEZEMONE, Marcus. A questão agrária no governado Goulart e o golpe de 64 meio séculos

Depois.

AZEVEDO, Fernando de . As ligas camponesas. sao Paulo. Paulo: Paz e terra,1982.


15

CARNEIRO, Ana; CIOCARRI, MORTA. Retrato da repressão campo Brasil(1945-1985)

camponeses torturados, mortos, desaparecidos.

GYNSPA, MARCU . As esquerdas e a descoberta do campo brasileiro: Liga camponesas,

comunistas e católicos( 1955-1954)

NASCIMENTO, Antonio Dias. Organização de base:reivenção da participação popular . Orientador:


Prof Ubiratan Araujo de Castro. 1985. Dissertação(mestrado) Curso Ciencias Sociais- Faculdade de
Filosofia e Ciencias SociaisUniversidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia. 1985.  Disponivel
em:https://ppgh.ufba.br/sites/ppgh.ufba.br/files/1_organizacao_de_base._a_reinvencao_da_participaca
o_popular.pdf. Acesso em 12 junho de 2023. 

Testamento-testemunho de Dom Antônio Fragoso, ex-bispo de Crateús, CE. Instituto


Humanitas Unisinos, Rio Grande do Sul,27 de agost. de 2013. Disponivel em:
https://www.ihu.unisinos.br/noticias/523070-testamento-testemunho-de-dom-antonio-fragoso-
ex-bispo-de-crateus-ce. Acesso em: 13 de maio 2023.

Dom Fragoso dava apoio aos militantes. Diário do Nordeste. Fortaleza, 24 de novembro de
2005. Disponivel em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/dom-fragoso-dava-
apoio-aos-militantes-1.154620 . Acesso em: 12 de Junho 2023.

CARDOSO, C, F; VAINFAS, R. Novos domínios da História ensaios da teoria metodologia.


5 Edição.

LINHARES, Maria Yedda. História Agraria.


LE GOFF, Jacques ,História e Memória
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