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CRATEÚS-CE
2023
A ORGANIZAÇÃO DOS TRABALHADORES RURAIS DE CRATEÚS NA
DÉCADA DE 1970
CRATEÚS-CE
2023
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
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O projeto de extensão Mundos do Trabalho e Ensino de História, conta com duas bolsistas e com um
orientador. O objetivo do projeto é armazenar fontes documentais sobre a história sindical local da cidade, como
forma de resgate da história dos camponeses e camponesas, da cidade de Crateús.
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História do Ceará II, ministrada pelo professor Doutor Francisco Ramon Matos Maciel, ao apresentar o artigo
para apresentação de seminário “Um sindicato organizado e um pouco consciente obriga os patrões a pagar os
seus direitos: uma história da luta camponesa no Ceará(1950-1964)”, escrita pelo professor Doutor Jose Romário
Rodrigues Bastos.
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adequados, seguidos de métodos, e pela facilidade de documentos base para a pesquisa, dos
quais em sua maioria oferecida pelo sindicato dos trabalhadores de Crateús; e objetivando por
finalidade, a pesquisa local, incentivando ainda mais a pesquisa sobre a realidade Sócio-
histórica. REFAZER ESSE PARÁGRAFO, MELHORAR O SENTIDO DELE E A
ESCRITA.
3. PROBLEMATIZAÇÃO
O bispo ao ver a igreja esvaziada de fiéis e com pouca fé, “buscou assumir um "rosto
rural", priorizando o anúncio da Boa Nova aos Pobres, por vezes, dando pretexto às queixas
das "classes Médias tradicionais” (INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS, 2013). Neste
interim, o bispo começa a compreender o cotidiano dos trabalhadores rurais, e a partir daí
começa sua articulação e envolvimento com o povo do campo, a “militância de dom Fragoso,
na verdade, remonta a 1964, quando assumiu a diocese de Crateús até o ano de 1984. No auge
da repressão, tornou-se uma referência internacional da resistência de luta em favor dos
trabalhadores rurais e da reforma agrária.” (DIÁRIO DO NORDESTE, 2005). Isso nos
mostra, que sua influência para a organização dos sindicatos da região, e especialmente da
cidade de Crateús, tornou-se um diferencial na caminhada dos trabalhadores rurais.
4. OBJETIVOS
5. REVISÃO DE BIBLIOGRAFIA
Nos estudos do campo da História Social, ao tecer as suas origens no livro Domínios
da história: ensaios de teoria e metodologia, a historiadora Hebe Castro (1997) explica o
surgimento dessa corrente historiográfica, do qual, um de seus objetivos, era a busca do social
como princípio fundamental:
Dessa forma, a autora coloca muito bem a trajetória do campo de estudos incluindo as
suas colocações práticas e metodológicas, elevando o social como parte fundamental das
pesquisas da área, assim, colocando a coletividade, os trabalhadores e grupos sociais como
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parte da constituição da sociedade. Após esse percurso, Hebe Castro amplia sua abordagem
para a historiografia brasileira, tratando a história social nas últimas décadas com avanços em
pesquisas nas universidades e vários trabalhos publicados. A autora trabalha em especifico a
história social trabalho, que em suas bases sólidas, era comumente restritas a urbanização,
assim, seus estudos não eram ainda relacionados a sociedade do campo, mas nas
marginalizações sociais, industrias, sindicatos e operários do espaço urbano.
Nos estudos do artigo História Agrária, escrita pela Maria Yedda Linhares (1997), se
apresenta o envolvimento do historiador dentro do campo de pesquisa da História Agrária,
assim, como o surgimento teórico para o estudo dessa corrente, porém, a ideia central
esculpida pela Linhares, relaciona-se primordialmente sobre as especificidades do campo de
estudos. A primeira se molda de uma perspectiva da ciência e da técnica nos espaços agrários.
A segunda como parte do universo social e jurídico, que envolve os trabalhadores do campo.
E a terceira aos estudos micro e macroeconômico do setor agrícola, tecendo uma visão mais
científica, e não colocando o trabalhador do campo como um objeto e sujeito da pesquisa.
Sob o ângulo de colocação do camponês na História, uma obra que retrata a forma
como é colocada na historiografia em relação aos trabalhadores do campo no contexto da
ditadura civil militar, forma esta violenta marcada na História, pode-se notar na obra Retrato
da repressão campo Brasil(1945-1985) camponeses torturados, mortos, desaparecidos, das
autoras Ana Carneiro e Marta Cioccari (2010) as pesquisadoras retratam a história de vida
de dois líderes sindicalistas do Ceará, Vicente Pompeu da Silva e Francisco Nogueira Pio
Barros, o Pio Nogueira.
Quando eram submetidos aos períodos de torturas severas, os seus únicos sentimentos
eram de constrangimentos, por ficarem nus, e de sofrimento pelas torturas físicas e
psicológicas. As autoras ainda expõe a falta de proteção aos trabalhadores do campo, sem
mencionar, o desejo de melhorias para as famílias, por parte dos dois sindicalistas torturados.
Revisitando as analises feitas, sobre o inicio das lutas dos trabalhadores rurais em
busca de direitos, igualdade, reforma agrária, e ao mesmo tempo, resistir contra a violência no
campo, as ligas camponesas na década de 1950, foram as primeiras reações populares de
organizações/movimento social que contemplavam a grande maioria dos trabalhadores rurais,
e que lutaram pelos direitos vinculados ao homem do campo. No Nordeste, alguns partidos
políticos foram as instituições que deram início para o desenvolvimento das pautas e
organização dos trabalhadores rurais. O Partido Comunista do Brasil (PCB), com articulações
com o operariado nas cidades, reconheceu a importância das lutas camponesas, e logo, foi um
dos primeiros que movimentou os trabalhadores do campo a se organizarem na busca de
direitos trabalhistas, seja “pela lei ou pela marra”.
A partir desta perspectiva, e com o declínio das Ligas Camponesa, surge outra parte
importante na luta campesina que Matos (2020) descreve sendo o início do sindicalismo no
Nordeste. Cabe mencionar, que na composição do sindicalismo rural, deveria ser dinâmico e
argumente com os interesses dos trabalhadores do campo. Ainda a autora comenta a questão
do atraso em relação ao conhecimento dos trabalhadores sobre as leis que os regem. Desde o
governo de Getúlio Vargas, tais leis já estavam ganhando destaque na sociedade, mas como a
sociedade nordestina ainda vivia sob a égide dos coronéis e grandes latifundiários, a
exploração no campo, e suas desigualdades, acabavam por reprimir quaisquer formas de
organização mais sistemática dos trabalhadores rurais.
Por outro lado, uma das instituições que também foram fontes para a construção dos
sindicatos, foi a igreja católica. Ela em uns certos períodos fazia parte da exploração e aliança
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com latifundiários, para manterem o controle das terras e perseguir os agitadores rurais,
porém, após uma bula papal (QUAL?) o processo da posse de terras, associativismo,
coletividade, sindicalismo começam a ganhar espaço no Nordeste. DESENVOLVER MAIS
ESSE ASSUNTO DA IGREJA E SUA PARTICIPAÇÃO NA LUTA RURAL E
SINDICATOS.
Os sindicatos são, portanto, associações criadas pelos operários para a sua própria
segurança, para a defesa contra a usurpação incessante do capitalista, para a
manutenção de um salário digno e de uma jornada de trabalho menos extenuante,
uma vez que o lucro capitalista aumenta não só em função da baixa de salários e de
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A partir dessa compreensão sobre o que é sindicalismo foi possível observar que sua
constituição foi a através da falta de direitos trabalhistas e socais no espaço do capitalismo
mundial. Assim, pensamos em enxergar o sindicalismo no contexto brasileiro através de sua
inserção no capital internacional, e logo, seus efeitos no mundo rural. Para ajudar a discorrer
ainda sobre esse conceito apresento a dissertação de mestrado de Antonio Dias do Nascimento
(1985), que em um dos seus capítulos expõe que a origem e construção dos sindicatos como
forma de alternativa dentro das leis vigentes do período, passaria a assegurar direitos, e ajudar
aqueles necessitados. Isso foi possível através da igreja católica, principal instituição que
estava em contato com os camponeses, porém, já seria de conhecimento que os movimentos e
sindicatos do campo eram movimentos políticos há décadas.
7. METODOLOGIAS E FONTES
Este trabalho se direciona para uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, assim
para a composição da presente pesquisa em sua composição de uma revisão bibliográfica,
com pesquisas em artigos, livros, dissertações, revistas e do acervo do sindicato da região.
Utilizamos capítulos específicos sobre a temática, como também documentos da década de
1970, cedidas pelo sindicato, para a análise mais compreensiva da época, colocando-os em
um processo de catalogação, por conseguinte, seleção de documentos e fontes sobre o
contexto histórico. Enfatizamos a importância do documento como fonte para analise e
compreensão histórica da origem e organização do sindicado da cidade de Crateús.
Assim podemos perceber que, documentos como estes podem nos trazer informações de
como seria a distribuição de terras entre igreja e latifundiários e a falta de participação do
camponês e a ausência de direitos enquanto um ser social-politico. Além disso, o mesmo autor
complementa sobre a relação de fontes para a pesquisa histórica, Bacellar (2008) analisa o
historiador com as fontes, trabalho que muito antes não era divulgado da maneira adequada,
no entanto, essa avidez ao se trabalhar com arquivos por novos alunos de graduação quando
se trabalha com fontes, muitas dessas questões estão relacionadas com a mídia e suas
idealizações em trabalhar com documentos-fontes.
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Portanto, a nossa forma metodológica teve como base para adentrar ao campo de pesquisa
inicialmente, um apanhado de textos em sites especializados selecionados criteriosamente,
como também, livros de autores que trabalham e pesquisam sobre a historia social, agraria e
sindical. No entanto, para enfatizar a pesquisa utilizamos documentos-fontes de caráter
material de valor inestimado, com fins para a pesquisa na busca de informações concretas,
memorias, registros que comprovem as vivencias e lutas pelos trabalhadores e trabalhadoras
do campo , além de um resgate histórico das minorias e colocando-as como protagonistas e
sujeitos históricos.
8. CRONOGRAMA
9. BIBLIOGRAFIAS
COLOQUE ESSA BIBLIOGRAFIA EM ORDEM ALFABÉTICA E NOS PADRÕES
DA ABNT, POIS ESTÃO ERRADAS ESSAS REFERÊNCIAS.
SAMARA; TUPY. Histórias e Documentos e metodologia de Pesquisa. Capítulos: 01, 03, 04.
ANTUNES, C.L Ricardo. O que é um sindicalismo. São Paulo: Editora brasiliense, 1984.colecoes
Primeiros passos.
Depois.
Dom Fragoso dava apoio aos militantes. Diário do Nordeste. Fortaleza, 24 de novembro de
2005. Disponivel em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/metro/dom-fragoso-dava-
apoio-aos-militantes-1.154620 . Acesso em: 12 de Junho 2023.