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Autores:
Sahlins, M. 1995. How “Natives Think”: About Captain Cook, for Example. The University of
Chicago Press, Chicago & London, .
Smith, L. 1999. Decolonizing Methodologies: Research and Indigenous Peoples. Zed Books, London
Batalha, L. 1998. Emic/Etics Revisitado: “Nativo” e “Antropologo” Lutam pela ultima Palavra. In:
Etnográfica , Vol. II (2), pp. 319-343.
Introdução
Desenvolvimento
A produção do conhecimento tem sido objecto de vários debates. Isto porque há sempre a pretensão
de alcançar o indiscutivel ou as verdades absolutas. As ciências sociais, surgiram com objectivo de
querer trazer explicações paralelas as ciências exatas. Mas as mesmas na fase inicial careciam de um
método próprio, tendo alguns dos pesquisadores usado metodos e pressupostos das ciências exatas
para explicar o social. Como é o caso do uso de metodo positivista e do empirismo , seja do
observamente objectivável para explicar o homem, uso do conceitos universais para estudar o homem.
Este exercicio, despertou muitos debates e questionamentos do conhecimento produzido pelas
ciencias sociais, em especial neste caso pela antropologia, que segundo Sahlins, foram usados
conceitos ocidentais para estudar o outro,
A produção de conhecimento é im campo vasto, caracterizado por uso de diferentes teoriais, métodos
o que torna este processo bastante atraente e ao mesmo tempo torna o num processo inacabado. Seja
esta é a maior riqueza do conhecimento é que o mesmo nunca é final, não se podem produzir verdades
absolutas, mesmo nas ciências exactas que são tidas como exactas, várias teorias tem sido refutadas e
desta forma objecto de discussões que tem resultado no constante crescimento das ciências. O mesmo
aplica se para as ciências sociais, que devido ao seu objecto de estudo, o homem, torna-se dificil a
produção de verdades exactas, estanques e universais. Pois o homem é um ser em constante
transformação, dotado de vontades e dinâmicas proprias, tornando dificil prever os seus
comportamentos, pois o mesmo homem quando expostos a diferentes realidades tem reacções
diferentes, isto torna-o num ser imprevisivel logo é dificil falar em verdades universais. Esta
peculiaridade do homem, condiciona o tipo de conhecimento que é produzido, segundo Maidden, o
homem é resultado de 5 sentidos, (olfato, audiçao, visão, tacto, paladar,) a conjugação destes
elementos é que vai ditar o tipo de conhecimento deste homem, o conhecimento produzido pelo
homem é resultado do meio a que ele está inserido. Segundo Smith, os antropólogos , pensaram o
mundo olhando os seus criterios ocidentais. Portanto, primaram pelo uso de uma antropologia de
etoncêntrica, o uso do Eu para explicar o Outro, previlegiaram métodos e conceitos ocidentais para
estudar o outro, negligenciando desta forma as formas de conhecimento localizadas, seja além das
fronteiras do ocidente. Negligenciaram as formas de produção de conhecimento local, pensaram no
Outro, como um ser sem conhecimento. Esta forma de produção de conhecimento ou esta maneira
etnocèntrica, criou condições ou foi usada por diferentes correntes e também com diferentes interesses
para usar e poder legitimar as suas premissas ou actos, por exemplo o colonialismo e a expansão do
cristianismo. Como resultado destas práticas, vários estudos foram elaborados para refutar estes
pressupostos e argumentaram que a produção de conhecimento, não deve ser caracterizada ou não
devem ser usados os mesmos metodos de forma cega, para aplicar no estudo de outras sociedades. As
praticas ocidentais de produção de conhecimento eram válidas e tinham a sua legitimidade, mas as
mesmas não podiam ser usadas como espelho para todos. Os modelos, teorias e metodos, conceitos
ocidentais eram sim válidos e legitimos para o seu contexto, mas havia necessidade de se poder ter
tambem outras premissas, para a produção do conhecimento, seja, não existem verdades absolutas ou
estanques. Podem ser usados mesmos paradigmas e métodos para a produção do conhecimento mas o
produto final, será sempre diferente, isto porque o objecto em estudo, o homem, é dotado de culturas,
de linguagem e pensamento que dita as suas práticas e maneiras de ser. Os conceitos e organização
estrutural social e antropológica ditam a a produção dos seus modos de viver. E que o perigo de se
continuar a usar modelos ocidentais para estudar o Outro e produzir conhecimento, corria-se o risco
de trazer inverdades ou relegar o Outro para a sua marginalização, ou ilegitimação do conhecimento
produzido, pois as sociedades estudadas não legitimariam o conhecimento, pois os mesmos, não se
identificariam com o mesmo, porque não estariam em condições de encontrar nenhuma similaridade
ou ponto de identidade, aquilo que Smith chamou de desconhecimento ou estranhamento do Eu,
quando alguns povos questionam sobre o conhecimento produzido apartir deles.
No entanto este processo de análise social do outro, o pesquisador quanto estiver aplicar o método
seja etnografico, de observação, ou de convivência com as comunidades, edeve estar consciente que
esta em condições de influenciar ou de ser influeciado pelo seu objecto de estudo. Mais uma vez os
conceitos ocidentais são úteis para a poder produzir conhecimento, mas é importante ter em mente as
codificações e representações sociais locais e estar ciente, que o pesquisador esta em condições der
influenciado. Isto é tambem um do elementos de tensão na produção do conhecimento, alguns autores
afirmam, que não existe um conhecimento puramente real do objecto do estudo, porque o produtor
desse conhecimento teve tambem algum elemento que condicionou o mesmo conhecimento
produzido, o que Batalha traz como o emic ( o olhar sobre o outro ) e etic (como o Outro se olha a si
mesmo), é importante que o antropológo esteja sempre consciente destes dois elementos, seja, deve
procurar perceber como o mesmo fenomeno é percebido pelo grupo étnico que esta a ser estudado e
como ele usando os seus conceitos percebe o mesmo fenómeno. Porque só assim é qie estará em
condições de melhor perceber os fenómenos. Macamo, diz que ao se produzir o conhecimento, o
pesquisado deve usar o método claro,`` o pesquisador na produção do conhecimento deve fazer um
exercicio de revisão das suas convicções, os conhecimentos estabelecidos e as verdades estabelecidas,
é necessário que faça uma imersão e indagação profunda para se perceber os actos latentes. Ele chama
atenção para as pseudonálises que contribuem para o surgimento de análises anti-intelectcuais ,
análises que visam apenas legitimar práticas e decisões``, seja, o pesquisador deve estar num processo
constante de auto critica, reflexão e indagação durante o processo de construção do conhecimento.
Portanto qualquer método, a ser aplicado no estudo, não torna o conhecimento em verdades
absoltutas, pois , sempre há um contacto directo ou indirecto, um realidade objectiva ou subjectiva na
produção do conhecimento.
A pretensão de querer conhecer o Outro, e produzir o conhecimento sempre foi alvo de muitos
debates, vários estudos realizados, sempre demonstraram que há necessidade de perceber que o acto
de produzir de conhecimento sempre e será um processo de sujeito a vários questionamentos,
principalmente o produzido pelas cièncias sociais, devido a natureza do seu objecto de estudo. E
estudos também tem demonstrado, que nenhuma comunidade ou grupo étnico é detento de verdades
absolutas, pois, a conceptualização do mundo tem sido dispar e desta forma.
Segundo Macamo,para se fazer esta análise, é importante que se faça a decomposição dos elementos,
seja, é preciso distrinçar tudo que compõem essa verdade referencial, ou empirica. É preciso ser
cauteloso ao realizar uma análise social. A análise social deve ser feita com recursos a critérios,
procedimentos e metodologias transparentes, mas mesmo assim, segundo o autor a verdade esta
dependente de quem a lê e a mesma deve ser encarada como estanque e inquestionável, mas sim, ela
deve sujeita a criticas constantes. A produção de conhecimento deve estar assente em pressupostos
criticos e indagatórios e susceptível a a verdades relativas.
Sahlins, também traz outros elementos importantes a tecer na produção do conhecimento, quando diz
que é importante que se estude e procure interpretar os simbolismos e representações sociais a volta
do conhecimento que esta a ser produzido, para se ter um conhecimento real do que se esta a estudar,
sob pena de incorrer em equivocos na construção do mesmo conhecimento, devido ao uso de
conceitos e representações totalmente desenquadradas ou contextualizadas da realidade em estudo. A
pretensão de quer produzir conhecimentos em gabinetes ou usando modelos ou critérios de validação
ou legitimação ocidental como modelos universais, foi muita refutada.
Conclusão
A produção do conhecimento sempre foi e será objecto de várias narrativas, discussões e debates, pois
cada realidade tende a ter as suas peculiaridades.
Na produção do conhecimento não há um modelo que se encaixa para diferentes realidades, mas sim é
importante que se adequem ou se criem modelos para poder interpretar os fenómenos, desta forma é
que podem estar asseguradas as condições de produção de conhecimento, que tambem , devido a
questóes de subjectividade e objectidade, não se pode chegar a ter verdades absolutas ou universais.