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O desenvolvimento cognitivo, portanto, As análises sobre leitura de orien- fabetização, fortalecer a coordenação
depende da interação social através da tação dialógica ressaltam a melhoria em entre escola e família, assim como gerar
qual a cultura, a sociedade e a cognição aspectos como a compreensão leitora, o transformações pessoais e sociais que
se transformam. George Herbert Mead vocabulário ou a leitura crítica. Através têm um impacto positivo nos alunos, nos
(1934) também desenvolveu a ideia de do incremento da interação ao redor processos de leitura e na experiência es-
que internalizamos o que previamente da leitura nessa diversidade de espaços, colar em geral.
vivenciamos na interação com outras os alunos melhoram significativamente Aprendizagem Dialógica é a base a
pessoas. Aplicado à leitura, o auto con- as competências de linguagem e desen- partir da qual se levam a cabo as Atuações
ceito de leitor dos meninos e meninas volvem certas ferramentas cognitivas Educativas de Êxito, como os Grupos In-
terá muita relação com estas interações, que promovem o sucesso em sua alfabet- terativos. Estas atuações são colocadas
e, por isso, é necessário desenhar con- ização (Ninio & Snow, 1986). em prática nas Comunidades de Apren-
textos de aprendizagem para as crianças dizagem, centros de Educação Infantil,
que experimentem interações positivas e CONCRETIZANDO OUTROS ESPAÇOS, OUTROS Fundamental e Médio, a maioria público
agradáveis baseadas nas altas expectati- TEMPOS, OUTRAS INTERAÇÕES e alguns privados subsidiados pelo Estado
vas como leitores. As atuações leitoras de êxito que es- que, independentemente de seu contexto
O êxito da perspectiva de leitura tão alinhadas com o enfoque da leitura socioeconômico, apostam no êxito educa-
dialógica é baseado precisamente em ir dialógica envolvem tanto os familiares tivo para todos e todas.
além dos processos cognitivos individ- que frequentam as bibliotecas escolares
uais de leitura, na direção do processo para ajudar os alunos a ler, como os vol-
intersubjetivo de compartilhar a alfabet- untários que atuam como facilitadores
ização com outras pessoas em alguns da leitura de contos com os meninos Nas salas de aula, muitos
dos múltiplos contextos que conectam e meninas nas salas de aula, e também
a escola e as famílias (Teberosky & Sol- para ajudar com as atividades de com- centros educacionais
er Gallart, 2003). Não se pretende que a preensão de leitura. Além disso, envolve superaram com êxito
compreensão seja individual, mas através as famílias que se alfabetizam e que leem
deste processo intersubjetivo de leitu- livros de literatura clássica nos centros
o binômio professor-
ra baseado no diálogo igualitário – no educacionais, e os meninos e meninas aluno, modificando sua
qual o que pesa são os argumentos que com diferentes níveis de habilidade leito- organização tradicional e
sustentam a interpretação, e não o sta- ra que se ajudam mutuamente, e que dis-
tus da pessoa que os expõe – os leitores cutem conjuntamente as leituras. Tudo suas dinâmicas.
e as leitoras reforçam sua compreensão isso transforma o contexto sociocultur-
leitora, aprofundam-se na interpretação al da aprendizagem e desenvolvimento
literária, e refletem criticamente sobre a alfabetizador (a sala de aula, a escola, a
vida e a sociedade, o que gera possibili- casa, e outras áreas da comunidade) que,
dades de transformação pessoal e social. por sua vez, fomenta a leitura do aluno
A motivação dos estudantes para ler e sua competência leitora. Nas salas de Referências :
e discutir o que leem é conseguido graças aula, muitos centros educacionais su- » Flecha, R.; Gómez, J.; Puigvert, L.
à diversidade de vozes dialógicas: entre peraram com êxito o binômio profes- (2001): Teoría sociológica contemporánea.
iguais e pessoas adultas da comunidade sor-aluno, modificando sua organização Barcelona: Paidós.
como pai, mãe, irmãos e irmãs, outros fa- tradicional e suas dinâmicas. Por exem- » Freire, P.; Macedo, D. (1989). Alfabet-
miliares, amigos, pessoas da vizinhança, plo, incluíram outras pessoas adultas, ización. Lectura de la palabra y lectura de la
membros da comunidade, voluntariado. além dos professores, com a finalidade de realidad. Barcelona: Piadós (v.o. en 1987).
Essa diversidade que encontramos no apoiar a aprendizagem da leitura em gru- » Mead, G.H. (1973): Espíritu, perso-
contexto da comunidade é incluída no pos interativos e nas atividades de leitura na y sociedad: desde el punto de vista del
processo de leitura dialógica como uma compartilhada. Também transformaram conductismo social. Barcelona: Paidós
fonte de aprendizagem e um recurso suas bibliotecas tradicionais em biblio- (v.o.1934).
para ser explorado. Paulo Freire enten- tecas tutoradas, tornando esse espaço » Ninio, A.; Snow, C. (1986): “The con-
dia a leitura não como algo mecânico, flexível e adaptável às necessidades dos tracts of literacy: What children learn from
mas como “leitura do mundo” (Freire e alunos e da comunidade. Finalmente, learning to read books”, en Teale, W.H.;
Macedo, 1989). Leitura do mundo que é fomentaram a participação dos famili- Sulzby, E. (Eds.): Emergent literacy: Writ-
enriquecida quanto mais diversas sejam ares nas atividades de leitura nos centros ing and reading, Norwood, NJ: Ablex, pp.
as pessoas com quem a compartilhamos. educacionais, desde a alfabetização até as 116-138.
Na leitura dialógica, o significado, a com- tertúlias literárias dialógicas. » Teberosky, A.; Soler Gallart, M.
preensão e a aprendizagem são intensifi- Estes centros educativos estão con- (Eds.). (2003). Contextos de alfabetización
cados através das interações que esta- seguindo aumentar a motivação dos inicial. Barcelona: IC E/Horsori.
belecem as diferentes pessoas na relação meninos e meninas pela leitura, mel- » Vygotsky, L.S. (1995): Pensamiento y
com um texto. horar suas habilidades de leitura e al- lenguaje. Barcelona: Paidós.
COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM
ESCOLA
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maioria comenta que adora porque não recebem, a cada semana, reforça a vonta- democrática real das famílias e voluntári-
termina até que não tenha entendido bem de dela voltar na semana seguinte. os na escola. Seria muito difícil organizar
a leitura, e também eles adoram o fato de Apesar de que é sabido que não existe um reforço de leitura com voluntariado se
que uma pessoa adulta dedique seu tempo uma inteligência só, a chamada inteligên- não fosse porque a escola é uma Comuni-
a eles: faz com que se sintam muito impor- cia acadêmica abre muitas portas para dade de Aprendizagem. As famílias estão
tantes e dá sentido ao que aprendem. O as pessoas que a possuem. A importân- muito acostumadas a serem uma parte
fato de que uma mãe, um pai, um ex-alu- cia, pois, de realizar a leitura, e de seu importante de toda a maquinária que co-
no, uma vizinha dedique seu tempo para esforço em nossa escola, tem diferentes locamos em funcionamento, a cada ano
aprender conjuntamente com os meninos dimensões: 1) a acadêmica, que implica escolar, para poder atingir os melhores
da escola tem uma dupla consequência. melhorar o sucesso escolar de nosso alu- resultados acadêmicos de seus filhos. Fi-
Por um lado, o menino ou a meni- no e, como consequência, oferecer-lhe nalmente, apenas cabe acrescentar que a
na se sente importante porque uma pes- um futuro com esperança; 2) a dimensão participação de pessoas adultas de difer-
soa adulta, de forma altruísta, quer en- social, porque o fato de que participem entes procedências nas atividades esco-
sinar-lhe algo, o que, além disso, faz com jovens que estão no ensino médio ou fac- lares curriculares e não curriculares é uma
que a criança se sinta capaz e, portanto, uldade, e familiares de culturas diversas, ajuda muito valiosa para a convivência e a
melhora a motivação e a autoestima. Por favorece com que todos os grupos sociais resolução de conflitos. Os familiares par-
outro lado, Diana comenta sua enorme que formam parte da comunidade escolar ticipam dos grupos interativos, da ambi-
satisfação em poder ajudar aos pequenos se sintam importantes e, ao mesmo tem- entação da escola, das tertúlias literárias
a avançar em suas aprendizagens. Perce- po, que a escola se transforme em uma para pessoas adultas, das festas populares
be sua capacidade de acrescentar apren- instituição muito importante para todas e do colégio, da gestão do centro, como já
dizagens ao outro, criando, assim, um as famílias do entorno. O reforço da lei- comentamos antes; e, definitivamente, do
clima de confiança e de solidariedade. O tura se inclui dentro de muitas outras es- desenvolvimento de todas as atividades
sorriso com que os meninos e meninas a tratégias organizadoras e de participação realizadas.
equilíbrio emocional, conseguiu, com as Nesta tertúlia foi lido A casa de bon- nas que moram no bairro. Esta oficina foi
atividades complementares que realizou na ecas, de Ibsen, no qual todas e todos refle- desenvolvida no ano letivo de 2007-2008
biblioteca tutorada, adquirir as destrezas de timos sobre o problema da desigualdade e será desenvolvida durante o ano letivo
leitura e escrita que não havia podido alca- nos papeis da mulher e do homem, e esse 2011 - 2012, em duas tardes semanais, se-
nçar durante as atividades de sala de aula. assunto estava presente na vida de cada gundas e quartas-feiras, o que permitirá a
Jesus, um aluno um pouco “agitado”, participante. abertura da biblioteca nestas duas tardes
através das leituras compartilhadas de con- até às 18hs.
tos tradicionais da Andaluzia, junto com BIBLIOTECA, BAIRRO E PARTICIPAÇÃO Com relação ao envolvimento da
um docente, melhorou sua fluidez na lei- Para o funcionamento da biblioteca es- comunidade, queremos dar especial im-
tura. Além disso, coincidiu que, em várias colar, como não poderia ser de outro modo, portância aos alunos pelas diferentes ativ-
sessões, sua mãe estava na biblioteca tuto- conta-se com as famílias, a AFA (Associação idades que foram realizadas. Por exemplo,
rada para melhorar seus níveis de leitura. de Familiares), as associações que colabo- há alunos e alunas bibliotecários que co-
Outra atividade da biblioteca tutorada ram juntas com o colégio (Entre Amigos, laboram com os responsáveis da biblioteca
dirigida aos familiares, durante o ano letivo Akherdi, Federação de Mulheres Progres- em tarefas de organização e gestão da bib-
2010-2011, foi a realização de uma tertúlia sistas, Amuradi) assim como com o volun- lioteca de pátio, na formação de usuários
literária, com periodicidade quinzenal. tariado que, já desde o ano letivo 2006-2007, menores, no desenvolvimento de ativi-
Nesta tertúlia participaram as mães de vem colaborando com o funcionamento de dades de promoção e fomento da leitura...
uma oficina de costura que é feita dentro diferentes iniciativas. Concluindo, queremos que o aluno tenha
do centro educacional, em colaboração Também, como continuação da bib- um papel protagonista e, num primeiro
com a associação “Entre Amigos”, uma lioteca tutorada, é realizado uma oficina momento, estamos conseguindo, já que os
professora e um professor do centro, e duas de Animação à Leitura, organizada pelo verdadeiros protagonistas estão sendo os
voluntárias. Município para todos os meninos e meni- alunos e alunas do terceiro ciclo.
LENDO JUNTOS
SARA ORTEGA/PROFESSORA DO ENSINO discussões que surgiam faziam com que ela para que sente com ele para ajudá-lo a ler e
FUNDAMENTAL I. ESCOLA MARE DE DÉU DE se sentisse mais próxima de seus colegas do pensar uma intervenção na tertúlia. Quando
MONTSERRAT (TERRASSA, BARCELONA)
3o. ano do Ensino Fundamental I. começou o 3o. ano do Ensino Fundamental
Lendo livros de literatura clássica uni- I, ele não sabia ler, mas escutava atentamente
Amira e sua família imigraram para Ter- versal, os alunos falam sobre os personagens, seus colegas de classe. Ficava muito interessa-
rassa faz quatro anos. O primeiro ano foi difí- seus sentimentos, suas ações e decisões, e do por todos os assuntos que era propostos,
cil, aqui tudo funcionava de modo muito dif- relacionam os temas que são propostos no especialmente quando estavam relacionados
erente do seu povoado, em Marrocos. Ainda livro com suas vivências e experiências pes- com a cultura cigana. Logo começou a par-
que levassem muitas esperanças e projetos, soais. A motivação pela leitura aumenta ticipar muito ativamente ao propor reflexões;
também pesava o fato de deixar para trás seus quanto mais avança a novela e os meninos e sente-se muito orgulhoso de sua identidade e
amigos e familiares. Foram instalados em um meninas transferem os debates para outros de suas intervenções. Sua professora parabe-
humilde apartamento de um bairro da perife- espaços e com mais pessoas. Nohayla explica nizava-o a cada vez que trazia ideias propos-
ria da cidade. Nohayla e Mohamed, os filhos para sua mãe as aventuras de Ulisses, o que tas em um papel e ficava satisfeita em com-
de Amira, começaram a frequentar a escola conversaram esse dia na tertúlia, e pede a provar a evolução de Manuel com relação
na metade do ano letivo, mas logo ficaram em ela, contagiando com seu entusiasmo, que se à aprendizagem da leitura. Quando ela vê
dia em todas as matérias. Desde o primeiro envolva com ela na leitura do livro. Algumas Manuel tão atento escutando aos demais e
dia foram incluídos nas salas de aula com o vezes é Nohayala quem lê para Amira. Mas argumentando suas opiniões, lembra-se da
resto dos alunos e alunas onde trabalhavam outras vezes ocorre o contrário, já que Amira resposta que ele deu a ela ao sugerir que ele
em grupos interativos. Foram para a bibliote- participa da tertúlia literária dialógica de fa- não levava o livro para casa porque era óbvio
ca tutorada e duas mães voluntárias lhes aju- miliares onde leem A casa de Bernarda Alba. que ninguém poderia ajudar-lhe a ler. “Man-
davam com as tarefas, três tardes por semana, Amira lê com Nohayla fragmentos do livro uel, se você quiser, não precisa levar o livro
no reforço escolar. Aprenderam muito rápido de Lorca e juntas preparam as intervenções para casa. Amanhã, na hora do recreio, eu te
a língua e fizeram amigos e amigas. Uma das para ambas as tertúlias. ajudo a ler. Assim você poderá participar da
atividades que a Nohayla mais gostou foi a Manuel também fica entusiasmado tertúlia”. “Imagina, professora! Eu levo o livro
tertúlia literária dialógica. No seu ano letivo com a tertúlia literária. Cada semana ele para casa e leio com a minha irmã”.
estavam lendo e debatendo A Odisseia e as leva seu livro para casa e lá pede à sua irmã O entusiasmo dos alunos com relação a
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ESCOLA
DE APRENDIZAGEM
esta atividade gera a busca de interações que daí vamos ler juntos e escolhemos outro, continuamente. Uma manhã, logo antes de
lhes ajudem a participar dela e a aprender tá?”. Assim, entre eles e elas, ajudam-se começar a aula, sua professora se surpreen-
mais. Nohayla buscava isso em Amira e Ami- mutuamente a ler, a escolher fragmentos deu vendo-o ler um livro de ciências. De-
ra em Nohayla, Manuel em sua irmã e tantos para comentar na tertúlia, e elaborar suas pois de um ano e meio de sua chegada no
outros que, compartilhando o objetivo de intervenções. Todos querem participar e, bairro, Farida, sua mãe, matriculou-se nas
aprender, transformam suas relações pessoais como disse Lucía: “Quanto mais parágra- aulas de alfabetização. Fazia uma semana
até mesmo fora do centro escolar. fos escolhemos, mais ideias e mais debates que frequentava a escola de seu filho para
Em alguns momentos, os familiares dos vão sair”. aprender. Essa mudança havia provocado
alunos e alunas vêm à escola para participar A tertúlia visa a leitura dialógica outra transformação ainda mais profunda.
com seus filhos e filhas da tertúlia literária porque as intervenções fazem referência à Ajudou Karim a encontrar um sentido na
dialógica. Neste centro educacional, sabem leitura compartilhada em casa com os fa- aprendizagem. Para Karim, não foi preci-
que dar a oportunidade de participação nas miliares. “Não entendo o que quer dizer a so que sua mãe aprendesse a ler para ele
salas de aula aos familiares tem uma incidên- frase vai apagando-se pouco a pouco”, co- começar a ler. Foi preciso apenas que sua
cia muito positiva nos resultados acadêmi- menta Hihad. Hoje é o dia de discutir sobre mãe se matriculasse no curso de alfabet-
cos da totalidade. É muito comum escutar Dom Quixote, e os alunos estão discutindo ização porque era importante para toda a
comentários como este: “Ontem, depois sobre o final do livro. Jesica pode ajudar família. Este gesto carregava o sentido que
de que a minha mãe veio para a tertúlia, ela graças à leitura que fez com seu pai. “Eu ele necessitava para querer também apren-
fez muitas perguntas pra mim, ela adorou, e também não entendia, mas meu pai leu o der a ler e escrever. Agora ele adora ver sua
me disse que, os temas que conversamos, e livro comigo e me falou que isso significa mãe pela escola e, a cada manhã que Farida
o modo como fizemos, foram uma grande que o cansaço vai deixando ele sem forças”. tem aula, ele diz: “Vem mamãe, traz a pasta
surpresa. Então, depois da janta, lemos um Desse modo, com a intenção de ajudar a porque nós vamos para a escola”. Às tardes,
pouco com meu irmão mais novo e explica- Nihad, Jesica transfere à tertúlia os diálogos quando Karim volta para casa, eles fazem
mos a história pra ele. –Assim você ensina ao que mantém com seu pai durante a leitura juntos as tarefas e leem juntos os contos
seu irmão, para que ele aprenda mais rápido, em casa do Dom Quixote. que Karim toma emprestado da biblioteca.
ela me disse”. Karim e sua mãe, Farida, compartilham Ele sabe que ela gosta e que assim apren-
Lucía fica muito entusiasmada com as a tarde fazendo juntos as tarefas. Quando dem mais os dois juntos.
tertúlias que, a cada semana, fazem na sua Karim começou o ano letivo da 3a. série do Todos e todas estão transformando
classe. Ela tem 10 anos e já leu e debateu Ensino Fundamental I, ele não sabia ler nem suas relações pessoais com seus colegas e
com seus colegas livros como A Odisseia, escrever. Havia chegado em Terrassa no ano também com seus familiares. Em casa, as
Dom Quixote, As Mil e Uma Noites e A letivo anterior. Fez amizades na sua nova conversas giram em torno da escola, dos
Eneida. No recreio, ela se senta com suas escola e aprendeu rápido a falar o idioma. personagens dos livros e das atividades que
amigas e amigos e, juntos, preparam a ter- Mas as aprendizagens acadêmicas lhe mo- realizam. Leem juntos, se ajudam e fazem
túlia. “Você me empresta um parágrafo?” tivavam pouco e as tarefas pesavam muito; as tarefas. Compartilham objetivos porque
pergunta Carlos, que sabe que Lucía tem para ele, estudar não tinha muito sentido e querem aprender mais, estão animados e, o
muitas ideias. “Empresto um, sim, mas fazia com que ele se envolvesse em confusão melhor de tudo, fazem tudo isso juntos.
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