Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 1
2
TEMA 1 – (IN)DEFINIÇÃO DO TERMO
3
A didática de Comenius tinha como princípio estudar metodologias e
técnicas para se obter o melhor do aprendiz com o mínimo de esforço. Assim, a
didática era constituída por elementos fundantes, sendo eles: professor, aluno,
meio (recursos), objetivos, conteúdo, metodologia, avaliação e planejamento.
Durante muitos anos, a didática se fortaleceu como campo de pesquisa,
por sua abrangência, e se estabeleceu a teoria da didática, em que o currículo
era abarcado como um dos elementos principais.
Em 1918, Franklin Bobbitt publica a obra The Curricullum pela
Universidade da Califórnia. A obra é dividida em 6 capítulos e 24 subtemas,
que totalizam 294 páginas de discussões curriculares. Destacamos,
particularmente, os temas: “Ends and processes” (Processo e Término); “Two
levels of educational experience” (Dois níveis de experiência educacional);
“Educational experience upon the work-level” (Experiência educacional no nível
do trabalho); “Scientific Method in Curriculim-Making” (Método Científico para
Desenvolvimento de Currículo); “Education for citizenship” (Educação para
cidadania); “Education for physical efficiency” (Educação para Eficiência
Física).
A obra de Bobbitt marca o novo momento, o começo de outro titã na era
da teoria educacional. Antes e depois de Bobbitt, muitos haviam dialogado
acerca desses temas, mas o que Bobbitt fez foi aprofundar o diálogo a respeito
do currículo. Sua obra magistral olha para a autorrealização do homem e da
sociedade, elegendo a satisfação, além dos meios para alcançar esses altos
fins, e aponta que o processo educacional requer procedimentos e métodos
que devem ser mensurados, e que o currículo está associado a questões
voltadas a filosofia, sociologia e por consequência ao processo de
desenvolvimento do cidadão.
Bobbitt retrata seu discurso tomando como base a teoria de
administração de Frederick W. Taylor. A administração científica de Taylor
postulava que era possível aumentar a produtividade com base em fluxos e
processos, e assim poderíamos minimizar gastos e reduzir o tempo dispendido,
desde que todo o trabalho estivesse baseado em um método científico.
Bobbit abarca em sua obra toda experiência de instituições milenares
que tratavam da temática do currículo, desde os primeiros entendimentos que
eram direcionados para a divisão de classe e de conteúdos para determinados
cursos; todos traziam uma coerência estrutural e um sentido de sequência,
4
com globalidade estrutural e completitude sequencial. Portanto, o currículo é
sistêmico, ajudando a formar o homem daquela e para aquela sociedade.
Bobbitt (1918, p. 40) afirma que o currículo era um fator primordial’. Em
seu texto, Bobbitt nos faz compreender que é necessário, em todo processo
educacional, mensurar resultados e compará-los com os objetivos
anteriormente estipulados. Nasce com The Curricullum as Teorias do Currículo.
Podemos dizer que Bobbitt está para o Currículo como Comenius está para
a Didática. Afinal, são autores basilares para os distintos e sistêmicos estudos
de currículo e didática.
5
sentido. [...] A educação deve estar preocupada com ambos, embora
não direcione ambos.
Silva (2003): “O discurso do currículo, pois, autoriza ou desautoriza,
legitima ou deslegitima, inclui ou exclui” (p. 5). “O currículo é, pois, uma
atividade produtiva nesses dois sentidos. Ambos os sentidos tendem a
destacar o aspecto político do currículo. Ambos os sentidos chamam a
atenção para seus vínculos com relações de poder. Se o currículo é
aquilo que fazemos com os materiais recebidos, então, apesar de todos
os vínculos desses materiais com as relações de poder, ao agir sobre
eles, podemos desviá-los, refratá-los, subvertê-los, parodiá-los,
carnavalizá-los, contestá-los” (p. 194).
Silva (2007): “O currículo não é um corpo neutro, inocente e
desinteressado de conhecimento. O currículo não é organizado por meio
de um processo de seleção em que recorre às fontes imparciais da
filosofia ou dos valores supostamente consensuais da sociedade. O
conhecimento corporificado no currículo é um conhecimento particular. A
seleção que constitui o currículo é o resultado do processo” (p. 44). “O
currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O
currículo é trajetória, viagem, percurso. O currículo é autobiografia,
nossa vida, curriculum vitae: no currículo se forja a identidade. O
currículo é texto, discurso, documento. O currículo é documento de
identidade” (contracapa). “O currículo existente é linear, sequencial,
estático. Sua epistemologia é realista e objetivista. Ele é disciplinar e
segmentado. O currículo está baseado numa separação rígida entre
‘alta’ cultura e ‘baixa’ cultura, entre o conhecimento científico e o
conhecimento cotidiano” (p. 115).
Apple (2005): “Se as escolas, seus professores e seus currículos,
fossem mais rigidamente controlados, mais estreitamente vinculados às
necessidades das empresas e das indústrias, mas tecnicamente
orientados e mais fundamentados nos valores tradicionais e nas normas
e regulamentos locais de trabalho, então os problemas de
aproveitamento escolar, de desemprego, de competitividade econômica
internacional, de deterioração das áreas centrais das grandes cidades
etc. desapareceriam quase por completo, assim querem nos convencer”.
6
Moreira e Silva (2005): “O currículo não é um elemento neutro de
transmissão desinteressada do conhecimento social. O currículo está
implicado em relações de poder, o currículo transmite visões sociais
particulares e interessadas, o currículo produz identidades individuais e
sociais particulares. O currículo não é um elemento transcendente e
atemporal – ele tem uma história, vinculadas a formas específicas e
contingentes de organização da sociedade e da educação”.
Giroux (1997, p. 7): “A nova sociologia do movimento curricular nos
fornece diversas possibilidades para o desenvolvimento de formas mais
flexíveis e humanas de currículo”.
Pedra (2000, p. 38): “um modo que a cultura é representada e
reproduzida no cotidiano das instituições escolares”.
Pinar (2004, p. 185): “Currículo como conversa complicada não é
(apenas) discurso de sala de aula”.
8
aprendizagem é um caminho para tornar-se diferente, mudar formas de pensar,
sentir ou agir.
O campo de estudo do conhecimento, ou de como se constrói o
conhecimento, é a teoria da aprendizagem, oriunda da psicologia, que
novamente agrupa os pensamentos filosóficos e pedagógicos.
O campo das teorias da aprendizagem tem um vasto leque de
pesquisadores, que propagam suas verdades e suas formas de conduzir a
aprendizagem.
Cada teoria da aprendizagem escolhe seu repertório científico próprio e
aponta como o homem aprende de formas diferentes – aprendizagem por
reflexo condicionado; por condicionamento operante; por memorização; por
ensaio-erro, demonstração, intuição, por reflexão, e tantas outras teorias que
mesclam ou excluem determinados aspectos.
De todo modo, a aprendizagem, para ser instituída, passa por alguns
pontos essenciais, sendo eles: predisposição, motivação, efeito e causa,
vivência social e experiência pessoal.
Listamos a seguir algumas teorias da aprendizagem e seus principais
pesquisadores:
9
aprendizagem aconteça. É decorrente dos aspectos motor, afetivo e
cognitivo, numa dinâmica de inter-relação.
Aprendizagem Significativa e Humanista - David Paul Ausubel (1918-
2008), Carl Rogers (1902-1987). As teorias se fundam numa tendência
humanizadora do processo de aprendizagem, em que, indiferentemente
da faixa etária, o ser humano tem a possibilidade de tomar decisões e
ser responsável por elas; assim, a aprendizagem passa a ter significado
de forma individual.
Conectivismo – George Siemens (1970-). A teoria do conectivismo é a
teoria da era digital, que estabelece que tudo na vida são conexões com
base no caos de descobertas. Os princípios da aprendizagem estão
interligados pela teoria da complexidade e pela auto-organização.
10
TEMA 3 – FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
11
TEMA 4 – PROPOSTA PEDAGÓGICA E ORGANIZAÇÃO CURRICULAR
12
A proposta pedagógica busca um norte, uma direção para a escola, que
se articule os anseios da sociedade, ou seja, carrega de intencionalidade – ou
ainda, é um ato político.
NA PRÁTICA
13
e cultural. As problematizações são oriundas dos Estados Unidos e
da Inglaterra, do pós-movimento feminista, e, com base nesse contexto, os
alunos têm direito de usar nome social.
FINALIZANDO
14
REFERÊNCIAS
15