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IMPORTÂNCIA DA CERTIFICAÇÃO: SURGIMENTO E EVOLUÇÃO

Certificação é a declaração formal de comprovação emitida por quem tenha credibilidade ou


autoridade legal/moral. Ela deve ser formal, isto é, deve ser feita seguindo um ritual e ser
corporificada em um documento. A certificação deve declarar ou dar a entender,
explicitamente, que determinada coisa, status ou evento é verdadeiro. Deve também ser
emitida por alguém, ou alguma instituição, que tenha fé pública, isto é, que tenha
credibilidade perante a sociedade. Essa credibilidade pode ser instituída por lei ou decorrente
de aceitação social .

O certificado é o documento que corporifica a certificação. Do ponto de vista de políticas


públicas, os selos de certificação ambiental são instrumentos que se destinam a educar
consumidores sobre os impactos ambientais da produção, uso e descarte de produtos, levando
a uma mudança no padrão de consumo e assim reduzir seus impactos negativos sobre o meio
ambiente. Para que selos ambientais possam atingir seus objetivos de política ambiental, os
consumidores ao considerar as informações contidas no selo, dando preferência a produtos
certificados, podem contribuir para a eliminação de atividades ilegais, predatórias ou de alto
impacto sobre o meio ambiente.

Os selos certificadores diminuem os custos de busca por informação, influenciando o número


e o peso dado para os atributos considerados por um consumidor durante seu processo de
decisão. Por tanto, se um consumidor tiver informação suficiente e confiável para diferenciar
produtos de baixa qualidade dos de alta qualidade, ele terá uma disposição extra a pagar de
sobre os produtos de alta qualidade. Inversamente, a provisão de informação pode também
levar a uma redução na disposição a pagar por bens de baixa qualidade. De uma maneira
geral, políticas de provisão de informação têm como objetivo principal minimizar a falha de
mercado causada pela informação assimétrica entre empresas e consumidores.

As vantagens de implementação dessas políticas são a seguir enumeradas resumidamente:

Redução de custos de informação - A provisão de informação pelo governo reduz os custos


de ação coletiva, o que permite aos agentes aumentarem seu poder de barganha e pressão
sobre firmas poluidoras. A nova informação pode mudar a relação de custos e benefícios de
ações contra poluidores.
Choque - A provisão de informação incentiva ação coletiva quando o comportamento
ambiental observado é pior do que o esperado. Nesse caso o que mudaria não seriam os custos
de ação, mas a percepção de que os níveis ambientais estão abaixo dos níveis aceitável pela
população. Uma consequência disso pode ser a mudança no valor da empresa poluidora no
mercado.

Vergonha/medo - A possibilidade de disseminação da informação faz com que o


desempenho de uma firma melhore devido ao temor de ser considerada de ‘baixo
desempenho’ por grupos de pressão e pela mídia.

Comparação - A provisão de informação permite à população comparar o desempenho de


diferentes empresas no tocante ao dano ambiental que cada uma delas provoca.

Agenda governamental - A informação não é dada para atender à demanda de grupos de


interesse, mas apenas para alertar as pessoas de que o dano ambiental é um motivo de
preocupação do governo.

A importância das certificações para as empresas

As certificações ajudam as organizações a demonstrar seu compromisso com o


desenvolvimento profissional dos funcionários e com o aumento de sua produtividade. Além
disso, as organizações que incentivam os funcionários a buscar certificações profissionais
recebem credibilidade adicional no mercado, aumentando a sua reputação.

Vejamos abaixo os principais benefícios das certificações para as empresas. Incentivar os


funcionários a obterem uma certificação profissional mostra aos clientes que a empresa
mantém seus funcionários nos mais altos padrões profissionais e cuidará muito bem deles.
Os clientes se sentem mais seguros e protegidos, sabendo que estão em mãos certificadas.
Apoiar equipes na obtenção de certificações mostra a eles que a empresa compartilha do
desejo de ser a melhor possível.

As pessoas ficam mais felizes trabalhando em organizações que investem em seu


desenvolvimento profissional e estão comprometidas em ajudá-las a dar os próximos passos
em suas carreiras. Os funcionários também se sentirão notados e valorizados pela empresa.
Esse senso de valor os incentiva a querer ficar, o que reduz uma das maiores dores de cabeça
e despesas: a rotatividade de pessoal. Os funcionários certificados aprendem com seu
treinamento a importância de aderir a determinados padrões profissionais. A empresa pode
contar com mais facilidade e confiança com a capacidade de sua equipe de atender às
referências do setor e contar com um trabalho de qualidade superior e mais consistente.
Estudos realizados por uma variedade de organizações – incluindo Microsoft e Novell –
mostraram que os funcionários com uma certificação profissional são mais produtivos. Isso
porque as certificações preparam melhor os trabalhadores para lidar com os desafios do dia
a dia e obter o máximo das novas tecnologias.

Funcionários certificados geralmente trabalham com mais eficiência do que colegas não
certificados, e sua presença pode ajudar a melhorar a produtividade dos projetos da equipe.
Por fim, é importantíssimo mencionar que as certificações devem ser encaradas por todos
como uma validação de conhecimento adquirido e digerido através de sua aplicação
constante. Somente deste modo elas continuarão a ser respeitadas e a ter relevância no
competitivo mercado de Tecnologia da Informação.

Surgimento e evolução da Certificação

Com a regulamentação dos produtos orgânicos na Europa a partir de 1991, muitas empresas
(certificadoras) surgiram e se fortaleceram. A partir daí, os procedimentos foram aprimorados
e muitas exigências foram inseridas no processo de certificação (MEIRELLES, 2007).

Se, por um lado, a certificação de produtos orgânicos, conforme regulamentada na Europa


protegia o produto contra fraudes dando garantia da qualidade do produto ao consumidor e,
ainda, concedendo uma condição de legalidade que eleva seu reconhecimento junto à
sociedade, por outro lado, promoveu a exclusão de milhares de agricultores familiares do
mercado orgânico, em razão da complexidade da certificação por auditoria, além do alto
custo cobrado pelas certificadoras (CARTA, 2007).

Diante da problemática, enfrentada por organizações de produtores e consumidores em


diversas partes do mundo, começaram a surgir alternativas para conferir a garantia aos
processos de produção orgânica e possibilitar a manutenção ou conquistas de mercado para
os produtos.
Nesse contexto, surgiu no Rio Grande do Sul - RS, as primeiras iniciativas de certificação
participativa ou, numa melhor análise, a primeira manifestação de resistência à
regulamentação de produtos orgânicos nos parâmetros apresentados.

Segundo relato de Meirelles (2015), durante a apresentação do tema “Arqueologia dos SPGs”
proferida na ocasião do Encontro Nacional dos SPGs, o primeiro selo que se tem informação,
a utilizar o termo “certificação participativa” no Brasil, foi criado em 1991, pela extinta
cooperativa Coolmeia, em Porto Alegre – RS, em uma feira que existe até os dias de hoje,
exatamente na época que estava sendo gestada e, posteriormente, lançada na Europa, a Lei
n° 20/1992 que trata da certificação de produto orgânico.

Em suas palavras: O selo apareceu porque a feira existia. Naquela ocasião, chegaram algumas
pessoas de origem europeia em nossa feira, trazendo para nós a necessidade ou a
obrigatoriedade de certificar nosso produto para que ele pudesse continuar a ser chamado de
ecológico.

O tema certificação de produtos orgânicos passou a ser motivo de divergências entre as


organizações integrantes do histórico movimento orgânico brasileiro. A divergência consistia
tanto na obrigatoriedade quanto no método.

Muitos entendiam a legislação como importante e necessária para a promoção da agricultura


orgânica no Brasil, mas, em relação à certificação, estava difícil o consenso. Algumas
organizações entendiam que deveriam ser voluntárias, outras, como as certificadoras de
maior porte, entendiam que deveria ser obrigatória e realizada, por meio de
auditoria/inspeção e, ainda, tinha aqueles que defendiam outras formas de garantir a
qualidade (SANTOS, 2005)

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